Educação Permanente

Educação Permanente

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Prêmio para pesquisador do Sul de MG

Publico uma notícia que me deixou bastante feliz, sobre pesquisador de Itajubá, na área da Educação Física, que foi premiado em Brasília. Pesquisador do Sul de MG é premiado por estudo sobre genes Do G1 Sul de Minas - G1 Globo.com - 18/12/2012 - Rio de Janeiro, RJ Um pesquisador de Itajubá (MG) recebeu nesta terça-feira (18) no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), o maior prêmio brasileiro para jovens pesquisadores. Ele desenvolveu um estudo sobre a eficácia de exercícios no corpo humano. Ele estudou os 25 mil genes do código genético humano e identificou que 2.445 deles são estimulados com a prática de atividade física e passam a agir mais rápido no corpo humano. Ao todo, foram seis anos de pesquisas, estudando as diferenças entre o DNA, saúde e a capacidade física de atletas e pessoas sedentárias. `Tentamos previamente entender quais são aqueles genes que são estimulados e provocados com o estímulo do exercício físico e na sequência identificar alterações nos códigos desses genes que fazem com que algumas pessoas sejam mais resistentes do que outras a perda de massa gorda ou até mesmo a ter maior ou menor dificuldade em ganhar massa muscular frente ao estímulo do exercício físico`, diz Dias, que é formado em educação física pela Unicamp e que atualmente dirige pesquisas sobre o impacto dos exercícios físicos no DNA humano dentro do Instituto do Coração, em São Paulo. O estudo terá impacto no futuro quando analisando os genes de uma pessoa, será possível estimar quanto de exercício físico ela precisa fazer para melhorar a saúde, principalmente quem sofre de problemas no coração ou de obesidade. Também será possível identificar crianças que poderão ser campeãs em determinados esportes. `Todas as funções do organismo são reguladas por genes e nós estamos traçando um mapa daqueles genes que são estimulados pelo exercício físico. Posteriormente será possível dizer o quanto a pessoa tem de potencial para ser beneficiada pelo exercício físico`, completa Dias. Profª Marcia Gil de Souza

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Como melhorar a educação

Posto um artigo do Gilberto Dimenstein, vale a pena ler. O melhor personagem de 2012 ? Gilberto Dimenstein - Folha de São Paulo - 11/11/2012 - São Paulo, SP O ano ainda não acabou, mas já adianto aqui: o melhor personagem de 2012, no Brasil, é Isadora Farber, a menina que, por denunciar na internet sua escola pública em Florianópolis, está sofrendo os mais diversos tipos de pressão. Ela fez mais, muito mais pela educação pública do que muitas celebridades e autoridades. Sua força está em mostrar como se usa a comunicação para melhorar o ensino público (a grande tragédia brasileira) e como cada um, mesmo no seu pequeno ambiente, pode fazer a diferença. Depois dela, muitos jovens passaram a relatar publicamente os problemas de suas escolas pelas redes. Aumentam-se assim a transparência e a pressão, abrindo os muros das escolas. Isadora é, ao mesmo tempo, uma educadora e jornalista, com a habilidade de transmitir informações, mas engajada numa causa. É uma inspiração, portanto, para educadores e jornalistas. Se Isadora é nosso personagem nacional, Malala Yousafzai, a menina paquistanesa que fez da educação de garotas sua luta contra o fundamentalismo religioso, é o personagem mundial. O tiro que ela levou teve mais efeito pedagógico a favor da educação e do estímulo à leitura do que muitas campanhas de governos. Como Isadora, Malala também sabia usar os meios de comunicação. Profª Marcia Gil de Souza

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Preconceito Racial

Ex-modelo que se tornou mendigo reacende o debate sobre preconceito racial no Brasil Alto, de olhos azuis e perambulando pelas ruas de uma cidade no sul do Brasil envolvido numa manta, Rafael Nunes, ex-modelo brasileiro (atualmente conhecido como o mendigo fotogênico de Curitiba), ganhou a atenção internacional depois que sua foto e história alcançaram as páginas do Facebook e do Twitter. Rafael, 30 anos, acabou nas ruas devido ao vício em crack e cocaína, e sua história só foi revelada depois que Indy Zanardo, uma turista, foi por ele abordada e lhe perguntou se podia tirar uma foto. Depois de postar a foto de Rafael no seu mural no Facebook, Indy Zanardo explicou que: Este rapaz chegou ate mim nas ruas de Curitiba e me pediu se eu poderia tirar uma foto dele e eu perguntei para que, ele me respondeu: Para colocar na “radio” quem sabe eu fico famoso :) … Na “radio” eu nao posso por mas aqui no mural do meu Face sim, e ele sera famoso entre meus amigos.
(Foto de Indy Zanardo, compartilhada 54.000 vezes no Facebook) Além da reação geral à sua boa aparência e à terrível história do seu vício em drogas, o debate sobre o caso de Rafael evoluiu para uma discussão de fundo racista a respeito de como a sociedade brasileira só reage com indignação a situações de exclusão social quando os afetados são brancos, com “cara de europeu”. Embora a sociedade brasileira seja uma das mais racialmente diversas do mundo, o topo da pirâmide socioeconômica [en] do país ainda é majoritariamente ocupado por brasileiros brancos, e a maioria dos indicadores sociais relacionados à educação, ao acesso à saúde e ao emprego aponta para uma esmagadora vantagem deste grupo. O blogueiro Robson Fernando Souza, do consciencia.blog.br, argumenta que pouquíssimas pessoas teriam reagido da mesma forma caso se tratasse de um mendigo afro-brasileiro: Em outras palavras, para nossa sociedade, não é normal ver em mendicância e miséria um branco de aparência europeia. Para ela, brancos merecem muito mais do que isso. Mas, por outro lado, negros nas ruas pedindo esmolas e implorando por dignidade é considerado algo mais que normal. Fatima Tardelli, que escreve para o Bule Voador, argumenta que os padrões brasileiros de beleza estão baseados exclusivamente em características que são típicas da mulher e do homem brancos (pele clara, olhos azuis, cabelos lisos). Um claro sinal — perigosamente ignorado pela sociedade — de que existe no Brasil uma percepção racial hierárquica. Exemplificando tal percepção distorcida, ela afirma que: Outras pessoas em vários portais mostraram-se assustadas com o fato de um homem branco ‘bonito’ ser mendigo, chegaram a dizer que era golpe de marketing ou viral. Alguém já pensou do porquê desse ‘susto’? Um outro sinal dessa negação social é que a discussão no Twitter girou basicamente em torno de que Rafael deveria estar num desfile de moda, e não nas ruas. Pouquíssimos pareceram ter compreendido a questão social central que torna um sem-teto branco de olhos claros uma sensação enquanto que há milhares de mendigos negros e mestiços que são “invisíveis” aos olhos da sociedade brasileira. No Twitter, a jornalista Jéssica Batista (@jessicabatista) ironicamente destacou como, em casos como este, existem “dois pesos e duas medidas”: O mendigo de Curitiba foi pra rehab. Legal. Mas só pq era branco de olho claro e todos ficaram com dó. CLAP CLAP CLAP Certamente é positivo que a reação da mídia tenha ajudado a trazer à lume o drama individual de Rafael e tenha lhe dado a oportunidade de recomeçar a vida após um período de reabilitação. Todavia, como Fatima Tardelli e outros internautas destacaram, o grau de surpresa e de indignação para com a situação de Rafael — quando na maior parte do tempo as pessoas simplesmente ignoram os indigentes e seus dramas pessoais — é sintomático de um problema social mais grave. Em sua base está a aceitação histórica de que raça e pobreza são mutuamente inclusivas — e, portanto, “aceitáveis” quando se trata de um negro –, ao invés da percepção de que são o produto de séculos de exclusão social e de políticas públicas de visão estreita, que só recentemente começaram a considerar a questão da raça e da desigualdade num país em que mais de 51% da população é considerada afrodescendente. Creative Commons License Escrito por Melissa Rossi · Traduzido por Nathalie Gazzaneo Postado por Profª Marcia Gil de Souza

sábado, 3 de novembro de 2012

Gestor e cultura monárquica

A cultura monárquica nas organizações brasileiras Sílvio Celestino
Em pleno século XXI, uma professora, no Maranhão, é demitida por colocar, na rede social, fotos que revelam as condições de sua sala de aula: goteiras que obrigam alunos a assistir aula com guarda-chuvas abertos. É claro que somos herdeiros da cultura de nosso passado, mas também, somos agentes transformadores dela. Como tais, não podemos nos furtar de parar com essa cultura monárquica que impera no Brasil. Se não, vejamos: a casa do presidente se chama Palácio da Alvorada. A casa da justiça, Palácio da Justiça. Aqui em São Paulo, o governador mora no Palácio dos Bandeirantes. Que palácio? É a casa do governador, apenas isso. Em sua cidade, você provavelmente deve ter uma padaria com o nome de Rainha dos Pães”. Pelé é considerado o rei do futebol. E Roberto Carlos, é claro, o rei.
Nas empresas, matem o mensageiro! Quando essa cultura entra nas empresas, os profissionais em cargos de comando param de se auto-observar como CEOs, presidentes, diretores e gerentes. Como consequência, comportam-se como se fossem reis, vice-reis, príncipes e princesas. Com direitos divinos e inatingíveis. Assim, ninguém pode levar uma má notícia ao rei. E quem ousa fazê-lo sofre a versão moderna da decapitação: é boicotado, prejudicado e demitido. Como a professora dessa infame história. O fato de alguém ter um cargo maior significa apenas que possui mais responsabilidade sobre pessoas, negócios, operações e orçamentos. Portanto, deveria agradecer àqueles que apontam os problemas e o auxiliam a conhecer a realidade de sua gestão. Assim pode dar foco naquilo que é relevante, e que está sob sua responsabilidade. Uma organização na qual os principais dirigentes não recebem más notícias está condenada. O mundo mudou Mas o maior problema é a falta de percepção dos dirigentes empresariais de que o mundo se transformou e que eles precisam fazer o mesmo. As comunicações, as redes sociais, a informação para todos colocaram os dirigentes em um ambiente maior, mais complexo e, portanto, mais desafiador. Não adianta esconder a realidade, fingir que tudo está bem, quando há fortes evidências de que há problemas, e que eles são graves e não são poucos. Matar o mensageiro poderia funcionar no passado, mas hoje ele será substituído rapidamente e, mais que isso, seu comportamento será copiado por outros. Não apenas no Brasil, mas também no mundo a cultura de mostrar a realidade por meio das redes sociais, com riqueza de imagens, será cada vez mais presente. Preocupa-me que escolas, que deveriam ser locais de fomento de como usar uma nova tecnologia de modo apropriado, sejam centros anacrônicos. Deveriam estar abertas ao debate, ao questionamento, às novas formas de expressão. E conduzir alunos e dirigentes a aceitar o novo, questioná-lo e torná-lo útil para o país e para o mundo. Boicotar o novo, inibir a dura realidade dos problemas, cercear aqueles que buscam melhorar a vida das pessoas, é voltar-se para o passado. O que ensinam às nossas crianças e adolescentes? Que fechar os olhos aos problemas é bom? Que se resignar é positivo? Postado por Profª Marcia Gil de Souza Coordenadora EM e PV - Curso G9

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Curriculo Escolar - Mais uma disciplina?

Currículo escolar poderá ter disciplinas de ética Agência Senado - O Globo - 10/09/2012 - Rio de Janeiro, RJ Com relatório favorável do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), vai a votação na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), nesta terça-feira (11), projeto de lei que torna obrigatória a inclusão de duas disciplinas de ética nos currículos escolares. A proposta (PLS 2/2012), do senador Sérgio Souza (PMDB-PR), modifica a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) (Lei 9394/1996) incluindo a disciplina Cidadania Moral e Ética como obrigatória para o ensino fundamental. Por sua vez, no currículo do ensino médio passa a ser incluída a disciplina Ética Social e Política. Sérgio Souza justificou o projeto lamentando a discrepância entre a boa colocação do Brasil no campo econômico e os elevados índices de corrupção e ineficiência da Justiça, situação que, em seu ponto de vista, pede uma política educacional voltada para a formação moral e ética das crianças brasileiras. No mesmo sentido, Cristovam Buarque sublinha a importância da matéria, considerando que “faz-se necessário que a escola oriente a formação do caráter dos nossos jovens, fortalecendo a formação dada no núcleo familiar”. O projeto será votado pela CE em decisão terminativa. Profª Marcia Gil de Souza Coordenadora Pedagógica

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Avaliação das escolas - infraestrutura

Aluna que criou `Diário de Classe` já foi procurada por políticos de Florianópolis Estadão.edu - O Estado de São Paulo - 28/08/2012 - São Paulo, SP A estudante de Florianópolis Isadora Faber, de 13 anos, que virou celebridade por denunciar problemas de infraestrutura de sua escola no Facebook, ironizou na noite desta terça-feira, 28, as declarações da secretária municipal de Educação e da diretora da Escola Básica Maria Tomázia Coelho. De acordo com a Assessoria de Imprensa da pasta, as gestoras reconheceram as deficiências no colégio e disseram que apoiam a iniciativa da adolescente. Na página `Diário de Classe`, Isadora posta fotos de sua escola e reclama, entre outras coisas, da existência de porta sem maçaneta, fios desencapados, carteiras quebradas e ventiladores que dão choque. Até as 22h desta terça, cerca de 128 mil pessoas haviam `curtido` a ideia. Assim que a página foi criada, em 11 de julho, Mel Faber - mãe de Isadora - foi convocada à escola e avisada: era melhor tirar essa ideia da cabeça da menina antes que ela começasse a sofrer ameaças ou até fosse presa. `Fui taxativa no meu não. Minha filha quer é o que é dela por direito`, respondeu Mel. `Até as merendeiras me tratam diferente. Dizem `Olha lá a menina que tira fotos`, contou Isadora ao Estadão.edu na noite desta terça. O bate-papo seria transmitido ao vivo na página da editoria na rede social Google Plus, mas, por problemas técnicos, a conversa não foi gravada. Isadora reafirmou que continuará registrando em imagens seu cotidiano escolar. Sua aula preferida é a de educação física, apesar de a quadra de esportes da escola, uma das `vítimas` da adolescente na rede social, não ter cobertura ou linhas suficientemente demarcadas. Por outro lado, a estudante disse não gostar de matemática. `Nas provas, tudo mundo fica andando de um lado para o outro consultando os colegas.` Segundo Isadora, suas médias são todas acima de 7. A popularidade da garota atraiu a atenção de políticos locais. Mas Isadora disse que não quer vincular sua imagem à política, apenas continuar lutando pela melhoria das escolas públicas. A estudante aproveitou para convidar outros jovens a também postarem o que há de errado em seus colégios. De acordo com ela, várias pessoas já lhe enviaram links de páginas com conteúdo semelhante. Por fim, Isadora agradeceu o apoio dos pais. `Não conseguiria fazer isso se eles não me apoiassem.` `Ouvidoria` A secretária de Educação de Florianópolis, Sidneya Gaspar de Oliveira, elogiou em nota oficial a iniciativa “brilhante e saudável” de Isadora. “Essa página veio nos auxiliar no monitoramento da escola. É uma espécie de ouvidoria.” A diretora da escola, Liziane Diaz Farias, negou qualquer represália contra a estudante por causa da página. De acordo com ela, o que ocorreu foi uma conversa com a mãe da adolescente sobre a existência da página no Facebook e o conselho para não utilizar imagens de alunos, funcionários e professores da escola: “Cada indivíduo tem o direito de ter a sua imagem preservada”. Liziane assumiu a responsabilidade pelos problemas revelados pela estudante: “Assumo publicamente que ocorreu fragilidade na administração do estabelecimento”. Ela também disse que fará um apelo à Associação de Pais e Professores para que ajudem principalmente na manutenção da estrutura física. Também quer fazer campanhas para conscientizar os alunos da necessidade de preservar o ambiente escolar. Segundo a Secretaria de Educação, em julho foram trocadas 13 luminárias, já danificadas novamente. Haverá também reparos nos banheiros e em outros setores da unidade. “Fizemos uma série de melhorias, mas infelizmente não houve a colaboração da comunidade escolar para evitar vandalismos, com a depredação do espaço”, afirmou o diretor de Infraestrutura, Maurício Amorim Efe. Profª Marcia Gil de Souza Coordenadora Curso G9

domingo, 12 de agosto de 2012

Cotas nas federais

Senado aprova cota de 50% em todas as federais Projeto destina vagas a alunos da rede pública e prevê ainda divisão por raça
Plenário do Senado Federal em Brasília (Sergio Lima/Folha Imagem) O Senado aprovou nesta terça-feira o projeto de lei que prevê a reserva de 50% das vagas das universidades federais para quem cursou o ensino médio integralmente em escolas públicas. A proposta determina ainda que essas vagas sejam divididas com base na raça dos estudantes, unificando assim as cotas sociais e raciais. Já aprovado na Câmara dos Deputados, o projeto de autoria da deputada federal Nice Lobão (PSD-MA) segue agora para a sanção da presidente Dilma Rousseff, que é entusiasta da ideia. Metade do percentual de vagas reservado para as cotas será destinada a estudantes com renda familiar de até 1,5 salário mínimo por pessoa (atualmente 933 reais), mas os critérios raciais também deverão ser respeitados. A divisão das cotas entre negros, pardos e indígenas será proporcional à quantidade de pessoas de cada grupo que vivem no estado onde está localizada a universidade, com base nos dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Diferenças – Em São Paulo, por exemplo, aproximadamente 30% da população se declara negra, parda ou indígena. Já na Bahia, esse número chega a cerca de 70%. No caso de não preenchimento dessa cota racial, as vagas remanescentes serão ocupadas por estudantes que fizeram todo o ensino médio na rede pública. Assim que sancionada pela presidente Dilma, a lei modificará todo o sistema de divisão de vagas das universidades federais. Atualmente, quase todas as instituições utilizam algum sistema de cota social, racial ou de gênero – elas serão obrigadas a abandonar suas próprias regras para adotar o modelo único. Por isso, a nova lei é criticada por não respeitar o princípio da autonomia universitária. O projeto não modifica em nada o sistema de adesão nas universidades estaduais nem nas particulares, que poderão continuar a escolher se adotam ou não algum sistema de cotas. Segundo o texto aprovado pelo Senado, o sistema será revisado em um prazo de dez anos. Profª Marcia Gil de Souza Coordenadora Pedagógica - Curso G9

terça-feira, 10 de abril de 2012

Técnicas de Relaxamento

Sete técnicas para relaxar em 60 segundos
Alongamento e leitura ajudam a aliviar as tensões
A rotina agitada no ensino médio e a má administração do tempo para dar conta de tudo e descansar abrem cada vez mais espaço para as tensões e para o estresse. Dar prioridade aos momentos de lazer e à prática de exercícios físicos é uma maneira de espantar as preocupações. No dia a dia, pode ser até mais simples. Algumas técnicas ajudam a relaxar em apenas 60 segundos.

"Toda vez que passamos por uma situação estressante, como a preparação ao vestibular, muitos sintomas se manifestam fisicamente, causando incômodos, irritações e mal estar. Por isso, técnicas de respiração e concentração ajudam a controlar os sintomas da ansiedade", diz a psicóloga Adriana de Araújo, membro da Sociedade Brasileira de Psicologia. A seguir, confira alguns hábitos que ajudam a relaxar em um minuto.

Faça contagem regressiva olhando para cima
Mesmo que seja bastante simples, essa técnica ajuda a relaxar, já que aumenta a concentração em uma tarefa e tira a atenção do que está causando ansiedade. "É preciso se concentrar em algo para relaxar. Fazer contagem regressiva, a partir do 60, bem devagar, vai ajudar", explica a psicóloga Adriana de Araújo.
Além disso, olhar para cima estimula o sistema nervoso, o que ajuda a reduzir a pressão arterial e diminui o ritmo da respiração, causando a sensação de relaxamento. "Tudo que fizermos para diminuir os batimentos cardíacos ajudará a controlar a ansiedade, inclusive adotar técnicas de postura e concentração", explica a psicóloga Giovanna Tessaro, de Curitiba.

Anote as preocupações em um caderno
Esse método aumenta a concentração, evita distrações e avisa ao cérebro que é preciso desacelerar. "Quando fazemos isso, a mente entende que as preocupações estão 'guardadas' e não devem ser resolvidas naquele momento, diminuindo a ansiedade", diz Adriana Araújo.
Segundo a psicóloga, anotar as preocupações em um caderno também ajuda a acabar com insônia. "Algumas vezes muitas tarefas que não conseguimos realizar durante o dia nos impedem de relaxar e dormir. Colocar tudo no papel vai ajudar a nos livrar daquilo até o dia seguinte", explica Adriana.

Controle a respiração por um minuto
Um dos principais efeitos da ansiedade é o aumento do ritmo cardíaco. "O coração é cheio de terminações nervosas e por isso reage muito facilmente a estímulos cerebrais, que ficam mais intensos em situações de ansiedade e estresse", explica a psicóloga Giovanna Tessaro.
Segundo a psicóloga, algumas técnicas simples de respiração ajudam a controlar o ritmo cardíaco, diminuindo a sensação de ansiedade. "Basta inspirar profundamente com o nariz e segurar o ar por alguns segundos, repetindo esse processo várias vezes", explica. Depois, fixe a atenção no peito, na região do coração por 15 segundos.


Relaxe e alongue os músculos
Outra manifestação física da ansiedade é a contração involuntária dos músculos, que causam tensão e muito desconforto. Os músculos que mais sofrem com o estresse são os do pescoço, costas e pernas. "A ansiedade, por mais que seja psicológica, se manifesta fisicamente. É comum cruzar as pernas e deixar os músculos das costas e do pescoço enrijecidos", explica Adriana Araújo.
Para desfazer os nós dessas regiões, é importante fazer pequenas sessões de alongamento. Aposte em movimentos circulares, realizados lentamente, com o pescoço, pulsos e tornozelos, para aliviar as tensões da musculatura.

Leia um gibi
O hábito da leitura leve, como a de um gibi, é uma boa saída para relaxar em momentos de tensão. "Outras leituras mais complexas e longas podem causar muita distração, o que, após alguns minutos, faz a ansiedade e o estresse voltarem ainda mais intensos", diz Adriana Araújo. Ler uma revista ou notícias curtas de um jornal também ajuda a evitar pensamentos que trazem angústia.

Carregue o lanche certo
Experimente parar para fazer um lanchinho. Nos momentos de ansiedade, a mastigação ajuda a relaxar alguns músculos do pescoço. No entanto, escolher o lanche certo é essencial para afastar a ansiedade e o estresse. "Alimentos bastante práticos e fáceis de transportar, como castanhas e laranja, contêm selênio e vitamina C, respectivamente. Esses dois nutrientes melhoram o funcionamento do sistema nervoso, evitando a ansiedade", explica a nutricionista Daniela Cyrulin, do Instituto Saúde Plena, em São Paulo.

Bolinha de tênis
Caso esteja em casa, coloque a bolinha de tênis entre as suas costas e uma parede. Inicie a massagem nos pontos em que a tensão é maior. Depois, passe a massagear o ombro e toda a região próxima do pescoço, para relaxar os músculos dessa área.



Fonte: Gestão Escolar– agosto/setembro 2009, p 42 a 45 – adaptado por Marcia Gil de Souza.

Itajubá, 10 de abril de 2012.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Boa alimentação e Inteligência

DICAS PARA UMA BOA ALIMENTAÇÃO DO ESTUDANTE
O CÉREBRO TEM FOME
O funcionamento do cérebro depende de nutrição adequada e regular, que pode ser a diferença entre o bom desempenho e a apatia dos alunos, especialmente em ano de vestibular.
Mas como fazer as escolhas certas para nutrir cérebros em formação e garantir que nossos estudantes saiam de casa com energia suficiente para aprender?
Quanto mais alimentos variados e in natura ingerirmos, melhor será o rendimento cerebral.
Metais como o zinco ou o cobre e também alimentos antioxidantes como açaí, morango, amora, cereja e brócolis funcionam como ingredientes potentes para turbinar o cérebro.
A ingestão equilibrada de zinco e cobre influencia o sistema cognitivo. Pessoas com nível adequado de zinco no organismo raciocinam melhor.
A ingestão equilibrada do cobre ajuda na boa comunicação entre os neurônios, o que potencializa a capacidade de aprender do estudante.
Os antioxidantes ajudam a combater os radicais livres, que são moléculas e átomos instáveis que “roubam” elétrons saudáveis de outras moléculas, contribuindo para a degradação do organismo e consequente envelhecimento.
1ª refeição: A primeira refeição do dia é muito importante, já que perdemos 80% das nossas reservas de energia durante a noite. Caso o estudante vá para a escola em jejum, terá prejuízos na concentração e memória, além de sentir sono e cansaço. Nesse momento o ideal seria uma refeição rica em proteína e carboidratos, como pão com queijo e um suco, cereais e frutas. O inocente copo de leite com achocolatado e o consagrado pão com manteiga pode não ser a melhor escolha, pois o achocolatado compete com a absorção de cálcio e a manteiga não tem nutrientes nem sais minerais, apenas gorduras. Por que colocar manteiga no pão em vez de uma fatia de queijo, que é rico em proteínas e sais minerais? É muito comum o aluno acordar sem fome e não querer comer nada. Nesses casos, o lanche pode ser mais leve, como um iogurte e uma fruta ou uma vitamina de leite com frutas, pois elas contêm carboidratos ricos em fibra. Mas antes de “forçarem a barra” com o aluno logo de manhã, os pais devem levar em consideração o volume de alimentos ingeridos na noite anterior. Se o consumo tiver sido elevado no jantar ou no lanche da noite, pode alterar o apetite na manhã seguinte.
Almoço: O típico arroz com feijão é excelente fonte de proteínas e nutrientes, que ajudam na concentração e memória. Acompanhado de uma carne e bastante salada, deixando o prato bem colorido, a refeição se torna ideal e equilibrada.
Aulas à tarde: os alunos vão para as aulas da tarde às 3as feiras logo depois de almoçarem. A digestão provoca sonolência. E as gorduras são as que mais causam essa sensação, pois elas demoram mais tempo no estômago, por isso é interessante evitar alimentos muito gordurosos antes de alguma situação que exija concentração, como é o caso das aulas na 3ª feira à tarde, dos simulados ou vestibulares, que geralmente são realizados no período da tarde.

DICAS PARA UM CÉREBRO BEM NUTRIDO
• Ingerir pelo menos cinco porções de frutas durante o dia, para que o corpo tenha nutrientes suficientes para alimentar o cérebro e o metabolismo. Se a fruta for pequena como o morango, cerca de dez unidades equivalem a uma porção; no caso de frutas grandes (como o abacate), metade ou ¼ corresponde a uma porção.
• Consumir bastante salada, deixando o prato bem colorido, para também aumentar a quantidade de vitaminas e minerais.
• Alimentar-se em intervalos de duas a três horas para melhorar a concentração e memória, e manter o peso estável.
• Consumir, pelo menos, uma vez ao dia, 100 g de sardinha, atum ou salmão, para aumentar a ingestão de ômega 3, que melhora concentração e memória.
• Não ir à escola em jejum: fazer uma refeição de 30 minutos a uma hora antes da aula.
• Beber muito líquido para que o organismo funcione bem. Urina clara é sinal de boa hidratação. Chegar ao ponto de sentir sede é sinal de desidratação.
• Tomar água com regularidade é muito importante. Fadiga e falta de concentração, que influencia no processo de aprendizagem, são sinais fortes de pouca energia, identificados pelo cérebro como fome ou sede. Fast-foods e refrigerantes podem ser muito agradáveis ao paladar, mas não têm nutrientes.
• Mastigar bem os alimentos para facilitar a digestão.
• Alimentos com zinco: ostras, carne vermelha, feijão, amendoim, carne de frango, ovos e queijo, entre outros.
• Alimentos com cobre: sementes de girassol, lagosta, azeitonas verdes, trigo, fígado, cacau, ostras e pimenta-do-reino.
• Espremer um limão ou uma laranja na salada aumenta a absorção de ferro, devido à vitamina C.

Fonte: Gestão Educacional – março 2012, p 16 a 19 – adaptado por Marcia Gil de Souza.

Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora pedagógica

Novas Diretrizes Curriculares do Ensino Médio

O Estado de São Paulo, 29/03/2012 - São Paulo SP
Tolices curriculares
Editorial
Há dois meses, o Conselho Nacional de Educação (CNE) baixou a Resolução n.º 2/12, definindo as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, que é considerado desvinculado da realidade social e econômica do País, quando comparado aos programas do ensino fundamental e superior. Elaborada com base num extenso parecer aprovado uma semana antes pelo Ministério da Educação (MEC), a Resolução tem 23 artigos, muitos deles caracterizados por uma retórica vazia. A Resolução, por exemplo, propõe a incorporação, como conteúdo obrigatório do currículo do ensino médio, "do reconhecimento e atendimento da diversidade e diferentes nuances da desigualdade da exclusão na sociedade brasileira". Também recomenda "a valorização dos direitos humanos, mediante temas relativos a gênero, raça e etnia, religião, orientação sexual, pessoas com deficiência". E enfatiza a importância de "práticas que contribuam para a igualdade e enfrentamento de todas as formas de preconceito, discriminação e violência" e de "atividades intersetoriais de promoção da saúde física e mental, saúde sexual e saúde reprodutiva e prevenção do uso de drogas".

Não são apenas esses os parágrafos da Resolução tautológicos ou ininteligíveis. "O trabalho é conceituado na sua perspectiva ontológica de transformação da natureza, como realização inerente ao ser humano e como mediação no processo de produção de sua existência" - diz o § 1.º do inciso VIII do artigo 5.º da Resolução. "A organização curricular deve oferecer tempos e espaços próprios para estudos e atividades que permitam itinerários formativos opcionais diversificados, a fim de melhor responder à heterogeneidade e pluralidade de condições, múltiplos interesses e aspirações dos estudantes", determina o inciso XI do artigo 14. "O projeto político-pedagógico, na sua concepção e implementação, deve considerar os estudantes e professores como sujeitos históricos e de direitos, participantes ativos e protagonistas na sua diversidade e singularidade" - reza o § 2.º do artigo 15 da Resolução. E vai por aí afora.

Além disso, a Resolução do CNE impõe ao currículo do ensino médio quatro áreas de conhecimento e nove matérias obrigatórias, chamadas de "componentes curriculares com especificidades e saberes próprios e sistematizados", subdivididas em doze disciplinas. O novo currículo vai na contramão dos países desenvolvidos, onde o ensino médio não tem um programa mínimo obrigatório. A diversificação é vista naqueles países como forma de adequar melhor o ensino à realidade cultural, econômica e social dos estudantes. Não são de estranhar, portanto, as críticas que têm sido feitas à Resolução n.º 2/12. "O Brasil não diversifica e mantém a ideia de que todo mundo tem de fazer a mesma coisa", diz João Batista Araújo e Oliveira, do Instituto Alfa e Beto, depois de classificar o texto da resolução como "erudição boba". "É uma montoeira de matérias. O resultado é que ninguém aprende, só decora. No resto do mundo, há segmentação", afirma o economista Cláudio Moura Castro. "Acredito em soluções mais individualizadas e segmentadas, porque há muitas diferenças", assevera Priscila Cruz, do movimento Todos pela Educação.

Além das altas taxas de evasão, o ensino médio esbarra no despreparo dos alunos - por exemplo, 85% dos estudantes desse ciclo ingressam na 1.ª série da rede pública com um nível de conhecimento equivalente ao da 5.ª série do ensino fundamental. Segundo o MEC, 50,9% dos jovens de 15 a 17 anos não estão matriculados no ensino médio, onde o índice de reprovação é de 13,1%. Dos estudantes que completam as três séries do ciclo, metade obtém média inferior a 4 na prova objetiva do Enem. Ao justificar a Resolução n.º 2/12, alguns membros do CNE alegaram que ela foi um "resultado de opções" e que "nem todo mundo pensa a escola do mesmo jeito". O que eles não conseguiram explicar é por que, em vez de definir diretrizes mais objetivas e realistas, optaram por um palavrório tolo e sem sentido, e por medidas inócuas, que só poderão aprofundar a crise do mais problemático dos três níveis de ensino.

Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora Pedagógica

sábado, 10 de março de 2012

A escola ideal

Muito interessante a reflexão de Alexandre Sayad. Vale a pena ler e discutir.
Boa leitura a todos!

Escola deveria ser garagem
Alexandre Sayad

Pensar em modelos de educação que inovem ironicamente não é uma novidade. A morte do currículo foi decretada cinicamente algumas vezes – o paradigma de não seccionar o conhecimento em áreas de conhecimento chega a ser um discurso cansativo, proferido por quem acredita em uma “educação contemporânea”. O fato é que o mundo da educação padece por ser formado em sua maioria por pensadores, e não executores. Mudar um sistema de ensino é muito complexo; realizar experiências pontuais – construir escolas ideais - que sirvam de exemplo e instiguem mudanças maiores, não tanto. Mesmo assim educadores preferem elaborar teorias a realizar experiências e correr riscos.

Há alguns dias fui provocado por dois jovens e inteligentes documentaristas, Antonio Lovato e Raul Perez, a dar um depoimento sobre “a escola que considero ideal”. Nunca havia pensado de forma totalmente onírica e livre sobre esse tema, então coloquei minha mente para rodar antes da câmera ser ligada. Viajei muito no Brasil e no mundo para conhecer escolas; ouvi outras tantas de amigos. Nesse meu fluxo de pensamento interno me lembrei dos laboratórios do MIT (Massachusetts Institute of Technology), do Schumacher College, da Escola da Ponte, da Cidade Escola Aprendiz, de uma escola dinamarquesa relatada pelo Rubem Alves, em que estudantes aprendiam a construir uma casa e também da Oregon Episcopal School, a OPS, que me encantou. Todos os exemplos têm elementos em comum: ignoram o currículo, pois trabalham por projetos – teoria que data dos anos 40. E todas são idealizadas e coordenadas por educadores fora dessa cátedra.

Antes de dar a reposta cara a cara com os dois cineastas, pensei, muito centralmente, nas minhas experiências com jovens produzindo comunicação – como o Idade Mídia, do Colégio Bandeirantes. Vivências em que os estudantes se apropriam do espaço escolar e aprendem muito mais assim: quando sua expressão surge no universo do aprendizado; e quando são estimulados a acreditar na sua capacidade de realização de um projeto – no caso uma revista ou um documentário. Mas quando comecei a falar, quis dar um passo atrás do meu sonho de escola educomunicativa para ser mais desamarrado de conceitos, e procurei achar pontos em comum a todas elas. E percebi: são experiências de e para “garagens”. Me lembrei daquelas garagens de casas antigas, onde se acumulam bugigangas, mas há sempre uma mesa para se sentar e organizar as ideias. Portanto, cheguei a conclusão que minha escola ideal assemelha-se a uma garagem. Dessas mesmo onde as crianças têm a tentação de montar robôs com peças velhas.

Lá, o foco está na criação e inovação do estudante. O professor é um tutor que circula entre os objetos, orienta as criações e aprende muito também. Um tablet conectado à internet seria o material básico. Os produtos lá desenvolvidos trariam um pouco de cada disciplina. Quando terminei a entrevista, tive a estranha sensação de ter vivido essa atmosfera de garagem, na maioria das vezes, em ambientes educomunicativos. Fui induzido a pensar na comunicação novamente. Muito porque ela está no DNA do estudante antes mesmo da escolarização chegar. Este é seu ponto mais forte – joga a favor do estudante. A garagem tem um apelo tão forte para a educação que, se nenhum projeto for capaz de brotar daquele ambiente, ainda é possível vender limonada (como fazem os norte-americanos) ou montar uma banda de rock (como faz qualquer jovem). O que, em ultima instância, são também projetos.

Marcia Gil

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Novas propostas do MEC

Vamos acompanhar a gestão do Mercadante. É importante que o professor esteja sempre "sintonizado" com as ações do governo.

O Estado de São Paulo, 25/01/2012 - São Paulo SP
Mercadante assume o MEC e sugere 'residência' para professores
'Só se forma o professor botando a mão na massa, na sala de aula', afirmou
Lisandra Paraguassu, da Agência Estado
BRASÍLIA - O novo ministro da Educação, Aluizio Mercadante, quer criar uma residência para estudantes de licenciatura - a exemplo do que ocorre com médicos. Em sua posse, na noite desta terça-feira, Mercadante já começou a vender os programas em que deve investir na sua gestão. A "residência" dos professores deve ser sua peça central. "Só se forma o professor botando a mão na massa, na sala de aula", afirmou. A intenção do novo ministro é que o estudante de licenciatura, antes de ser aprovado para dar aulas em qualquer lugar, passe um período dentro das escolas públicas, como professor-assistente ou mesmo para dar apoio aos alunos. Apesar de ainda incipiente, a ideia encantou secretários estaduais e municipais de educação. O novo ministro também quer ver os melhores professores das redes públicas dando aulas nas regiões e escolas com os piores índices de qualidade. A troca, afirmou, ajudaria a romper um ciclo vicioso em que os melhores professores recebem sempre as melhores escolas e os melhores alunos.

Essa mudança, no entanto, já não é tão simples. Até hoje nenhum Estado ou município e nem mesmo o governo federal encontrou uma fórmula para avaliar os professores e descobrir quais deles são os melhores. Qualquer forma de avaliação encontra uma ferrenha resistência dos docentes. Mercadante também anunciou, no seu discurso, outras duas propostas que recebeu praticamente prontas de Haddad. Uma delas é o Pronacampo, um conjunto de projetos para tentar melhorar a educação no campo. Outro, chama-se Alfabetização na Idade Certa, uma proposta de alocar os melhores recursos das redes de ensino - os melhores alfabetizadores, as melhores escolas e salas de aula, os melhores turnos - para as crianças até 8 anos, em fase de alfabetização. "Se essa criança não aprende a ler até os oito anos você corre um grande risco de perdê-la depois", afirmou o ministro.

Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora pedagógica - Curso G9

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Avaliação da Gestão de Fernando Haddad

Colegas, repasso para vocês diferentes avaliações a respeito do trabalho feito por Fernando Haddad no Ministério da Educação. Aguardo opiniões e debate.

Após seis anos e meio à frente do terceiro maior orçamento da Esplanada no Ministério da Educação (MEC), Fernando Haddad entrega a pasta para Aloizio Mercadante, com o intuito de enfrentar o desafio à prefeitura de São Paulo. Durante os próximos meses, o petista perderá a blindagem garantida no período como titular da pasta, principalmente na cobertura das falhas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos últimos três anos. Na campanha paulista, os pontos mais fracos da gestão de Haddad no MEC serão ressaltados e usados como munição pelos adversários políticos. Para especialistas, o maior nó deixado por ele a Mercadante será a erradicação do analfabetismo, que apenas engatinha.

Segundo educadores ouvidos pelo Correio, Haddad não desenvolveu políticas públicas eficientes para erradicar o analfabetismo — principalmente nos índices rurais — nem ações para garantir melhor qualidade no ensino médio. Alguns ainda criticaram a falta de atenção dada a ações voltadas para a melhoria da carreira dos docentes. Para os especialistas, Haddad não pressionou como deveria pela aprovação de um pacto federativo que garantisse o cumprimento do piso nacional dos professores em todos os estados e municípios. “Não houve esforço para a adesão nacional pela valorização do magistério. A lei foi criada, mas não está em vigor”, afirma o professor da Universidade Federal de Pernambuco e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) Mozart Neves Ramos.

A diretora executiva da organização Todos Pela Educação, Priscila Cruz, afirma que o ministro não investiu em medidas de combate à desigualdade educacional. “Mercadante terá que compensar. Principalmente com políticas voltadas para a população rural, que ainda é extremamente vulnerável”, afirma. Para o especialista João Batista, do Instituto Alfa e Beto (IAB), Haddad estabeleceu diretrizes equivocadas para a alfabetização. Já o professor Mozart avalia que faltou criar um indicador nacional para alfabetização de crianças. “É a única estratégia para termos saltos de aprendizagem”, vaticina.

O Enem foi novamente criticado. Segundo a diretora do Todos Pela Educação, a prova precisa sofrer ajustes na próxima gestão. “A comunicação tem que ser mais transparente. O mistério gera um clima de insegurança entre os alunos, professores e pais. É preciso estruturar melhor a logística do exame. Talvez o erro tenha sido a ambição com que se transformou o Enem”, destaca Priscila. Já o professor do Centro de Educação da Universidade de Santa Maria (UFSM) Eduardo Terrazzan acredita que o Enem representa um retrocesso, já que deixou de ser um indicador de qualidade do ensino médio.

Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora Pedagógica - Curso G9

O novo Ministro da Educação

O Estado de São Paulo, 24/01/2012 - São Paulo SP
Mercadante assume MEC e muda cúpula
Novo ministro da Educação deve indicar novo presidente do Inep e de outros 3 cargos-chave

BRASÍLIA - Malvina Tuttman deve deixar a presidência do Inep com a posse, nesta terça-feira, 24, do novo ministro da Educação, Aloizio Mercadante. O Inep é a autarquia do Ministério da Educação (MEC) que cuida do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O secretário da Educação Superior, Luiz Cláudio Costa, continua na equipe, mas deve ser remanejado. Segundo o Estado apurou, o nome dele é cotado para assumir a presidência do Inep - que teve três presidentes nos últimos três anos.
Para especialistas, ajustar a logística do Enem, melhorar a formação de professores e reduzir o gargalo do ensino médio são os principais desafios lançados ao novo ministro da Educação. Conforme o Estado antecipou no mês passado, a presidente Dilma Rousseff pediu em conversas reservadas que Mercadante se dedicasse a dois assuntos: solucionar os problemas do Enem e colocar de pé o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Para os educadores, no entanto, será preciso um olhar mais abrangente às deficiências no sistema de ensino brasileiro. A sucessão de falhas envolvendo o Enem, que acabou de ter cancelada a edição programada para abril, é vista como o calcanhar de Aquiles da administração Haddad. “O Enem foi uma grande ideia má executada até agora, realizada com pressa”, avalia o coordenador da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, Daniel Cara. Para a diretora executiva do Todos Pela Educação, Priscila Fonseca da Cruz, Mercadante “terá de resolver o Enem” e evitar a repetição de erros que, embora pontuais, atingem milhares de estudantes. Além disso, uma das grandes batalhas será garantir que os cursos de pedagogia e as licenciaturas ofereçam a ferramenta necessária para o professor atuar em sala de aula. “Os professores em grande medida têm uma formação muito ruim no País, o que explica o fato de os alunos não aprenderem nas escolas”, comenta.
A opinião é compartilhada pela educadora Maria Helena Guimarães, ex-presidente do Inep e ex-secretária estadual de Educação de São Paulo. “O MEC até aumentou a oferta de matrículas, mas não é esse o problema, e sim o currículo. Os cursos de formação estão descolados daquilo de que as escolas precisam.” Maria Helena critica a situação do ensino médio - apenas 28,9% dos estudantes chegam ao 3.º ano acima do nível considerado adequado em língua portuguesa e 11% em matemática. “Não faz sentido um mesmo ensino médio para um aluno que quer fazer pedagogia e para outro que pretende cursar engenharia”, diz. O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin de Leão, diz que o MEC deve ser mais atuante. “Em questões como o piso salarial nacional, o governo deve ser mais incisivo na cobrança dessa lei por parte de Estados e municípios.”

Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora Pedagógica - Curso G9