Cyberbullying: a agressão entre os nativos digitais
Por Marcus Tavares
Cyberbullying: agressão verbal e escrita por meio das tecnologias digitais. Pesquisadores da Universidade de Navarra (Espanha) apresentaram, em maio deste ano, um trabalho sobre o assunto no V Congresso sobre Comunicação e Realidade, organizado pela Faculdade de Comunicação de Blanquerna, em Barcelona.
O levantamento Cyberbullying: uma análise comparativa com estudantes de países da América Latina: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela mostra de que forma a agressão faz parte da vida dos alunos. Os números podem ser baixos ou, de acordo com a literatura internacional, inexpressivos. Mas o fato é que estamos apenas no início do século XXI, na democratização das tecnologias digitais e nas primeiras gerações de nativos digitais.
Segundo os autores, o cyberbulllying é “o envio e a postagem de textos ou imagens maldosas ou cruéis na internet ou outros meios digitais de comunicação”. A agressão, que cresce devido ao rápido avanço das novas tecnologias, pode ser realizada por um indivíduo ou um grupo de modo deliberado e repetitivo.
Confira o artigo publicado pelos pesquisadores
“Através do computador, a vítima recebe mensagens ameaçadoras no e-mail e no MSN. Enviam-lhe imagens obscenas, insultos em chats. O agressor(es) pode(m), até mesmo, criar blogs ou websites para promover conteúdos difamatórios. A natureza móvel das novas tecnologias tira o sossego das vítimas, o que faz do cyberbullying uma forma de violência invasiva que ameaça os estudantes até fora da escola. Portanto, e como não acontecia no bullying tradicional, o lar já não é um lugar de refúgio para a vítima, que continua recebendo SMS ou e-mails”, destaca trecho do artigo.
O trabalho dos pesquisadores – que se baseou na pesquisa A Geração Interativa na Ibero-América - mostra que 2.542 estudantes dos sete países investigados reconheceram que foram prejudicados por meio do celular e do MSN. Do total, 12,1% experimentaram alguma forma de cyberbullying. Entre as duas ferramentas, o celular foi o mais usado para efetivar a agressão.
O levantamento destaca que 22,4% dos meninos e 13,4% das meninas usaram o celular ou o MSN para prejudicar alguém. Por outro lado, 19,25% dos meninos pesquisados e 13,8% das meninas afirmaram já terem sido vítimas de cyberbullying.
- Cyberbullying no celular
13,3% reconheceram o uso do celular para ofender alguém. Entre os países com maior porcentagem de agressão destacam-se a Venezuela e o México. Por outro lado, a porcentagem de alunos que se sentiram prejudicados foi de 6,4 %.
No Brasil…
8,4 % usaram o celular para ofender alguém
4,3% foram prejudicados por meio do celular
- Cyberbullying no MSN
4,4% reconheceram ter usado o Messenger para prejudicar alguém. De todos os países, o Chile sobressai com 7,2%. A porcentagem de alunos que se sentiram prejudicados foi de 5,6 % e o país com maior porcentagem de vítimas foi o Brasil, com 8,2%.
No Brasil…
4,7% usaram o MSN para ofender alguém
8,2% foram prejudicados por meio do MSN
Tipos de violência verbal e escrita através das novas tecnologias
Flaming: envio de mensagens vulgares ou hostis
Agressão on-line: envio repetido de mensagens ofensivas
Cyberstalking: ameaças de dano ou intimidação excessiva
Difamação: mensagens cruéis sobre uma pessoa a outras ou comentários em lugares on-line
Substituição ilegal da pessoa: fazer-se passar pela vítima, difamando-a
Outing: mensagens sobre uma pessoa contendo informação sensível, privada ou constrangedora
Exclusão: cruel expulsão de alguém de um grupo on-line.
Amigos e Professores em geral,
De acordo com a pesquisa realizada pela Universidade de Navarra, com países da América Latina, ficou evidenciado que as agressões pelo cyberbullying entre os jovens do século XXI são baixas, porém podemos perceber que 22,4% são de meninos e 13,41% são de meninas.
Pergunto: Por que isso acontece mais entre os meninos ?
Acredito que na adolescência os meninos querem se destacar entre os colegas, e com o avanço das tecnologias eles utilizam as novas ferramentas para praticar o cyberbullying. Como educadora, procuro orientar os alunos que esste tipo de agressão gera transtornos psicológicos, baixa autoestima, depressão, ansiedade, sentimento de solidão, peço que se coloquem no lugar do outro e como se sentiriam, solicito para não aceitarem estranhos no Orkut, MSN, não disponibilizarem muitas fotos na internet, removerem comentários em blogs e fotologs. É uma maneira de tentar "resgatá-los" dessa armadilha que a internet criou.
Referência: http://www.revistapontocom.org.br/edicoes-anteriores-ponto-central/cyberbullying-a-agressao-entre-os-nativos-digitais
Por: Alessandra Lino, coordenadora do laboratório de informática do Curso G9.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Orientações para o estudo em casa
Aos pais dos alunos do Curso G9,
Grande parte do sucesso escolar de um estudante é decorrente da existência de hábitos de estudo definidos. Para a formação desses hábitos é necessário que se implemente gradualmente comportamentos saudáveis, que pela repetição sistemática, passam a fazer parte do dia a dia do estudante. Visualize as vantagens de orientar seus filhos desde cedo, para uma formação de bons hábitos e atitudes e colherá bons frutos, observando um crescimento intelectual e maior facilidade na sua aprendizagem.
Veja abaixo algumas orientações básicas dadas pela Profª. Maria Rodrigues da Equipe do Brasil Escola:
• Estabeleça um horário de estudo, crie uma rotina semanal, em que seu filho realizará as suas tarefas. Considere também as atividades extracurriculares, como natação, inglês, etc. Monte um calendário em que ele tenha tempo para tudo, principalmente para o estudo. Ajude seu filho a cumprir os horários. Estudar sempre na mesma hora determinará a criação do hábito. Sua atitude firme e serena o levará a perceber sua determinação e a importância desse momento. Lembre-se: nada de exacerbações, não transforme essa situação em um campo de batalha, a hora de estudar não deve se transformar em hora de sofrimento.
• Estabeleça um local de estudo tranquilo, onde não circulem pessoas, onde haja silêncio (sem TV ou rádio), que tenha uma escrivaninha que permita uma posição correta e que conte com uma iluminação adequada.
• É importante que ele arrume o seu próprio local de estudo, deixando por perto tudo o que vai usar: régua, lápis… A sua mesa deverá ter o mínimo de coisas em cima, só o estritamente necessário (sem brinquedos, roupas…).
• As lições devem ser feitas, preferencialmente, no mesmo dia em que foram passadas, assim evita-se o acúmulo de tarefas e, com a memória fresca, as explicações da professora ainda podem ser lembradas e o que foi passado no quadro ainda está visível na sua mente.
• Se houver dúvidas na resolução, explique com suas próprias palavras. Faça com que repita em voz alta para demonstrar que entendeu. Se a dúvida persistir, comunique à professora através da agenda no dia seguinte.
• Não permaneça a seu lado no momento em que estiver fazendo suas lições. Na sala de aula isso não acontece e ele precisa aprender a trabalhar de forma mais independente possível.
• Elogie sempre seu progresso!
• Faça-o dormir cedo. Estando bem descansado, ele estará mais propenso a receber e assimilar os novos conhecimentos do dia seguinte.
• Procure sempre que necessário a Coordenadora Pedagógica de sua escola. Não cultive dúvidas.
Lembrem-se que os pais e o colégio são os maiores interessados em que os alunos estejam bem em todas as áreas.
Como começar
Primeiramente, coloque como meta o ato de não estudar só na véspera da prova e jamais utilizar o período da madrugada para estudar. Além de não haver concentração suficiente nessa hora, o aluno fica com sono e não presta atenção na aula do dia seguinte. O ideal é criar um programa de estudos que acompanhe as suas aulas no colégio. Por exemplo, se durante a manhã você tem aula de Português, História, Geografia e Física então reserve quatro horas do seu dia para revisar o conteúdo dado em sala de aula e resolver exercícios
Mas, atenção! Quatro horas é um tempo suficiente para se dedicar ao estudo em casa (sem contar o tempo que fica na escola), mas se você precisar ficar um pouco mais de tempo para estudar para uma prova, por exemplo, não se esqueça de jamais ultrapassar cinco horas, sob pena de o seu esforço ser em vão. Afinal, o seu cérebro também precisa descansar e depois de certo tempo entra em sobrecarga e o conteúdo literalmente “se esparrama” da sua cabeça, não fica nada. Portanto, sem exageros!
O estudo diário ajuda a prevenir os desesperos de véspera de prova, já que estudando só no último dia você vai adquirir dúvidas que não poderão ser sanadas pelo professor..
E lembre-se que além de estudar é preciso reservar um tempo para o lazer e para praticar exercícios, que ajuda a eliminar a tensão do cotidiano e prepara o corpo para aguentar mais uma maratona de estudo.
Adriano José Gomes- Prof. de Matemática do Ensino Médio e Pré-Vestibular do Curso G9.
Grande parte do sucesso escolar de um estudante é decorrente da existência de hábitos de estudo definidos. Para a formação desses hábitos é necessário que se implemente gradualmente comportamentos saudáveis, que pela repetição sistemática, passam a fazer parte do dia a dia do estudante. Visualize as vantagens de orientar seus filhos desde cedo, para uma formação de bons hábitos e atitudes e colherá bons frutos, observando um crescimento intelectual e maior facilidade na sua aprendizagem.
Veja abaixo algumas orientações básicas dadas pela Profª. Maria Rodrigues da Equipe do Brasil Escola:
• Estabeleça um horário de estudo, crie uma rotina semanal, em que seu filho realizará as suas tarefas. Considere também as atividades extracurriculares, como natação, inglês, etc. Monte um calendário em que ele tenha tempo para tudo, principalmente para o estudo. Ajude seu filho a cumprir os horários. Estudar sempre na mesma hora determinará a criação do hábito. Sua atitude firme e serena o levará a perceber sua determinação e a importância desse momento. Lembre-se: nada de exacerbações, não transforme essa situação em um campo de batalha, a hora de estudar não deve se transformar em hora de sofrimento.
• Estabeleça um local de estudo tranquilo, onde não circulem pessoas, onde haja silêncio (sem TV ou rádio), que tenha uma escrivaninha que permita uma posição correta e que conte com uma iluminação adequada.
• É importante que ele arrume o seu próprio local de estudo, deixando por perto tudo o que vai usar: régua, lápis… A sua mesa deverá ter o mínimo de coisas em cima, só o estritamente necessário (sem brinquedos, roupas…).
• As lições devem ser feitas, preferencialmente, no mesmo dia em que foram passadas, assim evita-se o acúmulo de tarefas e, com a memória fresca, as explicações da professora ainda podem ser lembradas e o que foi passado no quadro ainda está visível na sua mente.
• Se houver dúvidas na resolução, explique com suas próprias palavras. Faça com que repita em voz alta para demonstrar que entendeu. Se a dúvida persistir, comunique à professora através da agenda no dia seguinte.
• Não permaneça a seu lado no momento em que estiver fazendo suas lições. Na sala de aula isso não acontece e ele precisa aprender a trabalhar de forma mais independente possível.
• Elogie sempre seu progresso!
• Faça-o dormir cedo. Estando bem descansado, ele estará mais propenso a receber e assimilar os novos conhecimentos do dia seguinte.
• Procure sempre que necessário a Coordenadora Pedagógica de sua escola. Não cultive dúvidas.
Lembrem-se que os pais e o colégio são os maiores interessados em que os alunos estejam bem em todas as áreas.
Como começar
Primeiramente, coloque como meta o ato de não estudar só na véspera da prova e jamais utilizar o período da madrugada para estudar. Além de não haver concentração suficiente nessa hora, o aluno fica com sono e não presta atenção na aula do dia seguinte. O ideal é criar um programa de estudos que acompanhe as suas aulas no colégio. Por exemplo, se durante a manhã você tem aula de Português, História, Geografia e Física então reserve quatro horas do seu dia para revisar o conteúdo dado em sala de aula e resolver exercícios
Mas, atenção! Quatro horas é um tempo suficiente para se dedicar ao estudo em casa (sem contar o tempo que fica na escola), mas se você precisar ficar um pouco mais de tempo para estudar para uma prova, por exemplo, não se esqueça de jamais ultrapassar cinco horas, sob pena de o seu esforço ser em vão. Afinal, o seu cérebro também precisa descansar e depois de certo tempo entra em sobrecarga e o conteúdo literalmente “se esparrama” da sua cabeça, não fica nada. Portanto, sem exageros!
O estudo diário ajuda a prevenir os desesperos de véspera de prova, já que estudando só no último dia você vai adquirir dúvidas que não poderão ser sanadas pelo professor..
E lembre-se que além de estudar é preciso reservar um tempo para o lazer e para praticar exercícios, que ajuda a eliminar a tensão do cotidiano e prepara o corpo para aguentar mais uma maratona de estudo.
Adriano José Gomes- Prof. de Matemática do Ensino Médio e Pré-Vestibular do Curso G9.
terça-feira, 20 de abril de 2010
Ócio educativo
Folha de São Paulo, 19/04/2010 - São Paulo SP
Antes sem regras, recreio passa a ter brincadeiras e atividades organizadas pelos professores, como aulas de música e jogos de tabuleiro
TALITA BEDINELLI DA REPORTAGEM LOCAL Escolas particulares de São Paulo começaram a organizar a brincadeira das crianças no recreio. Para substituir a correria habitual do intervalo, elas estão oferecendo espaços onde os professores ensinam a brincar com jogos de tabuleiro ou com brinquedos antigos. Há as que oferecem até cantos de leitura. O objetivo é transformar o recreio em um momento de aprendizagem. "Quando a criança aprende a brincar, ela aprende a respeitar regras, a saber esperar, a respeitar limites. A gente quer trabalhar a convivência", diz Regina Di Giuseppe, coordenadora do colégio Santo Américo (zona oeste), que oferece atividades no recreio desde o ano passado.
Para a educadora Marisa Elias, do curso de pedagogia da PUC-SP, a ação das escolas é positiva, mas os alunos não podem ser obrigados a participar. "Não pode impor, recreio é liberdade. A criança não pode sair de uma sala de aula e ter que sentar na cadeira para jogar xadrez durante o intervalo." As escolas dizem que as atividades não são obrigatórias, mas a maioria dos alunos participa. O Pentágono do Morumbi (zona oeste) há cerca de um ano passou a oferecer seis estações de brincadeiras: jogos de tabuleiro, jogos de mesa (como xadrez), música e coreografia, jogos de quadra, brincadeiras folclóricas e leitura. Os alunos vão para a que preferem. O cantinho de que Arnaldo Rosim, 6, mais gosta é o de jogos de tabuleiro. A mãe diz que ele levou o gosto para casa. "Hoje ele chama a gente para brincar e passa menos tempo no computador, brincando sozinho", afirma Luciana Rosim.
A iniciativa das escolas é justamente uma espécie de contra-ataque ao vício das crianças pelo computador. "A gente percebe que hoje eles passam a maior parte do tempo entretidos com jogos eletrônicos e têm dificuldade de iniciar uma brincadeira. Eles estão sempre à espera de alguém propor", diz Mitzi Moniz, coordenadora pedagógica do Pentágono. Maria Angela Carneiro, do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar da PUC-SP, conta que há pouco tempo fez um experimento em uma escola que coordenava: pediu que as crianças propusessem uma brincadeira. Ela se assustou quando viu os alunos colocarem o pé na parede e dizerem que estavam brincando de tomar sol. "Isso demonstra que há uma falta de repertório de brincadeiras." No "Cantinho do Brincar" do Santo Américo, professores propõem desafios de grupo, brincadeiras com massinhas, concurso de karaokê e até assembleias -para ajudar as crianças a expor as preferências com mais clareza. Brincadeiras antigas estão entre as mais procuradas. "Cabra-cega é muito popular", conta a aluna Isadora Monteiro, 10.
Vigilância - Nas atividades oferecidas pelas escolas, os professores ensinam as regras dos jogos e também supervisionam as brincadeiras. Com isso, o número de brigas diminuiu, contam. Maria Angela, professora da PUC-SP, afirma, no entanto, que as crianças deveriam ter mais liberdade. "Elas acabam esperando que o professor dirija tudo e perdem a oportunidade de ter autonomia. Podem virar adultos inseguros, que não sabem tomar decisão", alerta.
Antes sem regras, recreio passa a ter brincadeiras e atividades organizadas pelos professores, como aulas de música e jogos de tabuleiro
TALITA BEDINELLI DA REPORTAGEM LOCAL Escolas particulares de São Paulo começaram a organizar a brincadeira das crianças no recreio. Para substituir a correria habitual do intervalo, elas estão oferecendo espaços onde os professores ensinam a brincar com jogos de tabuleiro ou com brinquedos antigos. Há as que oferecem até cantos de leitura. O objetivo é transformar o recreio em um momento de aprendizagem. "Quando a criança aprende a brincar, ela aprende a respeitar regras, a saber esperar, a respeitar limites. A gente quer trabalhar a convivência", diz Regina Di Giuseppe, coordenadora do colégio Santo Américo (zona oeste), que oferece atividades no recreio desde o ano passado.
Para a educadora Marisa Elias, do curso de pedagogia da PUC-SP, a ação das escolas é positiva, mas os alunos não podem ser obrigados a participar. "Não pode impor, recreio é liberdade. A criança não pode sair de uma sala de aula e ter que sentar na cadeira para jogar xadrez durante o intervalo." As escolas dizem que as atividades não são obrigatórias, mas a maioria dos alunos participa. O Pentágono do Morumbi (zona oeste) há cerca de um ano passou a oferecer seis estações de brincadeiras: jogos de tabuleiro, jogos de mesa (como xadrez), música e coreografia, jogos de quadra, brincadeiras folclóricas e leitura. Os alunos vão para a que preferem. O cantinho de que Arnaldo Rosim, 6, mais gosta é o de jogos de tabuleiro. A mãe diz que ele levou o gosto para casa. "Hoje ele chama a gente para brincar e passa menos tempo no computador, brincando sozinho", afirma Luciana Rosim.
A iniciativa das escolas é justamente uma espécie de contra-ataque ao vício das crianças pelo computador. "A gente percebe que hoje eles passam a maior parte do tempo entretidos com jogos eletrônicos e têm dificuldade de iniciar uma brincadeira. Eles estão sempre à espera de alguém propor", diz Mitzi Moniz, coordenadora pedagógica do Pentágono. Maria Angela Carneiro, do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar da PUC-SP, conta que há pouco tempo fez um experimento em uma escola que coordenava: pediu que as crianças propusessem uma brincadeira. Ela se assustou quando viu os alunos colocarem o pé na parede e dizerem que estavam brincando de tomar sol. "Isso demonstra que há uma falta de repertório de brincadeiras." No "Cantinho do Brincar" do Santo Américo, professores propõem desafios de grupo, brincadeiras com massinhas, concurso de karaokê e até assembleias -para ajudar as crianças a expor as preferências com mais clareza. Brincadeiras antigas estão entre as mais procuradas. "Cabra-cega é muito popular", conta a aluna Isadora Monteiro, 10.
Vigilância - Nas atividades oferecidas pelas escolas, os professores ensinam as regras dos jogos e também supervisionam as brincadeiras. Com isso, o número de brigas diminuiu, contam. Maria Angela, professora da PUC-SP, afirma, no entanto, que as crianças deveriam ter mais liberdade. "Elas acabam esperando que o professor dirija tudo e perdem a oportunidade de ter autonomia. Podem virar adultos inseguros, que não sabem tomar decisão", alerta.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Big Brother Brasil = Sociedade do espetáculo?
Como esse ano a proposta para a Feira do Conhecimento é a discussão sobre o que é identidade e, se realmente existe uma identidade brasileira, acho oportuno o pensamento de Guy Debord (Paris, 28 de dezembro de 1931 - 30 de novembro de 1994).
Em termos gerais, as teorias de Debord atribuem a debilidade espiritual, tanto das esferas públicas quanto da privada, às forças econômicas que dominaram a Europa após a modernização decorrente do final da segunda grande guerra. A Sociedade do Espetáculo é o trabalho mais conhecido de Guy Debord. Lançado na França em 1967, A Sociedade do Espetáculo tornou-se inicialmente livro de culto da ala mais extremista do Maio de 68, em Paris; hoje é um clássico em muitos países.
O “espetáculo” de que fala Debord vai muito além da onipresença dos meios de comunicação de massa, que representam somente o seu aspecto mais visível e mais superficial. Debord explica “que o espetáculo é uma forma de sociedade em que a vida real é pobre e fragmentária, e os indivíduos são obrigados a contemplar e a consumir passivamente as imagens de tudo o que lhes falta em sua existência real”.
Passamos recentemente por um fenômeno de audiência da televisão brasileira que foi o Big Brother Brasil 2010. Mesmo não assistindo aos programas diários era impossível não tomar conhecimento do que acontecia dentro da “casa”. A discussão estava instalada no dia-a-dia das pessoas e nas diferentes esferas da sociedade. Milhares de brasileiros acompanharam o cotidiano de pessoas que nunca tinham visto antes e passaram a seus “parentes, amigos, admiradores ou até inimigos”. Como isso é possível?
Se a existência real é pobre, como afirmou Debord, as pessoas precisam de outras motivações e passam a olhar para os outros (artistas, políticos e celebridades instantâneas como as criadas pelo Big Brother) e essas pessoas desconhecidas tornam-se uma imagem, e as imagens tornam-se realidade. Essa “nova realidade” passa a fazer parte de suas vidas porque o glamour que falta à vida real recupera-se no plano da imagem.
Como professora de Arte, reconheço a importância das imagens: “Uma imagem vale mais que mil palavras” já dizia Kunf Fu Tsé (Confúcio), conhecido sábio chinês. Mas, atualmente, há uma super valorização da imagem. Ainda segundo Debord, “Enquanto a primeira fase do domínio da economia sobre a vida caracterizava-se pela notória degradação do ser em ter, no espetáculo chegou-se ao reinado soberano do aparecer. As relações entre os homens já não são mediadas pelas coisas, como no fetichismo da mercadoria de que Marx falou, mas diretamente pelas imagens.” Fica fácil entender o que disse Debord porque vivenciamos a preocupação da sociedade atual com a aparência: compra-se um determinado bem não pela sua necessidade, mas pelo que ele representa, o status que ele proporciona. Não basta ter um celular e sim o último que foi lançado; ter um carro novo já não é suficiente, mas ter o “último tipo” é que vai criar uma imagem de poder.
As conseqüências dessa super valorização ou mesmo exploração da imagem têm sido graves: o consumismo desenfreado e mais grave ainda a desvalorização do ser e do ser humano.
Como os meios de comunicação de massa e a indústria cultural utilizam-se desses recursos, eles podem ser responsabilizados pela transformação das identidades na contemporaneidade? Com as mudanças estruturais ocorridas nas sociedades nas últimas décadas, estaríamos vivendo uma crise de identidade nos planos individual e coletivo?
Anabel Faria Floriano Ribeiro
Em termos gerais, as teorias de Debord atribuem a debilidade espiritual, tanto das esferas públicas quanto da privada, às forças econômicas que dominaram a Europa após a modernização decorrente do final da segunda grande guerra. A Sociedade do Espetáculo é o trabalho mais conhecido de Guy Debord. Lançado na França em 1967, A Sociedade do Espetáculo tornou-se inicialmente livro de culto da ala mais extremista do Maio de 68, em Paris; hoje é um clássico em muitos países.
O “espetáculo” de que fala Debord vai muito além da onipresença dos meios de comunicação de massa, que representam somente o seu aspecto mais visível e mais superficial. Debord explica “que o espetáculo é uma forma de sociedade em que a vida real é pobre e fragmentária, e os indivíduos são obrigados a contemplar e a consumir passivamente as imagens de tudo o que lhes falta em sua existência real”.
Passamos recentemente por um fenômeno de audiência da televisão brasileira que foi o Big Brother Brasil 2010. Mesmo não assistindo aos programas diários era impossível não tomar conhecimento do que acontecia dentro da “casa”. A discussão estava instalada no dia-a-dia das pessoas e nas diferentes esferas da sociedade. Milhares de brasileiros acompanharam o cotidiano de pessoas que nunca tinham visto antes e passaram a seus “parentes, amigos, admiradores ou até inimigos”. Como isso é possível?
Se a existência real é pobre, como afirmou Debord, as pessoas precisam de outras motivações e passam a olhar para os outros (artistas, políticos e celebridades instantâneas como as criadas pelo Big Brother) e essas pessoas desconhecidas tornam-se uma imagem, e as imagens tornam-se realidade. Essa “nova realidade” passa a fazer parte de suas vidas porque o glamour que falta à vida real recupera-se no plano da imagem.
Como professora de Arte, reconheço a importância das imagens: “Uma imagem vale mais que mil palavras” já dizia Kunf Fu Tsé (Confúcio), conhecido sábio chinês. Mas, atualmente, há uma super valorização da imagem. Ainda segundo Debord, “Enquanto a primeira fase do domínio da economia sobre a vida caracterizava-se pela notória degradação do ser em ter, no espetáculo chegou-se ao reinado soberano do aparecer. As relações entre os homens já não são mediadas pelas coisas, como no fetichismo da mercadoria de que Marx falou, mas diretamente pelas imagens.” Fica fácil entender o que disse Debord porque vivenciamos a preocupação da sociedade atual com a aparência: compra-se um determinado bem não pela sua necessidade, mas pelo que ele representa, o status que ele proporciona. Não basta ter um celular e sim o último que foi lançado; ter um carro novo já não é suficiente, mas ter o “último tipo” é que vai criar uma imagem de poder.
As conseqüências dessa super valorização ou mesmo exploração da imagem têm sido graves: o consumismo desenfreado e mais grave ainda a desvalorização do ser e do ser humano.
Como os meios de comunicação de massa e a indústria cultural utilizam-se desses recursos, eles podem ser responsabilizados pela transformação das identidades na contemporaneidade? Com as mudanças estruturais ocorridas nas sociedades nas últimas décadas, estaríamos vivendo uma crise de identidade nos planos individual e coletivo?
Anabel Faria Floriano Ribeiro
quarta-feira, 31 de março de 2010
A Inclusão da Filosofia e da Sociologia no Ensino Médio
Caros colegas,
É com alegria e orgulho que uso do privilégio de participar de uma rede social que, tenho certeza, será de alto nível. Espero inaugurá-la com a competência necessária a quem faz parte de um grupo tão seleto como o dos profissionais do G9.Vai abaixo um artigo assinado por mim. Aguardo comentários e trocas.
A revista VEJA(1), editada na última semana de março, trouxe um artigo intitulado "Ideologia na Cartilha", de autoria de Marcelo Bortoloti.
Nele, percebemos a condenação de ideologias aplicadas por alguns professores de Filosofia e Sociologia (condenações com as quais concordo), porém, incoerentemente, a defesa de outra ideologia, clamando por uma carga maior de Matemática (ideologia positivista), utilizando a seguinte manchete em seu artigo: "Agora obrigatórias no ensino médio brasileiro, as aulas de Sociologia e Filosofia abusam de conceitos rasos e tom panfletário. Matemática que é bom..." (grifo meu).
Nada contra a Matemática, evidentemente, pois ela filosofa bastante, como diz o nosso prof. Giovanni. Mas tomo aqui a defesa da presença dessas disciplinas no ensino médio das escolas.
Como professora universitária de Sociologia e Filosofia, pude constatar o que já se tornou lugar comum nas universidades: o baixo nível dos alunos. Há a tendência de se responsabilizar as deficiências do curso médio pela má formação dos estudantes, seja em decorrência do estilo da aprendizagem com questões elaboradas somente com múltipla escolha, seja como consequência da pobreza e imprecisão do conteúdo das informações que recebem, seja pelo desconhecimento da língua portuguesa, seja, enfim, pela ausência de uma visão mais abrangente da natureza do trabalho teórico, ausência que decorre de uma outra, isto é, do vazio deixado pela eliminação de Filosofia e Sociologia no ensino médio, desde os anos 70, quando da lei de diretrizes e bases da educação - LDB 5692/71, imposta pelo regime militar da época.
Os alunos do ensino superior sempre me fizeram queixas. Queixam-se da dificuldade de compreender o que lhes é transmitido e da dificuldade de acompanhar os cursos com a bibliografia que lhes é indicada. Os estudantes têm ainda outra queixa, e se a compreendermos teremos avançado na questão que me proponho a refletir. Queixam-se de não acompanhar o que o professor lhes diz, de não perceber o que tal discurso tem a ver com o mundo de suas experiências e como poderão escrever acerca daquilo que não conseguiram sequer ouvir. Essa queixa nos conduz ao efeito do ensino médio sem Filosofia e Sociologia. Sistematicamente cortados de uma relação significativa com a linguagem e com todas as vias expressivas, os estudantes não sabem ouvir, ler e escrever. Num ensino médio que supervaloriza as ciências exatas, a linguagem é reduzida à dimensão meramente denotativa ou indicativa. Completando o pensamento com CHAUI(2)"... de modo que a relação entre as palavras e as coisas nunca passe pela mediação das significações. Reduzida ao esquema binário da relação signo-coisa, a linguagem é exilada da esfera do sentido e da região que lhe é própria, da expressão". Não nos deve, pois, espantar que os estudantes recém-saídos de um ensino médio assim sejam incapazes de perceber e de formular as relações mais simples, de apreender as articulações mais elementares entre o que ouvem ou leem e o mundo em que vivem. Impedidos de um acesso verdadeiro à linguagem, estão impedidos de um acesso verdadeiro ao pensamento e, consequentemente, da possibilidade de alcançarem o real, sempre confundido com os dados imediatos da experiência. Ora, qual é o instrumento da Filosofia e da Sociologia? De onde partem as reflexões e as críticas? Da linguagem. Esfera privilegiadamente discursiva do saber, a Filosofia e a Sociologia se realizam através da compreensão da origem das significações constituídas pela linguagem e, assim sendo, compreende-se que as queixas dos estudantes são mais do que lamúria ou incompetência: é a queixa daquele a quem foi roubado o direito à palavra.
O que se costuma solicitar à Filosofia e à Sociologia é que iluminem o sentido teórico e prático daquilo que pensamos e fazemos, que nos levem a compreender a origem das ideias e valores que respeitamos ou que odiamos, que nos esclareçam quanto à origem da obediência a certas imposições e quanto ao desejo de transgredi-las, enfim, que nos digam alguma coisa acerca de nós mesmos, que nos ajudem a compreender como, por quê, para quem, por quem, contra quem ou contra o que as ideias e valores foram elaborados e o que fazer deles.
Evidentemente, pede-se muito à Filosofia e à Sociologia e elas, que em geral têm mais questões a colocar do que respostas a dar, não podem permanecer em silêncio. E, aqui, retomo a crítica à posição do repórter da revista VEJA ao supervalorizar as ciências exatas, pois, na "escola defendida" por ele, os alunos estão destinados ao silêncio. Na escola defendida por mim, a Filosofia e a Sociologia, que são discurso, devem estar presentes e vale a pena insistir na necessidade de interrogar.
Itajubá, 31/03/10
Profª Msc Marcia Gil de Souza
Coordenadora pedagógica do Curso G9
1 BORTOLOTI, Marcelo, Ideologia na Cartilha. REVISTA VEJA. São Paulo: Ed. Abril, ed. 2158 – ano 43 – nº 13, p. 116-117, 2010.
2 CHAUI, Marilena. A Supressão da Filosofia. São Paulo: Moderna,2006,p 405 in ARANHA, MªLúcia de Arruda. História da Educação Brasileira.
É com alegria e orgulho que uso do privilégio de participar de uma rede social que, tenho certeza, será de alto nível. Espero inaugurá-la com a competência necessária a quem faz parte de um grupo tão seleto como o dos profissionais do G9.Vai abaixo um artigo assinado por mim. Aguardo comentários e trocas.
A revista VEJA(1), editada na última semana de março, trouxe um artigo intitulado "Ideologia na Cartilha", de autoria de Marcelo Bortoloti.
Nele, percebemos a condenação de ideologias aplicadas por alguns professores de Filosofia e Sociologia (condenações com as quais concordo), porém, incoerentemente, a defesa de outra ideologia, clamando por uma carga maior de Matemática (ideologia positivista), utilizando a seguinte manchete em seu artigo: "Agora obrigatórias no ensino médio brasileiro, as aulas de Sociologia e Filosofia abusam de conceitos rasos e tom panfletário. Matemática que é bom..." (grifo meu).
Nada contra a Matemática, evidentemente, pois ela filosofa bastante, como diz o nosso prof. Giovanni. Mas tomo aqui a defesa da presença dessas disciplinas no ensino médio das escolas.
Como professora universitária de Sociologia e Filosofia, pude constatar o que já se tornou lugar comum nas universidades: o baixo nível dos alunos. Há a tendência de se responsabilizar as deficiências do curso médio pela má formação dos estudantes, seja em decorrência do estilo da aprendizagem com questões elaboradas somente com múltipla escolha, seja como consequência da pobreza e imprecisão do conteúdo das informações que recebem, seja pelo desconhecimento da língua portuguesa, seja, enfim, pela ausência de uma visão mais abrangente da natureza do trabalho teórico, ausência que decorre de uma outra, isto é, do vazio deixado pela eliminação de Filosofia e Sociologia no ensino médio, desde os anos 70, quando da lei de diretrizes e bases da educação - LDB 5692/71, imposta pelo regime militar da época.
Os alunos do ensino superior sempre me fizeram queixas. Queixam-se da dificuldade de compreender o que lhes é transmitido e da dificuldade de acompanhar os cursos com a bibliografia que lhes é indicada. Os estudantes têm ainda outra queixa, e se a compreendermos teremos avançado na questão que me proponho a refletir. Queixam-se de não acompanhar o que o professor lhes diz, de não perceber o que tal discurso tem a ver com o mundo de suas experiências e como poderão escrever acerca daquilo que não conseguiram sequer ouvir. Essa queixa nos conduz ao efeito do ensino médio sem Filosofia e Sociologia. Sistematicamente cortados de uma relação significativa com a linguagem e com todas as vias expressivas, os estudantes não sabem ouvir, ler e escrever. Num ensino médio que supervaloriza as ciências exatas, a linguagem é reduzida à dimensão meramente denotativa ou indicativa. Completando o pensamento com CHAUI(2)"... de modo que a relação entre as palavras e as coisas nunca passe pela mediação das significações. Reduzida ao esquema binário da relação signo-coisa, a linguagem é exilada da esfera do sentido e da região que lhe é própria, da expressão". Não nos deve, pois, espantar que os estudantes recém-saídos de um ensino médio assim sejam incapazes de perceber e de formular as relações mais simples, de apreender as articulações mais elementares entre o que ouvem ou leem e o mundo em que vivem. Impedidos de um acesso verdadeiro à linguagem, estão impedidos de um acesso verdadeiro ao pensamento e, consequentemente, da possibilidade de alcançarem o real, sempre confundido com os dados imediatos da experiência. Ora, qual é o instrumento da Filosofia e da Sociologia? De onde partem as reflexões e as críticas? Da linguagem. Esfera privilegiadamente discursiva do saber, a Filosofia e a Sociologia se realizam através da compreensão da origem das significações constituídas pela linguagem e, assim sendo, compreende-se que as queixas dos estudantes são mais do que lamúria ou incompetência: é a queixa daquele a quem foi roubado o direito à palavra.
O que se costuma solicitar à Filosofia e à Sociologia é que iluminem o sentido teórico e prático daquilo que pensamos e fazemos, que nos levem a compreender a origem das ideias e valores que respeitamos ou que odiamos, que nos esclareçam quanto à origem da obediência a certas imposições e quanto ao desejo de transgredi-las, enfim, que nos digam alguma coisa acerca de nós mesmos, que nos ajudem a compreender como, por quê, para quem, por quem, contra quem ou contra o que as ideias e valores foram elaborados e o que fazer deles.
Evidentemente, pede-se muito à Filosofia e à Sociologia e elas, que em geral têm mais questões a colocar do que respostas a dar, não podem permanecer em silêncio. E, aqui, retomo a crítica à posição do repórter da revista VEJA ao supervalorizar as ciências exatas, pois, na "escola defendida" por ele, os alunos estão destinados ao silêncio. Na escola defendida por mim, a Filosofia e a Sociologia, que são discurso, devem estar presentes e vale a pena insistir na necessidade de interrogar.
Itajubá, 31/03/10
Profª Msc Marcia Gil de Souza
Coordenadora pedagógica do Curso G9
1 BORTOLOTI, Marcelo, Ideologia na Cartilha. REVISTA VEJA. São Paulo: Ed. Abril, ed. 2158 – ano 43 – nº 13, p. 116-117, 2010.
2 CHAUI, Marilena. A Supressão da Filosofia. São Paulo: Moderna,2006,p 405 in ARANHA, MªLúcia de Arruda. História da Educação Brasileira.
sábado, 13 de março de 2010
Hino Nacional SEBRAE
A pedido, posto novamente o hino nacional SEBRAE.
Vale a pena usá-lo, pois a mensagem e o formato são excepcionais.
Beijos a todos
Marcia
Vale a pena usá-lo, pois a mensagem e o formato são excepcionais.
Beijos a todos
Marcia
domingo, 31 de janeiro de 2010
Propostas pedagógicas para 2010
Professores e colegas,
Deixo, para quem quiser acessar, o arquivo usado na reunião de professores do dia 30/01, do Curso G9. Ele contem as indicações para o trabalho com alunos com necessidades especiais de aprendizagem, item da reunião que não pode ser bem discutido devido ao adiantado da hora.
Desejo que seja de bom proveito a todos.
Abraços,
Profª Marcia Gil
Deixo, para quem quiser acessar, o arquivo usado na reunião de professores do dia 30/01, do Curso G9. Ele contem as indicações para o trabalho com alunos com necessidades especiais de aprendizagem, item da reunião que não pode ser bem discutido devido ao adiantado da hora.
Desejo que seja de bom proveito a todos.
Abraços,
Profª Marcia Gil
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Reunião de Professores do Curso G9
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Atendimento de 0 a 3 anos
Colegas, esta notícia é bastante animadora, pois aponta ações concretas que levam a ações articuladas entre os diferentes setores sociais. É a busca pela intersetorialidade, grande desafio desta década.
Jornal do Commercio, 27/12/2009 - Recife PE
MEC promete ações integradas com a saúde
RIO – O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que apresentará, no ano que vem, proposta de ação interministerial para atendimento de crianças na faixa de 0 a 3 anos. A ideia é coordenar programas de educação, saúde e assistência social para suprir deficiências familiares e garantir que todas as crianças cheguem à escola aptas a aprender. Haddad quer que a proposta seja incluída no próximo Plano Nacional de Educação, a ser votado pelo Congresso, com diretrizes para a década de 2011 a 2020. A tarefa envolveria também Estados e municípios. “Estamos trabalhando há algum tempo num desenho interministerial para a faixa etária de 0 a 3 anos. Vai exigir um esforço tão grande quanto foi universalizar o ensino fundamental”, afirmou no mesmo seminário do qual participou Heckman.
Ele lembrou que o SUS já oferece uma série de serviços para recém-nascidos, crianças e gestantes, especialmente por meio do Programa Saúde da Família. No dia 16, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, instalou um comitê para articular ações para a primeira infância, num projeto chamado Brasileirinhos e Brasileirinhas Saudáveis. Na mesma linha, o Bolsa Família dá dinheiro à população pobre, exigindo contrapartidas educacionais e de saúde, enquanto o Ministério da Educação financia a construção de creches e ajuda prefeituras a manter pré-escolas e creches com repasses ao Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). “Essas políticas podem ser mais bem organizadas, no sentido de dar atendimento prioritário para a primeira infância. Não estamos falando só de educação”, afirmou Haddad. Segundo ele, um maior investimento na primeira infância teria impacto na melhoria de renda, na redução da violência, na saúde e na longevidade. Um grupo de trabalho começou a formular a proposta este ano, analisando experiências no País e exterior. No Rio Grande do Sul, o governo estadual buscou ajuda de especialistas cubanos e adotou um programa de visitação semanal de famílias com filhos de até 6 anos. O Programa Infância Melhor ou PIM, como foi batizado, atende 80 mil crianças, conforme o secretário da Saúde, Osmar Terra, que expôs o projeto a Haddad recentemente. De acordo com ele, 90% das conexões do cérebro se formam até os 3 anos. “O PIM cuida do desenvolvimento neuropsíquico, educando a família a atender melhor o bebê. É nessa fase que as crianças aprendem a aprender”, destacou Terra. O ministro citou dados do IBGE que mostram aumento da cobertura de creches no Brasil. Em 2002, segundo ele, 11% das crianças eram atendidas. Em 2008, o percentual chegou a 18%. A projeção de Haddad é que o índice tenha atingido 20% em 2009 e alcance 22% no ano que vem, dobrando o patamar de 2002.
Jornal do Commercio, 27/12/2009 - Recife PE
MEC promete ações integradas com a saúde
RIO – O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que apresentará, no ano que vem, proposta de ação interministerial para atendimento de crianças na faixa de 0 a 3 anos. A ideia é coordenar programas de educação, saúde e assistência social para suprir deficiências familiares e garantir que todas as crianças cheguem à escola aptas a aprender. Haddad quer que a proposta seja incluída no próximo Plano Nacional de Educação, a ser votado pelo Congresso, com diretrizes para a década de 2011 a 2020. A tarefa envolveria também Estados e municípios. “Estamos trabalhando há algum tempo num desenho interministerial para a faixa etária de 0 a 3 anos. Vai exigir um esforço tão grande quanto foi universalizar o ensino fundamental”, afirmou no mesmo seminário do qual participou Heckman.
Ele lembrou que o SUS já oferece uma série de serviços para recém-nascidos, crianças e gestantes, especialmente por meio do Programa Saúde da Família. No dia 16, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, instalou um comitê para articular ações para a primeira infância, num projeto chamado Brasileirinhos e Brasileirinhas Saudáveis. Na mesma linha, o Bolsa Família dá dinheiro à população pobre, exigindo contrapartidas educacionais e de saúde, enquanto o Ministério da Educação financia a construção de creches e ajuda prefeituras a manter pré-escolas e creches com repasses ao Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). “Essas políticas podem ser mais bem organizadas, no sentido de dar atendimento prioritário para a primeira infância. Não estamos falando só de educação”, afirmou Haddad. Segundo ele, um maior investimento na primeira infância teria impacto na melhoria de renda, na redução da violência, na saúde e na longevidade. Um grupo de trabalho começou a formular a proposta este ano, analisando experiências no País e exterior. No Rio Grande do Sul, o governo estadual buscou ajuda de especialistas cubanos e adotou um programa de visitação semanal de famílias com filhos de até 6 anos. O Programa Infância Melhor ou PIM, como foi batizado, atende 80 mil crianças, conforme o secretário da Saúde, Osmar Terra, que expôs o projeto a Haddad recentemente. De acordo com ele, 90% das conexões do cérebro se formam até os 3 anos. “O PIM cuida do desenvolvimento neuropsíquico, educando a família a atender melhor o bebê. É nessa fase que as crianças aprendem a aprender”, destacou Terra. O ministro citou dados do IBGE que mostram aumento da cobertura de creches no Brasil. Em 2002, segundo ele, 11% das crianças eram atendidas. Em 2008, o percentual chegou a 18%. A projeção de Haddad é que o índice tenha atingido 20% em 2009 e alcance 22% no ano que vem, dobrando o patamar de 2002.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Aula de educação financeira
Mais uma inovação do MEC
Folha de São Paulo, 21/12/2009 - São Paulo SP
Alunos terão aula de educação financeira
Programa atingirá estudantes da rede pública a partir de 2010; meta é ensinar também beneficiários do Bolsa Família. Na primeira fase, conteúdo relacionado a orçamento público, finanças pessoais e poupança será levado a 1.650 escolas do país
Estudantes de 1.650 escolas públicas de ensino médio em todo o país passarão a ter, a partir do próximo ano, aulas sobre educação financeira. Em uma outra etapa, no futuro, o alvo de lições sobre como lidar com o dinheiro serão os 11 milhões de beneficiários do Bolsa Família. Entre os conteúdos a serem ensinados nas escolas, estão orçamento público, finanças pessoais e poupança. O programa foi desenvolvido sob orientação do MEC -que promete formar os professores- e não vai estar inserido em uma só disciplina, mas em várias. Essas escolas integram um projeto-piloto para que, no futuro, a iniciativa seja realidade em todas as escolas do país. Escolas públicas e privadas que quiserem abordar o tema já poderão, no próximo ano, ter acesso aos conteúdos, informou o superintendente de proteção aos investidores da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), José Alexandre Vasco. É a primeira ação do grupo de trabalho formado em 2007 por governo e instituições financeiras para criar uma política de educação financeira. Entre os envolvidos, estão o Banco Central, a CVM, a Susep (Superintendência de Seguros Privados) e o Ministério da Educação. Também faz parte o Comitê de Regulamentação e Fiscalização do Mercado de Capitais.
Falta de conhecimento - Segundo dados da CVM, apresentados em congresso sobre educação financeira, 82% dos consumidores brasileiros não conhecem os juros que pagam quando tomam empréstimos e 87% não poupam. É essa realidade que o grupo de trabalho formado há dois anos quer começar a mudar com programas de educação financeira como o das escolas. Atendendo a outra sugestão do grupo de trabalho, o governo assinará, no próximo ano, um decreto para criar o Conselho Nacional de Educação Financeira e um grupo de apoio pedagógico. Segundo o superintendente de proteção aos investidores da CVM, eles serão a base para que a educação financeira se torne uma política permanente do governo e das instituições financeiras. Ainda não se sabe quantas crianças serão atingidas, nem de quais Estados, já que os convênios com as escolas ainda estão sendo fechados. Mas, ao fim do ano, os conteúdos ensinados serão avaliados pelo MEC. O foco do programa para beneficiários do Bolsa Família dependerá de uma pesquisa nacional que será feita com essas pessoas no próximo ano. A criação do programa brasileiro de educação financeira está sendo apoiada pela OCDE (Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico), entidade que reúne 30 países ricos e mantém cooperação com cem outros países. Aart de Geus, vice-secretário da OCDE, afirma que o maior desafio para o Brasil levar educação financeira à população é o rápido crescimento da classe média que foi verificado nos últimos anos no país. "É um contingente enorme de pessoas, mas o apoio do governo para implantar uma estratégia de educação financeira coloca o país em situação melhor do que muitos outros."
Folha de São Paulo, 21/12/2009 - São Paulo SP
Alunos terão aula de educação financeira
Programa atingirá estudantes da rede pública a partir de 2010; meta é ensinar também beneficiários do Bolsa Família. Na primeira fase, conteúdo relacionado a orçamento público, finanças pessoais e poupança será levado a 1.650 escolas do país
Estudantes de 1.650 escolas públicas de ensino médio em todo o país passarão a ter, a partir do próximo ano, aulas sobre educação financeira. Em uma outra etapa, no futuro, o alvo de lições sobre como lidar com o dinheiro serão os 11 milhões de beneficiários do Bolsa Família. Entre os conteúdos a serem ensinados nas escolas, estão orçamento público, finanças pessoais e poupança. O programa foi desenvolvido sob orientação do MEC -que promete formar os professores- e não vai estar inserido em uma só disciplina, mas em várias. Essas escolas integram um projeto-piloto para que, no futuro, a iniciativa seja realidade em todas as escolas do país. Escolas públicas e privadas que quiserem abordar o tema já poderão, no próximo ano, ter acesso aos conteúdos, informou o superintendente de proteção aos investidores da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), José Alexandre Vasco. É a primeira ação do grupo de trabalho formado em 2007 por governo e instituições financeiras para criar uma política de educação financeira. Entre os envolvidos, estão o Banco Central, a CVM, a Susep (Superintendência de Seguros Privados) e o Ministério da Educação. Também faz parte o Comitê de Regulamentação e Fiscalização do Mercado de Capitais.
Falta de conhecimento - Segundo dados da CVM, apresentados em congresso sobre educação financeira, 82% dos consumidores brasileiros não conhecem os juros que pagam quando tomam empréstimos e 87% não poupam. É essa realidade que o grupo de trabalho formado há dois anos quer começar a mudar com programas de educação financeira como o das escolas. Atendendo a outra sugestão do grupo de trabalho, o governo assinará, no próximo ano, um decreto para criar o Conselho Nacional de Educação Financeira e um grupo de apoio pedagógico. Segundo o superintendente de proteção aos investidores da CVM, eles serão a base para que a educação financeira se torne uma política permanente do governo e das instituições financeiras. Ainda não se sabe quantas crianças serão atingidas, nem de quais Estados, já que os convênios com as escolas ainda estão sendo fechados. Mas, ao fim do ano, os conteúdos ensinados serão avaliados pelo MEC. O foco do programa para beneficiários do Bolsa Família dependerá de uma pesquisa nacional que será feita com essas pessoas no próximo ano. A criação do programa brasileiro de educação financeira está sendo apoiada pela OCDE (Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico), entidade que reúne 30 países ricos e mantém cooperação com cem outros países. Aart de Geus, vice-secretário da OCDE, afirma que o maior desafio para o Brasil levar educação financeira à população é o rápido crescimento da classe média que foi verificado nos últimos anos no país. "É um contingente enorme de pessoas, mas o apoio do governo para implantar uma estratégia de educação financeira coloca o país em situação melhor do que muitos outros."
sábado, 19 de dezembro de 2009
Sugestão de livros pela internet
Meus Queridos(as) Amigos(as),
Estou postando as sugestões abaixo, pois o maravilhoso acervo literário de clássicos da literatura mundial que compõem a sugestão são de grande valor cultural.
Aproveitem todos(as).
É BOM PARA O BOLSO E PARA MENTE......
305 livros grátis
Acessem aqui
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domingo, 13 de dezembro de 2009
Hino Nacional SEBRAE
Olá, colegas
Posto novamente o vídeo contendo o Hino Nacional produzido pelo SEBRAE,mostrando as diferenças culturais existentes em nosso país. Vale a pena usá-lo quando for possível.
Baixem aqui: HINO NACIONAL MULTICULTURAL
Bom proveito a todos!
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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Ingresso no ensino fundamental - novas notícias
Atualizem seus conhecimentos sobre legislação. Seguem notícias mais atuais sobre entrada da criança no ensino fundamental.
Folha de São Paulo – 09/12/09
MEC fixa data para criança entrar no 1º ano
Projeto a ser enviado ao Congresso prevê que só entra no ensino fundamental aluno que completar 6 anos até 31 de março. Idéia é padronizar sistemas adotados por Estados e municípios; Senado aprovou proposta contrária, que permite ingresso aos 5 anos
ANGELA PINHO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA / FÁBIO TAKAHASHI DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério da Educação decidiu enviar projeto de lei ao Congresso que prevê que só poderão entrar no ensino fundamental (1º ao 9º ano), público ou privado, crianças que completarem seis anos até 31 de março. Já o Senado aprovou ontem texto contrário, que permite o ingresso aos cinco anos. O MEC defendia que o "corte" deveria ser o "início do ano letivo", o que poderia variar entre as redes - de janeiro a março. Por isso, resolveu agora fixar uma data única. A mudança foi decidida anteontem, após reunião com gestores estaduais e municipais. O projeto deve ser enviado ao Legislativo ainda neste ano. O governo Lula tenta padronizar a entrada das crianças no fundamental, uma vez que Estados e municípios têm adotado lógicas diferentes, conforme a Folha mostrou mês passado. Com critérios divergentes, há dificuldades quando o estudante precisa mudar de rede. Além disso, escolas particulares disputam para ver quem aceita crianças mais novas. O Conselho Nacional de Educação recomenda o "corte" no início do ano letivo, o que é seguido por Estados como Pernambuco e Rio Grande do Sul.
Quem completa seis anos após esse limite deverá estar na pré- escola e entrar no fundamental apenas no ano seguinte. Mas, como a recomendação não tem força de lei, Estados têm aceitado crianças com cinco anos na educação fundamental, desde que completem seis durante o ano letivo. O Conselho Estadual de São Paulo permite que o aluno complete seis anos até o fim de junho; Mato Grosso do Sul e Paraná aceitam até dezembro. O MEC pensava desde o meio do ano em padronizar uma data. Chegou a desistir da ideia, mas retomou depois que começaram a aparecer os critérios divergentes entre as redes. Se aprovada pelo Congresso, a nova lógica definida pelo governo valerá para alunos que ainda vão entrar na pré-escola. Não está definido o que ocorrerá com as que já cursam essa etapa e estão prestes a entrar na educação fundamental.
Divergências - Por trás da confusão, está a discussão de qual idade a criança deve ser alfabetizada. O MEC entende que uma criança de cinco anos é muito nova para entrar no ensino fundamental e começar o processo. O presidente da federação das escolas privadas, José Augusto de Mattos Lourenço, discorda da lógica. O próprio MEC, diz Lourenço, recomenda que o 1º ano do fundamental deva ser parecido com o último ano da antiga pré-escola. A partir do ano que vem, o fundamental passa de oito para nove anos de duração, incorporando um ano da pré-escola. "O que MEC anunciou agora não muda nada. Defendemos o "corte" em 31 de dezembro.
“Criança de cinco anos pode começar a ser alfabetizada, como já ocorre na pré-escola das particulares", afirmou Mattos. Projeto aprovado ontem pela Comissão de Educação do Senado tem caráter semelhante – libera a entrada da criança aos cinco anos. "Podemos ter um currículo adequado ao desenvolvimento da criança", disse o senador Flávio Arns (PSDB-PR), autor da proposta. Se não houver recurso de nenhum senador, o projeto segue para a Câmara; se aprovado, vai para análise de Lula. Além do fundamental de nove anos, o MEC planeja normatizar a pré-escola (quatro e cinco anos), que será obrigatória a partir de 2016, conforme regra que entrou em vigor em novembro. A idéia é proibir repetência e avaliação com nota nessa etapa. Colaborou JOHANNA NUBLAT , da Sucursal de Brasília.
Folha de São Paulo – 09/12/09
MEC fixa data para criança entrar no 1º ano
Projeto a ser enviado ao Congresso prevê que só entra no ensino fundamental aluno que completar 6 anos até 31 de março. Idéia é padronizar sistemas adotados por Estados e municípios; Senado aprovou proposta contrária, que permite ingresso aos 5 anos
ANGELA PINHO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA / FÁBIO TAKAHASHI DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério da Educação decidiu enviar projeto de lei ao Congresso que prevê que só poderão entrar no ensino fundamental (1º ao 9º ano), público ou privado, crianças que completarem seis anos até 31 de março. Já o Senado aprovou ontem texto contrário, que permite o ingresso aos cinco anos. O MEC defendia que o "corte" deveria ser o "início do ano letivo", o que poderia variar entre as redes - de janeiro a março. Por isso, resolveu agora fixar uma data única. A mudança foi decidida anteontem, após reunião com gestores estaduais e municipais. O projeto deve ser enviado ao Legislativo ainda neste ano. O governo Lula tenta padronizar a entrada das crianças no fundamental, uma vez que Estados e municípios têm adotado lógicas diferentes, conforme a Folha mostrou mês passado. Com critérios divergentes, há dificuldades quando o estudante precisa mudar de rede. Além disso, escolas particulares disputam para ver quem aceita crianças mais novas. O Conselho Nacional de Educação recomenda o "corte" no início do ano letivo, o que é seguido por Estados como Pernambuco e Rio Grande do Sul.
Quem completa seis anos após esse limite deverá estar na pré- escola e entrar no fundamental apenas no ano seguinte. Mas, como a recomendação não tem força de lei, Estados têm aceitado crianças com cinco anos na educação fundamental, desde que completem seis durante o ano letivo. O Conselho Estadual de São Paulo permite que o aluno complete seis anos até o fim de junho; Mato Grosso do Sul e Paraná aceitam até dezembro. O MEC pensava desde o meio do ano em padronizar uma data. Chegou a desistir da ideia, mas retomou depois que começaram a aparecer os critérios divergentes entre as redes. Se aprovada pelo Congresso, a nova lógica definida pelo governo valerá para alunos que ainda vão entrar na pré-escola. Não está definido o que ocorrerá com as que já cursam essa etapa e estão prestes a entrar na educação fundamental.
Divergências - Por trás da confusão, está a discussão de qual idade a criança deve ser alfabetizada. O MEC entende que uma criança de cinco anos é muito nova para entrar no ensino fundamental e começar o processo. O presidente da federação das escolas privadas, José Augusto de Mattos Lourenço, discorda da lógica. O próprio MEC, diz Lourenço, recomenda que o 1º ano do fundamental deva ser parecido com o último ano da antiga pré-escola. A partir do ano que vem, o fundamental passa de oito para nove anos de duração, incorporando um ano da pré-escola. "O que MEC anunciou agora não muda nada. Defendemos o "corte" em 31 de dezembro.
“Criança de cinco anos pode começar a ser alfabetizada, como já ocorre na pré-escola das particulares", afirmou Mattos. Projeto aprovado ontem pela Comissão de Educação do Senado tem caráter semelhante – libera a entrada da criança aos cinco anos. "Podemos ter um currículo adequado ao desenvolvimento da criança", disse o senador Flávio Arns (PSDB-PR), autor da proposta. Se não houver recurso de nenhum senador, o projeto segue para a Câmara; se aprovado, vai para análise de Lula. Além do fundamental de nove anos, o MEC planeja normatizar a pré-escola (quatro e cinco anos), que será obrigatória a partir de 2016, conforme regra que entrou em vigor em novembro. A idéia é proibir repetência e avaliação com nota nessa etapa. Colaborou JOHANNA NUBLAT , da Sucursal de Brasília.
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Legislação Ensino Fundamental
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Idade para entrar no ensino fundamental
Vamos atualizar e acompanhar as notícias sobre educação:
Folha de São Paulo - 03/12/09
MEC limita idade para aluno entrar no 1º ano
Segundo projeto que será enviado ao Congresso, só crianças com 6 anos completos até início do ano letivo poderão começar ensino fundamental. As novas regras deverão valer apenas para estudantes que ainda não estão na escola; educadores defendem padronização - FÁBIO TAKAHASHI DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério da Educação decidiu enviar ao Congresso projeto que determina que só poderão entrar no ensino fundamental público e particular crianças que completem seis anos até o início do ano letivo. A medida visa padronizar os critérios adotados no país. Reportagem publicada pela Folha na semana passada mostrou que, sem regras claras, os Estados adotaram diferentes "cortes" para definir qual criança pode entrar no antigo primário. Muitos têm aceitado alunos com cinco anos. A confusão ocorreu devido à implementação da ampliação do fundamental de oito para nove anos, mudança que entra em vigor em 2010. Até então, não havia "corte" para entrada. Alguns Estados, como Pernambuco e Rio Grande do Sul, seguiram a deliberação do Conselho Nacional da Educação, defendida pelo MEC, de só aceitar alunos que completam seis anos até o início do ano letivo (geralmente em fevereiro).
Já o Conselho Estadual de Educação de SP escolheu fim de junho como "corte". Outros estipularam abril ou dezembro. Nesses casos, os alunos entram na etapa aos cinco anos. A legislação é dúbia sobre o papel do conselho nacional no caso. Ao mesmo tempo que ela dá ao órgão poder para normatizar os procedimentos no país, dá liberdade aos Estados. "Ao alterarmos a Lei de Diretrizes e Bases, todos terão de seguir a mesma lógica", afirmou ontem à Folha a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar. Os detalhes do projeto só serão fechados após reunião no dia 8, que reunirá gestores de todo o país. A ideia é que haja padronização para alunos a partir dos quatro anos. Assim, ao chegarem ao fundamental, já estarão na idade correta. O governo Lula afirma que enviará a proposta ao Congresso ainda neste ano. As novas regras valerão só para os alunos que ainda não estão na escola.
Divergências - A maioria dos educadores ouvidos pela reportagem defendeu que haja padronização da data para entrada na escola. "Crianças são transferidas de município, de Estado. A padronização ajuda nesses casos", afirmou Zilma Oliveira, coordenadora da pós-graduação do Instituto Superior de Educação Vera Cruz. "Também fica mais fácil para o Poder Público planejar a abertura de vagas."
Houve divergências, porém, quanto ao mês escolhido como limite adotado pelo MEC. O governo afirma ser prejudicial colocar crianças de cinco anos no ensino fundamental, por serem muito novas. A situação ocorreria se o "corte" fosse fixado em algum mês após o início do ano letivo. Já o presidente da entidade que representa as escolas particulares afirma que não haveria prejuízo se fossem aceitas crianças que completam seis anos até o final do ano. O próprio MEC, diz ele, recomenda que o primeiro ano do fundamental ampliado seja parecido com o último ano da pré-escola do sistema antigo. Com a regra federal, parte dos alunos se formará no novo ensino fundamental, de nove anos, mais velho do que se estivesse no sistema antigo, de oito anos. O secretário da Educação de São Paulo, Paulo Renato Souza, criticou a padronização. "Não sei por que o afã em regulamentar tudo. Um pouco de liberdade é bom." Ele diz ter dúvidas se a Lei de Diretrizes e Bases terá poder de impor a regra, uma vez que a Constituição dá liberdade aos sistemas locais. O Conselho Estadual de Educação paulista diz ser positiva a padronização, mas que é preciso discutir os critérios e prazos de implementação. Colaborou TAI NALON, colaboração para a Folha.
Projeto protegerá crianças mais novas, diz conselho
O Conselho Nacional de Educação diz que fixou o início do ano letivo como "corte" para entrada no fundamental para evitar que crianças de cinco anos entrem nessa etapa. "Elas não têm maturidade para um ambiente competitivo, disciplinado", afirmou o presidente da Câmara de Educação Básica do órgão, Cesar Callegari. Ele disse que, apesar de a recomendação do conselho e do MEC ser que o primeiro ano do novo fundamental seja semelhante à antiga pré-escola, muitas redes não seguem essa lógica. "Quando coloca o rótulo ensino fundamental, muitas já põem as crianças em fila, com tarefas. Isso é prejudicial." Callegari reconhece que, com o "corte" fixado no início do ano letivo, algumas crianças se formarão no novo ensino fundamental mais velhas do que se estivessem no fundamental de oito anos -ainda que a ideia inicial era que a escolarização começasse mais cedo e não terminasse mais tarde. "Mas deveremos aprovar uma deliberação na semana que vem deixando explícito que qualquer mudança não vai afetar as crianças que já estão no sistema", afirmou. Para Adriana Cury Sonnewend, diretora da escola Santi (zona sul de SP), o "corte" não deve trazer problemas. "Desde que haja tempo para adaptação e que mude apenas para os alunos que ainda vão entrar." (FT)
Medida fará aluno se formar mais velho, critica gestor
O presidente da Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares), José Augusto de Mattos Lourenço, defende que haja uma padronização na data de ingresso na escola. Ele critica, porém, o "corte" imposto pelo Ministério da Educação, pois parte dos alunos se formará um ano depois em relação o antigo fundamental, com oito anos de duração. Isso ocorrerá porque boa parte dos alunos do novo primeiro ano do fundamental terá sete anos -são crianças que nasceram entre fevereiro e dezembro, após o "corte" determinado pelo MEC, e só entrarão no fundamental um ano depois. Como terão de cumprir nove anos no ensino fundamental, acabarão a etapa com 15 anos de idade. No antigo fundamental, os alunos também ingressavam na etapa aos sete anos, mas, como cumpriam oito anos de estudo, se formavam aos 14. "Para as escolas do fundamental é bom, porque é um ano a mais de anuidade. Mas e para as famílias? Será mais um ano de gastos", disse Lourenço. Quando o ensino fundamental foi ampliado, a ideia era que a criança entrasse mais nova na escola (a idade de entrada caiu de sete para seis anos). "O corte estipulado pelo MEC anulou isso. O que vai ocorrer agora é que boa parte delas vai se formar mais tarde", afirmou o dirigente.
Folha de São Paulo - 03/12/09
MEC limita idade para aluno entrar no 1º ano
Segundo projeto que será enviado ao Congresso, só crianças com 6 anos completos até início do ano letivo poderão começar ensino fundamental. As novas regras deverão valer apenas para estudantes que ainda não estão na escola; educadores defendem padronização - FÁBIO TAKAHASHI DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério da Educação decidiu enviar ao Congresso projeto que determina que só poderão entrar no ensino fundamental público e particular crianças que completem seis anos até o início do ano letivo. A medida visa padronizar os critérios adotados no país. Reportagem publicada pela Folha na semana passada mostrou que, sem regras claras, os Estados adotaram diferentes "cortes" para definir qual criança pode entrar no antigo primário. Muitos têm aceitado alunos com cinco anos. A confusão ocorreu devido à implementação da ampliação do fundamental de oito para nove anos, mudança que entra em vigor em 2010. Até então, não havia "corte" para entrada. Alguns Estados, como Pernambuco e Rio Grande do Sul, seguiram a deliberação do Conselho Nacional da Educação, defendida pelo MEC, de só aceitar alunos que completam seis anos até o início do ano letivo (geralmente em fevereiro).
Já o Conselho Estadual de Educação de SP escolheu fim de junho como "corte". Outros estipularam abril ou dezembro. Nesses casos, os alunos entram na etapa aos cinco anos. A legislação é dúbia sobre o papel do conselho nacional no caso. Ao mesmo tempo que ela dá ao órgão poder para normatizar os procedimentos no país, dá liberdade aos Estados. "Ao alterarmos a Lei de Diretrizes e Bases, todos terão de seguir a mesma lógica", afirmou ontem à Folha a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar. Os detalhes do projeto só serão fechados após reunião no dia 8, que reunirá gestores de todo o país. A ideia é que haja padronização para alunos a partir dos quatro anos. Assim, ao chegarem ao fundamental, já estarão na idade correta. O governo Lula afirma que enviará a proposta ao Congresso ainda neste ano. As novas regras valerão só para os alunos que ainda não estão na escola.
Divergências - A maioria dos educadores ouvidos pela reportagem defendeu que haja padronização da data para entrada na escola. "Crianças são transferidas de município, de Estado. A padronização ajuda nesses casos", afirmou Zilma Oliveira, coordenadora da pós-graduação do Instituto Superior de Educação Vera Cruz. "Também fica mais fácil para o Poder Público planejar a abertura de vagas."
Houve divergências, porém, quanto ao mês escolhido como limite adotado pelo MEC. O governo afirma ser prejudicial colocar crianças de cinco anos no ensino fundamental, por serem muito novas. A situação ocorreria se o "corte" fosse fixado em algum mês após o início do ano letivo. Já o presidente da entidade que representa as escolas particulares afirma que não haveria prejuízo se fossem aceitas crianças que completam seis anos até o final do ano. O próprio MEC, diz ele, recomenda que o primeiro ano do fundamental ampliado seja parecido com o último ano da pré-escola do sistema antigo. Com a regra federal, parte dos alunos se formará no novo ensino fundamental, de nove anos, mais velho do que se estivesse no sistema antigo, de oito anos. O secretário da Educação de São Paulo, Paulo Renato Souza, criticou a padronização. "Não sei por que o afã em regulamentar tudo. Um pouco de liberdade é bom." Ele diz ter dúvidas se a Lei de Diretrizes e Bases terá poder de impor a regra, uma vez que a Constituição dá liberdade aos sistemas locais. O Conselho Estadual de Educação paulista diz ser positiva a padronização, mas que é preciso discutir os critérios e prazos de implementação. Colaborou TAI NALON, colaboração para a Folha.
Projeto protegerá crianças mais novas, diz conselho
O Conselho Nacional de Educação diz que fixou o início do ano letivo como "corte" para entrada no fundamental para evitar que crianças de cinco anos entrem nessa etapa. "Elas não têm maturidade para um ambiente competitivo, disciplinado", afirmou o presidente da Câmara de Educação Básica do órgão, Cesar Callegari. Ele disse que, apesar de a recomendação do conselho e do MEC ser que o primeiro ano do novo fundamental seja semelhante à antiga pré-escola, muitas redes não seguem essa lógica. "Quando coloca o rótulo ensino fundamental, muitas já põem as crianças em fila, com tarefas. Isso é prejudicial." Callegari reconhece que, com o "corte" fixado no início do ano letivo, algumas crianças se formarão no novo ensino fundamental mais velhas do que se estivessem no fundamental de oito anos -ainda que a ideia inicial era que a escolarização começasse mais cedo e não terminasse mais tarde. "Mas deveremos aprovar uma deliberação na semana que vem deixando explícito que qualquer mudança não vai afetar as crianças que já estão no sistema", afirmou. Para Adriana Cury Sonnewend, diretora da escola Santi (zona sul de SP), o "corte" não deve trazer problemas. "Desde que haja tempo para adaptação e que mude apenas para os alunos que ainda vão entrar." (FT)
Medida fará aluno se formar mais velho, critica gestor
O presidente da Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares), José Augusto de Mattos Lourenço, defende que haja uma padronização na data de ingresso na escola. Ele critica, porém, o "corte" imposto pelo Ministério da Educação, pois parte dos alunos se formará um ano depois em relação o antigo fundamental, com oito anos de duração. Isso ocorrerá porque boa parte dos alunos do novo primeiro ano do fundamental terá sete anos -são crianças que nasceram entre fevereiro e dezembro, após o "corte" determinado pelo MEC, e só entrarão no fundamental um ano depois. Como terão de cumprir nove anos no ensino fundamental, acabarão a etapa com 15 anos de idade. No antigo fundamental, os alunos também ingressavam na etapa aos sete anos, mas, como cumpriam oito anos de estudo, se formavam aos 14. "Para as escolas do fundamental é bom, porque é um ano a mais de anuidade. Mas e para as famílias? Será mais um ano de gastos", disse Lourenço. Quando o ensino fundamental foi ampliado, a ideia era que a criança entrasse mais nova na escola (a idade de entrada caiu de sete para seis anos). "O corte estipulado pelo MEC anulou isso. O que vai ocorrer agora é que boa parte delas vai se formar mais tarde", afirmou o dirigente.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Anistia de Paulo Freire
Vale a pena ler a notícia abaixo e nos espelharmos nesse grande educador brasileiro.
O Estadão - quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Concedida anistia post-mortem ao educador Paulo Freire
VANNILDO MENDES - Agencia Estado
BRASÍLIA - Diante de 15 mil pessoas, entre elas 2 mil educadores do Brasil e de outros 22 países, a Comissão de Anistia anunciou a concessão da anistia post-mortem ao educador brasileiro Paulo Freire, criador do método revolucionário de alfabetização que leva seu nome, adotado em diversas países. Preso em 1964 pelo regime militar, demitido da Universidade Federal de Pernambuco e expulso do País como subversivo, Freire morreu em 1997.
Seu "crime", comentou o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, foi ter identificado na alfabetização um processo de "libertação e conscientização política" das camadas mais pobres da população. Na avaliação de Abrão, a perseguição a Freire foi "um dos prejuízos mais severos e imensuráveis que a ditadura militar legou ao Brasil."
O julgamento do processo de reparação a Freire, movido pela família do educador, contou com a presença da viúva dele, Ana Maria Araújo Freire. O anúncio da anistia foi feito no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
Em mensagem enviada de Manaus, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se solidarizou com a família do educador. "Anistiar Freire é libertar o Brasil da cegueira moral e intelectual que levou governantes a considerarem inimigos da Pátria educadores que queriam libertar o País do analfabetismo", afirmou.
O Estadão - quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Concedida anistia post-mortem ao educador Paulo Freire
VANNILDO MENDES - Agencia Estado
BRASÍLIA - Diante de 15 mil pessoas, entre elas 2 mil educadores do Brasil e de outros 22 países, a Comissão de Anistia anunciou a concessão da anistia post-mortem ao educador brasileiro Paulo Freire, criador do método revolucionário de alfabetização que leva seu nome, adotado em diversas países. Preso em 1964 pelo regime militar, demitido da Universidade Federal de Pernambuco e expulso do País como subversivo, Freire morreu em 1997.
Seu "crime", comentou o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, foi ter identificado na alfabetização um processo de "libertação e conscientização política" das camadas mais pobres da população. Na avaliação de Abrão, a perseguição a Freire foi "um dos prejuízos mais severos e imensuráveis que a ditadura militar legou ao Brasil."
O julgamento do processo de reparação a Freire, movido pela família do educador, contou com a presença da viúva dele, Ana Maria Araújo Freire. O anúncio da anistia foi feito no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
Em mensagem enviada de Manaus, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se solidarizou com a família do educador. "Anistiar Freire é libertar o Brasil da cegueira moral e intelectual que levou governantes a considerarem inimigos da Pátria educadores que queriam libertar o País do analfabetismo", afirmou.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
13 anos da LDB 9394/96
Pessoal, saiu uma reportagem interessante sobre os 13 anos da LDB 9394/96. Penso que vale a pena ler.
Correio Braziliense, 24/11/2009 - Brasília DF
LDB representou avanço para educação, dizem ex-ministros
Da Agência Senado
Os primeiros 13 anos de vigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) representaram um importante avanço para o setor, segundo concordaram quatro ex-ministros que participaram de audiência pública sobre o tema promovida pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), nesta terça-feira (24). A audiência foi presidida pela senadora Marisa Serrano (PSDB-MS). Ministro durante o período entre o fim de 1987 e o início de 1989, Hugo Napoleão ressaltou inicialmente o papel decisivo exercido pela educação, a seu ver, no desenvolvimento de países como a Alemanha e a Coréia do Sul. Depois de passar por duas guerras, recordou, a Alemanha chegou ao final do século 20 como maior potência européia graças à educação. E a Coréia do Sul desponta como grande potência econômica no início do século 21 pelo mesmo motivo, comparou o ex-ministro. Ao analisar as 23 leis que alteraram a LDB, ele observou que a maioria delas aperfeiçoou o texto original. Na sua opinião, a LDB está cumprindo bem o seu papel. - Houve indiscutivelmente um avanço sob a égide da nova lei - avaliou.
Para o ex-ministro Carlos Chiarelli - que ocupou a pasta entre 1990 e 1991 - as modificações foram "maquiagens" na lei, que até hoje não precisa, a seu ver, de uma "cirurgia reparadora". Em sua opinião, porém, a LDB deveria dar maior ênfase ao ensino a distância, em um país com as dimensões continentais do Brasil, e ao ensino especial profissional, dedicado às pessoas com deficiência. - Existe mais de um milhão de vagas no mercado de trabalho para pessoas deficientes, segundo estabelece a lei. Mas as vagas muitas vezes não são preenchidas por falta de habilitação dos candidatos - lamentou Chiarelli, para quem seria possível educar 500 mil pessoas com deficiência com investimentos de aproximadamente R$ 300 milhões.
O senador Marco Maciel (DEM-PE), que foi ministro de 1985 a 1986, disse que procurou antecipar, durante a sua gestão, alguns princípios que seriam incluídos na nova lei, como a descentralização da merenda escolar e a valorização das universidades. Mas lamentou que algumas inovações da LDB, como o estabelecimento da jornada ampliada para o ensino fundamental, ainda não tenham sido colocadas em prática. Ministro de 2003 a 2004, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) reconheceu o "avanço conceitual" trazido pela LDB, mas sugeriu uma atualização da lei, para que se possa promover um "avanço estrutural". A responsabilidade pela escola, a seu ver, deveria ser federal, apesar da gestão descentralizada, uma vez que há estados e municípios mais ricos do que outros. Caberia à união, para ele, estabelecer uma carreira única para o magistério, assim como critérios para que um estabelecimento escolar possa de fato ser considerado uma escola. Além disso, o governo federal deveria implantar o horário integral nas escolas.
Ao participar do debate, o senador Augusto Botelho (PT-RR) lembrou que existem escolas em Roraima que nem sequer possuem quadro negro. O acesso à internet, onde há, ainda é muito lento, observou. O senador Flávio Arns (PT-PR) disse que o aperfeiçoamento da educação exige mais investimentos e lamentou que metade da arrecadação federal seja feita por meio de contribuições, cujos recursos não são repassados a estados e municípios. - Hoje poderíamos ter o dobro de recursos para a educação. Lugar de criança é no orçamento - disse Arns. Ao final da reunião, o senador Raimundo Colombo (DEM-SC) afirmou que a educação foi um dos setores que mais evoluiu no serviço público, ao longo dos 13 anos de vigência da LDB. Ele chamou atenção, porém, para o crescimento da violência e do uso de drogas entre os jovens nos últimos anos.
Correio Braziliense, 24/11/2009 - Brasília DF
LDB representou avanço para educação, dizem ex-ministros
Da Agência Senado
Os primeiros 13 anos de vigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) representaram um importante avanço para o setor, segundo concordaram quatro ex-ministros que participaram de audiência pública sobre o tema promovida pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), nesta terça-feira (24). A audiência foi presidida pela senadora Marisa Serrano (PSDB-MS). Ministro durante o período entre o fim de 1987 e o início de 1989, Hugo Napoleão ressaltou inicialmente o papel decisivo exercido pela educação, a seu ver, no desenvolvimento de países como a Alemanha e a Coréia do Sul. Depois de passar por duas guerras, recordou, a Alemanha chegou ao final do século 20 como maior potência européia graças à educação. E a Coréia do Sul desponta como grande potência econômica no início do século 21 pelo mesmo motivo, comparou o ex-ministro. Ao analisar as 23 leis que alteraram a LDB, ele observou que a maioria delas aperfeiçoou o texto original. Na sua opinião, a LDB está cumprindo bem o seu papel. - Houve indiscutivelmente um avanço sob a égide da nova lei - avaliou.
Para o ex-ministro Carlos Chiarelli - que ocupou a pasta entre 1990 e 1991 - as modificações foram "maquiagens" na lei, que até hoje não precisa, a seu ver, de uma "cirurgia reparadora". Em sua opinião, porém, a LDB deveria dar maior ênfase ao ensino a distância, em um país com as dimensões continentais do Brasil, e ao ensino especial profissional, dedicado às pessoas com deficiência. - Existe mais de um milhão de vagas no mercado de trabalho para pessoas deficientes, segundo estabelece a lei. Mas as vagas muitas vezes não são preenchidas por falta de habilitação dos candidatos - lamentou Chiarelli, para quem seria possível educar 500 mil pessoas com deficiência com investimentos de aproximadamente R$ 300 milhões.
O senador Marco Maciel (DEM-PE), que foi ministro de 1985 a 1986, disse que procurou antecipar, durante a sua gestão, alguns princípios que seriam incluídos na nova lei, como a descentralização da merenda escolar e a valorização das universidades. Mas lamentou que algumas inovações da LDB, como o estabelecimento da jornada ampliada para o ensino fundamental, ainda não tenham sido colocadas em prática. Ministro de 2003 a 2004, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) reconheceu o "avanço conceitual" trazido pela LDB, mas sugeriu uma atualização da lei, para que se possa promover um "avanço estrutural". A responsabilidade pela escola, a seu ver, deveria ser federal, apesar da gestão descentralizada, uma vez que há estados e municípios mais ricos do que outros. Caberia à união, para ele, estabelecer uma carreira única para o magistério, assim como critérios para que um estabelecimento escolar possa de fato ser considerado uma escola. Além disso, o governo federal deveria implantar o horário integral nas escolas.
Ao participar do debate, o senador Augusto Botelho (PT-RR) lembrou que existem escolas em Roraima que nem sequer possuem quadro negro. O acesso à internet, onde há, ainda é muito lento, observou. O senador Flávio Arns (PT-PR) disse que o aperfeiçoamento da educação exige mais investimentos e lamentou que metade da arrecadação federal seja feita por meio de contribuições, cujos recursos não são repassados a estados e municípios. - Hoje poderíamos ter o dobro de recursos para a educação. Lugar de criança é no orçamento - disse Arns. Ao final da reunião, o senador Raimundo Colombo (DEM-SC) afirmou que a educação foi um dos setores que mais evoluiu no serviço público, ao longo dos 13 anos de vigência da LDB. Ele chamou atenção, porém, para o crescimento da violência e do uso de drogas entre os jovens nos últimos anos.
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Avanços e retrocessos na LDB
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Inclusão
Alunos do 6º período de Pedagogia,
Deixo postado o vídeo que passei para vocês na aula do dia 23/11/2009.
Espero que consigam viver a experiência maravilhosa de participar do processo de inclusão das crianças com necessidades educativas especiais. É um grande privilégio para todo educador.
Vídeo: Inclusão Especial
Um beijo,
Profª Marcia Gil
Deixo postado o vídeo que passei para vocês na aula do dia 23/11/2009.
Espero que consigam viver a experiência maravilhosa de participar do processo de inclusão das crianças com necessidades educativas especiais. É um grande privilégio para todo educador.
Vídeo: Inclusão Especial
Um beijo,
Profª Marcia Gil
sábado, 14 de novembro de 2009
Exercícios de História da Educação I
Aos alunos que não compareceram no dia 14/11, deixo aqui os exercícios avaliativos que dei. Quem tiver interesse em me entregar, aceitarei até o dia 18/11/09.
Profª Marcia
FEPI - UNIVERSITAS – Centro Universitário de Itajubá
Curso de Pedagogia – 2º período - História da Educação I - Profª Marcia Gil de Souza
Exercícios de Avaliação – Herbart e Comte – 5 pontos
1-Leia o texto abaixo:
“Realizações, belas-artes, belles-lettres, e todas estas coisas que, como nós dizemos, constituem o florescimento da civilização, deveriam estar totalmente subordinadas àquele conhecimento e disciplina sobre os quais a civilização repousa. Assim como ocupar a parte de lazer da educação.” Com base na citação de Herbert Spencer, responda:
a-Qual seria a espécie de conhecimento “sobre o qual a civilização repousa”?
b-Identifique o pressuposto positivista do pensamento de acordo com esse tipo de subordinação.
c-Que programa de ensino esta concepção costuma estabelecer?
2-Qual a diferença entre governo e disciplina, para Herbart?
3-Qual foi a importância de Herbart para o fortalecimento da escola tradicional?
Profª Marcia
FEPI - UNIVERSITAS – Centro Universitário de Itajubá
Curso de Pedagogia – 2º período - História da Educação I - Profª Marcia Gil de Souza
Exercícios de Avaliação – Herbart e Comte – 5 pontos
1-Leia o texto abaixo:
“Realizações, belas-artes, belles-lettres, e todas estas coisas que, como nós dizemos, constituem o florescimento da civilização, deveriam estar totalmente subordinadas àquele conhecimento e disciplina sobre os quais a civilização repousa. Assim como ocupar a parte de lazer da educação.” Com base na citação de Herbert Spencer, responda:
a-Qual seria a espécie de conhecimento “sobre o qual a civilização repousa”?
b-Identifique o pressuposto positivista do pensamento de acordo com esse tipo de subordinação.
c-Que programa de ensino esta concepção costuma estabelecer?
2-Qual a diferença entre governo e disciplina, para Herbart?
3-Qual foi a importância de Herbart para o fortalecimento da escola tradicional?
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Escola Tradicional e Positivismo
Formação de Professores e Mitos na Educação
Pessoal, leia a reportagem abaixo. Ela é bastante útil para avaliarmos a qualidade da educação e os motivos que baixam ou aumentam essa qualidade.
Folha de São Paulo, 09/11/2009 - São Paulo SP - 7 mitos na educação
Pesquisas nacionais e internacionais mostram que, isoladas, "soluções" que parecem óbvias não melhoram o desempenho dos alunos - FABIANA REWALD DA REPORTAGEM LOCAL
Para melhorar a educação no Brasil basta investir mais, aumentar o salário dos professores e treiná-los constantemente, além de melhorar a infraestrutura das escolas, certo? Errado. Diversos estudos nacionais e internacionais mostram que as "soluções" acima, na verdade, não passam de mitos. São questões importantes para um projeto de longo prazo, mas que por si só não promovem melhoria na educação. Em relação ao investimento, por exemplo, municípios que gastam R$ 1.000 por aluno no fundamental tiveram a mesma nota na Prova Brasil (exame federal que avalia estudantes) que municípios que gastam R$ 3.000, segundo dados de 2005 que embasam pesquisa de Naercio Aquino Menezes Filho, do Insper (antigo Ibmec). Cingapura é outro exemplo de que gastos e qualidade na educação não têm uma relação direta. O país obteve ótimos resultados nos últimos anos apesar de ter aplicado menos recursos na educação primária que 27 dos 30 países da OCDE (organização de países desenvolvidos), segundo relatório de 2007 da consultoria McKinsey.
A relação entre desempenho dos alunos e salários de professores também não é tão direta. O Distrito Federal, por exemplo, paga os melhores salários do país, mas não tem o melhor resultado em exames federais como Prova Brasil e Saeb, segundo levantamento feito por Maria Helena Guimarães de Castro quando era secretária de Educação de SP, cargo que deixou neste ano. O problema da educação é muito mais complexo. Mas é consenso que o ponto central é ter professores bem formados, que saibam ensinar e dominem a disciplina que lecionam. Parece simples, mas não é. É comum, em muitas regiões do país, que professores de matemática sejam contratados para ensinar física. Segundo o censo da educação básica de 2007, dos professores de física no ensino médio do país, só 25% tinha formação na área. Isso porque os formados em física acabam atraídos por outras profissões com maior retorno financeiro. Mas, então, aumentar o salário significativamente não ajudaria? Estudiosos de educação acreditam que um reajuste assim só teria efeito no longo prazo. Aumentar sem critérios os salários de todos os professores não fará com que eles passem a ensinar melhor agora, pois já têm falhas na sua formação. Uma opção a curto prazo sugerida por Menezes Filho é atrelar o reajuste à melhora no desempenho. Assim, ele funcionaria como estímulo. Já no longo prazo, de fato, esse aumento no salário pode ser eficaz, a partir do momento em que a carreira de professor passa a interessar os melhores alunos do ensino médio. Abaixo, veja sete mitos derrubados por pesquisas :
• "Os Determinantes do Desempenho Escolar", de Naercio Menezes Filho (2007);
• "A Relação entre Gastos Educacionais e Desempenho Escolar", de Luiz Felipe Leite Estanislau do Amaral e Naércio Menezes Filho;
• "Avaliando o Impacto da Progressão Continuada nas Taxas de Rendimento e Desempenho Escolar no Brasil", de Naercio Menezes Filho, Ligia Vasconcellos, Sergio Werlang e Roberta Biondi (2004);
• "O Impacto dos Métodos Estruturados de Ensino na Proficiência dos Alunos da Rede Pública Municipal do Estado de São Paulo", de Maria Carolina da Silva Leme, Paula Louzano, Vladimir Ponczek e André Portela de Souza (2009);
• "Sistemas Estruturados de Ensino e Redes Municipais do Estado de São Paulo", coordenado por Paula Louzano (2009);
• "Sucesso Escolar nos Meios Populares - As Razões do Improvável", livro de Bernard Lahire (2004);
• "How the world's best performing school systems come out on top", da McKinsey&Company (2007);
• "Efficiency and Equity in Schools around the World", de Eric A. Hanushek e Javier A. Luque (2002);
• "Family, Classroom, and School Effects on Children's Educational Outcomes in Latin America", de J. Douglas Willms e Marie-Andree Somers (2001);
• "The Effect of School Resources on Student Achievement", de Rob Greenwald, Larry V. Hedges e Richard D. Laine (1996);
• "Interpreting Recent Research on Schooling in Developing Countries", de Eric A. Hanushek (1995);
• "Schooling Quality in a Cross Section of Countries", de Jong-Wha Lee e Robert J. Barro (1997);
• "Factores que Afectan el Rendimiento Academico en la Educacion Primaria", de Eduardo Velez, Ernesto Schiefelbein e Jorge Valenzuela (1993);
• "Teacher Quality and Student Achievement: A Review of State Policy Evidence", de Linda Darling-Hammond (2000);
• "Efficiency-Enhancing Investments in School Quality", de Eric A. Hanushek, João Batista Gomes Neto e Ralph W. Harbison;
• "Educação Secundária no Brasil: Chegou a Hora", de Alberto Rodríguez e Carlos A. Herrán (2000)
• "Brazil, Teachers Development and Incentives - A Strategic Framework", de Françoise Delannoy e Guilherme Sedlacek (2001).
Folha de São Paulo, 09/11/2009 - São Paulo SP - 7 mitos na educação
Pesquisas nacionais e internacionais mostram que, isoladas, "soluções" que parecem óbvias não melhoram o desempenho dos alunos - FABIANA REWALD DA REPORTAGEM LOCAL
Para melhorar a educação no Brasil basta investir mais, aumentar o salário dos professores e treiná-los constantemente, além de melhorar a infraestrutura das escolas, certo? Errado. Diversos estudos nacionais e internacionais mostram que as "soluções" acima, na verdade, não passam de mitos. São questões importantes para um projeto de longo prazo, mas que por si só não promovem melhoria na educação. Em relação ao investimento, por exemplo, municípios que gastam R$ 1.000 por aluno no fundamental tiveram a mesma nota na Prova Brasil (exame federal que avalia estudantes) que municípios que gastam R$ 3.000, segundo dados de 2005 que embasam pesquisa de Naercio Aquino Menezes Filho, do Insper (antigo Ibmec). Cingapura é outro exemplo de que gastos e qualidade na educação não têm uma relação direta. O país obteve ótimos resultados nos últimos anos apesar de ter aplicado menos recursos na educação primária que 27 dos 30 países da OCDE (organização de países desenvolvidos), segundo relatório de 2007 da consultoria McKinsey.
A relação entre desempenho dos alunos e salários de professores também não é tão direta. O Distrito Federal, por exemplo, paga os melhores salários do país, mas não tem o melhor resultado em exames federais como Prova Brasil e Saeb, segundo levantamento feito por Maria Helena Guimarães de Castro quando era secretária de Educação de SP, cargo que deixou neste ano. O problema da educação é muito mais complexo. Mas é consenso que o ponto central é ter professores bem formados, que saibam ensinar e dominem a disciplina que lecionam. Parece simples, mas não é. É comum, em muitas regiões do país, que professores de matemática sejam contratados para ensinar física. Segundo o censo da educação básica de 2007, dos professores de física no ensino médio do país, só 25% tinha formação na área. Isso porque os formados em física acabam atraídos por outras profissões com maior retorno financeiro. Mas, então, aumentar o salário significativamente não ajudaria? Estudiosos de educação acreditam que um reajuste assim só teria efeito no longo prazo. Aumentar sem critérios os salários de todos os professores não fará com que eles passem a ensinar melhor agora, pois já têm falhas na sua formação. Uma opção a curto prazo sugerida por Menezes Filho é atrelar o reajuste à melhora no desempenho. Assim, ele funcionaria como estímulo. Já no longo prazo, de fato, esse aumento no salário pode ser eficaz, a partir do momento em que a carreira de professor passa a interessar os melhores alunos do ensino médio. Abaixo, veja sete mitos derrubados por pesquisas :
• "Os Determinantes do Desempenho Escolar", de Naercio Menezes Filho (2007);
• "A Relação entre Gastos Educacionais e Desempenho Escolar", de Luiz Felipe Leite Estanislau do Amaral e Naércio Menezes Filho;
• "Avaliando o Impacto da Progressão Continuada nas Taxas de Rendimento e Desempenho Escolar no Brasil", de Naercio Menezes Filho, Ligia Vasconcellos, Sergio Werlang e Roberta Biondi (2004);
• "O Impacto dos Métodos Estruturados de Ensino na Proficiência dos Alunos da Rede Pública Municipal do Estado de São Paulo", de Maria Carolina da Silva Leme, Paula Louzano, Vladimir Ponczek e André Portela de Souza (2009);
• "Sistemas Estruturados de Ensino e Redes Municipais do Estado de São Paulo", coordenado por Paula Louzano (2009);
• "Sucesso Escolar nos Meios Populares - As Razões do Improvável", livro de Bernard Lahire (2004);
• "How the world's best performing school systems come out on top", da McKinsey&Company (2007);
• "Efficiency and Equity in Schools around the World", de Eric A. Hanushek e Javier A. Luque (2002);
• "Family, Classroom, and School Effects on Children's Educational Outcomes in Latin America", de J. Douglas Willms e Marie-Andree Somers (2001);
• "The Effect of School Resources on Student Achievement", de Rob Greenwald, Larry V. Hedges e Richard D. Laine (1996);
• "Interpreting Recent Research on Schooling in Developing Countries", de Eric A. Hanushek (1995);
• "Schooling Quality in a Cross Section of Countries", de Jong-Wha Lee e Robert J. Barro (1997);
• "Factores que Afectan el Rendimiento Academico en la Educacion Primaria", de Eduardo Velez, Ernesto Schiefelbein e Jorge Valenzuela (1993);
• "Teacher Quality and Student Achievement: A Review of State Policy Evidence", de Linda Darling-Hammond (2000);
• "Efficiency-Enhancing Investments in School Quality", de Eric A. Hanushek, João Batista Gomes Neto e Ralph W. Harbison;
• "Educação Secundária no Brasil: Chegou a Hora", de Alberto Rodríguez e Carlos A. Herrán (2000)
• "Brazil, Teachers Development and Incentives - A Strategic Framework", de Françoise Delannoy e Guilherme Sedlacek (2001).
domingo, 8 de novembro de 2009
Moral, Ética e Preconceito na Escola
Na semana passada tivemos um caso de repercussão nacional, ocorrido em uma universidade paulista, referente a roupa que uma aluna usou e a discriminação abusada que ela sofreu por parte dos colegas.
Os alunos mostraram preocupação com o bom nome da escola e um possível prejuízo com seu futuro profissional devido ao escândalo. A Universidade, parece-nos, tomou então a decisão de expulsá-la da escola, medida que acho sem sentido e preconceituosa.
Leiam a matéria abaixo, a respeito da posição que o MEC assumiu em relação ao assunto:
MEC pedirá explicações a Uniban sobre expulsão de aluna que usava minissaia
Plantão | Publicada em 08/11/2009 às 18h48m - Martha Beck , O Globo
BRASÍLIA - O Ministério da Educação pedirá à Universidade Bandeirante (Uniban) explicações sobre a expulsão da aluna Geisy Villa Nova Arruda, que foi hostilizada por seus colegas quando trajava minissaia nas dependências da instituição. Segundo a secretária de Educação Superior do MEC, Maria Paula Dallari, o órgão quer averiguar por que os demais estudantes não receberam o mesmo tratamento dado a Geisy.
Para a secretária, a Uniban não exerceu seu papel de educar e formar cidadãos. Maria Paula Dallari avalia que a Uniban poderia, eventualmente, ter adotado uma solução interna.
- Haver um conflito não é um problema. O problema é como uma instituição que tem como dever educar e formar para a cidadania reage - afirmou.
O MEC pode fazer uma chamada pública à Uniban. Outro caminho seria trabalhar junto com o Ministério Público dando seu parecer sobre o caso. Além das explicações, o ministério pedirá uma cópia do processo de investigação feito pela universidade para saber o que realmente aconteceu.
Os alunos mostraram preocupação com o bom nome da escola e um possível prejuízo com seu futuro profissional devido ao escândalo. A Universidade, parece-nos, tomou então a decisão de expulsá-la da escola, medida que acho sem sentido e preconceituosa.
Leiam a matéria abaixo, a respeito da posição que o MEC assumiu em relação ao assunto:
MEC pedirá explicações a Uniban sobre expulsão de aluna que usava minissaia
Plantão | Publicada em 08/11/2009 às 18h48m - Martha Beck , O Globo
BRASÍLIA - O Ministério da Educação pedirá à Universidade Bandeirante (Uniban) explicações sobre a expulsão da aluna Geisy Villa Nova Arruda, que foi hostilizada por seus colegas quando trajava minissaia nas dependências da instituição. Segundo a secretária de Educação Superior do MEC, Maria Paula Dallari, o órgão quer averiguar por que os demais estudantes não receberam o mesmo tratamento dado a Geisy.
Para a secretária, a Uniban não exerceu seu papel de educar e formar cidadãos. Maria Paula Dallari avalia que a Uniban poderia, eventualmente, ter adotado uma solução interna.
- Haver um conflito não é um problema. O problema é como uma instituição que tem como dever educar e formar para a cidadania reage - afirmou.
O MEC pode fazer uma chamada pública à Uniban. Outro caminho seria trabalhar junto com o Ministério Público dando seu parecer sobre o caso. Além das explicações, o ministério pedirá uma cópia do processo de investigação feito pela universidade para saber o que realmente aconteceu.
Artigo sobre prática pedagógica do professor
Aos alunos do 2º período de Pedagogia,
Deixo postado um modelo de artigo, montado por mim, a fim de ajudá-los na organização do próprio artigo que farão para entregar no final do bimestre. Na próxima 4ª feira comentaremos a respeito.
Bjs
Profª Marcia Gil
Deixo postado um modelo de artigo, montado por mim, a fim de ajudá-los na organização do próprio artigo que farão para entregar no final do bimestre. Na próxima 4ª feira comentaremos a respeito.
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