Educação Permanente

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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Novas propostas do MEC

Vamos acompanhar a gestão do Mercadante. É importante que o professor esteja sempre "sintonizado" com as ações do governo.

O Estado de São Paulo, 25/01/2012 - São Paulo SP
Mercadante assume o MEC e sugere 'residência' para professores
'Só se forma o professor botando a mão na massa, na sala de aula', afirmou
Lisandra Paraguassu, da Agência Estado
BRASÍLIA - O novo ministro da Educação, Aluizio Mercadante, quer criar uma residência para estudantes de licenciatura - a exemplo do que ocorre com médicos. Em sua posse, na noite desta terça-feira, Mercadante já começou a vender os programas em que deve investir na sua gestão. A "residência" dos professores deve ser sua peça central. "Só se forma o professor botando a mão na massa, na sala de aula", afirmou. A intenção do novo ministro é que o estudante de licenciatura, antes de ser aprovado para dar aulas em qualquer lugar, passe um período dentro das escolas públicas, como professor-assistente ou mesmo para dar apoio aos alunos. Apesar de ainda incipiente, a ideia encantou secretários estaduais e municipais de educação. O novo ministro também quer ver os melhores professores das redes públicas dando aulas nas regiões e escolas com os piores índices de qualidade. A troca, afirmou, ajudaria a romper um ciclo vicioso em que os melhores professores recebem sempre as melhores escolas e os melhores alunos.

Essa mudança, no entanto, já não é tão simples. Até hoje nenhum Estado ou município e nem mesmo o governo federal encontrou uma fórmula para avaliar os professores e descobrir quais deles são os melhores. Qualquer forma de avaliação encontra uma ferrenha resistência dos docentes. Mercadante também anunciou, no seu discurso, outras duas propostas que recebeu praticamente prontas de Haddad. Uma delas é o Pronacampo, um conjunto de projetos para tentar melhorar a educação no campo. Outro, chama-se Alfabetização na Idade Certa, uma proposta de alocar os melhores recursos das redes de ensino - os melhores alfabetizadores, as melhores escolas e salas de aula, os melhores turnos - para as crianças até 8 anos, em fase de alfabetização. "Se essa criança não aprende a ler até os oito anos você corre um grande risco de perdê-la depois", afirmou o ministro.

Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora pedagógica - Curso G9

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Avaliação da Gestão de Fernando Haddad

Colegas, repasso para vocês diferentes avaliações a respeito do trabalho feito por Fernando Haddad no Ministério da Educação. Aguardo opiniões e debate.

Após seis anos e meio à frente do terceiro maior orçamento da Esplanada no Ministério da Educação (MEC), Fernando Haddad entrega a pasta para Aloizio Mercadante, com o intuito de enfrentar o desafio à prefeitura de São Paulo. Durante os próximos meses, o petista perderá a blindagem garantida no período como titular da pasta, principalmente na cobertura das falhas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos últimos três anos. Na campanha paulista, os pontos mais fracos da gestão de Haddad no MEC serão ressaltados e usados como munição pelos adversários políticos. Para especialistas, o maior nó deixado por ele a Mercadante será a erradicação do analfabetismo, que apenas engatinha.

Segundo educadores ouvidos pelo Correio, Haddad não desenvolveu políticas públicas eficientes para erradicar o analfabetismo — principalmente nos índices rurais — nem ações para garantir melhor qualidade no ensino médio. Alguns ainda criticaram a falta de atenção dada a ações voltadas para a melhoria da carreira dos docentes. Para os especialistas, Haddad não pressionou como deveria pela aprovação de um pacto federativo que garantisse o cumprimento do piso nacional dos professores em todos os estados e municípios. “Não houve esforço para a adesão nacional pela valorização do magistério. A lei foi criada, mas não está em vigor”, afirma o professor da Universidade Federal de Pernambuco e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) Mozart Neves Ramos.

A diretora executiva da organização Todos Pela Educação, Priscila Cruz, afirma que o ministro não investiu em medidas de combate à desigualdade educacional. “Mercadante terá que compensar. Principalmente com políticas voltadas para a população rural, que ainda é extremamente vulnerável”, afirma. Para o especialista João Batista, do Instituto Alfa e Beto (IAB), Haddad estabeleceu diretrizes equivocadas para a alfabetização. Já o professor Mozart avalia que faltou criar um indicador nacional para alfabetização de crianças. “É a única estratégia para termos saltos de aprendizagem”, vaticina.

O Enem foi novamente criticado. Segundo a diretora do Todos Pela Educação, a prova precisa sofrer ajustes na próxima gestão. “A comunicação tem que ser mais transparente. O mistério gera um clima de insegurança entre os alunos, professores e pais. É preciso estruturar melhor a logística do exame. Talvez o erro tenha sido a ambição com que se transformou o Enem”, destaca Priscila. Já o professor do Centro de Educação da Universidade de Santa Maria (UFSM) Eduardo Terrazzan acredita que o Enem representa um retrocesso, já que deixou de ser um indicador de qualidade do ensino médio.

Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora Pedagógica - Curso G9

O novo Ministro da Educação

O Estado de São Paulo, 24/01/2012 - São Paulo SP
Mercadante assume MEC e muda cúpula
Novo ministro da Educação deve indicar novo presidente do Inep e de outros 3 cargos-chave

BRASÍLIA - Malvina Tuttman deve deixar a presidência do Inep com a posse, nesta terça-feira, 24, do novo ministro da Educação, Aloizio Mercadante. O Inep é a autarquia do Ministério da Educação (MEC) que cuida do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O secretário da Educação Superior, Luiz Cláudio Costa, continua na equipe, mas deve ser remanejado. Segundo o Estado apurou, o nome dele é cotado para assumir a presidência do Inep - que teve três presidentes nos últimos três anos.
Para especialistas, ajustar a logística do Enem, melhorar a formação de professores e reduzir o gargalo do ensino médio são os principais desafios lançados ao novo ministro da Educação. Conforme o Estado antecipou no mês passado, a presidente Dilma Rousseff pediu em conversas reservadas que Mercadante se dedicasse a dois assuntos: solucionar os problemas do Enem e colocar de pé o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Para os educadores, no entanto, será preciso um olhar mais abrangente às deficiências no sistema de ensino brasileiro. A sucessão de falhas envolvendo o Enem, que acabou de ter cancelada a edição programada para abril, é vista como o calcanhar de Aquiles da administração Haddad. “O Enem foi uma grande ideia má executada até agora, realizada com pressa”, avalia o coordenador da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, Daniel Cara. Para a diretora executiva do Todos Pela Educação, Priscila Fonseca da Cruz, Mercadante “terá de resolver o Enem” e evitar a repetição de erros que, embora pontuais, atingem milhares de estudantes. Além disso, uma das grandes batalhas será garantir que os cursos de pedagogia e as licenciaturas ofereçam a ferramenta necessária para o professor atuar em sala de aula. “Os professores em grande medida têm uma formação muito ruim no País, o que explica o fato de os alunos não aprenderem nas escolas”, comenta.
A opinião é compartilhada pela educadora Maria Helena Guimarães, ex-presidente do Inep e ex-secretária estadual de Educação de São Paulo. “O MEC até aumentou a oferta de matrículas, mas não é esse o problema, e sim o currículo. Os cursos de formação estão descolados daquilo de que as escolas precisam.” Maria Helena critica a situação do ensino médio - apenas 28,9% dos estudantes chegam ao 3.º ano acima do nível considerado adequado em língua portuguesa e 11% em matemática. “Não faz sentido um mesmo ensino médio para um aluno que quer fazer pedagogia e para outro que pretende cursar engenharia”, diz. O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin de Leão, diz que o MEC deve ser mais atuante. “Em questões como o piso salarial nacional, o governo deve ser mais incisivo na cobrança dessa lei por parte de Estados e municípios.”

Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora Pedagógica - Curso G9