Educação Permanente

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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

13 anos da LDB 9394/96

Pessoal, saiu uma reportagem interessante sobre os 13 anos da LDB 9394/96. Penso que vale a pena ler.

Correio Braziliense, 24/11/2009 - Brasília DF
LDB representou avanço para educação, dizem ex-ministros
Da Agência Senado
Os primeiros 13 anos de vigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) representaram um importante avanço para o setor, segundo concordaram quatro ex-ministros que participaram de audiência pública sobre o tema promovida pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), nesta terça-feira (24). A audiência foi presidida pela senadora Marisa Serrano (PSDB-MS). Ministro durante o período entre o fim de 1987 e o início de 1989, Hugo Napoleão ressaltou inicialmente o papel decisivo exercido pela educação, a seu ver, no desenvolvimento de países como a Alemanha e a Coréia do Sul. Depois de passar por duas guerras, recordou, a Alemanha chegou ao final do século 20 como maior potência européia graças à educação. E a Coréia do Sul desponta como grande potência econômica no início do século 21 pelo mesmo motivo, comparou o ex-ministro. Ao analisar as 23 leis que alteraram a LDB, ele observou que a maioria delas aperfeiçoou o texto original. Na sua opinião, a LDB está cumprindo bem o seu papel. - Houve indiscutivelmente um avanço sob a égide da nova lei - avaliou.

Para o ex-ministro Carlos Chiarelli - que ocupou a pasta entre 1990 e 1991 - as modificações foram "maquiagens" na lei, que até hoje não precisa, a seu ver, de uma "cirurgia reparadora". Em sua opinião, porém, a LDB deveria dar maior ênfase ao ensino a distância, em um país com as dimensões continentais do Brasil, e ao ensino especial profissional, dedicado às pessoas com deficiência. - Existe mais de um milhão de vagas no mercado de trabalho para pessoas deficientes, segundo estabelece a lei. Mas as vagas muitas vezes não são preenchidas por falta de habilitação dos candidatos - lamentou Chiarelli, para quem seria possível educar 500 mil pessoas com deficiência com investimentos de aproximadamente R$ 300 milhões.

O senador Marco Maciel (DEM-PE), que foi ministro de 1985 a 1986, disse que procurou antecipar, durante a sua gestão, alguns princípios que seriam incluídos na nova lei, como a descentralização da merenda escolar e a valorização das universidades. Mas lamentou que algumas inovações da LDB, como o estabelecimento da jornada ampliada para o ensino fundamental, ainda não tenham sido colocadas em prática. Ministro de 2003 a 2004, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) reconheceu o "avanço conceitual" trazido pela LDB, mas sugeriu uma atualização da lei, para que se possa promover um "avanço estrutural". A responsabilidade pela escola, a seu ver, deveria ser federal, apesar da gestão descentralizada, uma vez que há estados e municípios mais ricos do que outros. Caberia à união, para ele, estabelecer uma carreira única para o magistério, assim como critérios para que um estabelecimento escolar possa de fato ser considerado uma escola. Além disso, o governo federal deveria implantar o horário integral nas escolas.
Ao participar do debate, o senador Augusto Botelho (PT-RR) lembrou que existem escolas em Roraima que nem sequer possuem quadro negro. O acesso à internet, onde há, ainda é muito lento, observou. O senador Flávio Arns (PT-PR) disse que o aperfeiçoamento da educação exige mais investimentos e lamentou que metade da arrecadação federal seja feita por meio de contribuições, cujos recursos não são repassados a estados e municípios. - Hoje poderíamos ter o dobro de recursos para a educação. Lugar de criança é no orçamento - disse Arns. Ao final da reunião, o senador Raimundo Colombo (DEM-SC) afirmou que a educação foi um dos setores que mais evoluiu no serviço público, ao longo dos 13 anos de vigência da LDB. Ele chamou atenção, porém, para o crescimento da violência e do uso de drogas entre os jovens nos últimos anos.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Inclusão

Alunos do 6º período de Pedagogia,

Deixo postado o vídeo que passei para vocês na aula do dia 23/11/2009.
Espero que consigam viver a experiência maravilhosa de participar do processo de inclusão das crianças com necessidades educativas especiais. É um grande privilégio para todo educador.

Vídeo: Inclusão Especial
Um beijo,
Profª Marcia Gil

sábado, 14 de novembro de 2009

Exercícios de História da Educação I

Aos alunos que não compareceram no dia 14/11, deixo aqui os exercícios avaliativos que dei. Quem tiver interesse em me entregar, aceitarei até o dia 18/11/09.
Profª Marcia

FEPI - UNIVERSITAS – Centro Universitário de Itajubá
Curso de Pedagogia – 2º período - História da Educação I - Profª Marcia Gil de Souza
Exercícios de Avaliação – Herbart e Comte – 5 pontos
1-Leia o texto abaixo:
“Realizações, belas-artes, belles-lettres, e todas estas coisas que, como nós dizemos, constituem o florescimento da civilização, deveriam estar totalmente subordinadas àquele conhecimento e disciplina sobre os quais a civilização repousa. Assim como ocupar a parte de lazer da educação.” Com base na citação de Herbert Spencer, responda:
a-Qual seria a espécie de conhecimento “sobre o qual a civilização repousa”?
b-Identifique o pressuposto positivista do pensamento de acordo com esse tipo de subordinação.
c-Que programa de ensino esta concepção costuma estabelecer?

2-Qual a diferença entre governo e disciplina, para Herbart?
3-Qual foi a importância de Herbart para o fortalecimento da escola tradicional?

Formação de Professores e Mitos na Educação

Pessoal, leia a reportagem abaixo. Ela é bastante útil para avaliarmos a qualidade da educação e os motivos que baixam ou aumentam essa qualidade.

Folha de São Paulo, 09/11/2009 - São Paulo SP - 7 mitos na educação
Pesquisas nacionais e internacionais mostram que, isoladas, "soluções" que parecem óbvias não melhoram o desempenho dos alunos - FABIANA REWALD DA REPORTAGEM LOCAL
Para melhorar a educação no Brasil basta investir mais, aumentar o salário dos professores e treiná-los constantemente, além de melhorar a infraestrutura das escolas, certo? Errado. Diversos estudos nacionais e internacionais mostram que as "soluções" acima, na verdade, não passam de mitos. São questões importantes para um projeto de longo prazo, mas que por si só não promovem melhoria na educação. Em relação ao investimento, por exemplo, municípios que gastam R$ 1.000 por aluno no fundamental tiveram a mesma nota na Prova Brasil (exame federal que avalia estudantes) que municípios que gastam R$ 3.000, segundo dados de 2005 que embasam pesquisa de Naercio Aquino Menezes Filho, do Insper (antigo Ibmec). Cingapura é outro exemplo de que gastos e qualidade na educação não têm uma relação direta. O país obteve ótimos resultados nos últimos anos apesar de ter aplicado menos recursos na educação primária que 27 dos 30 países da OCDE (organização de países desenvolvidos), segundo relatório de 2007 da consultoria McKinsey.

A relação entre desempenho dos alunos e salários de professores também não é tão direta. O Distrito Federal, por exemplo, paga os melhores salários do país, mas não tem o melhor resultado em exames federais como Prova Brasil e Saeb, segundo levantamento feito por Maria Helena Guimarães de Castro quando era secretária de Educação de SP, cargo que deixou neste ano. O problema da educação é muito mais complexo. Mas é consenso que o ponto central é ter professores bem formados, que saibam ensinar e dominem a disciplina que lecionam. Parece simples, mas não é. É comum, em muitas regiões do país, que professores de matemática sejam contratados para ensinar física. Segundo o censo da educação básica de 2007, dos professores de física no ensino médio do país, só 25% tinha formação na área. Isso porque os formados em física acabam atraídos por outras profissões com maior retorno financeiro. Mas, então, aumentar o salário significativamente não ajudaria? Estudiosos de educação acreditam que um reajuste assim só teria efeito no longo prazo. Aumentar sem critérios os salários de todos os professores não fará com que eles passem a ensinar melhor agora, pois já têm falhas na sua formação. Uma opção a curto prazo sugerida por Menezes Filho é atrelar o reajuste à melhora no desempenho. Assim, ele funcionaria como estímulo. Já no longo prazo, de fato, esse aumento no salário pode ser eficaz, a partir do momento em que a carreira de professor passa a interessar os melhores alunos do ensino médio. Abaixo, veja sete mitos derrubados por pesquisas :

• "Os Determinantes do Desempenho Escolar", de Naercio Menezes Filho (2007);
• "A Relação entre Gastos Educacionais e Desempenho Escolar", de Luiz Felipe Leite Estanislau do Amaral e Naércio Menezes Filho;
• "Avaliando o Impacto da Progressão Continuada nas Taxas de Rendimento e Desempenho Escolar no Brasil", de Naercio Menezes Filho, Ligia Vasconcellos, Sergio Werlang e Roberta Biondi (2004);
• "O Impacto dos Métodos Estruturados de Ensino na Proficiência dos Alunos da Rede Pública Municipal do Estado de São Paulo", de Maria Carolina da Silva Leme, Paula Louzano, Vladimir Ponczek e André Portela de Souza (2009);
• "Sistemas Estruturados de Ensino e Redes Municipais do Estado de São Paulo", coordenado por Paula Louzano (2009);
• "Sucesso Escolar nos Meios Populares - As Razões do Improvável", livro de Bernard Lahire (2004);
• "How the world's best performing school systems come out on top", da McKinsey&Company (2007);
• "Efficiency and Equity in Schools around the World", de Eric A. Hanushek e Javier A. Luque (2002);
• "Family, Classroom, and School Effects on Children's Educational Outcomes in Latin America", de J. Douglas Willms e Marie-Andree Somers (2001);
• "The Effect of School Resources on Student Achievement", de Rob Greenwald, Larry V. Hedges e Richard D. Laine (1996);
• "Interpreting Recent Research on Schooling in Developing Countries", de Eric A. Hanushek (1995);
• "Schooling Quality in a Cross Section of Countries", de Jong-Wha Lee e Robert J. Barro (1997);
• "Factores que Afectan el Rendimiento Academico en la Educacion Primaria", de Eduardo Velez, Ernesto Schiefelbein e Jorge Valenzuela (1993);
• "Teacher Quality and Student Achievement: A Review of State Policy Evidence", de Linda Darling-Hammond (2000);
• "Efficiency-Enhancing Investments in School Quality", de Eric A. Hanushek, João Batista Gomes Neto e Ralph W. Harbison;
• "Educação Secundária no Brasil: Chegou a Hora", de Alberto Rodríguez e Carlos A. Herrán (2000)
• "Brazil, Teachers Development and Incentives - A Strategic Framework", de Françoise Delannoy e Guilherme Sedlacek (2001).

domingo, 8 de novembro de 2009

Moral, Ética e Preconceito na Escola

Na semana passada tivemos um caso de repercussão nacional, ocorrido em uma universidade paulista, referente a roupa que uma aluna usou e a discriminação abusada que ela sofreu por parte dos colegas.
Os alunos mostraram preocupação com o bom nome da escola e um possível prejuízo com seu futuro profissional devido ao escândalo. A Universidade, parece-nos, tomou então a decisão de expulsá-la da escola, medida que acho sem sentido e preconceituosa.
Leiam a matéria abaixo, a respeito da posição que o MEC assumiu em relação ao assunto:
MEC pedirá explicações a Uniban sobre expulsão de aluna que usava minissaia

Plantão | Publicada em 08/11/2009 às 18h48m - Martha Beck , O Globo

BRASÍLIA - O Ministério da Educação pedirá à Universidade Bandeirante (Uniban) explicações sobre a expulsão da aluna Geisy Villa Nova Arruda, que foi hostilizada por seus colegas quando trajava minissaia nas dependências da instituição. Segundo a secretária de Educação Superior do MEC, Maria Paula Dallari, o órgão quer averiguar por que os demais estudantes não receberam o mesmo tratamento dado a Geisy.

Para a secretária, a Uniban não exerceu seu papel de educar e formar cidadãos. Maria Paula Dallari avalia que a Uniban poderia, eventualmente, ter adotado uma solução interna.

- Haver um conflito não é um problema. O problema é como uma instituição que tem como dever educar e formar para a cidadania reage - afirmou.

O MEC pode fazer uma chamada pública à Uniban. Outro caminho seria trabalhar junto com o Ministério Público dando seu parecer sobre o caso. Além das explicações, o ministério pedirá uma cópia do processo de investigação feito pela universidade para saber o que realmente aconteceu.

Artigo sobre prática pedagógica do professor

Aos alunos do 2º período de Pedagogia,

Deixo postado um modelo de artigo, montado por mim, a fim de ajudá-los na organização do próprio artigo que farão para entregar no final do bimestre. Na próxima 4ª feira comentaremos a respeito.

Bjs
Profª Marcia Gil

sábado, 7 de novembro de 2009

Material das aulas de História da Educação I

Aos alunos do 2º período de Pedagogia,

Posto aqui o material usado na aula de 07/11 (e que podem ser consultados para resolver os exercícios que dei a vocês) e os gráficos que foram gerados pela pesquisa que fizemos. Nós os utilizaremos na aula de 11/11.

Aula de 07/11 : Aula sobre Kant / Aula sobre Comenio e Rousseau
Gráficos da pesquisa

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Educação Ambiental

A quem possa interessar, deixo aqui uma monografia sobre Recursos Hídricos e Educação Ambiental.
Penso que pode ajudar em futuros projetos a respeito.
Bom proveito!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Alteração da LDB 9394/96

Leiam a mudança que foi feita na Lei 9394/96 - é ótima para a educação pública.

O Globo - 29/10/09
Senado aprova educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos


O Senado alterou a idade de acesso às escolas públicas. Hoje, a educação gratuita é obrigatória para crianças que têm entre 7 e 14 anos. Em 2010, a idade mínima já passa para 6 anos. E, a partir de 2011, o ingresso na escola vai começar mais cedo: aos quatro anos. E a obrigatoriedade do ensino público vai terminar mais tarde: aos 17 anos.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi aprovada na noite desta quarta-feira. Essa mesma emenda também que acaba progressivamente com uma retenção de 20% sobre as verbas da educação, a chamada Desvinculação de Receitas da União (DRU). Com a medida, até 2011, a área pode receber cerca de R$ 10 bilhões, segundo o Ministério da Educação. A emenda agora será promulgada pelo Congresso Nacional.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Formação do Professor

Deixo postado aqui novas notícias sobre a legislação da formação do professor e das novas diretrizes curriculares da Educação Infantil.

Portal G1, 27/10/2009
Projeto que exige diploma para dar aula em creche ameaça curso de magistério Tempo de adaptação preocupa entidades e escolas. Aprovado pela Câmara, texto ainda precisa passar pelo Senado
Do G1, em São Paulo, com informações do ClicRBS
Ao mesmo tempo em que promete melhorar a qualidade do ensino em creches e pré-escolas, um projeto de lei ameaça o curso de formação de professores em nível médio Normal, conhecido como magistério, bem como os serviços prestados por entidades comunitárias. Aprovada pela Câmara dos Deputados, a proposição da deputada Angela Amin (PP-SC) exige diploma a todos professores do ensino básico, a começar pela Educação Infantil. Para entrar em vigor, o texto ainda precisa ser aprovado pelo Senado, o que não tem data prevista. Embora em teoria todos concordem com o aumento da qualificação dos professores, a viabilidade da medida preocupa a comunidade escolar. A principal dúvida da presidente do Sindicreches, Susana Fogliatto, que representa 5 mil escolas privadas de Educação Infantil no Rio Grande do Sul, é quanto tempo as escolas terão para se adaptar. Segundo a deputada, autora do projeto, o prazo deve ser definido após a aprovação, quando a lei precisará ser regulamentada pelo Ministério da Educação. Com a esperada corrida às faculdades de licenciatura, uma das primeiras consequências deve ser o gradual fechamento dos cursos de formação de professores em nível médio, já decadentes nos últimos anos. No Instituto Estadual de Educação Flores da Cunha, em Porto Alegre, que chegou a ter 2 mil alunos no magistério, hoje restam cerca de 350 matriculados. Por falta de demanda, o Instituto Estadual de Educação Paulo da Gama, também na capital gaúcha, está prestes a fechar as portas. Será em 2011, quando os últimos 45 alunos concluírem seus estudos. "A lei é boa, mas precisaria pelo menos uns 10 anos para a adaptação. Com a crescente exigência por faculdade, os alunos do Normal acabam em desvantagem no vestibular, porque o currículo tem menos aulas de química e matemática, por exemplo", avalia a diretora do Paulo da Gama, Nilse Christ.
Impacto - O impacto do projeto preocupa entidades comunitárias, que sobrevivem com doações e repasses públicos. "É simplesmente a inviabilidade de funcionar", preocupa-se Fernanda Ribas, consultora jurídica do Sindicato das Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação de Profissionais do Estado do Rio Grande do Sul, temendo o risco de fechamentos em cascata entre as 600 creches comunitárias no estado, que atendem cerca de 40 mil alunos.
Na rede privada, o cenário é outro. Apostando na qualificação como diferencial, boa parte das escolas privadas já opta por contratar professores com diploma. Na Pato – Escola de Educação Infantil, por exemplo, apenas uma das oito professoras ainda não concluiu a faculdade, e há inclusive profissionais com pós-graduação, como a pedagoga Patrícia Dexheimer, 38 anos, especializada em psicopedagogia. "A escola divide com a família a base de todas as coisas que vão influenciar a criança, por isso é muito importante um bom preparo pedagógico. Educação infantil não é recreação", argumenta a coordenadora pedagógica da escola, Laura Hoppe.
SAIBA MAIS
COMO É HOJE - Docentes da Educação Infantil até o 5ª ano do Ensino Fundamental ainda podem exercer a profissão com nível médio
COMO FICARÁ - O projeto de lei 3971/2008 exige nível superior para todos os professores da Educação Básica, a começar pelas creches. Só será admitida a contratação de professores sem curso superior em locais onde comprovadamente não houver profissionais com essa formação
INCENTIVO À QUALIFICAÇÃO - O Ministério da Educação desenvolve o Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica. O plano prevê a oferta de cursos superiores gratuitos para professores da rede pública.



Portal UOL Educação, 27/10/2009
CNE revisa Diretrizes Curriculares para Educação Infantil -Talita Mochiute

Qual é a especificidade do trabalho educativo na primeira etapa da educação básica? Como a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos interfere no papel da Educação Infantil? Qual é a relação da Educação Infantil com as diversidades? São algumas questões presentes no debate sobre a elaboração das novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para Educação Infantil. Devido às mudanças pelas quais passou a educação brasileira nos últimos dez anos, a Câmara de Educação Básica (CEB) – integrante do Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC) – está revisando, desde o início deste ano, as normas que norteiam as propostas pedagógicas e os planejamentos curriculares das instituições de Educação Infantil. “A última resolução é de 1999. Frente às generalidades operacionais e curriculares é fundamental que o MEC oriente as propostas pedagógicas”, comentou a coordenadora-geral de Educação Infantil da Secretaria de Educação Básica, do MEC, Rita Coelho. As Diretrizes Curriculares Nacionais são normas obrigatórias que estabelecem os princípios, as metas e os objetivos a serem buscados por determinada etapa da educação brasileira. Para atualizar a normatização, o CNE promoveu consulta nacional e audiências públicas nas cidades de São Luís (MA) e São Paulo (SP).
No município paulista, membros do CNE/ MEC, instituições ligadas à primeira etapa da educação básica, à infância e especialistas se reuniram na última terça-feira (20/10) na Câmara dos Vereadores para discutir a revisão do Parecer CNE/CEB nº 22/98 e da Resolução CNE/CEB nº 01/99. A ideia era discutir o documento com as indicações para a elaboração das Diretrizes. Assim, a partir do debate, incorporar as modificações ou proposições da sociedade ao texto. “Pretendemos terminar o documento até 30 de outubro. Em novembro, apresentá-lo para votação no CNE”, explicou o relator das DCNs para Educação Infantil e membro do CNE, Moacir Feitosa. Segundo a professora da Universidade de São Paulo (USP) e consultora das Diretrizes, Zilma Oliveira, o novo documento deve manter o princípio da primeira diretriz: a Educação Infantil como um direito da criança. Já a professora da USP Ribeirão e consultora das DCNs, Ana Paula Soares, lembra que é preciso pensar como será o tratamento dado às diversidades. “Vamos destacar orientações específicas para populações não-urbanas (campo, indígena e quilombola) ou traremos essas questões nos fundamentos?”, questionou.
Indicações da sociedade civil - Os participantes da audiência pública em São Paulo foram favoráveis ao destaque dado à diversidade no documento preliminar. No entanto, reivindicaram também mais ênfase ao direito à igualdade. “Além do problema da desigualdade de acesso à creche, hoje a garantia de vaga não significa igualdade de oportunidade ao conhecimento”, apontou a professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC) e pesquisadora da Fundação Carlos Chagas, Maria Malta Campos. Para Maria Malta, as novas diretrizes devem ainda destacar a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental. “Como primeira etapa da educação básica, a Educação Infantil precisa oferecer atividades que propiciem o letramento e a alfabetização sem caráter obrigatório”.
A professora de Educação Infantil e secretária-executiva das Escolas Waldorf no Brasil, Maria Chantal Amarante, reforçou a preocupação com o ensino de crianças em fase de transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental. “Considero a alfabetização precoce um malefício para crianças em fase de desenvolvimento motor, corporal. A alfabetização é o fim de um processo de leitura de mundo, deve ser iniciado só a partir dos 6 anos de idade”. Além do período de transição, alguns participantes, como o presidente do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, Arthur Fonseca Filho, levantaram a necessidade do documento detalhar as especificidades da creche e da pré-escola. “É absolutamente necessário tratar da creche em um bloco distinto, definindo com clareza o papel do educador em cada segmento”. A consultora Zilma Oliveira fez um contraponto a essa indicação. “É possível detalhar as orientações. A especificidade ajuda por um lado, mas atrapalha por outro. Também é preciso lembrar que é não estamos fazendo um documento de referências curriculares, mas de diretrizes”.
Por outro lado, o maior detalhamento do papel do educador da Educação Infantil foi um dos pontos de consenso. “Deve-se enfatizar a atuação intencional do professor para o desenvolvimento integral das crianças”, destacou Maria Malta. “Temos de pensar em quem faz o dia-a-dia da Educação Infantil”, complementou a integrante da comissão gestora do Fórum Paulista de Educação Infantil, Sylvie Klein. Sylvie comentou também que uma das conquistas da DCN anterior foi a definição do número máximo de alunos por professor. Por isso, o novo documento deve contemplar esse item. “Um professor não pode ficar com mais de 25 alunos em uma sala”, destacou a professora da Universidade Federal de São Carlos (UFScar), Matilde Santos. Já os secretários municipais de Diadema e Santa Bárbara d’Oeste, Lúcia Couto e Herb Carlini, apontaram o problema da falta de recursos para Educação Infantil e a questão do acesso. “Não conseguimos atender a todos. Além disso, uma criança na creche custa o dobro de uma no Ensino Fundamental”, disse Carlini.
Articulação das DCNs - O relator das DCNs Moacir Feitosa disse que as contribuições da sociedade civil são importantes para a elaboração do documento. “Embora algumas questões levantadas sejam de gestão e financiamento, é preciso relacionar esses aspectos na hora de pensar as diretrizes”.De acordo com a assessora da organização Ação Educativa, Samantha Neves, o documento deve ser articulado com as diferentes políticas voltadas à Educação Infantil nas diferentes esferas. “Não adiantar alcançar um voo muito alto sem raízes firmes no chão”, ressaltou. Para que o documento chegue até quem está na ponta do processo educacional, como diretores, coordenadores e professores, o Núcleo de Desenvolvimento Infantil, da Universidade de Santa Catarina, representado pela professora Marilene Raupp, sugeriu que o MEC publique uma edição comentada sobre as diretrizes, esclarecendo conceitos presentes no documento.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Reflexões sobre alfabetização e método fônico

O Jornal Folha de São Paulo trouxe uma reportagem muito interessante sobre alfabetização. Penso que vale a pena ler:

Folha de São Paulo, 26/10/2009 - São Paulo SP
Método fônico avança na alfabetização
- HÉLIO SCHWARTSMAN DA EQUIPE DE ARTICULISTAS
Sem alarde, sistema que associa letras a sons ganha espaço no Brasil; em países desenvolvidos, houve embate contra construtivistas. No país, polêmica sobre escolha do método durou só dois meses, quando o MEC disse em 2006 que poderia priorizar um dos sistemas.
Nos EUA, elas ficaram conhecidas como "Reading Wars" (guerras de alfabetização). Foi uma disputa encarniçada e com fortes tintas ideológicas, que chegou a ser comparada à polêmica em torno do aborto. De um lado, estavam os defensores dos métodos fônicos, que enfatizam a necessidade de ensinar a criança a associar grafemas (letras) a fonemas (sons). Do outro, perfilavam-se os construtivistas, para quem o aprendizado da leitura deve ser um ato tão "natural" quanto possível, a ser exercido com textos originais e não com obras artificiais como cartilhas. No Brasil, a coisa lembra mais a não havida Batalha de Itararé: o que prometia ser o mais sangrento conflito pedagógico do país acabou não acontecendo, e a controvérsia agora caminha para decidir-se sem traumas maiores, com os métodos fônicos ganhando espaço pelas bordas do sistema. "Os construtivistas não gostam muito, mas a questão [dos métodos] vem se resolvendo de forma pouco explícita", declarou à Folha o ministro da Educação, Fernando Haddad.
Na mesma toada vai o professor de psicologia da USP Fernando Capovilla. "Sem muito alarde, as coisas estão mudando. E é bom que seja assim. A ciência demonstrou que o fônico é mais eficaz, especialmente para os mais pobres". Nos países desenvolvidos, a polêmica remonta aos anos 50, atingiu seu ápice no final dos 90 e de algum modo se resolveu a partir dos 2000, depois que os governos dos EUA, da França e do Reino Unido, com base em vários estudos comparativos, recomendaram o ensino dos elementos fônicos no processo de alfabetização. No Brasil, o "confronto final" foi evitado. Em fevereiro de 2006, Haddad propôs o debate, sugerindo a revisão dos PCNs (parâmetros curriculares nacionais) da educação básica. Os fonetistas viram aí a oportunidade de lançar o que seria o golpe de misericórdia contra o método global. Os construtivistas, por seu turno, valendo-se da privilegiada posição de linha pedagógica predominante na maioria das escolas públicas e privadas do país, prometiam resistir por todos os meios.
Silvia Colello, professora de pedagogia da USP, é uma das que se opõem aos métodos fônicos. Para ela, quando o professor adota esses programas "cartilhescos" e enfatiza o domínio do código escrito, ele "tira da língua o que ela tem de mais precioso". O aluno, diz, não se reconhece nesse artificialismo e se desinteressa. Percebendo que o debate estava a gerar mais calor do que luz, dois meses depois, em abril, Haddad anunciou que o ministério desistira de recomendar um método oficial. "Levei tanta pancada, inclusive da Folha", disse o ministro. "Mas acho que serviu para preparar o terreno. Hoje há mais clima para discutir essas questões", acrescentou. A relativa indefinição favoreceu posições mais conciliatórias, como a de Magda Soares, professora emérita da Faculdade de Educação da UFMG.
Para ela, o construtivismo teve o inegável mérito de colocar a criança como sujeito ativo no processo de aprendizagem, mas, no caso da alfabetização, acabou se tornando uma teoria sem método que substituiu o método sem teoria das cartilhas do século passado. Soares, que prepara um livro sobre o assunto, diz que existe "produção riquíssima" lá fora demonstrando a necessidade de trabalhar com elementos fônicos. Para ela, o ponto-chave para o sucesso na alfabetização é a "formação dos formadores". Experiência no molde defendido por Soares está em curso em Lagoa Santa (região metropolitana de Belo Horizonte). Ali a pedagoga Juliana Storino coordena um programa que, sem esquecer pressupostos construtivistas, como a adequação do currículo à realidade do aluno, busca desde cedo despertar a consciência fonológica dos alunos. "Apesar de já operarmos há três anos, ainda encontramos resistências por parte de professores."

Folha de São Paulo, 26/10/2009 - São Paulo SP
"Trocadilhos" deram origem a alfabeto - DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Como o arco e a flecha, a escrita é uma tecnologia que foi inventada mais de uma vez. Os dois primeiros sistemas de que se tem notícia, o hieroglífico egípcio, que parece ter surgido por volta de 3100 a.C., e o cuneiforme sumério, mais ou menos de 3300 a.C., mas cujos sinais precursores remontam a 8000 a.C., partiram de uma representação ideográfica do que se desejava representar. Isso significa que o hieróglifo egípcio correspondente a um touro significa mesmo "touro". De forma já um pouco mais sofisticada, o desenho de uma orelha de vaca significa "ouvir". Num grau ainda maior de elaboração, os antigos egípcios passaram a valer-se também de trocadilhos, vá lá, infames. Feitas as adaptações para o português, o desenho de um rei, seguido do de uma casa e do de uma rainha significaria "o rei [se] casa com a rainha". Esse é o truque que, numa evolução posterior, resultará na escrita alfabética. As representações ideográficas cedem lugar a novas formas em que os sinais já não se referem às coisas, mas a sons da língua falada. Com isso, pode-se registrar virtualmente tudo, inclusive nomes próprios e ideias abstratas, que antes representavam um obstáculo difícil de contornar. O alfabeto, mais ou menos como nós o conhecemos, em que as letras correspondem apenas a sons, surge no segundo milênio antes de Cristo. Ao que tudo indica, foram os fenícios, com o alfabeto proto-sinaítico, que radicalizam o que já se insinuava nas escritas suméria e egípcia e passam a fazer com que cada sinal corresponda a um som da língua, decompondo-a em elementos mínimos. A partir disso, surgem quase todos demais alfabetos.

Folha de São Paulo, 26/10/2009 - São Paulo SP
Cérebro não se adaptou à escrita, o que dificulta a aprendizagem
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Alfabetizar uma pessoa é difícil porque nossos cérebros ainda não tiveram tempo de adaptar-se à escrita, uma conquista relativamente recente. A comparação cabível é com a aquisição da linguagem. Para uma criança aprender um idioma, é só atirá-la numa comunidade onde se fale a língua em questão. Em pouco tempo ela estará proficiente e corrigindo seus pais, se eles não forem falantes nativos. Não há necessidade de instrução formal. Essa foi uma das razões que levou o linguista Noam Chomsky a postular a hipótese, hoje bem aceita, de que nossos cérebros já vêm de fábrica com um órgão da linguagem. Com a escrita é bem diferente. As mais recentes evidências colhidas pela psicolinguística mostram que a alfabetização não vem "naturalmente". Isso contraria pressupostos do método construtivista, nos quais se apresentam ao aluno palavras inteiras esperando que ele decomponha o código e deduza os elementos que o constituem.

sábado, 24 de outubro de 2009

Ilha das Flores - consumo e desigualdade social

Deixo aqui postagem do curta-metragem Ilha das Flores -bairro localizado na periferia de Pouso Alegre e retratando de maneira ácida e divertida a mecânica da sociedade de consumo. Tenho certeza de que será de crescimento para todos nós, e de utilidade para uma aluna que o usará em seu trabalho de escola. O curta foi feito acompanhando a trajetória de um simples tomate, desde a plantação até ser jogado fora. O objetivo é escancarar o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho, e isso é conseguido de maneira brilhante.
Assistam. Vão gostar.
Ficha Técnica:

Produção - Mônica Schmiedt, Giba Assis Brasil, Nôra Gulart
Fotografia - Roberto Henkin, Sérgio Amon
Roteiro : Jorge Furtado
Edição: Giba Assis Brasil
Direção de Arte: Fiapo Barth
Trilha original: Geraldo Flach
Narração: Paulo José
Prêmios: Urso de Prata no Festival de Berlim 1990; Prêmio Crítica e Público no Festival de Clermont-Ferrand 1991; Melhor Curta no Festival de Gramado 1989; Melhor Edição no Festival de Gramado 1989; Melhor Roteiro no Festival de Gramado 1989; Prêmio da Crítica no Festival de Gramado 1989; Prêmio do Público na Competição "No Budget" no Festival de Hamburgo 1991.

Apostila de História da Educação

Alunos do 2º período de Pedagogia,

Para quem ainda não reproduziu a apostila deste bimestre e quiser acessá-la por aqui, disponibilizo o link para baixá-la:
Apostila 2º bimestre

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Formação do Professor

Seguidores do blog Formação Permanente,

Leiam abaixo a notícia que saiu no jornal Folha de São Paulo. É interessante para
todos os que estão fazendo o Curso de Pedagogia.

Folha de São Paulo, 22/10/2009 - São Paulo SP

Câmara aprova projeto que exige curso
superior para professor infantil

Regra vai agora para o Senado; hoje, só ensino infantil e anos iniciais do
fundamental não têm obrigatoriedade

LARISSA GUIMARÃES DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara dos Deputados aprovou ontem projeto que torna obrigatória a formação superior para professores de toda a educação básica -ensinos infantil (creche e pré-escola), fundamental (antigo 1º grau) e médio (antigo 2º grau). A proposta vai agora para o Senado. Hoje, não há exigência de curso superior para quem trabalha na educação infantil ou nos anos iniciais do fundamental -1ª a 4ª séries. Esses docentes precisam ter apenas concluído o ensino médio ou o magistério. O projeto não traz prazo para adaptação. Caso seja aprovada no Senado e sancionada pelo presidente Lula, a regra passará a valer assim que for publicada no "Diário Oficial da União", disse o deputado Iran Barbosa (PT-SE), autor do substitutivo. A proposta, porém, prevê que em locais em que haja deficit de professores com formação superior seja possível a contratação de docente sem diploma para a educação infantil e os primeiros anos do fundamental. A secretária nacional de Educação Básica, Maria Pilar Lacerda, disse que o Ministério da Educação apoia a medida. "Temos política para os professores cursarem a licenciatura." Ela lembrou que no último dia 15 o ministro Fernando Haddad anunciou a abertura de 80 mil vagas em universidades públicas para professores cursarem a licenciatura ou a complementação pedagógica. Hoje, 350 mil docentes atuam sem habilitação adequada do total de 1,9 milhão no país.

sábado, 10 de outubro de 2009

aula de sábado - 10/10/09

Aos alunos do 2º período,

Posto aqui o arquivo contendo a aula de sábado, para quem se interessar.


Um beijo a todos e bom feriadão.

Profª Marcia

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Arte final da Camiseta da Pedagogia

Alunos do 2º período,

A Emiliane, profissional da Stockcamisetas, enviou a arte final da camiseta de Pedagogia para nossa aprovação. Foram feitas algumas modificações para que o desenho se encaixe melhor aos padrões de silk. Algumas cores também foram adaptadas, pois as cores das tintas não batem com as cores do Coreldraw (programa de computador). Tomei a liberdade de já confirmar com ela as modificações, pois não são significativas no desenho como um todo. Vejam como ficou:



segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Camiseta da Pedagogia

Alunos do 2º período,


Deixo aqui um novo modelo de gola para a nossa camiseta.
Vejam o que acham. Decidiremos tudo na 4ª feira.
Até lá,
Profª Marcia

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Temas transversais - Trabalho e Consumo

Alunos do 6º período de Pedagogia,

Conversamos, na última aula, sobre o tema transversal Trabalho e Consumo, acrescentado pelo MEC após a elaboração dos outros quatro temas. O MEC tem sugerido também o trabalho com o tema Educação para o Trânsito.
Deixo abaixo comentários genéricos sobre esses dois temas, a fim de situá-los e orientá-los na elaboração de planos de ensino e sequências didáticas.

Trabalho e Consumo
Este tema incorpora no currículo escolar demandas sociais urgentes, de abrangência nacional, passíveis de ensino e aprendizagem no ensino fundamental e com importante papel na promoção da participação social e política. Seus pressupostos são os seguintes: em todo produto ou serviço consumido existe trabalho social; este trabalho é realizado segundo determinadas relações de trabalho que não são naturais e sim construídas historicamente, sendo, portanto, passíveis de crítica, intervenção e transformação.
Busca-se, portanto, pela análise do trabalho e do consumo na atualidade, explicitar as relações sociais nas quais se produzem as necessidades, os desejos e os produtos e serviços que irão satisfazê-los. Participar dos debates sobre as formas de realização e organização do trabalho e do consumo, compreendendo suas relações, dependências, dilemas e direitos vinculados, assim como os valores que lhe são associados, subsidiará uma atitude crítica, na perspectiva da valorização de formas de ação que favoreçam uma melhor distribuição da riqueza produzida socialmente.

Educação para o Trânsito
Este tema tem por objetivo trazer a tona, em sala de aula, questões sociais que possibilitem a construção da democracia e da cidadania.
Pense-se, por exemplo, o direito ao transporte associado à qualidade do meio ambiente; ou a convivência no espaço público e o desrespeito às regras de trânsito, ou ainda, a segurança de motoristas e pedestres (O trânsito brasileiro é um dos que, no mundo, causa maior número de mortes). Assim, de forma ampla, o tema trânsito nos remete a refletir sobre as características de nossos modos de vida e nossas relações sociais.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Avaliação Escrita de História da Educação I

Alunos do 2º período de Pedagogia,

Uma colega de vocês me procurou para tirar dúvidas a respeito do conteúdo que será cobrado na 4ª feira na avaliação escrita.
Penso que é interessante partilhar com todos os esclarecimentos e dicas que dei, assim podemos estudar juntos na mesma linha de pensamento:
1ª dúvida: "Poderia me ajudar a entender o sentido de ideal homérico?"
Resposta: No caso do nosso estudo, o ideal homérico refere-se ao ideal de homem aristocrata que a sociedade da época arcaica concebia: o homem ideal era o herói, ou seja, aquele que tinha as virtudes da força, da beleza, da agilidade e do vigor físico, e estava pronto a vencer qualquer disputa.

Era o culto aos heróis. Eles tinham virtudes muito admiradas na Grécia durante o período pré-socrático, e que todos buscavam desenvolver.
É uma visão idealizada da educação que setores dominantes da época impunham a sociedade.
Esse ideal perdurou no período pré-socrático, na época arcaica. Posteriormente esse ideal homérico transferiu-se para os esportes e a espada foi gradativamente substituída pela palavra, também tão caras a Grécia durante o período socrático (época clássica). Do ideal de guerreiro nobre, de pouca instrução, passou-se ao cavaleiro culto, interessado nos assuntos públicos da cidade. E numa escala evolutiva de ideal de homem (que se completou na época helenística), concebeu-se a paidéia, que representou o ideal de educação que a Grécia tinha.
Veja o quadro comparativo abaixo, para você entender onde o ideal homérico se insere na Grécia:

Quadro Comparativo da Educação

Características Polis arcaica (anterior ao século V a.C.) Polis clássica (séculos V e IV a.C.)
Objetivos da educação O guerreiro audaz, corajoso e valente, formado pela arte militar e obediente ao clã O cavaleiro culto, o cidadão ativo da polis, formado pela escola cívica a serviço da cidade
Instrumento símbolo A espada A palavra
Técnica o combate singular A ginástica, os corais, a leitura
Método de ensino A pederastia: o guerreiro mais velho e o seu escudeiro A pedagogia: o didático e os estudantes
Cultura A poesia épica de Homero A poesia, a filosofia, a gramática, a retórica e a oratória

2ª dúvida: Posso comparar o texto 3 "O homem é a medida de todas as coisas", como sendo um homem com este ideal, ou seja, guerreiro, culto, audaz, integro?
Resposta: Antes esclareço uma confusão que você fez: O guerreiro não era culto, a palavra para ele não era importante, o físico é que valia. Esse não era um valor da época arcaica.
Culto era o cidadão, virtude da época clássica.
Respondendo ao seu questionamento: A comparação não pode ser feita. Ela está errada.
Para o homem ser a medida de todas as coisas, ele precisa ser responsável pelo que faz e pelas decisões que toma. A medida com que ele julga o que é bom ou não para ele é de decisão e responsabilidade dele mesmo, tomada a partir de seu raciocínio e de sua razão, não influenciado pelos deuses e pelos desígnios divinos.
O guerreiro viveu numa época em que os deuses conduziam suas vidas a seu bel prazer. Foi a época de Homero, dos deuses como Aquiles na época da Guerra de Tróia, conforme vimos em aula. Ulisses era o herói que encarnava o ideal homérico, mas sua vida era dirigida pelos deuses. Portanto, tudo o que lhe acontecia e as decisões que tomava não eram de sua responsabilidade e sim culpa dos deuses, que decidiam seu destino.
Na época do Sofista Protágoras, a filosofia já dominava a sociedade e o homem pensava por ele mesmo e não mais pelos deuses. O mundo mítico havia sido superado pelo mundo racional. Por isso, quando ele afirma que "o homem é a medida de todas as coisas" ele está querendo dizer que o homem decide e arca com as consequências de sua decisão, ele é o responsável por sua vida, pelas coisas que lhe acontecem, as referências do que é melhor ou pior vêem de sua cabeça e de sua moral e não dos caprichos dos deuses.

3ª dúvida: Sua prova é de múltipla escolha ou de questões dissertativas?
Resposta: A prova que elaborei não tem nenhuma questão de múltipla escolha. São 4 questões abertas, dissertativas. Três perguntas referem-se aos textos que lhes passei (dou o texto e faço uma pergunta a respeito dele; para responder você deve saber o conteúdo da apostila pois peço para fazer referência a ele ao responder a pergunta). Uma pergunta refere-se a um conteúdo da apostila.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Análise dos PCN de História

Alunos do 6º período de Pedagogia,

Posto aqui a análise dos parâmetros curriculares de História do 1º e 2º ciclos do ensino fundamental que fizemos juntos na aula de hoje.
Espero que ajude no trabalho que devem entregar na 5ª feira.

Um abraço a todos,
Profª Marcia