DICAS PARA UMA BOA ALIMENTAÇÃO DO ESTUDANTE
O CÉREBRO TEM FOME
O funcionamento do cérebro depende de nutrição adequada e regular, que pode ser a diferença entre o bom desempenho e a apatia dos alunos, especialmente em ano de vestibular.
Mas como fazer as escolhas certas para nutrir cérebros em formação e garantir que nossos estudantes saiam de casa com energia suficiente para aprender?
Quanto mais alimentos variados e in natura ingerirmos, melhor será o rendimento cerebral.
Metais como o zinco ou o cobre e também alimentos antioxidantes como açaí, morango, amora, cereja e brócolis funcionam como ingredientes potentes para turbinar o cérebro.
A ingestão equilibrada de zinco e cobre influencia o sistema cognitivo. Pessoas com nível adequado de zinco no organismo raciocinam melhor.
A ingestão equilibrada do cobre ajuda na boa comunicação entre os neurônios, o que potencializa a capacidade de aprender do estudante.
Os antioxidantes ajudam a combater os radicais livres, que são moléculas e átomos instáveis que “roubam” elétrons saudáveis de outras moléculas, contribuindo para a degradação do organismo e consequente envelhecimento.
1ª refeição: A primeira refeição do dia é muito importante, já que perdemos 80% das nossas reservas de energia durante a noite. Caso o estudante vá para a escola em jejum, terá prejuízos na concentração e memória, além de sentir sono e cansaço. Nesse momento o ideal seria uma refeição rica em proteína e carboidratos, como pão com queijo e um suco, cereais e frutas. O inocente copo de leite com achocolatado e o consagrado pão com manteiga pode não ser a melhor escolha, pois o achocolatado compete com a absorção de cálcio e a manteiga não tem nutrientes nem sais minerais, apenas gorduras. Por que colocar manteiga no pão em vez de uma fatia de queijo, que é rico em proteínas e sais minerais? É muito comum o aluno acordar sem fome e não querer comer nada. Nesses casos, o lanche pode ser mais leve, como um iogurte e uma fruta ou uma vitamina de leite com frutas, pois elas contêm carboidratos ricos em fibra. Mas antes de “forçarem a barra” com o aluno logo de manhã, os pais devem levar em consideração o volume de alimentos ingeridos na noite anterior. Se o consumo tiver sido elevado no jantar ou no lanche da noite, pode alterar o apetite na manhã seguinte.
Almoço: O típico arroz com feijão é excelente fonte de proteínas e nutrientes, que ajudam na concentração e memória. Acompanhado de uma carne e bastante salada, deixando o prato bem colorido, a refeição se torna ideal e equilibrada.
Aulas à tarde: os alunos vão para as aulas da tarde às 3as feiras logo depois de almoçarem. A digestão provoca sonolência. E as gorduras são as que mais causam essa sensação, pois elas demoram mais tempo no estômago, por isso é interessante evitar alimentos muito gordurosos antes de alguma situação que exija concentração, como é o caso das aulas na 3ª feira à tarde, dos simulados ou vestibulares, que geralmente são realizados no período da tarde.
DICAS PARA UM CÉREBRO BEM NUTRIDO
• Ingerir pelo menos cinco porções de frutas durante o dia, para que o corpo tenha nutrientes suficientes para alimentar o cérebro e o metabolismo. Se a fruta for pequena como o morango, cerca de dez unidades equivalem a uma porção; no caso de frutas grandes (como o abacate), metade ou ¼ corresponde a uma porção.
• Consumir bastante salada, deixando o prato bem colorido, para também aumentar a quantidade de vitaminas e minerais.
• Alimentar-se em intervalos de duas a três horas para melhorar a concentração e memória, e manter o peso estável.
• Consumir, pelo menos, uma vez ao dia, 100 g de sardinha, atum ou salmão, para aumentar a ingestão de ômega 3, que melhora concentração e memória.
• Não ir à escola em jejum: fazer uma refeição de 30 minutos a uma hora antes da aula.
• Beber muito líquido para que o organismo funcione bem. Urina clara é sinal de boa hidratação. Chegar ao ponto de sentir sede é sinal de desidratação.
• Tomar água com regularidade é muito importante. Fadiga e falta de concentração, que influencia no processo de aprendizagem, são sinais fortes de pouca energia, identificados pelo cérebro como fome ou sede. Fast-foods e refrigerantes podem ser muito agradáveis ao paladar, mas não têm nutrientes.
• Mastigar bem os alimentos para facilitar a digestão.
• Alimentos com zinco: ostras, carne vermelha, feijão, amendoim, carne de frango, ovos e queijo, entre outros.
• Alimentos com cobre: sementes de girassol, lagosta, azeitonas verdes, trigo, fígado, cacau, ostras e pimenta-do-reino.
• Espremer um limão ou uma laranja na salada aumenta a absorção de ferro, devido à vitamina C.
Fonte: Gestão Educacional – março 2012, p 16 a 19 – adaptado por Marcia Gil de Souza.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora pedagógica
quinta-feira, 29 de março de 2012
Novas Diretrizes Curriculares do Ensino Médio
O Estado de São Paulo, 29/03/2012 - São Paulo SP
Tolices curriculares
Editorial
Há dois meses, o Conselho Nacional de Educação (CNE) baixou a Resolução n.º 2/12, definindo as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, que é considerado desvinculado da realidade social e econômica do País, quando comparado aos programas do ensino fundamental e superior. Elaborada com base num extenso parecer aprovado uma semana antes pelo Ministério da Educação (MEC), a Resolução tem 23 artigos, muitos deles caracterizados por uma retórica vazia. A Resolução, por exemplo, propõe a incorporação, como conteúdo obrigatório do currículo do ensino médio, "do reconhecimento e atendimento da diversidade e diferentes nuances da desigualdade da exclusão na sociedade brasileira". Também recomenda "a valorização dos direitos humanos, mediante temas relativos a gênero, raça e etnia, religião, orientação sexual, pessoas com deficiência". E enfatiza a importância de "práticas que contribuam para a igualdade e enfrentamento de todas as formas de preconceito, discriminação e violência" e de "atividades intersetoriais de promoção da saúde física e mental, saúde sexual e saúde reprodutiva e prevenção do uso de drogas".
Não são apenas esses os parágrafos da Resolução tautológicos ou ininteligíveis. "O trabalho é conceituado na sua perspectiva ontológica de transformação da natureza, como realização inerente ao ser humano e como mediação no processo de produção de sua existência" - diz o § 1.º do inciso VIII do artigo 5.º da Resolução. "A organização curricular deve oferecer tempos e espaços próprios para estudos e atividades que permitam itinerários formativos opcionais diversificados, a fim de melhor responder à heterogeneidade e pluralidade de condições, múltiplos interesses e aspirações dos estudantes", determina o inciso XI do artigo 14. "O projeto político-pedagógico, na sua concepção e implementação, deve considerar os estudantes e professores como sujeitos históricos e de direitos, participantes ativos e protagonistas na sua diversidade e singularidade" - reza o § 2.º do artigo 15 da Resolução. E vai por aí afora.
Além disso, a Resolução do CNE impõe ao currículo do ensino médio quatro áreas de conhecimento e nove matérias obrigatórias, chamadas de "componentes curriculares com especificidades e saberes próprios e sistematizados", subdivididas em doze disciplinas. O novo currículo vai na contramão dos países desenvolvidos, onde o ensino médio não tem um programa mínimo obrigatório. A diversificação é vista naqueles países como forma de adequar melhor o ensino à realidade cultural, econômica e social dos estudantes. Não são de estranhar, portanto, as críticas que têm sido feitas à Resolução n.º 2/12. "O Brasil não diversifica e mantém a ideia de que todo mundo tem de fazer a mesma coisa", diz João Batista Araújo e Oliveira, do Instituto Alfa e Beto, depois de classificar o texto da resolução como "erudição boba". "É uma montoeira de matérias. O resultado é que ninguém aprende, só decora. No resto do mundo, há segmentação", afirma o economista Cláudio Moura Castro. "Acredito em soluções mais individualizadas e segmentadas, porque há muitas diferenças", assevera Priscila Cruz, do movimento Todos pela Educação.
Além das altas taxas de evasão, o ensino médio esbarra no despreparo dos alunos - por exemplo, 85% dos estudantes desse ciclo ingressam na 1.ª série da rede pública com um nível de conhecimento equivalente ao da 5.ª série do ensino fundamental. Segundo o MEC, 50,9% dos jovens de 15 a 17 anos não estão matriculados no ensino médio, onde o índice de reprovação é de 13,1%. Dos estudantes que completam as três séries do ciclo, metade obtém média inferior a 4 na prova objetiva do Enem. Ao justificar a Resolução n.º 2/12, alguns membros do CNE alegaram que ela foi um "resultado de opções" e que "nem todo mundo pensa a escola do mesmo jeito". O que eles não conseguiram explicar é por que, em vez de definir diretrizes mais objetivas e realistas, optaram por um palavrório tolo e sem sentido, e por medidas inócuas, que só poderão aprofundar a crise do mais problemático dos três níveis de ensino.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora Pedagógica
Tolices curriculares
Editorial
Há dois meses, o Conselho Nacional de Educação (CNE) baixou a Resolução n.º 2/12, definindo as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, que é considerado desvinculado da realidade social e econômica do País, quando comparado aos programas do ensino fundamental e superior. Elaborada com base num extenso parecer aprovado uma semana antes pelo Ministério da Educação (MEC), a Resolução tem 23 artigos, muitos deles caracterizados por uma retórica vazia. A Resolução, por exemplo, propõe a incorporação, como conteúdo obrigatório do currículo do ensino médio, "do reconhecimento e atendimento da diversidade e diferentes nuances da desigualdade da exclusão na sociedade brasileira". Também recomenda "a valorização dos direitos humanos, mediante temas relativos a gênero, raça e etnia, religião, orientação sexual, pessoas com deficiência". E enfatiza a importância de "práticas que contribuam para a igualdade e enfrentamento de todas as formas de preconceito, discriminação e violência" e de "atividades intersetoriais de promoção da saúde física e mental, saúde sexual e saúde reprodutiva e prevenção do uso de drogas".
Não são apenas esses os parágrafos da Resolução tautológicos ou ininteligíveis. "O trabalho é conceituado na sua perspectiva ontológica de transformação da natureza, como realização inerente ao ser humano e como mediação no processo de produção de sua existência" - diz o § 1.º do inciso VIII do artigo 5.º da Resolução. "A organização curricular deve oferecer tempos e espaços próprios para estudos e atividades que permitam itinerários formativos opcionais diversificados, a fim de melhor responder à heterogeneidade e pluralidade de condições, múltiplos interesses e aspirações dos estudantes", determina o inciso XI do artigo 14. "O projeto político-pedagógico, na sua concepção e implementação, deve considerar os estudantes e professores como sujeitos históricos e de direitos, participantes ativos e protagonistas na sua diversidade e singularidade" - reza o § 2.º do artigo 15 da Resolução. E vai por aí afora.
Além disso, a Resolução do CNE impõe ao currículo do ensino médio quatro áreas de conhecimento e nove matérias obrigatórias, chamadas de "componentes curriculares com especificidades e saberes próprios e sistematizados", subdivididas em doze disciplinas. O novo currículo vai na contramão dos países desenvolvidos, onde o ensino médio não tem um programa mínimo obrigatório. A diversificação é vista naqueles países como forma de adequar melhor o ensino à realidade cultural, econômica e social dos estudantes. Não são de estranhar, portanto, as críticas que têm sido feitas à Resolução n.º 2/12. "O Brasil não diversifica e mantém a ideia de que todo mundo tem de fazer a mesma coisa", diz João Batista Araújo e Oliveira, do Instituto Alfa e Beto, depois de classificar o texto da resolução como "erudição boba". "É uma montoeira de matérias. O resultado é que ninguém aprende, só decora. No resto do mundo, há segmentação", afirma o economista Cláudio Moura Castro. "Acredito em soluções mais individualizadas e segmentadas, porque há muitas diferenças", assevera Priscila Cruz, do movimento Todos pela Educação.
Além das altas taxas de evasão, o ensino médio esbarra no despreparo dos alunos - por exemplo, 85% dos estudantes desse ciclo ingressam na 1.ª série da rede pública com um nível de conhecimento equivalente ao da 5.ª série do ensino fundamental. Segundo o MEC, 50,9% dos jovens de 15 a 17 anos não estão matriculados no ensino médio, onde o índice de reprovação é de 13,1%. Dos estudantes que completam as três séries do ciclo, metade obtém média inferior a 4 na prova objetiva do Enem. Ao justificar a Resolução n.º 2/12, alguns membros do CNE alegaram que ela foi um "resultado de opções" e que "nem todo mundo pensa a escola do mesmo jeito". O que eles não conseguiram explicar é por que, em vez de definir diretrizes mais objetivas e realistas, optaram por um palavrório tolo e sem sentido, e por medidas inócuas, que só poderão aprofundar a crise do mais problemático dos três níveis de ensino.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora Pedagógica
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