Educação Permanente

Educação Permanente

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Inclusão de crianças com deficiência no ensino regular

Há um lobby em curso no Congresso Nacional que pode levar à segregação de estudantes com deficiência nas chamadas escolas especiais. Pesquisas científicas e a experiência mostram que os alunos com deficiência aprendem mais em ambientes inclusivos – e não apenas seus colegas, como toda a comunidade, ganham com o convívio. A inclusão escolar é também o melhor antídoto contra a discriminação e, por isso, nos países desenvolvidos já é prática desde os anos 70. Embora ainda precise melhorar muito, o Ministério da Educação tem se esforçado para receber esses novos alunos na rede de ensino. Cada vez mais, eles estão saindo de casa ou deixando as escolas especiais e migrando para o ensino regular. Prova disso é que houve um impressionante aumento de quase 1.000% das matrículas de alunos com deficiência nas escolas entre 1998 e 2010. Mesmo assim, ao invés de concentrar os esforços em garantir a qualidade necessária para que os estudantes que estão sendo incluídos progridam em salas de aula comuns, o lobby das instituições assistenciais que se dizem representantes das pessoas com deficiência como Apaes, Pestalozzis e outras no Congresso Nacional é na direção contrária. E é também na contramão da lei e dos direitos humanos o posicionamento dos senadores da comissão de educação, que apoiam o texto defendido pelas escolas especiais. Mas por que a inclusão não interessa às entidades filantrópicas? A resposta é simples – os recursos governamentais que as mantém são pagos per capita, e requerem que os usuários estejam lá dentro. Quando são incluídos, a verba se vai. Desesperados, os dirigentes e seus padrinhos políticos têm provocado campanhas para aterrorizar os pais, dizendo que seus filhos vão ficar sem escola. A receita tem dado certo. Não houve um senador sequer, nem dos mais progressistas, que tenha ousado elevar sua voz contra as Apaes. Mas afinal, senhores senadores, o que o PNE trará de concreto e afirmativo para a educação inclusiva das crianças e jovens com deficiência e para o combate à discriminação nos próximos 10 anos? Qual é a mudança proposta pelos senhores? Algum avanço ou só mesmo a volta à segregação de seres humanos? Leonardo Sakamoto - UOL Educação - 12/11/2013 - São Paulo, SP

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

TEORIA DAS JANELAS PARTIDAS

Publicado em 25/08/2013 por Clínica Alamedas Há alguns anos, a Universidade de Stanford (EUA), realizou uma experiência de psicologia social. Deixou duas viaturas idênticas, da mesma marca, modelo e até cor, abandonadas na via pública. Uma no Bronx, zona pobre e conflituosa de Nova York e a outra em Palo Alto, uma zona rica e tranquila da Califórnia. Duas viaturas idênticas abandonadas, dois bairros com populações muito diferentes e uma equipe de especialistas em psicologia social estudando as condutas das pessoas em cada local. Resultou que a viatura abandonada em Bronx começou a ser vandalizada em poucas horas. Perdeu as rodas, o motor, os espelhos, o rádio, etc. Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram.Contrariamente, a viatura abandonada em Palo Alto manteve-se intacta. Mas a experiência em questão não terminou aí. Quando a viatura abandonada em Bronx já estava desfeita e a de Palo Alto estava há uma semana impecável, os pesquisadores partiram um vidro do automóvel de Palo Alto. O resultado foi que se desencadeou o mesmo processo que o de Bronx, e o roubo, a violência e o vandalismo reduziram o veículo ao mesmo estado que o do bairro pobre. Por quê que o vidro partido na viatura abandonada num bairro supostamente seguro, é capaz de disparar todo um processo delituoso? Evidentemente, não é devido à pobreza, é algo que tem que ver com a psicologia humana e com as relações sociais. Um vidro partido numa viatura abandonada transmite uma ideia de deterioração, de desinteresse, de despreocupação. Faz quebrar os códigos de convivência, como de ausência de lei, de normas, de regras. Induz ao “vale-tudo”. Cada novo ataque que a viatura sofre reafirma e multiplica essa ideia, até que a escalada de atos cada vez piores, se torna incontrolável, desembocando numa violência irracional. Baseados nessa experiência, foi desenvolvida a ‘Teoria das Janelas Partidas’, que conclui que o delito é maior nas zonas onde o descuido, a sujeira, a desordem e o maltrato são maiores. Se se parte um vidro de uma janela de um edifício e ninguém o repara, muito rapidamente estarão partidos todos os demais. Se uma comunidade exibe sinais de deterioração e isto parece não importar a ninguém, então ali se gerará o delito. Se se cometem ‘pequenas faltas’ (estacionar em lugar proibido, exceder o limite de velocidade ou passar com o sinal vermelho) e as mesmas não são sancionadas, então começam as faltas maiores e delitos cada vez mais graves.Se se permitem atitudes violentas como algo normal no desenvolvimento das crianças, o padrão de desenvolvimento será de maior violência quando estas pessoas forem adultas. Se os parques e outros espaços públicos deteriorados são progressivamente abandonados pela maioria das pessoas, estes mesmos espaços são progressivamente ocupados pelos delinquentes. A Teoria das Janelas Partidas foi aplicada pela primeira vez em meados da década de 80 no metrô de Nova York, o qual se havia convertido no ponto mais perigoso da cidade. Começou-se por combater as pequenas transgressões: lixo jogado no chão das estações, alcoolismo entre o público, evasões ao pagamento de passagem, pequenos roubos e desordens. Os resultados foram evidentes. Começando pelo pequeno conseguiu-se fazer do metrô um lugar seguro. Posteriormente, em 1994, Rudolph Giuliani, prefeito de Nova York, baseado na Teoria das Janelas Partidas e na experiência do metrô, impulsionou uma política de ‘Tolerância Zero’. A estratégia consistia em criar comunidades limpas e ordenadas, não permitindo transgressões à Lei e às normas de convivência urbana. O resultado prático foi uma enorme redução de todos os índices criminais da cidade de Nova York. A expressão ‘Tolerância Zero’ soa a uma espécie de solução autoritária e repressiva, mas o seu conceito principal é muito mais a prevenção e promoção de condições sociais de segurança. Não se trata de linchar o delinquente, pois aos dos abusos de autoridade da polícia deve-se também aplicar-se a tolerância zero. Não é tolerância zero em relação à pessoa que comete o delito, mas tolerância zero em relação ao próprio delito.Trata-se de criar comunidades limpas, ordenadas, respeitosas da lei e dos códigos básicos da convivência social humana. Essa é uma teoria interessante e pode ser comprovada em nossa vida diária, seja em nosso bairro, na rua onde vivemos. A tolerância zero colocou Nova York na lista das cidades seguras. Esta teoria pode também explicar o que acontece aqui no Brasil com corrupção, impunidade, amoralidade, criminalidade, vandalismo, etc. Reflita sobre isso!

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Carta da ativista brasileira presa na Rússia

Vale a pena ler a carta. O alerta e o apelo que ela faz são comoventes. Segue a íntegra da carta de Ana Paula Maciel: “Queridos leitores, Me chamo Ana Paula e sou um dos 30 ativistas presos aqui na Rússia. Hoje faz um mês que nos retiraram de nosso amado navio Arctic Sunrise e, depois de dois dias em uma cadeia, três em outra, agora estou sentada em minha cela na penitenciária para onde nos trouxeram dia 29 de setembro. Tudo isso depois de um protesto pacífico onde queríamos chamar a atenção do mundo sobre os perigos de danos ambientais ao perfurar em busca de petróleo no Ártico. Um mês que nossas vidas pararam, aqui sozinhos, tive tempo pra parar e pensar e lhes pergunto, caros leitores: quantos produtos derivados de petróleo você usou nesses último mês? Derivados de petróleo são usados para fabricar muitas coisas e, sendo “coisas” consumíveis, sofrem sob o efeito “procura e demanda” que as pessoas ávidas pelo consumo compram, utilizam e descartam com uma rapidez sem precedentes nos dias de hoje. Nosso planeta, o que chamamos de casa, o único que conhecemos com vida, está em crise e precisamos fazer algo individualmente, todos os dias. Creio que não estariam indo procurar petróleo no Ártico se não houvesse quem o utilizasse. Se fôssemos mais preocupados em ser do que ter, usaríamos menos petróleo, a natureza estaria sob menores riscos, os protestos pacíficos não seriam necessários, eu não estaria presa injustamente... Nem tenho palavras para agradecer a todas as pessoas que se importam e que clamam por nossa liberdade. Gostaria de agradecer especialmente o apoio do governo e do povo brasileiro que têm se mostrado incansáveis em seu suporte pela minha liberdade. Clara Solon, da embaixada do Brasil na Rússia é quase uma segunda mãe para mim. Tem sido impecável em suas visitas, presença na corte, apoio psicológico e tudo o que está a seu alcance. Gostaria de fazer um apelo ao mundo e aos que se importam: Salvem o Ártico! Consumam menos para serem mais, usem sacolas reutilizáveis, apaguem as luzes ao não usá-las, procurem produtos com menos embalagem, usem mais as pernas e menos os carros. Você não é o seu telefone celular, ele não diz nada sobre suas virtudes, você não precisa do último modelo. Separe o lixo, recicle, conserte o que quebrar em vez de comprar outro, informe-se. Existem tantas mil pequenas ações que podem ser feitas todos os dias para salvar o Ártico, a Amazônia, os recifes de corais e todo o resto. Basta escolhermos bem o que comprar. Nós todos e cada um de nós somos responsáveis pela mudança! Promete que vai tentar. E eu vou saber que esse mês presa não foi em vão. Com amor, Ana.”

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Torneio Internacional de Matemática - Brasil em 1º lugar

Brasil conquista 1ª lugar em torneio internacional de Matemática Além do ouro por equipe, brasileiros conquistaram três medalhas de prata na 28ª Olimpíada Ibero-Americana de Matemática RIO - O Brasil conquistou o primeiro lugar na classificação geral da 28ª Olimpíada Ibero-Americana de Matemática, que ocorreu no Panamá desde o último dia 22 e que se encerrou hoje (27), reunindo 78 estudantes de 20 países da América Latina, Espanha e de Portugal. A equipe, formada por quatro estudantes, conseguiu o título na disputa por equipes, além de conquistar uma medalha de ouro e três de prata. O país tem um bom retrospecto na competição, conseguindo pelo segundo ano consecutivo a primeira colocação, desta vez com 158 pontos. Portugal fez o segundo melhor resultado, com 154 pontos, seguido pelo México, com 153 pontos. Os estudantes fizeram individualmente seis problemas em dois dias de prova, que envolviam álgebra, teoria dos números, geometria e análise combinatória. Entre os quatro estudantes do time brasileiro está Rodrigo Sanches Ângelo, de São Paulo, que conseguiu pontuação máxima na resolução da prova, 42 pontos, e ficou com a medalha de ouro. Franco Matheus de Alencar (RJ), Victor de Oliveira Reis (PE) e Rafael Kazuhiro Miyazaki (SP) conseguiram a prata com 41, 40 e 35 pontos, respectivamente. A equipe foi acompanhada pelos professores Eduardo Wagner (RJ) e Pablo Rodrigo Ganassim (SP). A próxima edição da Olimpíada Ibero-Americana ocorrerá em Honduras, com participantes de, no máximo, 18 anos. A equipe nacional é selecionada a partir dos melhores classificados na Olimpíada Brasileira de Matemática AGÊNCIA BRASIL (Email · Twitter) Publicado: 27/09/13 - 18h14min

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Educação Espartana X Educação Ateniense

Muitas pessoas me solicitam o quadro comparativo entre a educação ateniense e a educação espartana. Posto novamente para quem quiser pesquisar.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

MUDANÇAS NA EDUCAÇÃO EM SP

Após 21 anos, alunos de São Paulo terão lição de casa, nota e boletim Karina Yamamoto - Do UOL, em São Paulo - Terra Educação - 15/08/2013 - São Paulo, SP O prefeito Fernando Haddad (PT) e o secretário de Educação César Callegari (PSB) apresentam, na manhã desta quinta-feira (15), um novo programa para a rede municipal de ensino. Chamado `Mais Educação São Paulo`, o pacote de iniciativas faz clara referência ao programa de ensino integral do governo federal criado por Haddad enquanto ministro. As escolas públicas municipais terão um novo regimento geral que mudará a rotina dos estudantes e professores: provas a cada dois meses (bimestrais), lição de casa, notas de 0 a 10 e boletim que poderá ser consultado pelos pais na internet. `[O programa] procura resgatar ideias boas e velhas e [acrescentar] ideias boas e novas`, afirmou o prefeito Fernando Haddad. `[É uma] combinação virtuosa, com resgate de uma escola que passou por um suposto processo de modernização.` As mudanças passam a valer a partir de 2014 e o texto está sob consulta pública (com recebimento de sugestões de mudança) até o dia 15 de setembro. A adesão mais ampla ao programa federal de educação integral (Mais Educação) e a implantação de uma rede de formação de professores com cursos semi-presenciais (por meio de um outro programa federal, a UAB - Universidade Aberta do Brasil) são outras `ideias boas e novas` na concepção do `Mais Educação São Paulo`. Postado por Profª Marcia Gil

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Paraíso dos incompetentes é o inferno dos cidadãos

Segue abaixo um texto de Dimenstein, discorrendo sobre a importância de bons gestores na escola. Recomendo a pedagogos, em especial, e à comunidade escolar em geral. Gilberto Dimenstein - Folha de São Paulo - 01/08/2013 - São Paulo, SP O governo de São Paulo informa que pretende remover diretores de escolas considerados incompetentes - e, agora, pretende definir o que significa ser um diretor de escola incompetente. Aguarde, caro leitor, para ver a reação contrária das corporações, em geral avessas à meritocracia. Apenas a existência dessa discussão já mostra como o poder público, onde impera a estabilidade, é o paraíso dos incompetentes. Você consegue imaginar um técnico de futebol ficar indefinidamente mesmo que o time nunca consiga ganhar? Ou um executivo que não seja afastado se a empresa revelar falhas de gestão? Numa escola pública assim: o diretor é praticamente imexível. Por quê? Por dois motivos: 1) os pais e a sociedade ainda não se mobilizam, como deveriam, pela melhoria da educação pública; 2) o poder público é o paraíso dos incompetentes. O paraíso dos incompetentes é o inferno dos cidadãos. E, no final, quem paga a conta são sempre os mais pobres. Visitando escolas públicas ao redor do mundo, vi o seguinte. Não se faz uma boa escola apenas com um bom diretor. Mas, sem ele, não existe boa escola. Por isso, um dos melhores investimentos é formar diretores que sejam bons gestores.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Pressão na Escola

Professora afastada de colégio militar por discordar de livro didático ganha na Justiça direito de dar aulas FELIPE BÄCHTOLD - Folha de São Paulo - 23/07/2013 - São Paulo, SP Uma professora de história do Colégio Militar de Porto Alegre conseguiu na Justiça Federal o direito de retomar suas funções na escola após ser afastada por discordar do uso em sala de aula de um livro didático pró ditadura. Silvana Schuler Pineda, 50, se recusou a adotar em classe obras da `Coleção Marechal Trompowsky`, em que são omitidas, diz ela, violações aos direitos humanos, assassinatos e tortura promovidas pelas Forças Armadas durante o regime militar (1964-1985). A professora, que integra o quadro de servidores civis da instituição, foi retirada em abril das aulas do nono ano e realocada em um curso preparatório, de frequência opcional, e também em tarefas de planejamento. Antes disso, ela diz ter feito críticas ao livro em uma reunião de professores, na qual mencionou que a Associação Nacional de História contesta o uso da obra nas escolas. Na ocasião, também pediu que a direção confeccionasse um documento reafirmando por escrito a obrigatoriedade do uso do livro didático em sala de aula. `Passei a sofrer pressão: ou eu voltava atrás ou seria punida`, diz a professora. Os livros da série são editados pela Biblioteca do Exército. Segundo Silvana, o golpe de 1964 é explicado como necessário para resguardar a democracia no país diante do avanço do comunismo no governo de João Goulart. `É um colégio militar, mas não posso deixar do lado de fora meus direitos e cidadania quando entro para trabalhar`, diz ela. A professora também vê no afastamento uma retaliação por sua atuação em uma associação de servidores civis e afirma ainda que não é a única na escola a criticar a obra. A decisão que determinou a volta ao trabalho original foi tomada no início do mês, mas ela só reassumirá as aulas após o fim do recesso escolar de julho. O juiz federal Gabriel von Gehlen escreveu em despacho que o afastamento foi uma `sanção velada`. A reportagem não localizou representantes do colégio para comentar o assunto. O Comando Militar do Sul informou que não teria como se manifestar nesta segunda-feira (22). À Justiça Federal o comando do Exército, por meio da Advocacia-Geral da União, afirmou que o ensino militar tem legislação própria e que possui a finalidade de `promover a educação afinada com tradições` da corporação e de despertar vocações para a carreira na área. Argumentou ainda que apenas fez uma `redistribuição da carga horária` da professora, a quem chamou de `intransigente`.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Polidez na Escola

Virtude da polidez Rosely Sayão - Folha de São Paulo - 09/07/2013 - São Paulo, SP Uma pesquisa publicada em portais de notícias chamou minha atenção. Por meio dela, fiquei sabendo que diretores de recursos humanos de 19 países, entre eles o Brasil, consideram que a maioria dos profissionais não se veste de forma adequada para o trabalho. O interessante é notar que a média brasileira é maior do que a geral nessa questão: 9% é a média mundial dos diretores que afirmaram ver profissionais mal vestidos com muita frequência e 42%, a média dos que viram o fenômeno ocorrer com certa frequência. No Brasil, os índices registrados foram de 22% e 54%, respectivamente. Essa notícia me lembrou algumas situações semelhantes que já acompanhei no espaço escolar. Por exemplo: não é raro o constrangimento de coordenadores e diretores quando notam que professoras, principalmente da educação infantil, vão para o trabalho com calças de cintura baixa. Como as professoras sentam-se no chão regularmente com seus alunos, acabam deixando descobertas partes do corpo que deveriam estar protegidas do olhar do outro nesse tipo de situação. E criança pequena não perdoa: `Mãe, eu vi o cofrinho da professora hoje!`, disse em altos brados um garoto de quatro anos assim que sua mãe chegou para buscá-lo. O curioso é que coordenadores e diretores não sabem muito bem como conversar com os professores a esse respeito. Do mesmo modo, gestores escolares também não sabem como agir quando alunas do ensino médio vão para a aula excessivamente maquiadas e com roupas com decotes generosos, justas e curtas. Definir uniforme? Proibir certas roupas? Fazer o quê? A esse tipo de comportamento somam-se outros. Um exemplo é quando alunos de oito, nove anos, em plena aula, se distraem por intermináveis minutos com o dedo no nariz. Novamente, professores ficam constrangidos e não sabem se devem ou não interferir. A questão permanece em aberto sem uma boa solução, até agora, para as escolas que enfrentam esses tipos de problema. Por que elas não pensam em debater a questão com docentes e alunos à luz do conhecimento? Essas situações me levaram de volta à leitura deliciosa de um livro que li pela primeira vez há uns dois anos: `A História da Polidez`, de Frédéric Rouvillois. A polidez, mesmo sendo considerada por muitos autores como uma virtude menor quando comparada a outras, é necessária para a boa convivência social, além de ser a porta de entrada para as chamadas grandes virtudes. A Revolução Francesa foi um marco na transformação de comportamentos sociais; hoje, com a existência de celulares, da internet e de uma informalidade radical nos relacionamentos interpessoais, tanto familiares quanto públicos, as normas da boa educação mudaram mais ainda. Entretanto, nos resta uma boa pergunta: e a polidez no sentido de civilidade, ou seja, no que se refere à boa convivência, ao respeito ao outro, a quantas anda? Famílias e escolas têm se ocupado dessa questão na educação dos mais novos? Certamente ganhamos muito com a transformação das rígidas e precisas regras de etiqueta que já tivemos de atender. Mas a reclamação constante de barulho, do desrespeito de regras básicas de trânsito, da grosseria no trato interpessoal nos apontam a necessidade de rever a educação para a virtude da polidez. As escolas, por exemplo, poderiam abrir a discussão com seus alunos sobre a adequação das vestimentas em situações diversas, só para voltar ao assunto do início de nossa conversa. E uma boa provocação inicial poderia ser a letra da música `Com que roupa?`, de Noel Rosa. Postado por Profª Marcia Gil de Souza

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Manifestações de Rua - sociedade articulada

Multidões em protesto Hélio Schwartsman - Folha de São Paulo - 19/06/2013 - São Paulo, SP Que diabos está acontecendo, é o que todos se perguntam. É verdade que ninguém entendeu direito o que levou multidões de jovens (e alguns não tão jovens) a, de uma hora para outra, protestar nas ruas de todo o Brasil, mas também não estamos diante de um monstro alienígena. Manifestações e confrontos existem desde que surgiram as primeiras cidades, alguns milhares de anos atrás, e, mesmo na versão moderna, em que são convocados pelas mídias sociais, ocorrem de forma relativamente corriqueira. No presente momento, além do Brasil, há protestos em massa ocorrendo na Turquia e na Bulgária. Poucas semanas atrás, era a civilizada polícia sueca que enfrentava a ira de manifestantes em Estocolmo e outras cidades. Se estendermos o horizonte de tempo para incluir os últimos quatro anos, a lista de países afetados pula para quase uma centena, abarcando desde a Primavera Árabe até o `Occupy` e os indignados. Foram atingidas desde nações miseráveis como Malaui e Bolívia até as maiores economias do planeta. Embora cada um desses movimentos tenha uma gênese e uma pauta diferentes e únicos, há algumas lições que podemos tirar do agregado de experiências. É claro que, em princípio, tudo pode ocorrer. Mas, se os seres humanos que protestam têm algo em comum uns com os outros, como se imagina que tenham, a tendência é que o movimento comece em breve a arrefecer. Manter a mobilização é energeticamente dispendioso. Manifestações dão trabalho, impõem um ônus às cidades que as hospedam e acabam enjoando. A primeira passeata é divertida e a gente nunca esquece, mas a quinta já é aborrecida. É certamente possível estender uma série de protestos quando eles têm um objetivo claro e mais ou menos unânime, como derrubar um ditador, mas, se o que os motiva é uma insatisfação difusa, como parece ser o caso aqui, isso fica mais difícil. Se as autoridades não voltarem a cometer erros como reprimir manifestantes pacíficos, que são a esmagadora maioria, catalisam esse processo. Massas são uma coisa meio esquisita. Os especialistas que estudam a psicologia das multidões ainda não chegaram a um consenso sobre como elas se comportam, mas levantaram alguns problemas e `insights` interessantes. A primeira e mais óbvia questão é: no que o grupo difere do indivíduo? Várias respostas foram ensaiadas. Para uma corrente, as diferenças são mais de grau do que de natureza. Se as três emoções humanas fundamentais são medo, alegria e raiva, quando aplicadas a multidões elas se tornam, respectivamente, pânico, júbilo e hostilidade. Há, entretanto, escolas que pensam que o comportamento de massa leva as pessoas a fazer o que jamais fariam se estivessem sozinhas. Fico com o segundo grupo. Numa espécie hipersocial como a nossa, são formidáveis os efeitos que indivíduos produzem uns sobre os outros, levando a formas insuspeitas de emergência. Como tentei mostrar na coluna publicada na edição impressa da Folha de ontem, juntar um bocado de gente para fazer uma coisa pode trazer grandes vantagens, mas também envolve riscos. Os limites entre a sabedoria e a loucura das multidões são tênues. Há ganhos óbvios como a multiplicação de forças e a possibilidade de divisão do trabalho (com aumento da produtividade) que nem vale a pena explorar. Mas existe também um efeito mais sutil que gostaria de desenvolver. Trata-se do bônus da agregação. Em 1906, sir Francis Galton, o polêmico e genial primo de Darwin, conduziu um experimento dos mais interessantes. Ele visitara uma feira agrícola e viu que haviam organizado um concurso no qual as pessoas deveriam adivinhar o peso de um bezerro. Exatas 787 pessoas responderam e nenhuma acertou. Mas, como constatou Galton, a média dos palpites, 1.197 libras, ficou a apenas 0,08% do peso aferido, que era de 1.198 libras. Curiosamente, Galton, que era um aristocrata com tendências fortemente elitistas, teve de dar o braço a torcer. `O resultado parece dar mais crédito à confiabilidade do juízo democrático do que se poderia esperar`, escreveu. O mecanismo em ação é o da eliminação. As estimativas mais extremas tendem a anular umas às outras e o que sobra é um palpite que faz sentido. A pergunta, então, é: por que não escolhemos o melhor governante com uma precisão de 0,08% em eleições de verdade? O economista Brian Caplan tem uma resposta convincente. Para ele, o milagre da agregação funciona apenas para eliminar erros aleatórios, cuja distribuição é gaussiana, mas se torna inútil para evitar os erros sistemáticos, que são aqueles em que a maioria das pessoas, provavelmente devido a vieses cognitivos, vai para o mesmo lado. A democracia não nos salva de nossas obsessões nem dos demagogos, ainda que tenha o dom de extirpar as posições mais radicais --o que não é pouca coisa. Do lado negativo, a conta também pode ficar bastante salgada. Não são poucas nem inócuas as chamadas patologias do pensamento de grupo. Uma delas é a polarização. Se você juntar um punhado de pessoas com opiniões semelhantes e deixá-las conversando por um tempo numa sala, o grupo sairá com ideias mais parecidas e mais radicais. É assim que surgem as organizações terroristas e, nas manifestações, a disposição de enfrentamento que por vezes descamba no vandalismo. Minha hipótese é que a internet, ao permitir a criação de comunidades virtuais de pessoas com convicções bem exóticas e raras, contribui para uma certa radicalização da paisagem ideológica, mas nada que a democracia não possa curar. Outra moléstia de grupo importante é a conformidade. Multidões têm o hábito de suprimir o dissenso. Isso explica várias coisas, desde as caças às bruxas e a perseguição de minorias até o sucesso das religiões. Num comício, frases como `sem violência` até funcionam, desde que os que advogam pelo quebra-quebra não formem uma massa concentrada o bastante para considerar-se um grupo à parte. Vale mencionar ainda a animosidade. Ponha um corintiano e um palmeirense numa sala e mande-os discutir futebol. Eles discordarão, mas provavelmente se tratarão com certa civilidade. Entretanto, se você colocar cem torcedores rivais de cada lado, quase certamente produzirá uma batalha campal. Vimos isso acontecendo na quinta-feira passada em São Paulo, quando policiais do batalhão de choque avançaram sobre manifestantes tranquilos menos por cumprimento do dever do que por vê-los como um grupo antagônico que era preciso derrotar. Aonde isso nos leva? Qual o sentido desses protestos e o que eles podem fazer por nós? Sou simpático à causa, mas me reservo o direito de guardar uma saudável dose de ceticismo. Não penso que virá daqui a revolução redentora. Como já disse, a mobilização não vai durar para sempre. Pleitos específicos como a redução de tarifas poderão ser atendidos em determinadas praças. Não sei se sou muito a favor disso. As manifestações, como é óbvio, não criam dinheiro, que terá de sair de outras rubricas se não quisermos pagar mais impostos. Quanto de subsídio o setor público deve conceder ao transporte público é uma questão aberta a debate. De minha parte, penso que transporte e saúde funcionam como despesas de custeio. Não há como evitá-las, mas, se for para escolher uma prioridade, minha preferência é a educação, que é a única das grandes áreas que pode ser encarada como investimento no futuro. O que vejo de bom nos protestos é que eles sugerem que se está constituindo no Brasil uma sociedade civil um pouco mais articulada, que cobra seus governantes e os mantém sob pressão. Cada vez mais acredito na teoria de que o que distingue os países que dão certo das nações fracassadas é a existência de instituições que promovem o poder político dos cidadãos e lhes permitem tirar proveito das oportunidades econômicas. Uma classe média exigente que se faça ouvir pelos dirigentes é um elemento importante dessa institucionalidade positiva. Mas não nos enganemos. Já vimos a tal da sociedade civil surgir antes nas diretas já e no impeachment de Collor, apenas para submergir por vários anos antes de reaparecer. O descompasso aqui é entre o horizonte de nossas expectativas, que operam na escala dos meses e anos, e o da constituição de estruturas sociais democráticas, que obedece ao ciclo das décadas e gerações. Postado por Marcia Gil de Souza

quarta-feira, 6 de março de 2013

Jovens são emancipados para fazer supletivo e pular o ensino médio Marília Banholzer - Do NE10 - Jornal do Commercio - 06/03/2013 - Recife, PE Até que ponto um adolescente de 16 anos tem maturidade para enfrentar o ritmo de uma universidade? E mais: deixar de cursar e vivenciar o último ano do ensino regular? Esse questionamento se tornou pertinente desde que jovens menores de idade passaram a alcançar boas notas nos principais vestibulares do País, ainda no primeiro ou segundo ano do ensino médio. A discussão ganha força a partir do momento que a demanda de pedidos de emancipação dos jovens chega a dobrar nos cartórios do Recife no período entre dezembro e fevereiro, meses em que são divulgados os listões das universidades. Segundo o analista notorial da 1º Ofício de Notas do Recife (Cartório Andrade Lima), Rafael Selva, é muito comum que nesse período do ano os pais tentem emancipar os filhos por questões relativas ao vestibular. `Em geral eles querem que o filho faça o supletivo ou possa morar sozinho em outro estado, mesmo sendo menor de idade`, afirma o analista. A reportagem do NE10 entrou em contato com diversos cartórios do Recife e em todos a informação era de que o fluxo de pedidos de emancipação é pequeno durante todo o ano (dois ou três por mês para cada cartório da cidade). No início do ano, porém, há um aumento de mais de 50% na procura. Há dois anos, a jovem Tamires Coutinho, na época com 16 anos, foi emancipada. O objetivo da medida era possibilitar que a menina fizesse um supletivo e tivesse acesso à sua ficha 19, documento emitido quando o estudante completa o ensino médio. No entanto, o código civil prevê que apenas os maiores de 18 anos podem passar pela prova que elimina a passagem do estudante pela escola. No caso dos estudantes menores de idade é necessário que eles sejam emancipados para que possam fazer a prova. A ideia de ser emancipada para se submeter ao supletivo surgiu depois que a jovem conseguiu alcançar uma boa nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mesmo quando ainda cursava o 2º ano do ensino médio. `Quando conferi o gabarito da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) vi que a nota seria boa e que conseguiria uma vaga. Fui ver como eu poderia já ingressar na universidade sem precisar cursar o 3º ano do ensino médio. A verdade é que eu não queria passar mais um ano estudando e vivendo aquela pressão [do vestibular]`, explica. Tamires diz ainda que todo o processo foi muito fácil. `Meus pais me levaram num cartório em Jaboatão dos Guararapes, fizemos a emancipação, fui para a Paraíba fazer um supletivo de um mês e já voltei com a ficha 19. Aí foi só me matricular na UFPE`, relembra. Hoje a jovem está com 18 anos e cursa o 4º período do curso de jornalismo. No total, são oito períodos, o que significa que ela estará formada e pronta para o mercado de trabalho aos 20 anos. Para Tamires, ter `pulado` o 3º ano não foi um problema. O fato de ter ingressado no ensino superior tão jovem também não. Porém, a universitária ressalta que conhece pessoas que fizeram o mesmo caminho mas não se adaptaram à nova rotina. `Conheço pessoas que não entenderam o que é estar na universidade. Muitas desistiram porque no final das contas nem sabiam se o curso que queriam era aquele mesmo. Acho que depende de cada um`, avalia. Essa antecipação de entrada no nível superior de ensino causa preocupação aos educadores. Contrária ao `atalho` feito no ensino médio, a psicopedagoga Jaidenise Azevêdo avalia que essa estratégia é um perigo para a evolução do estudante. `Podemos comparar com uma criança que pula de série na escola. Em geral não dá certo e a criança não se adapta`, ressalta a especialista. Jaidenise também ressalta que mesmo que o jovem passe pela universidade sem maiores problemas, não significa que ele estará preparado para as cobranças do mercado de trabalho. `A nossa sociedade precisa parar de ter tanta pressa. Não podemos atropelar os estágios pelos quais temos que passar para amadurecer`, enfatiza. Atenta à essa questão, a Secretaria de Educação de Pernambuco não aceita que os jovens menores de 18 anos façam as provas de supletivo, mesmo que eles tenham sido emancipados em cartório. No entanto, confirma que nada pode fazer em relação às fichas 19 emitidas em outros estados, como o que aconteceu com Tamires Coutinho, que teve seu documento de conclusão do ensino médio emitido na Paraíba, por meio de supletivo. A assessoria da Secretaria de Educação do Estado informou ainda que só permite que um menor de idade passe pelas provas de supletivo em Pernambuco por intermédio de uma emancipação conquistada na Justiça. No entanto, o juiz da 1ª Vara da Família da Capital, Clicério Bezerra, revela que são raros os pedidos dessa natureza. `Não me recordo de nenhum caso desse tipo no ano passado, por exemplo`, comenta. Este ano, a professora Adriana Correia entrou na Justiça pernambucana para conseguir que o filho de 17 anos entrasse na universidade sem cursar o último ano da escola. O jovem Samuel Celestino passou em 14º lugar geral do curso de engenharia civil da Universidade Federal do Ceará (o terceiro melhor do País) mas não foi autorizado a cursar o ensino superior. Ela explica que fez a emancipação do rapaz, mas não buscou o supletivo baseada nas regras impostas pelo Enem. `O edital do Enem diz que basta ser maior de 18 anos e alcançar a pontuação mínima. Meu filho tirou notas muito boas. Mas não foi autorizado pela justiça por causa da idade, mesmo eu tendo feito a emancipação dele`, reclama. Adriana ressalta que Samuel estuda no Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) e por causa do estilo diferenciado de ensino das escolas técnicas para as regulares, ele já teria cumprido a carga horária referente ao ensino médio completo. `Meu filho está preparado para a universidade e com boa notas. É um absurdo que pessoas que entrem em filas de espera e tirem notas menores consigam entrar e ele não.` De acordo com a professora, o jovem ficou triste e desestimulado a ver o sonho de entrar na UFC ir por água abaixo. `Ele também passou na UFPE, mas a gente nem tentou mais nada. Agora ele só quer saber de fazer o último ano no IFPE e tentar o vestibular novamente.` EMANCIPAÇÃO - O advogado especialista em direito da família João Bosco de Albuquerque explica que a emancipação não torna o jovem maior de idade. `Na verdade, ele ganha alguns direitos e deveres. Entre os direitos está o de poder concorrer em concursos públicos ou fazer provas como o supletivo. Mas ele não pode tirar uma carteira de habilitação, por exemplo`, ressalta o advogado. Ainda segundo João Bosco, a emancipação pode ser feita em qualquer cartório de notas e custa uma valor que gira em torno de R$ 140. Apenas no caso de um dos pais não autorizar a emancipação é que o caso vai parar na Justiça para que um juiz avalie a maturidade do jovem em questão.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O Globo - 11/01/2013 Garotinho perde boneco e recebe resposta incrível da Lego Após o sumiço de seu ninja Jay ZX, menino de sete anos escreve carta para a companhia pedindo um substituto Além de repor o brinquedo, empresa responde a carta da criança com muita imaginação O garoto de sete anos Luka Apps gastou todo o dinheiro que ganhou no Natal para comprar o conjunto Ninjago Ultra Sonic Raider da Lego. O problema é que, por serem pequeninhos, os bonecos e peças do brinquedo são muito fáceis de se perder. Apesar do pai ter falado para Luka deixar os brinquedos em casa, o menino levou seu novo ninja Jay ZX às compras. Claro que o boneco acabou caindo do bolso de seu casaco e desaparecendo. Sem querer admitir a derrota, Luka decidiu escrever uma carta para a companhia Lego, dizendo que procurava um substituto para seu ninja perdido. Segundo a emissora ITV, a carta de Luka dizia: “Olá, Meu nome é Luka Apps e eu tenho sete anos de idade. Meu pai acabou de me levar ao Sainsbury’s [uma grande rede britânica de lojas] e me disse para deixar os bonecos em casa, mas eu os levei mesmo assim e perdi o Jay ZX na loja, quando ele caiu do meu casaco. Estou muito chateado por ter perdido ele. Papai disse para eu enviar um e-mail para ver se vocês podem me mandar outro. Eu prometo que não vou levá-lo para a loja de novo. Luka” O garotinho não só recebeu uma resposta da Lego, que repôs o brinquedo, como também ganhou outros presentes da empresa, por sua honestidade. A carta foi escrita por Richard, um representante do departamento de atendimento ao cliente. O funcionário escreveu que havia conversado com Sensei Wu, um mestre da linha de brinquedos Ninjago. “Luka, eu disse ao Sensei Wu que perder o seu boneco Jay foi somente um acidente e que você nunca, nunca vai deixar que isso aconteça de novo. Ele pediu para que eu lhe dissesse: “Luka, seu pai parece um homem muito sábio. Você deve sempre proteger seus bonecos Ninjago como os dragões protegem as Armas de Spinjitzu!”. Sensei Wu também me disse que eu posso lhe enviar um novo Jay e que eu posso incluir alguns itens extras, porque qualquer um que guarda o dinheiro que ganhou de Natal para comprar o conjunto Ninjago Ultra Sonic Raider deve ser um grande fã da linha Ninjago. Então, espero que você se divirta com seu boneco Jay e todas as suas armas. Você, na verdade, terá o único boneco Jay que combina três Jays diferentes em um só! Eu também vou lhe enviar um cara mau com quem ele possa lutar. Mas lembre-se do que Sensei Wu disse: mantenha seus bonecos protegidos como as Armas de Spinjitzu! E, é claro, sempre ouça o seu pai”. A resposta inteligente e sensível da Lego está rodando o globo e comovendo todo o mundo. Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/megazine/garotinho-perde-boneco-recebe-resposta-incrivel-da-lego-7265025#ixzz2HgJ0s6Uz © 1996 - 2013. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização. Profª Marcia Gil

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Prêmio para pesquisador do Sul de MG

Publico uma notícia que me deixou bastante feliz, sobre pesquisador de Itajubá, na área da Educação Física, que foi premiado em Brasília. Pesquisador do Sul de MG é premiado por estudo sobre genes Do G1 Sul de Minas - G1 Globo.com - 18/12/2012 - Rio de Janeiro, RJ Um pesquisador de Itajubá (MG) recebeu nesta terça-feira (18) no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), o maior prêmio brasileiro para jovens pesquisadores. Ele desenvolveu um estudo sobre a eficácia de exercícios no corpo humano. Ele estudou os 25 mil genes do código genético humano e identificou que 2.445 deles são estimulados com a prática de atividade física e passam a agir mais rápido no corpo humano. Ao todo, foram seis anos de pesquisas, estudando as diferenças entre o DNA, saúde e a capacidade física de atletas e pessoas sedentárias. `Tentamos previamente entender quais são aqueles genes que são estimulados e provocados com o estímulo do exercício físico e na sequência identificar alterações nos códigos desses genes que fazem com que algumas pessoas sejam mais resistentes do que outras a perda de massa gorda ou até mesmo a ter maior ou menor dificuldade em ganhar massa muscular frente ao estímulo do exercício físico`, diz Dias, que é formado em educação física pela Unicamp e que atualmente dirige pesquisas sobre o impacto dos exercícios físicos no DNA humano dentro do Instituto do Coração, em São Paulo. O estudo terá impacto no futuro quando analisando os genes de uma pessoa, será possível estimar quanto de exercício físico ela precisa fazer para melhorar a saúde, principalmente quem sofre de problemas no coração ou de obesidade. Também será possível identificar crianças que poderão ser campeãs em determinados esportes. `Todas as funções do organismo são reguladas por genes e nós estamos traçando um mapa daqueles genes que são estimulados pelo exercício físico. Posteriormente será possível dizer o quanto a pessoa tem de potencial para ser beneficiada pelo exercício físico`, completa Dias. Profª Marcia Gil de Souza

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Como melhorar a educação

Posto um artigo do Gilberto Dimenstein, vale a pena ler. O melhor personagem de 2012 ? Gilberto Dimenstein - Folha de São Paulo - 11/11/2012 - São Paulo, SP O ano ainda não acabou, mas já adianto aqui: o melhor personagem de 2012, no Brasil, é Isadora Farber, a menina que, por denunciar na internet sua escola pública em Florianópolis, está sofrendo os mais diversos tipos de pressão. Ela fez mais, muito mais pela educação pública do que muitas celebridades e autoridades. Sua força está em mostrar como se usa a comunicação para melhorar o ensino público (a grande tragédia brasileira) e como cada um, mesmo no seu pequeno ambiente, pode fazer a diferença. Depois dela, muitos jovens passaram a relatar publicamente os problemas de suas escolas pelas redes. Aumentam-se assim a transparência e a pressão, abrindo os muros das escolas. Isadora é, ao mesmo tempo, uma educadora e jornalista, com a habilidade de transmitir informações, mas engajada numa causa. É uma inspiração, portanto, para educadores e jornalistas. Se Isadora é nosso personagem nacional, Malala Yousafzai, a menina paquistanesa que fez da educação de garotas sua luta contra o fundamentalismo religioso, é o personagem mundial. O tiro que ela levou teve mais efeito pedagógico a favor da educação e do estímulo à leitura do que muitas campanhas de governos. Como Isadora, Malala também sabia usar os meios de comunicação. Profª Marcia Gil de Souza

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Preconceito Racial

Ex-modelo que se tornou mendigo reacende o debate sobre preconceito racial no Brasil Alto, de olhos azuis e perambulando pelas ruas de uma cidade no sul do Brasil envolvido numa manta, Rafael Nunes, ex-modelo brasileiro (atualmente conhecido como o mendigo fotogênico de Curitiba), ganhou a atenção internacional depois que sua foto e história alcançaram as páginas do Facebook e do Twitter. Rafael, 30 anos, acabou nas ruas devido ao vício em crack e cocaína, e sua história só foi revelada depois que Indy Zanardo, uma turista, foi por ele abordada e lhe perguntou se podia tirar uma foto. Depois de postar a foto de Rafael no seu mural no Facebook, Indy Zanardo explicou que: Este rapaz chegou ate mim nas ruas de Curitiba e me pediu se eu poderia tirar uma foto dele e eu perguntei para que, ele me respondeu: Para colocar na “radio” quem sabe eu fico famoso :) … Na “radio” eu nao posso por mas aqui no mural do meu Face sim, e ele sera famoso entre meus amigos.
(Foto de Indy Zanardo, compartilhada 54.000 vezes no Facebook) Além da reação geral à sua boa aparência e à terrível história do seu vício em drogas, o debate sobre o caso de Rafael evoluiu para uma discussão de fundo racista a respeito de como a sociedade brasileira só reage com indignação a situações de exclusão social quando os afetados são brancos, com “cara de europeu”. Embora a sociedade brasileira seja uma das mais racialmente diversas do mundo, o topo da pirâmide socioeconômica [en] do país ainda é majoritariamente ocupado por brasileiros brancos, e a maioria dos indicadores sociais relacionados à educação, ao acesso à saúde e ao emprego aponta para uma esmagadora vantagem deste grupo. O blogueiro Robson Fernando Souza, do consciencia.blog.br, argumenta que pouquíssimas pessoas teriam reagido da mesma forma caso se tratasse de um mendigo afro-brasileiro: Em outras palavras, para nossa sociedade, não é normal ver em mendicância e miséria um branco de aparência europeia. Para ela, brancos merecem muito mais do que isso. Mas, por outro lado, negros nas ruas pedindo esmolas e implorando por dignidade é considerado algo mais que normal. Fatima Tardelli, que escreve para o Bule Voador, argumenta que os padrões brasileiros de beleza estão baseados exclusivamente em características que são típicas da mulher e do homem brancos (pele clara, olhos azuis, cabelos lisos). Um claro sinal — perigosamente ignorado pela sociedade — de que existe no Brasil uma percepção racial hierárquica. Exemplificando tal percepção distorcida, ela afirma que: Outras pessoas em vários portais mostraram-se assustadas com o fato de um homem branco ‘bonito’ ser mendigo, chegaram a dizer que era golpe de marketing ou viral. Alguém já pensou do porquê desse ‘susto’? Um outro sinal dessa negação social é que a discussão no Twitter girou basicamente em torno de que Rafael deveria estar num desfile de moda, e não nas ruas. Pouquíssimos pareceram ter compreendido a questão social central que torna um sem-teto branco de olhos claros uma sensação enquanto que há milhares de mendigos negros e mestiços que são “invisíveis” aos olhos da sociedade brasileira. No Twitter, a jornalista Jéssica Batista (@jessicabatista) ironicamente destacou como, em casos como este, existem “dois pesos e duas medidas”: O mendigo de Curitiba foi pra rehab. Legal. Mas só pq era branco de olho claro e todos ficaram com dó. CLAP CLAP CLAP Certamente é positivo que a reação da mídia tenha ajudado a trazer à lume o drama individual de Rafael e tenha lhe dado a oportunidade de recomeçar a vida após um período de reabilitação. Todavia, como Fatima Tardelli e outros internautas destacaram, o grau de surpresa e de indignação para com a situação de Rafael — quando na maior parte do tempo as pessoas simplesmente ignoram os indigentes e seus dramas pessoais — é sintomático de um problema social mais grave. Em sua base está a aceitação histórica de que raça e pobreza são mutuamente inclusivas — e, portanto, “aceitáveis” quando se trata de um negro –, ao invés da percepção de que são o produto de séculos de exclusão social e de políticas públicas de visão estreita, que só recentemente começaram a considerar a questão da raça e da desigualdade num país em que mais de 51% da população é considerada afrodescendente. Creative Commons License Escrito por Melissa Rossi · Traduzido por Nathalie Gazzaneo Postado por Profª Marcia Gil de Souza

sábado, 3 de novembro de 2012

Gestor e cultura monárquica

A cultura monárquica nas organizações brasileiras Sílvio Celestino
Em pleno século XXI, uma professora, no Maranhão, é demitida por colocar, na rede social, fotos que revelam as condições de sua sala de aula: goteiras que obrigam alunos a assistir aula com guarda-chuvas abertos. É claro que somos herdeiros da cultura de nosso passado, mas também, somos agentes transformadores dela. Como tais, não podemos nos furtar de parar com essa cultura monárquica que impera no Brasil. Se não, vejamos: a casa do presidente se chama Palácio da Alvorada. A casa da justiça, Palácio da Justiça. Aqui em São Paulo, o governador mora no Palácio dos Bandeirantes. Que palácio? É a casa do governador, apenas isso. Em sua cidade, você provavelmente deve ter uma padaria com o nome de Rainha dos Pães”. Pelé é considerado o rei do futebol. E Roberto Carlos, é claro, o rei.
Nas empresas, matem o mensageiro! Quando essa cultura entra nas empresas, os profissionais em cargos de comando param de se auto-observar como CEOs, presidentes, diretores e gerentes. Como consequência, comportam-se como se fossem reis, vice-reis, príncipes e princesas. Com direitos divinos e inatingíveis. Assim, ninguém pode levar uma má notícia ao rei. E quem ousa fazê-lo sofre a versão moderna da decapitação: é boicotado, prejudicado e demitido. Como a professora dessa infame história. O fato de alguém ter um cargo maior significa apenas que possui mais responsabilidade sobre pessoas, negócios, operações e orçamentos. Portanto, deveria agradecer àqueles que apontam os problemas e o auxiliam a conhecer a realidade de sua gestão. Assim pode dar foco naquilo que é relevante, e que está sob sua responsabilidade. Uma organização na qual os principais dirigentes não recebem más notícias está condenada. O mundo mudou Mas o maior problema é a falta de percepção dos dirigentes empresariais de que o mundo se transformou e que eles precisam fazer o mesmo. As comunicações, as redes sociais, a informação para todos colocaram os dirigentes em um ambiente maior, mais complexo e, portanto, mais desafiador. Não adianta esconder a realidade, fingir que tudo está bem, quando há fortes evidências de que há problemas, e que eles são graves e não são poucos. Matar o mensageiro poderia funcionar no passado, mas hoje ele será substituído rapidamente e, mais que isso, seu comportamento será copiado por outros. Não apenas no Brasil, mas também no mundo a cultura de mostrar a realidade por meio das redes sociais, com riqueza de imagens, será cada vez mais presente. Preocupa-me que escolas, que deveriam ser locais de fomento de como usar uma nova tecnologia de modo apropriado, sejam centros anacrônicos. Deveriam estar abertas ao debate, ao questionamento, às novas formas de expressão. E conduzir alunos e dirigentes a aceitar o novo, questioná-lo e torná-lo útil para o país e para o mundo. Boicotar o novo, inibir a dura realidade dos problemas, cercear aqueles que buscam melhorar a vida das pessoas, é voltar-se para o passado. O que ensinam às nossas crianças e adolescentes? Que fechar os olhos aos problemas é bom? Que se resignar é positivo? Postado por Profª Marcia Gil de Souza Coordenadora EM e PV - Curso G9

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Curriculo Escolar - Mais uma disciplina?

Currículo escolar poderá ter disciplinas de ética Agência Senado - O Globo - 10/09/2012 - Rio de Janeiro, RJ Com relatório favorável do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), vai a votação na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), nesta terça-feira (11), projeto de lei que torna obrigatória a inclusão de duas disciplinas de ética nos currículos escolares. A proposta (PLS 2/2012), do senador Sérgio Souza (PMDB-PR), modifica a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) (Lei 9394/1996) incluindo a disciplina Cidadania Moral e Ética como obrigatória para o ensino fundamental. Por sua vez, no currículo do ensino médio passa a ser incluída a disciplina Ética Social e Política. Sérgio Souza justificou o projeto lamentando a discrepância entre a boa colocação do Brasil no campo econômico e os elevados índices de corrupção e ineficiência da Justiça, situação que, em seu ponto de vista, pede uma política educacional voltada para a formação moral e ética das crianças brasileiras. No mesmo sentido, Cristovam Buarque sublinha a importância da matéria, considerando que “faz-se necessário que a escola oriente a formação do caráter dos nossos jovens, fortalecendo a formação dada no núcleo familiar”. O projeto será votado pela CE em decisão terminativa. Profª Marcia Gil de Souza Coordenadora Pedagógica

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Avaliação das escolas - infraestrutura

Aluna que criou `Diário de Classe` já foi procurada por políticos de Florianópolis Estadão.edu - O Estado de São Paulo - 28/08/2012 - São Paulo, SP A estudante de Florianópolis Isadora Faber, de 13 anos, que virou celebridade por denunciar problemas de infraestrutura de sua escola no Facebook, ironizou na noite desta terça-feira, 28, as declarações da secretária municipal de Educação e da diretora da Escola Básica Maria Tomázia Coelho. De acordo com a Assessoria de Imprensa da pasta, as gestoras reconheceram as deficiências no colégio e disseram que apoiam a iniciativa da adolescente. Na página `Diário de Classe`, Isadora posta fotos de sua escola e reclama, entre outras coisas, da existência de porta sem maçaneta, fios desencapados, carteiras quebradas e ventiladores que dão choque. Até as 22h desta terça, cerca de 128 mil pessoas haviam `curtido` a ideia. Assim que a página foi criada, em 11 de julho, Mel Faber - mãe de Isadora - foi convocada à escola e avisada: era melhor tirar essa ideia da cabeça da menina antes que ela começasse a sofrer ameaças ou até fosse presa. `Fui taxativa no meu não. Minha filha quer é o que é dela por direito`, respondeu Mel. `Até as merendeiras me tratam diferente. Dizem `Olha lá a menina que tira fotos`, contou Isadora ao Estadão.edu na noite desta terça. O bate-papo seria transmitido ao vivo na página da editoria na rede social Google Plus, mas, por problemas técnicos, a conversa não foi gravada. Isadora reafirmou que continuará registrando em imagens seu cotidiano escolar. Sua aula preferida é a de educação física, apesar de a quadra de esportes da escola, uma das `vítimas` da adolescente na rede social, não ter cobertura ou linhas suficientemente demarcadas. Por outro lado, a estudante disse não gostar de matemática. `Nas provas, tudo mundo fica andando de um lado para o outro consultando os colegas.` Segundo Isadora, suas médias são todas acima de 7. A popularidade da garota atraiu a atenção de políticos locais. Mas Isadora disse que não quer vincular sua imagem à política, apenas continuar lutando pela melhoria das escolas públicas. A estudante aproveitou para convidar outros jovens a também postarem o que há de errado em seus colégios. De acordo com ela, várias pessoas já lhe enviaram links de páginas com conteúdo semelhante. Por fim, Isadora agradeceu o apoio dos pais. `Não conseguiria fazer isso se eles não me apoiassem.` `Ouvidoria` A secretária de Educação de Florianópolis, Sidneya Gaspar de Oliveira, elogiou em nota oficial a iniciativa “brilhante e saudável” de Isadora. “Essa página veio nos auxiliar no monitoramento da escola. É uma espécie de ouvidoria.” A diretora da escola, Liziane Diaz Farias, negou qualquer represália contra a estudante por causa da página. De acordo com ela, o que ocorreu foi uma conversa com a mãe da adolescente sobre a existência da página no Facebook e o conselho para não utilizar imagens de alunos, funcionários e professores da escola: “Cada indivíduo tem o direito de ter a sua imagem preservada”. Liziane assumiu a responsabilidade pelos problemas revelados pela estudante: “Assumo publicamente que ocorreu fragilidade na administração do estabelecimento”. Ela também disse que fará um apelo à Associação de Pais e Professores para que ajudem principalmente na manutenção da estrutura física. Também quer fazer campanhas para conscientizar os alunos da necessidade de preservar o ambiente escolar. Segundo a Secretaria de Educação, em julho foram trocadas 13 luminárias, já danificadas novamente. Haverá também reparos nos banheiros e em outros setores da unidade. “Fizemos uma série de melhorias, mas infelizmente não houve a colaboração da comunidade escolar para evitar vandalismos, com a depredação do espaço”, afirmou o diretor de Infraestrutura, Maurício Amorim Efe. Profª Marcia Gil de Souza Coordenadora Curso G9

domingo, 12 de agosto de 2012

Cotas nas federais

Senado aprova cota de 50% em todas as federais Projeto destina vagas a alunos da rede pública e prevê ainda divisão por raça
Plenário do Senado Federal em Brasília (Sergio Lima/Folha Imagem) O Senado aprovou nesta terça-feira o projeto de lei que prevê a reserva de 50% das vagas das universidades federais para quem cursou o ensino médio integralmente em escolas públicas. A proposta determina ainda que essas vagas sejam divididas com base na raça dos estudantes, unificando assim as cotas sociais e raciais. Já aprovado na Câmara dos Deputados, o projeto de autoria da deputada federal Nice Lobão (PSD-MA) segue agora para a sanção da presidente Dilma Rousseff, que é entusiasta da ideia. Metade do percentual de vagas reservado para as cotas será destinada a estudantes com renda familiar de até 1,5 salário mínimo por pessoa (atualmente 933 reais), mas os critérios raciais também deverão ser respeitados. A divisão das cotas entre negros, pardos e indígenas será proporcional à quantidade de pessoas de cada grupo que vivem no estado onde está localizada a universidade, com base nos dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Diferenças – Em São Paulo, por exemplo, aproximadamente 30% da população se declara negra, parda ou indígena. Já na Bahia, esse número chega a cerca de 70%. No caso de não preenchimento dessa cota racial, as vagas remanescentes serão ocupadas por estudantes que fizeram todo o ensino médio na rede pública. Assim que sancionada pela presidente Dilma, a lei modificará todo o sistema de divisão de vagas das universidades federais. Atualmente, quase todas as instituições utilizam algum sistema de cota social, racial ou de gênero – elas serão obrigadas a abandonar suas próprias regras para adotar o modelo único. Por isso, a nova lei é criticada por não respeitar o princípio da autonomia universitária. O projeto não modifica em nada o sistema de adesão nas universidades estaduais nem nas particulares, que poderão continuar a escolher se adotam ou não algum sistema de cotas. Segundo o texto aprovado pelo Senado, o sistema será revisado em um prazo de dez anos. Profª Marcia Gil de Souza Coordenadora Pedagógica - Curso G9

terça-feira, 10 de abril de 2012

Técnicas de Relaxamento

Sete técnicas para relaxar em 60 segundos
Alongamento e leitura ajudam a aliviar as tensões
A rotina agitada no ensino médio e a má administração do tempo para dar conta de tudo e descansar abrem cada vez mais espaço para as tensões e para o estresse. Dar prioridade aos momentos de lazer e à prática de exercícios físicos é uma maneira de espantar as preocupações. No dia a dia, pode ser até mais simples. Algumas técnicas ajudam a relaxar em apenas 60 segundos.

"Toda vez que passamos por uma situação estressante, como a preparação ao vestibular, muitos sintomas se manifestam fisicamente, causando incômodos, irritações e mal estar. Por isso, técnicas de respiração e concentração ajudam a controlar os sintomas da ansiedade", diz a psicóloga Adriana de Araújo, membro da Sociedade Brasileira de Psicologia. A seguir, confira alguns hábitos que ajudam a relaxar em um minuto.

Faça contagem regressiva olhando para cima
Mesmo que seja bastante simples, essa técnica ajuda a relaxar, já que aumenta a concentração em uma tarefa e tira a atenção do que está causando ansiedade. "É preciso se concentrar em algo para relaxar. Fazer contagem regressiva, a partir do 60, bem devagar, vai ajudar", explica a psicóloga Adriana de Araújo.
Além disso, olhar para cima estimula o sistema nervoso, o que ajuda a reduzir a pressão arterial e diminui o ritmo da respiração, causando a sensação de relaxamento. "Tudo que fizermos para diminuir os batimentos cardíacos ajudará a controlar a ansiedade, inclusive adotar técnicas de postura e concentração", explica a psicóloga Giovanna Tessaro, de Curitiba.

Anote as preocupações em um caderno
Esse método aumenta a concentração, evita distrações e avisa ao cérebro que é preciso desacelerar. "Quando fazemos isso, a mente entende que as preocupações estão 'guardadas' e não devem ser resolvidas naquele momento, diminuindo a ansiedade", diz Adriana Araújo.
Segundo a psicóloga, anotar as preocupações em um caderno também ajuda a acabar com insônia. "Algumas vezes muitas tarefas que não conseguimos realizar durante o dia nos impedem de relaxar e dormir. Colocar tudo no papel vai ajudar a nos livrar daquilo até o dia seguinte", explica Adriana.

Controle a respiração por um minuto
Um dos principais efeitos da ansiedade é o aumento do ritmo cardíaco. "O coração é cheio de terminações nervosas e por isso reage muito facilmente a estímulos cerebrais, que ficam mais intensos em situações de ansiedade e estresse", explica a psicóloga Giovanna Tessaro.
Segundo a psicóloga, algumas técnicas simples de respiração ajudam a controlar o ritmo cardíaco, diminuindo a sensação de ansiedade. "Basta inspirar profundamente com o nariz e segurar o ar por alguns segundos, repetindo esse processo várias vezes", explica. Depois, fixe a atenção no peito, na região do coração por 15 segundos.


Relaxe e alongue os músculos
Outra manifestação física da ansiedade é a contração involuntária dos músculos, que causam tensão e muito desconforto. Os músculos que mais sofrem com o estresse são os do pescoço, costas e pernas. "A ansiedade, por mais que seja psicológica, se manifesta fisicamente. É comum cruzar as pernas e deixar os músculos das costas e do pescoço enrijecidos", explica Adriana Araújo.
Para desfazer os nós dessas regiões, é importante fazer pequenas sessões de alongamento. Aposte em movimentos circulares, realizados lentamente, com o pescoço, pulsos e tornozelos, para aliviar as tensões da musculatura.

Leia um gibi
O hábito da leitura leve, como a de um gibi, é uma boa saída para relaxar em momentos de tensão. "Outras leituras mais complexas e longas podem causar muita distração, o que, após alguns minutos, faz a ansiedade e o estresse voltarem ainda mais intensos", diz Adriana Araújo. Ler uma revista ou notícias curtas de um jornal também ajuda a evitar pensamentos que trazem angústia.

Carregue o lanche certo
Experimente parar para fazer um lanchinho. Nos momentos de ansiedade, a mastigação ajuda a relaxar alguns músculos do pescoço. No entanto, escolher o lanche certo é essencial para afastar a ansiedade e o estresse. "Alimentos bastante práticos e fáceis de transportar, como castanhas e laranja, contêm selênio e vitamina C, respectivamente. Esses dois nutrientes melhoram o funcionamento do sistema nervoso, evitando a ansiedade", explica a nutricionista Daniela Cyrulin, do Instituto Saúde Plena, em São Paulo.

Bolinha de tênis
Caso esteja em casa, coloque a bolinha de tênis entre as suas costas e uma parede. Inicie a massagem nos pontos em que a tensão é maior. Depois, passe a massagear o ombro e toda a região próxima do pescoço, para relaxar os músculos dessa área.



Fonte: Gestão Escolar– agosto/setembro 2009, p 42 a 45 – adaptado por Marcia Gil de Souza.

Itajubá, 10 de abril de 2012.