Educação Permanente

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terça-feira, 25 de maio de 2010

Quem tem medo de feedback?

Talvez seja mais fácil identificar quem não tem medo de feedback , porque a simples menção a esta palavra já assusta. Quem já não se sentiu intimidado diante de uma avaliação de desempenho?
Por ser essa prática tão importante para o sucesso e o desenvolvimento das pessoas é que escolhi falarmos dela, neste momento e neste meio de comunicação.
Para refletir sobre esse assunto, quero partilhar a leitura do livro “Coach: um parceiro para o seu sucesso”, de Ane Araújo, São Paulo, Editora Gente, 1999.
Coach,o que é isso?
O termo, proveniente do inglês, tem origem no mundo dos esportes e define o papel de professor, treinador, preparador.
Coach é o papel que você assume quando se compromete a apoiar alguém a atingir determinado resultado. Portanto, o processo começa quando uma pessoa procura o seu apoio para resolver um problema ou realizar um projeto e você se interessa, acompanha, incentiva o desenvolvimento de profissionais que o cercam e aceita comprometer-se com o papel. O processo também pode começar por iniciativa sua: você oferece apoio a alguém, que pode aceitar ou não.
Coaching significa comprometer-se com os resultados, mas principalmente com a pessoa como um todo, com a sua realização e o seu desenvolvimento. É dar poder para que o outro adquira competências, produza mudanças específicas em qualquer área da vida ou até, e principalmente, transforme a si mesmo.
Esse compromisso com a pessoa, acompanhando sua evolução, dando suporte nos momentos difíceis e estimulando-a a avançar, vai produzindo no coach uma transformação sutil: ele está sendo útil para alguém. A prática de servir ao desenvolvimento do outro cria um vínculo tão poderoso que, quando a pessoa atinge seus objetivos, é como se o próprio coach estivesse no “pódio”. E de verdade está, pois o objetivo do coach é assegurar que seu “cliente” produza os resultados esperados.
O coaching não é um processo novo. É tradicional nas relações entre pais e filhos, entre professores e alunos, entre colegas de escola - e tão natural que nem percebemos quando desempenhamos. Coaching também é aprender a desaprender. Se não pudermos desaprender, dificilmente seremos bons coaches junto aos nossos pares, pois a maior contribuição desse processo é possibilitar um novo nível de consciência e desempenho aos envolvidos.
Ao iniciar um processo de coaching é imprescindível ter clareza sobre o que o outro quer produzir. Não é possível assessorar alguém sem saber qual é seu objetivo. A visão do futuro e a agenda de realizações pertencem , única e exclusivamente , ao seu par. É necessário conhecê-lo como pessoa, o que pensa, sua competência, seus limites, suas necessidades e compromisso com a sua formação e projeto.
O processo de coaching não está, necessariamente, relacionado a um cargo ou posição, embora exista uma expectativa de que o chefe imediato exerça a função, por ter as condições mais favoráveis em razão de sua responsabilidade pelos mesmos resultados.
É necessário que as etapas do trabalho sejam planejadas, baseadas numa parceria sólida, com clareza da trajetória a ser cumprida, com disciplina e a possibilidade de redirecionar sempre que necessário.
Se a relação entre os parceiros for de confiabilidade, se sentirão seguros e à vontade para apontarem os ajustes que devem ser feitos no decorrer do projeto. Diante dos erros, não haverá acusação, mas análise. Verão as falhas como chances de aprender.
Portanto, o medo à crítica, ao feedback, não terá mais sentido. Ambos crescerão juntos!

Estela Maria de Oliveira – Coordenadora do Ensino Fundamental II do Curso G9

2 comentários:

  1. Marcia Gil de Souza27 de maio de 2010 às 15:35

    Sarte, em sua peça teatral Entre Quatro Paredes, afirma "O inferno são os outros". Na peça, os personagens estão em um quarto de hotel onde não há espelhos ou janelas nas paredes do salão. Os personagens olham e julgam uns aos outros. Segundo Sartre, a famosa frase indica que, se dependemos unicamente dos julgamentos e das ações dos outros, abdicando de nossa liberdade essencial e intransferível, criamos nosso próprio inferno, queimamos na fornalha alimentada por nossos próprios medos, pela má-fé, pela incapacidade de autonomia. Os outros não são necessariamente os causadores do meu sofrimento. Eu mesmo faço do outro o carrasco de minha tortura. Nesse sentido, podemos fazer uma analogia com o texto da Estela, que enaltece o feedback do outro, que tanto nos incomoda e inferniza. Porém, está mais do que na hora de superarmos nossa incapacidade de lidar com as críticas construtivas e com os nossos erros, e crescermos com a avaliação conjunta que fazemos do nosso trabalho. Vamos superar a ideia sartreana de que o inferno são os outros?

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  2. "Portanto, o medo à crítica, ao feedback, não terá mais sentido. Ambos crescerão juntos!"

    Crítica e feedback são coisas diferentes não?
    Isso não é uma afirmação, é apenas uma pergunta. Me desculpe se ofender.

    Site que diz a diferença http://www.colegiomodulo.com.br/2010/08/18/critica-ou-feedback-na-educacao-das-criancas/

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