Colegas, repasso para vocês diferentes avaliações a respeito do trabalho feito por Fernando Haddad no Ministério da Educação. Aguardo opiniões e debate.
Após seis anos e meio à frente do terceiro maior orçamento da Esplanada no Ministério da Educação (MEC), Fernando Haddad entrega a pasta para Aloizio Mercadante, com o intuito de enfrentar o desafio à prefeitura de São Paulo. Durante os próximos meses, o petista perderá a blindagem garantida no período como titular da pasta, principalmente na cobertura das falhas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos últimos três anos. Na campanha paulista, os pontos mais fracos da gestão de Haddad no MEC serão ressaltados e usados como munição pelos adversários políticos. Para especialistas, o maior nó deixado por ele a Mercadante será a erradicação do analfabetismo, que apenas engatinha.
Segundo educadores ouvidos pelo Correio, Haddad não desenvolveu políticas públicas eficientes para erradicar o analfabetismo — principalmente nos índices rurais — nem ações para garantir melhor qualidade no ensino médio. Alguns ainda criticaram a falta de atenção dada a ações voltadas para a melhoria da carreira dos docentes. Para os especialistas, Haddad não pressionou como deveria pela aprovação de um pacto federativo que garantisse o cumprimento do piso nacional dos professores em todos os estados e municípios. “Não houve esforço para a adesão nacional pela valorização do magistério. A lei foi criada, mas não está em vigor”, afirma o professor da Universidade Federal de Pernambuco e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) Mozart Neves Ramos.
A diretora executiva da organização Todos Pela Educação, Priscila Cruz, afirma que o ministro não investiu em medidas de combate à desigualdade educacional. “Mercadante terá que compensar. Principalmente com políticas voltadas para a população rural, que ainda é extremamente vulnerável”, afirma. Para o especialista João Batista, do Instituto Alfa e Beto (IAB), Haddad estabeleceu diretrizes equivocadas para a alfabetização. Já o professor Mozart avalia que faltou criar um indicador nacional para alfabetização de crianças. “É a única estratégia para termos saltos de aprendizagem”, vaticina.
O Enem foi novamente criticado. Segundo a diretora do Todos Pela Educação, a prova precisa sofrer ajustes na próxima gestão. “A comunicação tem que ser mais transparente. O mistério gera um clima de insegurança entre os alunos, professores e pais. É preciso estruturar melhor a logística do exame. Talvez o erro tenha sido a ambição com que se transformou o Enem”, destaca Priscila. Já o professor do Centro de Educação da Universidade de Santa Maria (UFSM) Eduardo Terrazzan acredita que o Enem representa um retrocesso, já que deixou de ser um indicador de qualidade do ensino médio.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora Pedagógica - Curso G9
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