Sete técnicas para relaxar em 60 segundos
Alongamento e leitura ajudam a aliviar as tensões
A rotina agitada no ensino médio e a má administração do tempo para dar conta de tudo e descansar abrem cada vez mais espaço para as tensões e para o estresse. Dar prioridade aos momentos de lazer e à prática de exercícios físicos é uma maneira de espantar as preocupações. No dia a dia, pode ser até mais simples. Algumas técnicas ajudam a relaxar em apenas 60 segundos.
"Toda vez que passamos por uma situação estressante, como a preparação ao vestibular, muitos sintomas se manifestam fisicamente, causando incômodos, irritações e mal estar. Por isso, técnicas de respiração e concentração ajudam a controlar os sintomas da ansiedade", diz a psicóloga Adriana de Araújo, membro da Sociedade Brasileira de Psicologia. A seguir, confira alguns hábitos que ajudam a relaxar em um minuto.
Faça contagem regressiva olhando para cima
Mesmo que seja bastante simples, essa técnica ajuda a relaxar, já que aumenta a concentração em uma tarefa e tira a atenção do que está causando ansiedade. "É preciso se concentrar em algo para relaxar. Fazer contagem regressiva, a partir do 60, bem devagar, vai ajudar", explica a psicóloga Adriana de Araújo.
Além disso, olhar para cima estimula o sistema nervoso, o que ajuda a reduzir a pressão arterial e diminui o ritmo da respiração, causando a sensação de relaxamento. "Tudo que fizermos para diminuir os batimentos cardíacos ajudará a controlar a ansiedade, inclusive adotar técnicas de postura e concentração", explica a psicóloga Giovanna Tessaro, de Curitiba.
Anote as preocupações em um caderno
Esse método aumenta a concentração, evita distrações e avisa ao cérebro que é preciso desacelerar. "Quando fazemos isso, a mente entende que as preocupações estão 'guardadas' e não devem ser resolvidas naquele momento, diminuindo a ansiedade", diz Adriana Araújo.
Segundo a psicóloga, anotar as preocupações em um caderno também ajuda a acabar com insônia. "Algumas vezes muitas tarefas que não conseguimos realizar durante o dia nos impedem de relaxar e dormir. Colocar tudo no papel vai ajudar a nos livrar daquilo até o dia seguinte", explica Adriana.
Controle a respiração por um minuto
Um dos principais efeitos da ansiedade é o aumento do ritmo cardíaco. "O coração é cheio de terminações nervosas e por isso reage muito facilmente a estímulos cerebrais, que ficam mais intensos em situações de ansiedade e estresse", explica a psicóloga Giovanna Tessaro.
Segundo a psicóloga, algumas técnicas simples de respiração ajudam a controlar o ritmo cardíaco, diminuindo a sensação de ansiedade. "Basta inspirar profundamente com o nariz e segurar o ar por alguns segundos, repetindo esse processo várias vezes", explica. Depois, fixe a atenção no peito, na região do coração por 15 segundos.
Relaxe e alongue os músculos
Outra manifestação física da ansiedade é a contração involuntária dos músculos, que causam tensão e muito desconforto. Os músculos que mais sofrem com o estresse são os do pescoço, costas e pernas. "A ansiedade, por mais que seja psicológica, se manifesta fisicamente. É comum cruzar as pernas e deixar os músculos das costas e do pescoço enrijecidos", explica Adriana Araújo.
Para desfazer os nós dessas regiões, é importante fazer pequenas sessões de alongamento. Aposte em movimentos circulares, realizados lentamente, com o pescoço, pulsos e tornozelos, para aliviar as tensões da musculatura.
Leia um gibi
O hábito da leitura leve, como a de um gibi, é uma boa saída para relaxar em momentos de tensão. "Outras leituras mais complexas e longas podem causar muita distração, o que, após alguns minutos, faz a ansiedade e o estresse voltarem ainda mais intensos", diz Adriana Araújo. Ler uma revista ou notícias curtas de um jornal também ajuda a evitar pensamentos que trazem angústia.
Carregue o lanche certo
Experimente parar para fazer um lanchinho. Nos momentos de ansiedade, a mastigação ajuda a relaxar alguns músculos do pescoço. No entanto, escolher o lanche certo é essencial para afastar a ansiedade e o estresse. "Alimentos bastante práticos e fáceis de transportar, como castanhas e laranja, contêm selênio e vitamina C, respectivamente. Esses dois nutrientes melhoram o funcionamento do sistema nervoso, evitando a ansiedade", explica a nutricionista Daniela Cyrulin, do Instituto Saúde Plena, em São Paulo.
Bolinha de tênis
Caso esteja em casa, coloque a bolinha de tênis entre as suas costas e uma parede. Inicie a massagem nos pontos em que a tensão é maior. Depois, passe a massagear o ombro e toda a região próxima do pescoço, para relaxar os músculos dessa área.
Fonte: Gestão Escolar– agosto/setembro 2009, p 42 a 45 – adaptado por Marcia Gil de Souza.
Itajubá, 10 de abril de 2012.
terça-feira, 10 de abril de 2012
quinta-feira, 29 de março de 2012
Boa alimentação e Inteligência
DICAS PARA UMA BOA ALIMENTAÇÃO DO ESTUDANTE
O CÉREBRO TEM FOME
O funcionamento do cérebro depende de nutrição adequada e regular, que pode ser a diferença entre o bom desempenho e a apatia dos alunos, especialmente em ano de vestibular.
Mas como fazer as escolhas certas para nutrir cérebros em formação e garantir que nossos estudantes saiam de casa com energia suficiente para aprender?
Quanto mais alimentos variados e in natura ingerirmos, melhor será o rendimento cerebral.
Metais como o zinco ou o cobre e também alimentos antioxidantes como açaí, morango, amora, cereja e brócolis funcionam como ingredientes potentes para turbinar o cérebro.
A ingestão equilibrada de zinco e cobre influencia o sistema cognitivo. Pessoas com nível adequado de zinco no organismo raciocinam melhor.
A ingestão equilibrada do cobre ajuda na boa comunicação entre os neurônios, o que potencializa a capacidade de aprender do estudante.
Os antioxidantes ajudam a combater os radicais livres, que são moléculas e átomos instáveis que “roubam” elétrons saudáveis de outras moléculas, contribuindo para a degradação do organismo e consequente envelhecimento.
1ª refeição: A primeira refeição do dia é muito importante, já que perdemos 80% das nossas reservas de energia durante a noite. Caso o estudante vá para a escola em jejum, terá prejuízos na concentração e memória, além de sentir sono e cansaço. Nesse momento o ideal seria uma refeição rica em proteína e carboidratos, como pão com queijo e um suco, cereais e frutas. O inocente copo de leite com achocolatado e o consagrado pão com manteiga pode não ser a melhor escolha, pois o achocolatado compete com a absorção de cálcio e a manteiga não tem nutrientes nem sais minerais, apenas gorduras. Por que colocar manteiga no pão em vez de uma fatia de queijo, que é rico em proteínas e sais minerais? É muito comum o aluno acordar sem fome e não querer comer nada. Nesses casos, o lanche pode ser mais leve, como um iogurte e uma fruta ou uma vitamina de leite com frutas, pois elas contêm carboidratos ricos em fibra. Mas antes de “forçarem a barra” com o aluno logo de manhã, os pais devem levar em consideração o volume de alimentos ingeridos na noite anterior. Se o consumo tiver sido elevado no jantar ou no lanche da noite, pode alterar o apetite na manhã seguinte.
Almoço: O típico arroz com feijão é excelente fonte de proteínas e nutrientes, que ajudam na concentração e memória. Acompanhado de uma carne e bastante salada, deixando o prato bem colorido, a refeição se torna ideal e equilibrada.
Aulas à tarde: os alunos vão para as aulas da tarde às 3as feiras logo depois de almoçarem. A digestão provoca sonolência. E as gorduras são as que mais causam essa sensação, pois elas demoram mais tempo no estômago, por isso é interessante evitar alimentos muito gordurosos antes de alguma situação que exija concentração, como é o caso das aulas na 3ª feira à tarde, dos simulados ou vestibulares, que geralmente são realizados no período da tarde.
DICAS PARA UM CÉREBRO BEM NUTRIDO
• Ingerir pelo menos cinco porções de frutas durante o dia, para que o corpo tenha nutrientes suficientes para alimentar o cérebro e o metabolismo. Se a fruta for pequena como o morango, cerca de dez unidades equivalem a uma porção; no caso de frutas grandes (como o abacate), metade ou ¼ corresponde a uma porção.
• Consumir bastante salada, deixando o prato bem colorido, para também aumentar a quantidade de vitaminas e minerais.
• Alimentar-se em intervalos de duas a três horas para melhorar a concentração e memória, e manter o peso estável.
• Consumir, pelo menos, uma vez ao dia, 100 g de sardinha, atum ou salmão, para aumentar a ingestão de ômega 3, que melhora concentração e memória.
• Não ir à escola em jejum: fazer uma refeição de 30 minutos a uma hora antes da aula.
• Beber muito líquido para que o organismo funcione bem. Urina clara é sinal de boa hidratação. Chegar ao ponto de sentir sede é sinal de desidratação.
• Tomar água com regularidade é muito importante. Fadiga e falta de concentração, que influencia no processo de aprendizagem, são sinais fortes de pouca energia, identificados pelo cérebro como fome ou sede. Fast-foods e refrigerantes podem ser muito agradáveis ao paladar, mas não têm nutrientes.
• Mastigar bem os alimentos para facilitar a digestão.
• Alimentos com zinco: ostras, carne vermelha, feijão, amendoim, carne de frango, ovos e queijo, entre outros.
• Alimentos com cobre: sementes de girassol, lagosta, azeitonas verdes, trigo, fígado, cacau, ostras e pimenta-do-reino.
• Espremer um limão ou uma laranja na salada aumenta a absorção de ferro, devido à vitamina C.
Fonte: Gestão Educacional – março 2012, p 16 a 19 – adaptado por Marcia Gil de Souza.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora pedagógica
O CÉREBRO TEM FOME
O funcionamento do cérebro depende de nutrição adequada e regular, que pode ser a diferença entre o bom desempenho e a apatia dos alunos, especialmente em ano de vestibular.
Mas como fazer as escolhas certas para nutrir cérebros em formação e garantir que nossos estudantes saiam de casa com energia suficiente para aprender?
Quanto mais alimentos variados e in natura ingerirmos, melhor será o rendimento cerebral.
Metais como o zinco ou o cobre e também alimentos antioxidantes como açaí, morango, amora, cereja e brócolis funcionam como ingredientes potentes para turbinar o cérebro.
A ingestão equilibrada de zinco e cobre influencia o sistema cognitivo. Pessoas com nível adequado de zinco no organismo raciocinam melhor.
A ingestão equilibrada do cobre ajuda na boa comunicação entre os neurônios, o que potencializa a capacidade de aprender do estudante.
Os antioxidantes ajudam a combater os radicais livres, que são moléculas e átomos instáveis que “roubam” elétrons saudáveis de outras moléculas, contribuindo para a degradação do organismo e consequente envelhecimento.
1ª refeição: A primeira refeição do dia é muito importante, já que perdemos 80% das nossas reservas de energia durante a noite. Caso o estudante vá para a escola em jejum, terá prejuízos na concentração e memória, além de sentir sono e cansaço. Nesse momento o ideal seria uma refeição rica em proteína e carboidratos, como pão com queijo e um suco, cereais e frutas. O inocente copo de leite com achocolatado e o consagrado pão com manteiga pode não ser a melhor escolha, pois o achocolatado compete com a absorção de cálcio e a manteiga não tem nutrientes nem sais minerais, apenas gorduras. Por que colocar manteiga no pão em vez de uma fatia de queijo, que é rico em proteínas e sais minerais? É muito comum o aluno acordar sem fome e não querer comer nada. Nesses casos, o lanche pode ser mais leve, como um iogurte e uma fruta ou uma vitamina de leite com frutas, pois elas contêm carboidratos ricos em fibra. Mas antes de “forçarem a barra” com o aluno logo de manhã, os pais devem levar em consideração o volume de alimentos ingeridos na noite anterior. Se o consumo tiver sido elevado no jantar ou no lanche da noite, pode alterar o apetite na manhã seguinte.
Almoço: O típico arroz com feijão é excelente fonte de proteínas e nutrientes, que ajudam na concentração e memória. Acompanhado de uma carne e bastante salada, deixando o prato bem colorido, a refeição se torna ideal e equilibrada.
Aulas à tarde: os alunos vão para as aulas da tarde às 3as feiras logo depois de almoçarem. A digestão provoca sonolência. E as gorduras são as que mais causam essa sensação, pois elas demoram mais tempo no estômago, por isso é interessante evitar alimentos muito gordurosos antes de alguma situação que exija concentração, como é o caso das aulas na 3ª feira à tarde, dos simulados ou vestibulares, que geralmente são realizados no período da tarde.
DICAS PARA UM CÉREBRO BEM NUTRIDO
• Ingerir pelo menos cinco porções de frutas durante o dia, para que o corpo tenha nutrientes suficientes para alimentar o cérebro e o metabolismo. Se a fruta for pequena como o morango, cerca de dez unidades equivalem a uma porção; no caso de frutas grandes (como o abacate), metade ou ¼ corresponde a uma porção.
• Consumir bastante salada, deixando o prato bem colorido, para também aumentar a quantidade de vitaminas e minerais.
• Alimentar-se em intervalos de duas a três horas para melhorar a concentração e memória, e manter o peso estável.
• Consumir, pelo menos, uma vez ao dia, 100 g de sardinha, atum ou salmão, para aumentar a ingestão de ômega 3, que melhora concentração e memória.
• Não ir à escola em jejum: fazer uma refeição de 30 minutos a uma hora antes da aula.
• Beber muito líquido para que o organismo funcione bem. Urina clara é sinal de boa hidratação. Chegar ao ponto de sentir sede é sinal de desidratação.
• Tomar água com regularidade é muito importante. Fadiga e falta de concentração, que influencia no processo de aprendizagem, são sinais fortes de pouca energia, identificados pelo cérebro como fome ou sede. Fast-foods e refrigerantes podem ser muito agradáveis ao paladar, mas não têm nutrientes.
• Mastigar bem os alimentos para facilitar a digestão.
• Alimentos com zinco: ostras, carne vermelha, feijão, amendoim, carne de frango, ovos e queijo, entre outros.
• Alimentos com cobre: sementes de girassol, lagosta, azeitonas verdes, trigo, fígado, cacau, ostras e pimenta-do-reino.
• Espremer um limão ou uma laranja na salada aumenta a absorção de ferro, devido à vitamina C.
Fonte: Gestão Educacional – março 2012, p 16 a 19 – adaptado por Marcia Gil de Souza.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora pedagógica
Novas Diretrizes Curriculares do Ensino Médio
O Estado de São Paulo, 29/03/2012 - São Paulo SP
Tolices curriculares
Editorial
Há dois meses, o Conselho Nacional de Educação (CNE) baixou a Resolução n.º 2/12, definindo as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, que é considerado desvinculado da realidade social e econômica do País, quando comparado aos programas do ensino fundamental e superior. Elaborada com base num extenso parecer aprovado uma semana antes pelo Ministério da Educação (MEC), a Resolução tem 23 artigos, muitos deles caracterizados por uma retórica vazia. A Resolução, por exemplo, propõe a incorporação, como conteúdo obrigatório do currículo do ensino médio, "do reconhecimento e atendimento da diversidade e diferentes nuances da desigualdade da exclusão na sociedade brasileira". Também recomenda "a valorização dos direitos humanos, mediante temas relativos a gênero, raça e etnia, religião, orientação sexual, pessoas com deficiência". E enfatiza a importância de "práticas que contribuam para a igualdade e enfrentamento de todas as formas de preconceito, discriminação e violência" e de "atividades intersetoriais de promoção da saúde física e mental, saúde sexual e saúde reprodutiva e prevenção do uso de drogas".
Não são apenas esses os parágrafos da Resolução tautológicos ou ininteligíveis. "O trabalho é conceituado na sua perspectiva ontológica de transformação da natureza, como realização inerente ao ser humano e como mediação no processo de produção de sua existência" - diz o § 1.º do inciso VIII do artigo 5.º da Resolução. "A organização curricular deve oferecer tempos e espaços próprios para estudos e atividades que permitam itinerários formativos opcionais diversificados, a fim de melhor responder à heterogeneidade e pluralidade de condições, múltiplos interesses e aspirações dos estudantes", determina o inciso XI do artigo 14. "O projeto político-pedagógico, na sua concepção e implementação, deve considerar os estudantes e professores como sujeitos históricos e de direitos, participantes ativos e protagonistas na sua diversidade e singularidade" - reza o § 2.º do artigo 15 da Resolução. E vai por aí afora.
Além disso, a Resolução do CNE impõe ao currículo do ensino médio quatro áreas de conhecimento e nove matérias obrigatórias, chamadas de "componentes curriculares com especificidades e saberes próprios e sistematizados", subdivididas em doze disciplinas. O novo currículo vai na contramão dos países desenvolvidos, onde o ensino médio não tem um programa mínimo obrigatório. A diversificação é vista naqueles países como forma de adequar melhor o ensino à realidade cultural, econômica e social dos estudantes. Não são de estranhar, portanto, as críticas que têm sido feitas à Resolução n.º 2/12. "O Brasil não diversifica e mantém a ideia de que todo mundo tem de fazer a mesma coisa", diz João Batista Araújo e Oliveira, do Instituto Alfa e Beto, depois de classificar o texto da resolução como "erudição boba". "É uma montoeira de matérias. O resultado é que ninguém aprende, só decora. No resto do mundo, há segmentação", afirma o economista Cláudio Moura Castro. "Acredito em soluções mais individualizadas e segmentadas, porque há muitas diferenças", assevera Priscila Cruz, do movimento Todos pela Educação.
Além das altas taxas de evasão, o ensino médio esbarra no despreparo dos alunos - por exemplo, 85% dos estudantes desse ciclo ingressam na 1.ª série da rede pública com um nível de conhecimento equivalente ao da 5.ª série do ensino fundamental. Segundo o MEC, 50,9% dos jovens de 15 a 17 anos não estão matriculados no ensino médio, onde o índice de reprovação é de 13,1%. Dos estudantes que completam as três séries do ciclo, metade obtém média inferior a 4 na prova objetiva do Enem. Ao justificar a Resolução n.º 2/12, alguns membros do CNE alegaram que ela foi um "resultado de opções" e que "nem todo mundo pensa a escola do mesmo jeito". O que eles não conseguiram explicar é por que, em vez de definir diretrizes mais objetivas e realistas, optaram por um palavrório tolo e sem sentido, e por medidas inócuas, que só poderão aprofundar a crise do mais problemático dos três níveis de ensino.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora Pedagógica
Tolices curriculares
Editorial
Há dois meses, o Conselho Nacional de Educação (CNE) baixou a Resolução n.º 2/12, definindo as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, que é considerado desvinculado da realidade social e econômica do País, quando comparado aos programas do ensino fundamental e superior. Elaborada com base num extenso parecer aprovado uma semana antes pelo Ministério da Educação (MEC), a Resolução tem 23 artigos, muitos deles caracterizados por uma retórica vazia. A Resolução, por exemplo, propõe a incorporação, como conteúdo obrigatório do currículo do ensino médio, "do reconhecimento e atendimento da diversidade e diferentes nuances da desigualdade da exclusão na sociedade brasileira". Também recomenda "a valorização dos direitos humanos, mediante temas relativos a gênero, raça e etnia, religião, orientação sexual, pessoas com deficiência". E enfatiza a importância de "práticas que contribuam para a igualdade e enfrentamento de todas as formas de preconceito, discriminação e violência" e de "atividades intersetoriais de promoção da saúde física e mental, saúde sexual e saúde reprodutiva e prevenção do uso de drogas".
Não são apenas esses os parágrafos da Resolução tautológicos ou ininteligíveis. "O trabalho é conceituado na sua perspectiva ontológica de transformação da natureza, como realização inerente ao ser humano e como mediação no processo de produção de sua existência" - diz o § 1.º do inciso VIII do artigo 5.º da Resolução. "A organização curricular deve oferecer tempos e espaços próprios para estudos e atividades que permitam itinerários formativos opcionais diversificados, a fim de melhor responder à heterogeneidade e pluralidade de condições, múltiplos interesses e aspirações dos estudantes", determina o inciso XI do artigo 14. "O projeto político-pedagógico, na sua concepção e implementação, deve considerar os estudantes e professores como sujeitos históricos e de direitos, participantes ativos e protagonistas na sua diversidade e singularidade" - reza o § 2.º do artigo 15 da Resolução. E vai por aí afora.
Além disso, a Resolução do CNE impõe ao currículo do ensino médio quatro áreas de conhecimento e nove matérias obrigatórias, chamadas de "componentes curriculares com especificidades e saberes próprios e sistematizados", subdivididas em doze disciplinas. O novo currículo vai na contramão dos países desenvolvidos, onde o ensino médio não tem um programa mínimo obrigatório. A diversificação é vista naqueles países como forma de adequar melhor o ensino à realidade cultural, econômica e social dos estudantes. Não são de estranhar, portanto, as críticas que têm sido feitas à Resolução n.º 2/12. "O Brasil não diversifica e mantém a ideia de que todo mundo tem de fazer a mesma coisa", diz João Batista Araújo e Oliveira, do Instituto Alfa e Beto, depois de classificar o texto da resolução como "erudição boba". "É uma montoeira de matérias. O resultado é que ninguém aprende, só decora. No resto do mundo, há segmentação", afirma o economista Cláudio Moura Castro. "Acredito em soluções mais individualizadas e segmentadas, porque há muitas diferenças", assevera Priscila Cruz, do movimento Todos pela Educação.
Além das altas taxas de evasão, o ensino médio esbarra no despreparo dos alunos - por exemplo, 85% dos estudantes desse ciclo ingressam na 1.ª série da rede pública com um nível de conhecimento equivalente ao da 5.ª série do ensino fundamental. Segundo o MEC, 50,9% dos jovens de 15 a 17 anos não estão matriculados no ensino médio, onde o índice de reprovação é de 13,1%. Dos estudantes que completam as três séries do ciclo, metade obtém média inferior a 4 na prova objetiva do Enem. Ao justificar a Resolução n.º 2/12, alguns membros do CNE alegaram que ela foi um "resultado de opções" e que "nem todo mundo pensa a escola do mesmo jeito". O que eles não conseguiram explicar é por que, em vez de definir diretrizes mais objetivas e realistas, optaram por um palavrório tolo e sem sentido, e por medidas inócuas, que só poderão aprofundar a crise do mais problemático dos três níveis de ensino.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora Pedagógica
sábado, 10 de março de 2012
A escola ideal
Muito interessante a reflexão de Alexandre Sayad. Vale a pena ler e discutir.
Boa leitura a todos!
Escola deveria ser garagem
Alexandre Sayad
Pensar em modelos de educação que inovem ironicamente não é uma novidade. A morte do currículo foi decretada cinicamente algumas vezes – o paradigma de não seccionar o conhecimento em áreas de conhecimento chega a ser um discurso cansativo, proferido por quem acredita em uma “educação contemporânea”. O fato é que o mundo da educação padece por ser formado em sua maioria por pensadores, e não executores. Mudar um sistema de ensino é muito complexo; realizar experiências pontuais – construir escolas ideais - que sirvam de exemplo e instiguem mudanças maiores, não tanto. Mesmo assim educadores preferem elaborar teorias a realizar experiências e correr riscos.
Há alguns dias fui provocado por dois jovens e inteligentes documentaristas, Antonio Lovato e Raul Perez, a dar um depoimento sobre “a escola que considero ideal”. Nunca havia pensado de forma totalmente onírica e livre sobre esse tema, então coloquei minha mente para rodar antes da câmera ser ligada. Viajei muito no Brasil e no mundo para conhecer escolas; ouvi outras tantas de amigos. Nesse meu fluxo de pensamento interno me lembrei dos laboratórios do MIT (Massachusetts Institute of Technology), do Schumacher College, da Escola da Ponte, da Cidade Escola Aprendiz, de uma escola dinamarquesa relatada pelo Rubem Alves, em que estudantes aprendiam a construir uma casa e também da Oregon Episcopal School, a OPS, que me encantou. Todos os exemplos têm elementos em comum: ignoram o currículo, pois trabalham por projetos – teoria que data dos anos 40. E todas são idealizadas e coordenadas por educadores fora dessa cátedra.
Antes de dar a reposta cara a cara com os dois cineastas, pensei, muito centralmente, nas minhas experiências com jovens produzindo comunicação – como o Idade Mídia, do Colégio Bandeirantes. Vivências em que os estudantes se apropriam do espaço escolar e aprendem muito mais assim: quando sua expressão surge no universo do aprendizado; e quando são estimulados a acreditar na sua capacidade de realização de um projeto – no caso uma revista ou um documentário. Mas quando comecei a falar, quis dar um passo atrás do meu sonho de escola educomunicativa para ser mais desamarrado de conceitos, e procurei achar pontos em comum a todas elas. E percebi: são experiências de e para “garagens”. Me lembrei daquelas garagens de casas antigas, onde se acumulam bugigangas, mas há sempre uma mesa para se sentar e organizar as ideias. Portanto, cheguei a conclusão que minha escola ideal assemelha-se a uma garagem. Dessas mesmo onde as crianças têm a tentação de montar robôs com peças velhas.
Lá, o foco está na criação e inovação do estudante. O professor é um tutor que circula entre os objetos, orienta as criações e aprende muito também. Um tablet conectado à internet seria o material básico. Os produtos lá desenvolvidos trariam um pouco de cada disciplina. Quando terminei a entrevista, tive a estranha sensação de ter vivido essa atmosfera de garagem, na maioria das vezes, em ambientes educomunicativos. Fui induzido a pensar na comunicação novamente. Muito porque ela está no DNA do estudante antes mesmo da escolarização chegar. Este é seu ponto mais forte – joga a favor do estudante. A garagem tem um apelo tão forte para a educação que, se nenhum projeto for capaz de brotar daquele ambiente, ainda é possível vender limonada (como fazem os norte-americanos) ou montar uma banda de rock (como faz qualquer jovem). O que, em ultima instância, são também projetos.
Marcia Gil
Boa leitura a todos!
Escola deveria ser garagem
Alexandre Sayad
Pensar em modelos de educação que inovem ironicamente não é uma novidade. A morte do currículo foi decretada cinicamente algumas vezes – o paradigma de não seccionar o conhecimento em áreas de conhecimento chega a ser um discurso cansativo, proferido por quem acredita em uma “educação contemporânea”. O fato é que o mundo da educação padece por ser formado em sua maioria por pensadores, e não executores. Mudar um sistema de ensino é muito complexo; realizar experiências pontuais – construir escolas ideais - que sirvam de exemplo e instiguem mudanças maiores, não tanto. Mesmo assim educadores preferem elaborar teorias a realizar experiências e correr riscos.
Há alguns dias fui provocado por dois jovens e inteligentes documentaristas, Antonio Lovato e Raul Perez, a dar um depoimento sobre “a escola que considero ideal”. Nunca havia pensado de forma totalmente onírica e livre sobre esse tema, então coloquei minha mente para rodar antes da câmera ser ligada. Viajei muito no Brasil e no mundo para conhecer escolas; ouvi outras tantas de amigos. Nesse meu fluxo de pensamento interno me lembrei dos laboratórios do MIT (Massachusetts Institute of Technology), do Schumacher College, da Escola da Ponte, da Cidade Escola Aprendiz, de uma escola dinamarquesa relatada pelo Rubem Alves, em que estudantes aprendiam a construir uma casa e também da Oregon Episcopal School, a OPS, que me encantou. Todos os exemplos têm elementos em comum: ignoram o currículo, pois trabalham por projetos – teoria que data dos anos 40. E todas são idealizadas e coordenadas por educadores fora dessa cátedra.
Antes de dar a reposta cara a cara com os dois cineastas, pensei, muito centralmente, nas minhas experiências com jovens produzindo comunicação – como o Idade Mídia, do Colégio Bandeirantes. Vivências em que os estudantes se apropriam do espaço escolar e aprendem muito mais assim: quando sua expressão surge no universo do aprendizado; e quando são estimulados a acreditar na sua capacidade de realização de um projeto – no caso uma revista ou um documentário. Mas quando comecei a falar, quis dar um passo atrás do meu sonho de escola educomunicativa para ser mais desamarrado de conceitos, e procurei achar pontos em comum a todas elas. E percebi: são experiências de e para “garagens”. Me lembrei daquelas garagens de casas antigas, onde se acumulam bugigangas, mas há sempre uma mesa para se sentar e organizar as ideias. Portanto, cheguei a conclusão que minha escola ideal assemelha-se a uma garagem. Dessas mesmo onde as crianças têm a tentação de montar robôs com peças velhas.
Lá, o foco está na criação e inovação do estudante. O professor é um tutor que circula entre os objetos, orienta as criações e aprende muito também. Um tablet conectado à internet seria o material básico. Os produtos lá desenvolvidos trariam um pouco de cada disciplina. Quando terminei a entrevista, tive a estranha sensação de ter vivido essa atmosfera de garagem, na maioria das vezes, em ambientes educomunicativos. Fui induzido a pensar na comunicação novamente. Muito porque ela está no DNA do estudante antes mesmo da escolarização chegar. Este é seu ponto mais forte – joga a favor do estudante. A garagem tem um apelo tão forte para a educação que, se nenhum projeto for capaz de brotar daquele ambiente, ainda é possível vender limonada (como fazem os norte-americanos) ou montar uma banda de rock (como faz qualquer jovem). O que, em ultima instância, são também projetos.
Marcia Gil
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Novas propostas do MEC
Vamos acompanhar a gestão do Mercadante. É importante que o professor esteja sempre "sintonizado" com as ações do governo.
O Estado de São Paulo, 25/01/2012 - São Paulo SP
Mercadante assume o MEC e sugere 'residência' para professores
'Só se forma o professor botando a mão na massa, na sala de aula', afirmou
Lisandra Paraguassu, da Agência Estado
BRASÍLIA - O novo ministro da Educação, Aluizio Mercadante, quer criar uma residência para estudantes de licenciatura - a exemplo do que ocorre com médicos. Em sua posse, na noite desta terça-feira, Mercadante já começou a vender os programas em que deve investir na sua gestão. A "residência" dos professores deve ser sua peça central. "Só se forma o professor botando a mão na massa, na sala de aula", afirmou. A intenção do novo ministro é que o estudante de licenciatura, antes de ser aprovado para dar aulas em qualquer lugar, passe um período dentro das escolas públicas, como professor-assistente ou mesmo para dar apoio aos alunos. Apesar de ainda incipiente, a ideia encantou secretários estaduais e municipais de educação. O novo ministro também quer ver os melhores professores das redes públicas dando aulas nas regiões e escolas com os piores índices de qualidade. A troca, afirmou, ajudaria a romper um ciclo vicioso em que os melhores professores recebem sempre as melhores escolas e os melhores alunos.
Essa mudança, no entanto, já não é tão simples. Até hoje nenhum Estado ou município e nem mesmo o governo federal encontrou uma fórmula para avaliar os professores e descobrir quais deles são os melhores. Qualquer forma de avaliação encontra uma ferrenha resistência dos docentes. Mercadante também anunciou, no seu discurso, outras duas propostas que recebeu praticamente prontas de Haddad. Uma delas é o Pronacampo, um conjunto de projetos para tentar melhorar a educação no campo. Outro, chama-se Alfabetização na Idade Certa, uma proposta de alocar os melhores recursos das redes de ensino - os melhores alfabetizadores, as melhores escolas e salas de aula, os melhores turnos - para as crianças até 8 anos, em fase de alfabetização. "Se essa criança não aprende a ler até os oito anos você corre um grande risco de perdê-la depois", afirmou o ministro.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora pedagógica - Curso G9
O Estado de São Paulo, 25/01/2012 - São Paulo SP
Mercadante assume o MEC e sugere 'residência' para professores
'Só se forma o professor botando a mão na massa, na sala de aula', afirmou
Lisandra Paraguassu, da Agência Estado
BRASÍLIA - O novo ministro da Educação, Aluizio Mercadante, quer criar uma residência para estudantes de licenciatura - a exemplo do que ocorre com médicos. Em sua posse, na noite desta terça-feira, Mercadante já começou a vender os programas em que deve investir na sua gestão. A "residência" dos professores deve ser sua peça central. "Só se forma o professor botando a mão na massa, na sala de aula", afirmou. A intenção do novo ministro é que o estudante de licenciatura, antes de ser aprovado para dar aulas em qualquer lugar, passe um período dentro das escolas públicas, como professor-assistente ou mesmo para dar apoio aos alunos. Apesar de ainda incipiente, a ideia encantou secretários estaduais e municipais de educação. O novo ministro também quer ver os melhores professores das redes públicas dando aulas nas regiões e escolas com os piores índices de qualidade. A troca, afirmou, ajudaria a romper um ciclo vicioso em que os melhores professores recebem sempre as melhores escolas e os melhores alunos.
Essa mudança, no entanto, já não é tão simples. Até hoje nenhum Estado ou município e nem mesmo o governo federal encontrou uma fórmula para avaliar os professores e descobrir quais deles são os melhores. Qualquer forma de avaliação encontra uma ferrenha resistência dos docentes. Mercadante também anunciou, no seu discurso, outras duas propostas que recebeu praticamente prontas de Haddad. Uma delas é o Pronacampo, um conjunto de projetos para tentar melhorar a educação no campo. Outro, chama-se Alfabetização na Idade Certa, uma proposta de alocar os melhores recursos das redes de ensino - os melhores alfabetizadores, as melhores escolas e salas de aula, os melhores turnos - para as crianças até 8 anos, em fase de alfabetização. "Se essa criança não aprende a ler até os oito anos você corre um grande risco de perdê-la depois", afirmou o ministro.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora pedagógica - Curso G9
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Avaliação da Gestão de Fernando Haddad
Colegas, repasso para vocês diferentes avaliações a respeito do trabalho feito por Fernando Haddad no Ministério da Educação. Aguardo opiniões e debate.
Após seis anos e meio à frente do terceiro maior orçamento da Esplanada no Ministério da Educação (MEC), Fernando Haddad entrega a pasta para Aloizio Mercadante, com o intuito de enfrentar o desafio à prefeitura de São Paulo. Durante os próximos meses, o petista perderá a blindagem garantida no período como titular da pasta, principalmente na cobertura das falhas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos últimos três anos. Na campanha paulista, os pontos mais fracos da gestão de Haddad no MEC serão ressaltados e usados como munição pelos adversários políticos. Para especialistas, o maior nó deixado por ele a Mercadante será a erradicação do analfabetismo, que apenas engatinha.
Segundo educadores ouvidos pelo Correio, Haddad não desenvolveu políticas públicas eficientes para erradicar o analfabetismo — principalmente nos índices rurais — nem ações para garantir melhor qualidade no ensino médio. Alguns ainda criticaram a falta de atenção dada a ações voltadas para a melhoria da carreira dos docentes. Para os especialistas, Haddad não pressionou como deveria pela aprovação de um pacto federativo que garantisse o cumprimento do piso nacional dos professores em todos os estados e municípios. “Não houve esforço para a adesão nacional pela valorização do magistério. A lei foi criada, mas não está em vigor”, afirma o professor da Universidade Federal de Pernambuco e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) Mozart Neves Ramos.
A diretora executiva da organização Todos Pela Educação, Priscila Cruz, afirma que o ministro não investiu em medidas de combate à desigualdade educacional. “Mercadante terá que compensar. Principalmente com políticas voltadas para a população rural, que ainda é extremamente vulnerável”, afirma. Para o especialista João Batista, do Instituto Alfa e Beto (IAB), Haddad estabeleceu diretrizes equivocadas para a alfabetização. Já o professor Mozart avalia que faltou criar um indicador nacional para alfabetização de crianças. “É a única estratégia para termos saltos de aprendizagem”, vaticina.
O Enem foi novamente criticado. Segundo a diretora do Todos Pela Educação, a prova precisa sofrer ajustes na próxima gestão. “A comunicação tem que ser mais transparente. O mistério gera um clima de insegurança entre os alunos, professores e pais. É preciso estruturar melhor a logística do exame. Talvez o erro tenha sido a ambição com que se transformou o Enem”, destaca Priscila. Já o professor do Centro de Educação da Universidade de Santa Maria (UFSM) Eduardo Terrazzan acredita que o Enem representa um retrocesso, já que deixou de ser um indicador de qualidade do ensino médio.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora Pedagógica - Curso G9
Após seis anos e meio à frente do terceiro maior orçamento da Esplanada no Ministério da Educação (MEC), Fernando Haddad entrega a pasta para Aloizio Mercadante, com o intuito de enfrentar o desafio à prefeitura de São Paulo. Durante os próximos meses, o petista perderá a blindagem garantida no período como titular da pasta, principalmente na cobertura das falhas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos últimos três anos. Na campanha paulista, os pontos mais fracos da gestão de Haddad no MEC serão ressaltados e usados como munição pelos adversários políticos. Para especialistas, o maior nó deixado por ele a Mercadante será a erradicação do analfabetismo, que apenas engatinha.
Segundo educadores ouvidos pelo Correio, Haddad não desenvolveu políticas públicas eficientes para erradicar o analfabetismo — principalmente nos índices rurais — nem ações para garantir melhor qualidade no ensino médio. Alguns ainda criticaram a falta de atenção dada a ações voltadas para a melhoria da carreira dos docentes. Para os especialistas, Haddad não pressionou como deveria pela aprovação de um pacto federativo que garantisse o cumprimento do piso nacional dos professores em todos os estados e municípios. “Não houve esforço para a adesão nacional pela valorização do magistério. A lei foi criada, mas não está em vigor”, afirma o professor da Universidade Federal de Pernambuco e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) Mozart Neves Ramos.
A diretora executiva da organização Todos Pela Educação, Priscila Cruz, afirma que o ministro não investiu em medidas de combate à desigualdade educacional. “Mercadante terá que compensar. Principalmente com políticas voltadas para a população rural, que ainda é extremamente vulnerável”, afirma. Para o especialista João Batista, do Instituto Alfa e Beto (IAB), Haddad estabeleceu diretrizes equivocadas para a alfabetização. Já o professor Mozart avalia que faltou criar um indicador nacional para alfabetização de crianças. “É a única estratégia para termos saltos de aprendizagem”, vaticina.
O Enem foi novamente criticado. Segundo a diretora do Todos Pela Educação, a prova precisa sofrer ajustes na próxima gestão. “A comunicação tem que ser mais transparente. O mistério gera um clima de insegurança entre os alunos, professores e pais. É preciso estruturar melhor a logística do exame. Talvez o erro tenha sido a ambição com que se transformou o Enem”, destaca Priscila. Já o professor do Centro de Educação da Universidade de Santa Maria (UFSM) Eduardo Terrazzan acredita que o Enem representa um retrocesso, já que deixou de ser um indicador de qualidade do ensino médio.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora Pedagógica - Curso G9
O novo Ministro da Educação
O Estado de São Paulo, 24/01/2012 - São Paulo SP
Mercadante assume MEC e muda cúpula
Novo ministro da Educação deve indicar novo presidente do Inep e de outros 3 cargos-chave
BRASÍLIA - Malvina Tuttman deve deixar a presidência do Inep com a posse, nesta terça-feira, 24, do novo ministro da Educação, Aloizio Mercadante. O Inep é a autarquia do Ministério da Educação (MEC) que cuida do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O secretário da Educação Superior, Luiz Cláudio Costa, continua na equipe, mas deve ser remanejado. Segundo o Estado apurou, o nome dele é cotado para assumir a presidência do Inep - que teve três presidentes nos últimos três anos.
Para especialistas, ajustar a logística do Enem, melhorar a formação de professores e reduzir o gargalo do ensino médio são os principais desafios lançados ao novo ministro da Educação. Conforme o Estado antecipou no mês passado, a presidente Dilma Rousseff pediu em conversas reservadas que Mercadante se dedicasse a dois assuntos: solucionar os problemas do Enem e colocar de pé o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Para os educadores, no entanto, será preciso um olhar mais abrangente às deficiências no sistema de ensino brasileiro. A sucessão de falhas envolvendo o Enem, que acabou de ter cancelada a edição programada para abril, é vista como o calcanhar de Aquiles da administração Haddad. “O Enem foi uma grande ideia má executada até agora, realizada com pressa”, avalia o coordenador da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, Daniel Cara. Para a diretora executiva do Todos Pela Educação, Priscila Fonseca da Cruz, Mercadante “terá de resolver o Enem” e evitar a repetição de erros que, embora pontuais, atingem milhares de estudantes. Além disso, uma das grandes batalhas será garantir que os cursos de pedagogia e as licenciaturas ofereçam a ferramenta necessária para o professor atuar em sala de aula. “Os professores em grande medida têm uma formação muito ruim no País, o que explica o fato de os alunos não aprenderem nas escolas”, comenta.
A opinião é compartilhada pela educadora Maria Helena Guimarães, ex-presidente do Inep e ex-secretária estadual de Educação de São Paulo. “O MEC até aumentou a oferta de matrículas, mas não é esse o problema, e sim o currículo. Os cursos de formação estão descolados daquilo de que as escolas precisam.” Maria Helena critica a situação do ensino médio - apenas 28,9% dos estudantes chegam ao 3.º ano acima do nível considerado adequado em língua portuguesa e 11% em matemática. “Não faz sentido um mesmo ensino médio para um aluno que quer fazer pedagogia e para outro que pretende cursar engenharia”, diz. O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin de Leão, diz que o MEC deve ser mais atuante. “Em questões como o piso salarial nacional, o governo deve ser mais incisivo na cobrança dessa lei por parte de Estados e municípios.”
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora Pedagógica - Curso G9
Mercadante assume MEC e muda cúpula
Novo ministro da Educação deve indicar novo presidente do Inep e de outros 3 cargos-chave
BRASÍLIA - Malvina Tuttman deve deixar a presidência do Inep com a posse, nesta terça-feira, 24, do novo ministro da Educação, Aloizio Mercadante. O Inep é a autarquia do Ministério da Educação (MEC) que cuida do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O secretário da Educação Superior, Luiz Cláudio Costa, continua na equipe, mas deve ser remanejado. Segundo o Estado apurou, o nome dele é cotado para assumir a presidência do Inep - que teve três presidentes nos últimos três anos.
Para especialistas, ajustar a logística do Enem, melhorar a formação de professores e reduzir o gargalo do ensino médio são os principais desafios lançados ao novo ministro da Educação. Conforme o Estado antecipou no mês passado, a presidente Dilma Rousseff pediu em conversas reservadas que Mercadante se dedicasse a dois assuntos: solucionar os problemas do Enem e colocar de pé o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Para os educadores, no entanto, será preciso um olhar mais abrangente às deficiências no sistema de ensino brasileiro. A sucessão de falhas envolvendo o Enem, que acabou de ter cancelada a edição programada para abril, é vista como o calcanhar de Aquiles da administração Haddad. “O Enem foi uma grande ideia má executada até agora, realizada com pressa”, avalia o coordenador da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, Daniel Cara. Para a diretora executiva do Todos Pela Educação, Priscila Fonseca da Cruz, Mercadante “terá de resolver o Enem” e evitar a repetição de erros que, embora pontuais, atingem milhares de estudantes. Além disso, uma das grandes batalhas será garantir que os cursos de pedagogia e as licenciaturas ofereçam a ferramenta necessária para o professor atuar em sala de aula. “Os professores em grande medida têm uma formação muito ruim no País, o que explica o fato de os alunos não aprenderem nas escolas”, comenta.
A opinião é compartilhada pela educadora Maria Helena Guimarães, ex-presidente do Inep e ex-secretária estadual de Educação de São Paulo. “O MEC até aumentou a oferta de matrículas, mas não é esse o problema, e sim o currículo. Os cursos de formação estão descolados daquilo de que as escolas precisam.” Maria Helena critica a situação do ensino médio - apenas 28,9% dos estudantes chegam ao 3.º ano acima do nível considerado adequado em língua portuguesa e 11% em matemática. “Não faz sentido um mesmo ensino médio para um aluno que quer fazer pedagogia e para outro que pretende cursar engenharia”, diz. O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin de Leão, diz que o MEC deve ser mais atuante. “Em questões como o piso salarial nacional, o governo deve ser mais incisivo na cobrança dessa lei por parte de Estados e municípios.”
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora Pedagógica - Curso G9
Marcadores:
Novo ministro da educação e o ENEM
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Copa do Mundo e Calendário Escolar
Relator da Lei Geral propõe alterar férias escolares na Copa de 2014
Proposta antecipa início das aulas em janeiro e amplia férias de julho.
Objetivo é desafogar trânsito e desestimular feriados municipais e estaduais.
A copa do mundo no Brasil terá início no dia 12 de junho e vai até 13 de julho.Vocês acham que vale a pena fazer a alteração?
Profa Marcia Gil de Souza
Coordenadora pedagógica do Curso G9
Proposta antecipa início das aulas em janeiro e amplia férias de julho.
Objetivo é desafogar trânsito e desestimular feriados municipais e estaduais.
A copa do mundo no Brasil terá início no dia 12 de junho e vai até 13 de julho.Vocês acham que vale a pena fazer a alteração?
Profa Marcia Gil de Souza
Coordenadora pedagógica do Curso G9
domingo, 11 de dezembro de 2011
Trote nas Universidades
Trote solidário poderá contar pontos em avaliação do MEC
11 de dezembro de 2011
A partir de 2012, universidades que promoverem ações contra o trote violento vão receber pontos na avaliação do Ministério da Educação (MEC). A proposta do Ministério Público Federal abrange medidas preventivas e repressivas que coibam a prática de atitudes abusivas. Incentivar a integração dos novos alunos e promover atividades sociais também pode elevar a posição no ranking das instituições de ensino superior. Acatada pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes), a medida deve passar a valer no início do próximo ano.
Como alternativa à tradicional recepção com tintas coloridas e cortes de cabelo, muitas universidades já estimulam o trote solidário. Em muitos casos, a programação é organizada pelos próprios alunos. Segundo o assessor da Juventude da Universidade de Brasília (UnB), Rafael Moraes, o trote na instituição é organizado pelos veteranos e integra uma série de outras ações de boas-vindas, como palestras e oficinas. "Os trotes antigos sempre foram realizados por alunos, e a Unb entende que promover um trote solidário só tem sentido se partir do empenho deles", diz.
No início de 2011, uma polêmica envolveu a recepção dos calouros do curso de Agronomia da UnB. Na ocasião, 41 alunos levaram banho de tinta, ovos e farinha, andaram de mãos dadas na posição conhecida como elefantinho (fila indiana em que a pessoa tem de passar um de seus braços por entre as pernas e segurar a mão do colega da frente), cantaram o hino do curso e entraram em uma piscina feita com água, legumes e verduras. Além dessas brincadeiras, imagens divulgadas pela própria assessoria da instituição mostravam alunas lambendo linguiça, simulando sexo oral, o que chamou a atenção da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República. O órgão considerou o caso uma discriminação contra a mulher e encaminhou uma representação cobrando explicações da UnB.
O caso rendeu a aplicação de uma medida pedagógica ao agressor, que foi convidado a ministrar seminários sobre o papel da mulher na sociedade. "Acreditamos que a perspectiva educadora, e não a punitiva, é mais eficaz", sublinha Moraes.
Segundo ele, o trote tradicional é condenado pela UnB, que estimulam o trote solidário para acabar com a guerra de tintas e o corte de cabelo no campus. "Mesmo que ainda exista em alguns cursos, esse tipo de comportamento é repreendido pela instituição e vem diminuindo por conta de medidas pedagógicas", diz. Em abril, durante o trote solidário promovido pelo Diretório Cetral dos Estudantes (DCE) da UnB, 300 alunos pintaram o muro e recuperaram a horta de uma escola na periferia de Brasília.
Em casos mais graves, a punição pode ir além da medida pedagógica: em 1998, a PUC-Sorocaca expulsou cinco jovens que atearam fogo ao corpo de Rodrigo Favoretto Peccini durante um trote em Sorocaba. O estudante teve 25% do corpo queimado. Em 2009, dois veteranos do curso de Agronomia da Universidade Estadual de Londrina (UEL) foram suspensos por terem participado e ajudado a organizar uma brincadeira em que calouros deitavam no asfalto enquanto outros andavam por cima deles.
Coibir esse tipo de comportamento e estimular a integração saudável entre "bixos" e veteranos é uma das propostas do trote solidário, promovido por diversas universidades públicas e privadas do País. Na Universidade Federal de Pernambuco, a ideia é aproximar os calouros do ambiente acadêmico. O Diretório Acadêmico do curso de Direito leva os novos alunos para um passeio pelo campus. "É o momento em que eles conhecem aqueles caminhos escondidinhos, as escadas que não ficam à vista... Isso quebra a distância entre faculdade e aluno", diz Camila Laurentino Lopes, estudante do 6º período. "É um momento de integração. Foi quando conheci a maioria dos meus amigos." Durante as ações de boas-vindas, também são realizadas campanhas de doações de livros, roupas e sangue.
Na Unicamp, para tranquilizar os calouros que temem as brincadeiras, alunos dão orientações e apresentam o trote solidário no dia da matrícula. Michelli Civachia, formada em Pedagogia, fazia parte da comissão que organizava as atividades. Hoje, auxilia o grupo que continua na universidade. "Dividimos os quatro dias de trote em atividades que apresentem ao calouro o ambiente que ele vai frequentar pelos próximos anos", explica. "Visitando instituições infantis, por exemplo, também mostramos uma realidade social que talvez ele não conheça".
Quem quiser ver a reportagem completa, acesse http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI5509100-EI8266,00-Trote+solidario+podera+contar+pontos+em+avaliacao+do+MEC.html
Marcia Gil de Souza
Coordenadora Curso G9
11 de dezembro de 2011
A partir de 2012, universidades que promoverem ações contra o trote violento vão receber pontos na avaliação do Ministério da Educação (MEC). A proposta do Ministério Público Federal abrange medidas preventivas e repressivas que coibam a prática de atitudes abusivas. Incentivar a integração dos novos alunos e promover atividades sociais também pode elevar a posição no ranking das instituições de ensino superior. Acatada pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes), a medida deve passar a valer no início do próximo ano.
Como alternativa à tradicional recepção com tintas coloridas e cortes de cabelo, muitas universidades já estimulam o trote solidário. Em muitos casos, a programação é organizada pelos próprios alunos. Segundo o assessor da Juventude da Universidade de Brasília (UnB), Rafael Moraes, o trote na instituição é organizado pelos veteranos e integra uma série de outras ações de boas-vindas, como palestras e oficinas. "Os trotes antigos sempre foram realizados por alunos, e a Unb entende que promover um trote solidário só tem sentido se partir do empenho deles", diz.
No início de 2011, uma polêmica envolveu a recepção dos calouros do curso de Agronomia da UnB. Na ocasião, 41 alunos levaram banho de tinta, ovos e farinha, andaram de mãos dadas na posição conhecida como elefantinho (fila indiana em que a pessoa tem de passar um de seus braços por entre as pernas e segurar a mão do colega da frente), cantaram o hino do curso e entraram em uma piscina feita com água, legumes e verduras. Além dessas brincadeiras, imagens divulgadas pela própria assessoria da instituição mostravam alunas lambendo linguiça, simulando sexo oral, o que chamou a atenção da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República. O órgão considerou o caso uma discriminação contra a mulher e encaminhou uma representação cobrando explicações da UnB.
O caso rendeu a aplicação de uma medida pedagógica ao agressor, que foi convidado a ministrar seminários sobre o papel da mulher na sociedade. "Acreditamos que a perspectiva educadora, e não a punitiva, é mais eficaz", sublinha Moraes.
Segundo ele, o trote tradicional é condenado pela UnB, que estimulam o trote solidário para acabar com a guerra de tintas e o corte de cabelo no campus. "Mesmo que ainda exista em alguns cursos, esse tipo de comportamento é repreendido pela instituição e vem diminuindo por conta de medidas pedagógicas", diz. Em abril, durante o trote solidário promovido pelo Diretório Cetral dos Estudantes (DCE) da UnB, 300 alunos pintaram o muro e recuperaram a horta de uma escola na periferia de Brasília.
Em casos mais graves, a punição pode ir além da medida pedagógica: em 1998, a PUC-Sorocaca expulsou cinco jovens que atearam fogo ao corpo de Rodrigo Favoretto Peccini durante um trote em Sorocaba. O estudante teve 25% do corpo queimado. Em 2009, dois veteranos do curso de Agronomia da Universidade Estadual de Londrina (UEL) foram suspensos por terem participado e ajudado a organizar uma brincadeira em que calouros deitavam no asfalto enquanto outros andavam por cima deles.
Coibir esse tipo de comportamento e estimular a integração saudável entre "bixos" e veteranos é uma das propostas do trote solidário, promovido por diversas universidades públicas e privadas do País. Na Universidade Federal de Pernambuco, a ideia é aproximar os calouros do ambiente acadêmico. O Diretório Acadêmico do curso de Direito leva os novos alunos para um passeio pelo campus. "É o momento em que eles conhecem aqueles caminhos escondidinhos, as escadas que não ficam à vista... Isso quebra a distância entre faculdade e aluno", diz Camila Laurentino Lopes, estudante do 6º período. "É um momento de integração. Foi quando conheci a maioria dos meus amigos." Durante as ações de boas-vindas, também são realizadas campanhas de doações de livros, roupas e sangue.
Na Unicamp, para tranquilizar os calouros que temem as brincadeiras, alunos dão orientações e apresentam o trote solidário no dia da matrícula. Michelli Civachia, formada em Pedagogia, fazia parte da comissão que organizava as atividades. Hoje, auxilia o grupo que continua na universidade. "Dividimos os quatro dias de trote em atividades que apresentem ao calouro o ambiente que ele vai frequentar pelos próximos anos", explica. "Visitando instituições infantis, por exemplo, também mostramos uma realidade social que talvez ele não conheça".
Quem quiser ver a reportagem completa, acesse http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI5509100-EI8266,00-Trote+solidario+podera+contar+pontos+em+avaliacao+do+MEC.html
Marcia Gil de Souza
Coordenadora Curso G9
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
EPISÓDIO DA USP
Colegas, li o artigo abaixo e concordei plenamente com ele. Trata-se de uma análise sobre o comportamento dos jovens "rebeldes" da USP. Gostei da abordagem que Miro Hildebrando fez. Penso que contribuirá para nossas reflexões a respeito do assunto USP.
Boa leitura!
A Notícia, 14/11/2011 - Joinville SC
Alguma lição do episódio da USP?
Miro Hildebrando
Em quase todas as circunstâncias, tivemos a oportunidade de ver o idealismo da juventude, pari passu a movimentos sociais, manifestado às vezes de maneira radical, heroica e até mesmo absurda: os estudantes têm literalmente arriscado a pele por liberdade, justiça, igualdade e direitos humanos. A arte tem retratado alguns deles, cheios do vigor juvenil e da ardência própria, a desafiar governos, ditadores e burocratas usuais. Uma das imagens mais recorrentes e comoventes é a do jovem opondo-se a uma fileira de tanques chineses, na praça da Paz Celestial, em Beijing – e que, sintomaticamente, desapareceu da visão do mundo. Em Nova York, liliputianos combatem colossos financeiros de Wall Street pela humanização do capitalismo.
No Brasil, entretanto, após um período admirável de escaramuças com a ditadura militar, os estudantes foram se aquietando – especialmente sua liderança nacional, a UNE. Saíram do noticiário os protestos estudantis, faixas e cartazes e, no lugar disso, um silêncio atroador. Alguns veem nisso o resultado de relações espertas (e perigosas) com o poder; outros manifestam a certeza de que as principais lideranças estudantis foram cooptadas por meio de cavilosas manobras de políticos de visão dupla, enquanto outros entendem que os pesados financiamentos para custear obras de ampliações físicas da UNE foram simples moeda de troca. A manifestação agressiva na USP, supostamente em nome da autonomia universitária, contra a presença da polícia no campus e qualquer espécie de autoritarismo decorrente (como a de exigir documentos pessoais) merece algum exame.
Pedimos licença para utilizar a imagem shakespeariana do cego que, tendo seu pão roubado, desfere uma paulada no poste. Um pequeno e irritadiço grupo, surpreendido fumando maconha, acabou convencendo outros a se apossar de espaços físicos da universidade, exigindo liberdade irrestrita, inda que à custa da segurança individual e coletiva. E cabe perguntar: o que faz o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo no meio dos estudantes? Talvez a sociedade, as instituições e os governos tenham que balançar a cabeça, consternados e pacientes, e aguardar que o bom senso finalmente retorne. Existem causas muito mais dignas de serem discutidas – que tal o movimento contra a corrupção disseminada capilarmente pelo território nacional e que, por sinal, não mereceu a atenção da UNE e dos estudantes da USP? Talvez a tentativa de silenciar o CNJ, enquadrar a imprensa, o invasivo projeto de Belo Monte ou a impunidade de atropeladores embriagados pudessem sensibilizá-los. Mas, até agora, infelizmente, muito pouco ou quase nada vimos nesse sentido.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora do Ensino Médio e PV
Curso G9
Boa leitura!
A Notícia, 14/11/2011 - Joinville SC
Alguma lição do episódio da USP?
Miro Hildebrando
Em quase todas as circunstâncias, tivemos a oportunidade de ver o idealismo da juventude, pari passu a movimentos sociais, manifestado às vezes de maneira radical, heroica e até mesmo absurda: os estudantes têm literalmente arriscado a pele por liberdade, justiça, igualdade e direitos humanos. A arte tem retratado alguns deles, cheios do vigor juvenil e da ardência própria, a desafiar governos, ditadores e burocratas usuais. Uma das imagens mais recorrentes e comoventes é a do jovem opondo-se a uma fileira de tanques chineses, na praça da Paz Celestial, em Beijing – e que, sintomaticamente, desapareceu da visão do mundo. Em Nova York, liliputianos combatem colossos financeiros de Wall Street pela humanização do capitalismo.
No Brasil, entretanto, após um período admirável de escaramuças com a ditadura militar, os estudantes foram se aquietando – especialmente sua liderança nacional, a UNE. Saíram do noticiário os protestos estudantis, faixas e cartazes e, no lugar disso, um silêncio atroador. Alguns veem nisso o resultado de relações espertas (e perigosas) com o poder; outros manifestam a certeza de que as principais lideranças estudantis foram cooptadas por meio de cavilosas manobras de políticos de visão dupla, enquanto outros entendem que os pesados financiamentos para custear obras de ampliações físicas da UNE foram simples moeda de troca. A manifestação agressiva na USP, supostamente em nome da autonomia universitária, contra a presença da polícia no campus e qualquer espécie de autoritarismo decorrente (como a de exigir documentos pessoais) merece algum exame.
Pedimos licença para utilizar a imagem shakespeariana do cego que, tendo seu pão roubado, desfere uma paulada no poste. Um pequeno e irritadiço grupo, surpreendido fumando maconha, acabou convencendo outros a se apossar de espaços físicos da universidade, exigindo liberdade irrestrita, inda que à custa da segurança individual e coletiva. E cabe perguntar: o que faz o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo no meio dos estudantes? Talvez a sociedade, as instituições e os governos tenham que balançar a cabeça, consternados e pacientes, e aguardar que o bom senso finalmente retorne. Existem causas muito mais dignas de serem discutidas – que tal o movimento contra a corrupção disseminada capilarmente pelo território nacional e que, por sinal, não mereceu a atenção da UNE e dos estudantes da USP? Talvez a tentativa de silenciar o CNJ, enquadrar a imprensa, o invasivo projeto de Belo Monte ou a impunidade de atropeladores embriagados pudessem sensibilizá-los. Mas, até agora, infelizmente, muito pouco ou quase nada vimos nesse sentido.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora do Ensino Médio e PV
Curso G9
sábado, 12 de novembro de 2011
Semana Global do Empreendedorismo
No período de 16 a 18 de novembro comemoraremos a semana global do empreendedorismo.
O Curso G9 tem três equipes do ensino médio participando dessa semana. Vamos torcer por eles no dia 18/11, às 16h, no auditório da FACESM. A torcida vale ponto na competição da qual eles participam. Compareçam.
Deixo abaixo a programação:

Profa Marcia Gil de Souza
Coordenadora Ensino Médio e PV
O Curso G9 tem três equipes do ensino médio participando dessa semana. Vamos torcer por eles no dia 18/11, às 16h, no auditório da FACESM. A torcida vale ponto na competição da qual eles participam. Compareçam.
Deixo abaixo a programação:

Profa Marcia Gil de Souza
Coordenadora Ensino Médio e PV
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Legislação educacional
Resolução do CNE sobre idade mínima para ingressar no ensino fundamental
O assunto da idade mínima para entrar no 1o ano do ensino fundamental é polêmico, penso que nunca terá fim, pois atinge interesses diversos e individuais.
A lei diz que só crianças com 6 anos podem ingressar no ensino fundamental. Para alguns pedagogos, decisão não contempla a diversidade natural do ser humano
Vejamos mais detalhes da lei. Analisem e participem da discussão.
Começa a valer, a partir de 2012, a resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) que está provocando protesto de pais e escolas. A medida determina que apenas crianças com 6 anos completos até o dia 31 de março podem ser matriculadas no primeiro ano do ensino fundamental – a antiga alfabetização. Então, se a criança está no fim do ensino Infantil, mas não completou 6 anos até esta data, ela não poderá ser matriculada no fundamental, tendo que repetir de ano. O argumento do CNE é que muitos alunos estão sendo alfabetizados cedo demais.
A orientação dada por alguns sindicatos é que os pais que se sentirem prejudicados procurem a escola, peçam um relatório psicopedagógico da criança e recorram à Justiça. “No momento em que ele tem um instrumento legal, como uma liminar, as escolas estarão obrigadas a fazer a matrícula”, explicam os sindicalistas.
Alguns pedagogos argumentam: “Como explicar que os coleguinhas vão passar de ano e ele vai ficar? Para um pai é uma situação absurda. Não tem como dizer isso às famílias. Pode mexer na autoestima da criança e até causar um trauma. Não pode se prender à idade, é preciso considerar o desenvolvimento social, emocional, o sistema motor, cognitivo... A lei não contempla a diversidade natural do ser humano”.
Fica aí a discussão, colegas. O que acham?
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora pedagógica do Curs G9
O assunto da idade mínima para entrar no 1o ano do ensino fundamental é polêmico, penso que nunca terá fim, pois atinge interesses diversos e individuais.
A lei diz que só crianças com 6 anos podem ingressar no ensino fundamental. Para alguns pedagogos, decisão não contempla a diversidade natural do ser humano
Vejamos mais detalhes da lei. Analisem e participem da discussão.
Começa a valer, a partir de 2012, a resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) que está provocando protesto de pais e escolas. A medida determina que apenas crianças com 6 anos completos até o dia 31 de março podem ser matriculadas no primeiro ano do ensino fundamental – a antiga alfabetização. Então, se a criança está no fim do ensino Infantil, mas não completou 6 anos até esta data, ela não poderá ser matriculada no fundamental, tendo que repetir de ano. O argumento do CNE é que muitos alunos estão sendo alfabetizados cedo demais.
A orientação dada por alguns sindicatos é que os pais que se sentirem prejudicados procurem a escola, peçam um relatório psicopedagógico da criança e recorram à Justiça. “No momento em que ele tem um instrumento legal, como uma liminar, as escolas estarão obrigadas a fazer a matrícula”, explicam os sindicalistas.
Alguns pedagogos argumentam: “Como explicar que os coleguinhas vão passar de ano e ele vai ficar? Para um pai é uma situação absurda. Não tem como dizer isso às famílias. Pode mexer na autoestima da criança e até causar um trauma. Não pode se prender à idade, é preciso considerar o desenvolvimento social, emocional, o sistema motor, cognitivo... A lei não contempla a diversidade natural do ser humano”.
Fica aí a discussão, colegas. O que acham?
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora pedagógica do Curs G9
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
IDH e a Educação
Colegas, saiu a lista que classifica os países pelo IDH. Apesar de subir uma posição no ranking do IDH, as desigualdades sociais ainda são o principal fator que mantém o Brasil abaixo de nações como a Bósnia e o Cazaquistão Vejam abaixo a análise feita pelo jornal Estado de Minas, que destaca a importância da educação para a melhoria dos níveis de desenvolvimento humano:
Estado de Minas, 03/11/2011 - Belo Horizonte MG
O país (longe) do futuro
Gustavo Henrique Braga e Renata Mariz
Embora tenha subido uma posição – de 85º para 84º, entre 187 países – no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), elaborado anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Brasil continua atrás de países como Bósnia (74ª), Cazaquistão (68º), Kuwait (63º) e Trinidade e Tobago (62º). Ao mesmo tempo, vizinhos com economias bem mais modestas, como Argentina (45ª) e Chile (44º), integraram, neste ano, o seleto grupo de Estados com a mais alta qualidade de vida no mundo. O motivo fica evidente quando considerado o IDH ajustado à desigualdade social (IDHD). Nesse índice, calculado para 134 países, o Brasil subiria 41 posições caso eliminasse as disparidades internas, considerando as condições atuais nas demais nações. Essa ascensão levaria o país ao estágio “desenvolvimento humano muito elevado”, a classificação de elite do Pnud, onde estão incluídos Noruega, Canadá e Suécia.
Além da concentração de renda, responsável por 40% da desigualdade medida pelo IDHD, a educação é apontada como catalisador essencial para acelerar o desenvolvimento humano brasileiro – que, na última década, cresceu lentamente, a 0,69% ao ano, contra o ritmo verificado entre 1980 e 2000, de 0,87%. Para se ter ideia do tamanho do desafio, os brasileiros têm, em média, 7,2 anos de escolaridade, o mesmo número observado no Zimbábue, cuja posição no ranking do IDH é de 173º. O país está atrás, por exemplo, de Botswana, onde a média de escolaridade chega a 8,9 anos, e do Tajiquistão, com 9,8 anos. Já no quesito expectativa de vida – que completa o tripé renda, educação e saúde, usado no cálculo do índice –, o Brasil subiu de 73,1 anos, em 2010, para 73,5 em 2011.
Apesar do avanço destacado, a expectativa de vida dos brasileiros está bem abaixo não só dos primeiros colocados no ranking, como a Noruega, onde se espera viver 81 anos, como das nações com características semelhantes. Na Colômbia, por exemplo, a esperança ao nascer é de 73,7; na Argentina, de 75,9; e no México, de 77. O economista Marcelo Neri, pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV), avalia que o Brasil avançou na última década, quando a renda da população mais pobre cresceu 350%, mas destaca que a desigualdade permanece como principal característica negativa do país no cenário internacional. “A melhor forma para combater isso é atacar o problema da educação. Esse é o pilar que pode dar bases mais sólidas para a evolução do IDH brasileiro”, acrescenta.
TRANSFERÊNCIA DE RENDA Pós-doutor em sociologia do desenvolvimento e professor da Universidade de Brasília (UnB), Marcelo Medeiros explica que os programas de transferência de renda, como o Bolsa-Família, não causam qualquer impacto na redução das disparidades. “São desenhados para reduzir a extrema pobreza. Até porque, a quantidade de dinheiro usada no programa do governo federal está entre 0,5% e 1% do PIB. É pouco”, afirma o economista e sociólogo. Opinião semelhante tem João Talocchi, cientista político da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. “Se não houver uma política no campo da educação, os beneficiados permanecerão vulneráveis e dependentes da ajuda governamental”, argumenta. Flávio Comim, pós-doutor em economia e consultor do Relatório do Desenvolvimento Humano do ano passado, chama atenção para a expectativa de escolaridade no Brasil, que diminuiu de 14,5 anos em 2000 para 13,8, em 2011. “Isso significa que a qualidade do sistema educacional caiu, ou seja, por diversos fatores medidos dentro dos critérios estatísticos, espera-se que uma criança que entra hoje na escola estude menos do que se esperava no início da década”, afirma.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora Ensino Médio e PV
Estado de Minas, 03/11/2011 - Belo Horizonte MG
O país (longe) do futuro
Gustavo Henrique Braga e Renata Mariz
Embora tenha subido uma posição – de 85º para 84º, entre 187 países – no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), elaborado anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Brasil continua atrás de países como Bósnia (74ª), Cazaquistão (68º), Kuwait (63º) e Trinidade e Tobago (62º). Ao mesmo tempo, vizinhos com economias bem mais modestas, como Argentina (45ª) e Chile (44º), integraram, neste ano, o seleto grupo de Estados com a mais alta qualidade de vida no mundo. O motivo fica evidente quando considerado o IDH ajustado à desigualdade social (IDHD). Nesse índice, calculado para 134 países, o Brasil subiria 41 posições caso eliminasse as disparidades internas, considerando as condições atuais nas demais nações. Essa ascensão levaria o país ao estágio “desenvolvimento humano muito elevado”, a classificação de elite do Pnud, onde estão incluídos Noruega, Canadá e Suécia.
Além da concentração de renda, responsável por 40% da desigualdade medida pelo IDHD, a educação é apontada como catalisador essencial para acelerar o desenvolvimento humano brasileiro – que, na última década, cresceu lentamente, a 0,69% ao ano, contra o ritmo verificado entre 1980 e 2000, de 0,87%. Para se ter ideia do tamanho do desafio, os brasileiros têm, em média, 7,2 anos de escolaridade, o mesmo número observado no Zimbábue, cuja posição no ranking do IDH é de 173º. O país está atrás, por exemplo, de Botswana, onde a média de escolaridade chega a 8,9 anos, e do Tajiquistão, com 9,8 anos. Já no quesito expectativa de vida – que completa o tripé renda, educação e saúde, usado no cálculo do índice –, o Brasil subiu de 73,1 anos, em 2010, para 73,5 em 2011.
Apesar do avanço destacado, a expectativa de vida dos brasileiros está bem abaixo não só dos primeiros colocados no ranking, como a Noruega, onde se espera viver 81 anos, como das nações com características semelhantes. Na Colômbia, por exemplo, a esperança ao nascer é de 73,7; na Argentina, de 75,9; e no México, de 77. O economista Marcelo Neri, pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV), avalia que o Brasil avançou na última década, quando a renda da população mais pobre cresceu 350%, mas destaca que a desigualdade permanece como principal característica negativa do país no cenário internacional. “A melhor forma para combater isso é atacar o problema da educação. Esse é o pilar que pode dar bases mais sólidas para a evolução do IDH brasileiro”, acrescenta.
TRANSFERÊNCIA DE RENDA Pós-doutor em sociologia do desenvolvimento e professor da Universidade de Brasília (UnB), Marcelo Medeiros explica que os programas de transferência de renda, como o Bolsa-Família, não causam qualquer impacto na redução das disparidades. “São desenhados para reduzir a extrema pobreza. Até porque, a quantidade de dinheiro usada no programa do governo federal está entre 0,5% e 1% do PIB. É pouco”, afirma o economista e sociólogo. Opinião semelhante tem João Talocchi, cientista político da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. “Se não houver uma política no campo da educação, os beneficiados permanecerão vulneráveis e dependentes da ajuda governamental”, argumenta. Flávio Comim, pós-doutor em economia e consultor do Relatório do Desenvolvimento Humano do ano passado, chama atenção para a expectativa de escolaridade no Brasil, que diminuiu de 14,5 anos em 2000 para 13,8, em 2011. “Isso significa que a qualidade do sistema educacional caiu, ou seja, por diversos fatores medidos dentro dos critérios estatísticos, espera-se que uma criança que entra hoje na escola estude menos do que se esperava no início da década”, afirma.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora Ensino Médio e PV
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Ampliação do ano letivo
Colegas, novas notícias sobre a ampliação do ano letivo. O que acham?
Correio Braziliense, 20/10/2011 - Brasília DF
Governo desiste de ampliar ano letivo, diz secretária de Educação Básica
Agência Brasil
A secretária de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Maria do Pilar Lacerda, disse nesta quinta-feira(20/10), nas páginas pessoais dela no Twitter e no Facebook, que o governo desistiu da ideia de ampliar os dias letivos das escolas de educação básica. A proposta havia sido anunciada pelo ministro Fernando Haddad em setembro, como forma de ampliar o tempo de permanência dos alunos na escola. O MEC não confirma oficialmente a decisão, mas, segundo Pilar, o ministro reuniu-se com entidades que representam professores, estudantes, gestores e universidades e o consenso é que os atuais 200 dias letivos sejam mantidos. A ampliação deverá se dar pela ampliação da jornada diária. “O Legislativo receberá a proposta consensuada nessa reunião e assumida pelo MEC”, disse Pilar, sem definir qual seria o mínimo de horas-aula. Atualmente, o ano letivo tem 200 dias, com carga horária de 800 horas. O aumento de quatro para cinco horas diárias, por exemplo, ampliaria a carga horária para mil horas. Em alguns países da Europa, Ásia e até mesmo da América Latina, a jornada chega a 1,2 mil horas anuais, como no México, ou 1,1 mil horas, como na Argentina.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora do Ensino Médio
Correio Braziliense, 20/10/2011 - Brasília DF
Governo desiste de ampliar ano letivo, diz secretária de Educação Básica
Agência Brasil
A secretária de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Maria do Pilar Lacerda, disse nesta quinta-feira(20/10), nas páginas pessoais dela no Twitter e no Facebook, que o governo desistiu da ideia de ampliar os dias letivos das escolas de educação básica. A proposta havia sido anunciada pelo ministro Fernando Haddad em setembro, como forma de ampliar o tempo de permanência dos alunos na escola. O MEC não confirma oficialmente a decisão, mas, segundo Pilar, o ministro reuniu-se com entidades que representam professores, estudantes, gestores e universidades e o consenso é que os atuais 200 dias letivos sejam mantidos. A ampliação deverá se dar pela ampliação da jornada diária. “O Legislativo receberá a proposta consensuada nessa reunião e assumida pelo MEC”, disse Pilar, sem definir qual seria o mínimo de horas-aula. Atualmente, o ano letivo tem 200 dias, com carga horária de 800 horas. O aumento de quatro para cinco horas diárias, por exemplo, ampliaria a carga horária para mil horas. Em alguns países da Europa, Ásia e até mesmo da América Latina, a jornada chega a 1,2 mil horas anuais, como no México, ou 1,1 mil horas, como na Argentina.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora do Ensino Médio
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Drogas lícitas na adolescência
Somos cidadãos de papel, já dizia Gilberto Dimenstein. Será que essa lei, que parece tão abrangente, irá "pegar" ou continuaremos sendo cidadãos de papel?
Lei começa a punir venda de bebida a adolescentes em 30 dias
TALITA BEDINELLI - Folha de São Paulo
A Lei Antiálcool, que punirá comerciantes onde menores de idade forem flagrados comprando ou consumindo bebidas, será sancionada hoje pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), mas entrará em vigor em 30 dias.
Neste período, haverá uma campanha de conscientização, com blitz informativas em bares, restaurantes e supermercados. Após os 30 dias, as sanções serão aplicadas. A fiscalização será feita por agentes da Vigilância Sanitária e do PROCON, além de policiais militares.
Os donos dos estabelecimentos poderão receber multas de R$ 1.745 a R$ 87.250, ter o comércio fechado por 30 dias e até perder a licença de funcionamento.
Pela nova lei, os donos de qualquer tipo de estabelecimento, incluindo postos de gasolina, hotéis e até hospitais podem ser punidos, caso o consumo seja feito em suas instalações, como acontece com a Lei Antifumo. A punição vale, inclusive, quando os menores estiverem acompanhados dos pais.
Uma emenda parlamentar, que tira a responsabilidade do dono do bar quando o adolescente estiver acompanhado de um adulto, será vetada pelo governador.
Segundo o secretário de Saúde, Giovanni Guido Cerri, o veto acontece porque a emenda prejudicaria a lei. "Se o dono do bar, do posto, do supermercado, não tiver a responsabilidade, não vamos avançar em nada."
Além da fiscalização, o governo ainda promete realizar ações educativas nas escolas estaduais e aumentar o número de leitos para o tratamento de dependentes.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora pedagógica
Lei começa a punir venda de bebida a adolescentes em 30 dias
TALITA BEDINELLI - Folha de São Paulo
A Lei Antiálcool, que punirá comerciantes onde menores de idade forem flagrados comprando ou consumindo bebidas, será sancionada hoje pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), mas entrará em vigor em 30 dias.
Neste período, haverá uma campanha de conscientização, com blitz informativas em bares, restaurantes e supermercados. Após os 30 dias, as sanções serão aplicadas. A fiscalização será feita por agentes da Vigilância Sanitária e do PROCON, além de policiais militares.
Os donos dos estabelecimentos poderão receber multas de R$ 1.745 a R$ 87.250, ter o comércio fechado por 30 dias e até perder a licença de funcionamento.
Pela nova lei, os donos de qualquer tipo de estabelecimento, incluindo postos de gasolina, hotéis e até hospitais podem ser punidos, caso o consumo seja feito em suas instalações, como acontece com a Lei Antifumo. A punição vale, inclusive, quando os menores estiverem acompanhados dos pais.
Uma emenda parlamentar, que tira a responsabilidade do dono do bar quando o adolescente estiver acompanhado de um adulto, será vetada pelo governador.
Segundo o secretário de Saúde, Giovanni Guido Cerri, o veto acontece porque a emenda prejudicaria a lei. "Se o dono do bar, do posto, do supermercado, não tiver a responsabilidade, não vamos avançar em nada."
Além da fiscalização, o governo ainda promete realizar ações educativas nas escolas estaduais e aumentar o número de leitos para o tratamento de dependentes.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora pedagógica
sábado, 24 de setembro de 2011
Ampliação do ano letivo
Colegas, posto a notícia para reflexão de todos. Será que vamos resolver o problema grave de qualidade na educação com a ampliação do ano letivo? Esse é o caminho?
Ampliação do ano letivo em dez dias aumenta aprendizado do aluno em até 44%, segundo estudo
Agência Brasil
O aumento de dez dias no ano letivo pode elevar o aprendizado do aluno em até 44% no período de um ano. É o que aponta estudo do secretário executivo da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Ricardo Paes de Barros. O trabalho levou o Ministério da Educação (MEC) a discutir a possibilidade de ampliar a carga horária mínima das redes de ensino, que hoje tem 800 horas distribuídas em 200 dias. Segundo Paes de Barros, a medida é importante para combater a desigualdade e tem efeito especial entre os alunos de baixa renda que não podem pagar reforço escolar ou contar com a ajuda dos pais, com baixa escolaridade, para aprender todo o conteúdo. “Ter férias muito prolongadas pode não ser a melhor ideia para um país que precisa acelerar seu desempenho em educação na velocidade em que o Brasil precisa.”
A ideia de aumentar a permanência do aluno na escola foi apresentada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, na semana passada. Entretanto, o governo ainda não definiu como será feita a mudança – se por meio da ampliação da carga horária diária ou do número de dias letivos. O assunto está sendo discutido com os secretários estaduais e municipais de Educação. De acordo com Paes de Barros, não há estudos que comprovem cientificamente que o aumento do número de horas diárias tenha eficácia no aprendizado. Em termos de custos, ele ressaltou que pode ser mais vantajoso aumentar o número de dias, já que não é necessário ampliar ou melhorar a infraestrutura das escolas já existentes. Ele citou exemplos de países como Japão, Coreia do Sul e Israel, que têm anos letivos de 243 dias, 220 dias e 216 dias, respectivamente.
Segundo Haddad, o governo trabalha com a ampliação máxima de 20 dias letivos no ano. Isso, acrescentou, não terá impacto na carreira do professor, que tem 30 dias de férias por ano, além de 15 dias de recesso. Mas não está descartada a possibilidade de, ao mesmo tempo, aumentar o número de horas por dia e de dias letivos por ano. “A qualidade da educação não vai vir por inércia, ela exige esforço. Acho que está mais do que na hora de rever a questão do número de horas por ano que a criança fica exposta ao professor. O que esse estudo mostra é que o impacto do aumento dos dias por ano é forte” defendeu o ministro.
Profa Marcia Gil de Souza
Coordenadora Ensino Médio e PV
Ampliação do ano letivo em dez dias aumenta aprendizado do aluno em até 44%, segundo estudo
Agência Brasil
O aumento de dez dias no ano letivo pode elevar o aprendizado do aluno em até 44% no período de um ano. É o que aponta estudo do secretário executivo da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Ricardo Paes de Barros. O trabalho levou o Ministério da Educação (MEC) a discutir a possibilidade de ampliar a carga horária mínima das redes de ensino, que hoje tem 800 horas distribuídas em 200 dias. Segundo Paes de Barros, a medida é importante para combater a desigualdade e tem efeito especial entre os alunos de baixa renda que não podem pagar reforço escolar ou contar com a ajuda dos pais, com baixa escolaridade, para aprender todo o conteúdo. “Ter férias muito prolongadas pode não ser a melhor ideia para um país que precisa acelerar seu desempenho em educação na velocidade em que o Brasil precisa.”
A ideia de aumentar a permanência do aluno na escola foi apresentada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, na semana passada. Entretanto, o governo ainda não definiu como será feita a mudança – se por meio da ampliação da carga horária diária ou do número de dias letivos. O assunto está sendo discutido com os secretários estaduais e municipais de Educação. De acordo com Paes de Barros, não há estudos que comprovem cientificamente que o aumento do número de horas diárias tenha eficácia no aprendizado. Em termos de custos, ele ressaltou que pode ser mais vantajoso aumentar o número de dias, já que não é necessário ampliar ou melhorar a infraestrutura das escolas já existentes. Ele citou exemplos de países como Japão, Coreia do Sul e Israel, que têm anos letivos de 243 dias, 220 dias e 216 dias, respectivamente.
Segundo Haddad, o governo trabalha com a ampliação máxima de 20 dias letivos no ano. Isso, acrescentou, não terá impacto na carreira do professor, que tem 30 dias de férias por ano, além de 15 dias de recesso. Mas não está descartada a possibilidade de, ao mesmo tempo, aumentar o número de horas por dia e de dias letivos por ano. “A qualidade da educação não vai vir por inércia, ela exige esforço. Acho que está mais do que na hora de rever a questão do número de horas por ano que a criança fica exposta ao professor. O que esse estudo mostra é que o impacto do aumento dos dias por ano é forte” defendeu o ministro.
Profa Marcia Gil de Souza
Coordenadora Ensino Médio e PV
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Olimpíadas Escolares
O Curso G9 tem se destacado de maneira especial nas olimpíadas, neste ano de 2011. Na Olimpíada de Matemática em 2010, por exemplo, não tivemos nenhum aluno promovido para a 2a fase. Em 2011, no entanto, quase a metade dos alunos participantes conseguiram passar para a 2a fase, que será realizada dia 03 de setembro. Na OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia), temos dois alunos selecionados para a pré-seleção para a 2a fase, que acontecerá no dia 02 de setembro. A Olimpíada de História, que destaco neste artigo, tem vários alunos participantes. Ela é bastante desafiadora, organizada pela UNICAMP, é semanal,exigindo muito da profa Patricia Abbud, que a coordena no G9 e dos alunos, que têm que estudar e pesquisar muito para conseguirem se manter na competição.
Parabéns a todos: alunos e professores, pelo profissionalismo e pelo empenho demonstrados até então.
Deixo, abaixo, uma entrevista com a coordenadora da Olimpíada de História. Vale a pena saber mais detalhes a respeito.
FOLHA.COM - 24/08/2011 - 09h30
Olimpíada de história tem 65 mil inscritos e desafios em grupo
ELTON BEZERRA - DE SÃO PAULO
Estimular os alunos a trocar ideias e a realizar pesquisas, além de promover a reciclagem de professores de escolas públicas e privadas. Essas são algumas características da Olimpíada Nacional em História do Brasil, segundo Cristina Meneguello, diretora do Museu Exploratório de Ciências da Unicamp, instituição responsável pela disputa.
Em entrevista à Folha ela conta detalhes da terceira edição da Olimpíada, que teve 65 mil inscritos de todo o país e utiliza testes online de múltipla escolha em que só uma alternativa está errada e as corretas variam conforme diferentes níveis de cognição. A disputa começou na semana passada e está em sua segunda fase. A final está marcada para o dia 15 de outubro, quando 1.200 estudantes farão uma prova dissertativa na Unicamp. A premiação consiste em 15 medalhas de ouro, 25 de prata e 35 bronze.
Podem participar estudantes do oitavo e nono anos do ensino fundamental, e também do ensino médio, que devem ser orientados por um professor de história. As inscrições são feitas pelo site.
Folha - Quando surgiu a ideia de fazer uma olimpíada de história?
Cristina Meneguello - A ideia de fazer a Olimpíada surgiu em 2008, quando concorremos no edital de olimpíadas científicas do Ministério de Ciência e Tecnologia, pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Nós fomos contemplados e a primeira Olimpíada aconteceu em 2009. Ano passado foi a segunda e hoje (15) começou a terceira.
Como ela funciona?
Existem cinco fases online, pela internet, e uma fase presencial, só para as esquipes que venceram os desafios e as eliminatórias anteriores. Ela dura cinco semanas pela internet. Aí convocamos os primeiros colocados, que vêm fazer uma prova dissertativa na Unicamp. Para a prova dissertativa, chamamos 1.200 participantes.
Concorrem estudantes de escolas públicas e privadas?
A maioria é de escola pública --para a nossa alegria. Temos mais de 60% de escolas públicas e o restante é escola privada. São estudantes de oitavo e nono anos, 1º, 2º e 3º anos de ensino médio. Mas a nossa Olimpíada tem um charme: cada equipe tem três alunos e o professor de história do colégio. Então ela é coletiva, não é individual. Eles resolvem as provas, fazem as tarefas em grupo. Para nós, de história, de ciências humanas, isso é fundamental. Essa possibilidade de eles trocarem ideias, discutirem temas, e não competirem uns contra os outros.
Mas não ocorre uma competição entre as equipes?
Todos eles estão disputando um lugar na grande final, mas temos percebido um comportamento bem diferente de competição entre eles. Primeiro, como ela é pela internet, eles começam a conviver tanto no ambiente da prova como em Facebook, Orkut etc, ao longo de toda a competição. Muitas vezes a gente vê, na final, aquela equipe do Pará procurando a equipe do Rio Grande do Sul, com a qual fizeram amizade há três meses para eles se verem de carne e osso. Ao todo, 15 equipes ganham ouro, 25 ganham prata e 35 ganham bronze. Isso dilui muito a ideia de competitividade. Eles se sentem meio vitoriosos só de chegar à final.
Na final há redação?
A final é uma prova dissertativa. Ano passado, por exemplo, nós conseguimos, junto com a família dos herdeiros do historiador Sérgio Buarque de Hollanda, permissão para distribuir para essas equipes um capítulo do "Caminhos e Fronteiras", que é um clássico da historiografia. Eles estudaram por um mês esse capítulo. Na prova final, duas das perguntas foram sobre esse capítulo. Eles [alunos] se preparam mesmo para a prova e a fazem com muita maturidade.
Nas fases anteriores são questões objetivas?
São testes de múltipla escolha, só que de um jeito diferente, que nós inventamos. Existem as alternativas e só uma está errada. As outras estão certas e em diferentes níveis de acerto, em diferentes níveis de cognição. Uma é aquela alternativa mais simples, de leitura de enunciado, a outra é mais complexa, mais conceitual. Isso aumenta muito a chance de eles prosseguirem. E aumenta a dúvida também. Às vezes duas alternativas são igualmente razoáveis e pertinentes. Em vez de irem direto em qual é a certa, eles eliminam a errada rapidamente e depois têm que discutir entre si. Por que eles acham que essa resposta é melhor do que a outra? Fazendo isso eles aprendem e estudam. A nossa Olimpíada não é de correria. Nós subimos a página e deixamos seis dias online. Ele [aluno] pode ir à biblioteca, olhar na internet, perguntar para o professor. Ele pode, não. Ele deve. Por isso nós conseguimos fazer uma prova bem difícil, porque ele pode estudar para responder.
Nós apresentamos esse sistema que nós criamos em vários lugares, inclusive na Fundação Carlos Chagas, que prepara concursos, e eles ficaram interessadíssimos. Disseram que só nos EUA existem provas assim.
Quantos inscritos?
65 mil.
Há um diálogo com novas pesquisas nas áreas de didática e pedagogia?
Sim. Eles [alunos] acabam se familiarizando muito com o jeito que os historiadores trabalham, porque nós mostramos para eles não texto de livro. Nós mostramos documentos históricos. Imagens, documentos escritos, mapas. Nós os ensinamos a olhar aquele documento e questionar: "mas como é que o historiador escreve a história? De onde ele tira as informações? Como é que ele consegue contar uma coisa que aconteceu há 300 anos". Nós mostramos para eles como nós, historiadores, trabalhamos: olhando documentos, comparando, criticando, vendo inconsistências. É como se eles fossem mini-historiadores.
Que objetivos vocês tinham em mente quando elaboraram a Olimpíada?
Nós somos o Museu Exploratório de Ciências Unicamp, temos muitos programas de extensão para escolas e observamos que não tinha nenhuma Olimpíada em nível nacional do Ministério que fosse na área de ciências humanas. Absolutamente nenhuma. Aí resolvemos fazer uma proposta de uma Olimpíada em ciências humanas, mas com características das ciências humanas. Ou seja, você não precisa responder correndo, porque se você responder muito rápido ou mais lentamente não significa necessariamente que você sabe mais ou menos. E enfatizando esse caráter da equipe. Então montamos uma Olimpíada que podia ser feita em grupo, percebendo essa carência. As respostas que tivemos dos professores e dos alunos é um negócio impressionante. Temos equipes de todos os Estados do país. Ela virou rapidamente uma Olimpíada nacional.
O que os professores têm comentado?
Os professores gostam muito. Primeiro porque eles se sentem muito valorizados. Nós fazemos as equipes e ele é o capitão. Os alunos procuram, têm dúvida, perguntam e percebem o quanto ele [professor] tem para ensinar para além da sala de aula. Em segundo, para os professores é uma reciclagem interessante, porque deixamos disponível todos os documentos usados nas provas. Tem professor que fala assim pra mim: "eu monto minha aula usando o material que vocês deixaram".
E os alunos?
O aluno não precisa adorar história, querer ser historiador para participar da Olimpíada. Nas Olimpíadas de ciências exatas existe uma exclusão natural. O menino que é muito ruim em matemática não gosta, e ele não passa da primeira fase. O menino que não é o maioral em história, se ele lê a nossa prova com atenção, perguntar para o professor e estudar, ele passa de fase. E na hora que ele sente que passou de fase, ele começa a estudar mais ainda. Ela [a prova] tem um caráter inclusivo que não é para gênios historiadores. Já tivemos equipe medalhista na Olimpíada de História que também havia sido medalhista na Olimpíada de Química. As mesmas meninas eram medalha de ouro na Olimpíada de Química e foram medalha de prata na Olimpíada de História. O que isso mostra para nós? Que não é preciso fechar o conhecimento enquanto eles são tão jovens. Eles podem gostar e se apaixonar por várias coisas ao mesmo tempo. As duas iam prestar vestibular para engenharia, e não estavam muito a fim de fazer a Olimpíada de História, mas a escola insistiu, porque elas eram muito estudiosas. Quando acabou a Olimpíada de História, uma falou: "acho que não quero mais ser engenheira, meu pai vai ficar muito bravo com a senhora." Eu falei: "não, vai ser engenheira" [rindo].
Há alguma atividade para os professores?
Quando chamamos o finalista, nós sabemos qual é a equipe de cada Estado do país que teve a maior nota. Nós chamamos de "o melhor de cada Estado". Cada uma dessas equipes tem um professor. São 27 e mais cinco professores de escola pública. Para esses 32 professores nós fazemos um curso de formação na Unicamp. Acaba a Olimpíada e eles ficam aqui uma semana. Eles chamam o curso de "tendo aula com a bibliografia", porque eles vão ter aulas com professores que eles estudaram quando fizeram faculdade.
Profa Marcia Gil de Souza
Coordenadora Ensino Médio
Parabéns a todos: alunos e professores, pelo profissionalismo e pelo empenho demonstrados até então.
Deixo, abaixo, uma entrevista com a coordenadora da Olimpíada de História. Vale a pena saber mais detalhes a respeito.
FOLHA.COM - 24/08/2011 - 09h30
Olimpíada de história tem 65 mil inscritos e desafios em grupo
ELTON BEZERRA - DE SÃO PAULO
Estimular os alunos a trocar ideias e a realizar pesquisas, além de promover a reciclagem de professores de escolas públicas e privadas. Essas são algumas características da Olimpíada Nacional em História do Brasil, segundo Cristina Meneguello, diretora do Museu Exploratório de Ciências da Unicamp, instituição responsável pela disputa.
Em entrevista à Folha ela conta detalhes da terceira edição da Olimpíada, que teve 65 mil inscritos de todo o país e utiliza testes online de múltipla escolha em que só uma alternativa está errada e as corretas variam conforme diferentes níveis de cognição. A disputa começou na semana passada e está em sua segunda fase. A final está marcada para o dia 15 de outubro, quando 1.200 estudantes farão uma prova dissertativa na Unicamp. A premiação consiste em 15 medalhas de ouro, 25 de prata e 35 bronze.
Podem participar estudantes do oitavo e nono anos do ensino fundamental, e também do ensino médio, que devem ser orientados por um professor de história. As inscrições são feitas pelo site.
Folha - Quando surgiu a ideia de fazer uma olimpíada de história?
Cristina Meneguello - A ideia de fazer a Olimpíada surgiu em 2008, quando concorremos no edital de olimpíadas científicas do Ministério de Ciência e Tecnologia, pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Nós fomos contemplados e a primeira Olimpíada aconteceu em 2009. Ano passado foi a segunda e hoje (15) começou a terceira.
Como ela funciona?
Existem cinco fases online, pela internet, e uma fase presencial, só para as esquipes que venceram os desafios e as eliminatórias anteriores. Ela dura cinco semanas pela internet. Aí convocamos os primeiros colocados, que vêm fazer uma prova dissertativa na Unicamp. Para a prova dissertativa, chamamos 1.200 participantes.
Concorrem estudantes de escolas públicas e privadas?
A maioria é de escola pública --para a nossa alegria. Temos mais de 60% de escolas públicas e o restante é escola privada. São estudantes de oitavo e nono anos, 1º, 2º e 3º anos de ensino médio. Mas a nossa Olimpíada tem um charme: cada equipe tem três alunos e o professor de história do colégio. Então ela é coletiva, não é individual. Eles resolvem as provas, fazem as tarefas em grupo. Para nós, de história, de ciências humanas, isso é fundamental. Essa possibilidade de eles trocarem ideias, discutirem temas, e não competirem uns contra os outros.
Mas não ocorre uma competição entre as equipes?
Todos eles estão disputando um lugar na grande final, mas temos percebido um comportamento bem diferente de competição entre eles. Primeiro, como ela é pela internet, eles começam a conviver tanto no ambiente da prova como em Facebook, Orkut etc, ao longo de toda a competição. Muitas vezes a gente vê, na final, aquela equipe do Pará procurando a equipe do Rio Grande do Sul, com a qual fizeram amizade há três meses para eles se verem de carne e osso. Ao todo, 15 equipes ganham ouro, 25 ganham prata e 35 ganham bronze. Isso dilui muito a ideia de competitividade. Eles se sentem meio vitoriosos só de chegar à final.
Na final há redação?
A final é uma prova dissertativa. Ano passado, por exemplo, nós conseguimos, junto com a família dos herdeiros do historiador Sérgio Buarque de Hollanda, permissão para distribuir para essas equipes um capítulo do "Caminhos e Fronteiras", que é um clássico da historiografia. Eles estudaram por um mês esse capítulo. Na prova final, duas das perguntas foram sobre esse capítulo. Eles [alunos] se preparam mesmo para a prova e a fazem com muita maturidade.
Nas fases anteriores são questões objetivas?
São testes de múltipla escolha, só que de um jeito diferente, que nós inventamos. Existem as alternativas e só uma está errada. As outras estão certas e em diferentes níveis de acerto, em diferentes níveis de cognição. Uma é aquela alternativa mais simples, de leitura de enunciado, a outra é mais complexa, mais conceitual. Isso aumenta muito a chance de eles prosseguirem. E aumenta a dúvida também. Às vezes duas alternativas são igualmente razoáveis e pertinentes. Em vez de irem direto em qual é a certa, eles eliminam a errada rapidamente e depois têm que discutir entre si. Por que eles acham que essa resposta é melhor do que a outra? Fazendo isso eles aprendem e estudam. A nossa Olimpíada não é de correria. Nós subimos a página e deixamos seis dias online. Ele [aluno] pode ir à biblioteca, olhar na internet, perguntar para o professor. Ele pode, não. Ele deve. Por isso nós conseguimos fazer uma prova bem difícil, porque ele pode estudar para responder.
Nós apresentamos esse sistema que nós criamos em vários lugares, inclusive na Fundação Carlos Chagas, que prepara concursos, e eles ficaram interessadíssimos. Disseram que só nos EUA existem provas assim.
Quantos inscritos?
65 mil.
Há um diálogo com novas pesquisas nas áreas de didática e pedagogia?
Sim. Eles [alunos] acabam se familiarizando muito com o jeito que os historiadores trabalham, porque nós mostramos para eles não texto de livro. Nós mostramos documentos históricos. Imagens, documentos escritos, mapas. Nós os ensinamos a olhar aquele documento e questionar: "mas como é que o historiador escreve a história? De onde ele tira as informações? Como é que ele consegue contar uma coisa que aconteceu há 300 anos". Nós mostramos para eles como nós, historiadores, trabalhamos: olhando documentos, comparando, criticando, vendo inconsistências. É como se eles fossem mini-historiadores.
Que objetivos vocês tinham em mente quando elaboraram a Olimpíada?
Nós somos o Museu Exploratório de Ciências Unicamp, temos muitos programas de extensão para escolas e observamos que não tinha nenhuma Olimpíada em nível nacional do Ministério que fosse na área de ciências humanas. Absolutamente nenhuma. Aí resolvemos fazer uma proposta de uma Olimpíada em ciências humanas, mas com características das ciências humanas. Ou seja, você não precisa responder correndo, porque se você responder muito rápido ou mais lentamente não significa necessariamente que você sabe mais ou menos. E enfatizando esse caráter da equipe. Então montamos uma Olimpíada que podia ser feita em grupo, percebendo essa carência. As respostas que tivemos dos professores e dos alunos é um negócio impressionante. Temos equipes de todos os Estados do país. Ela virou rapidamente uma Olimpíada nacional.
O que os professores têm comentado?
Os professores gostam muito. Primeiro porque eles se sentem muito valorizados. Nós fazemos as equipes e ele é o capitão. Os alunos procuram, têm dúvida, perguntam e percebem o quanto ele [professor] tem para ensinar para além da sala de aula. Em segundo, para os professores é uma reciclagem interessante, porque deixamos disponível todos os documentos usados nas provas. Tem professor que fala assim pra mim: "eu monto minha aula usando o material que vocês deixaram".
E os alunos?
O aluno não precisa adorar história, querer ser historiador para participar da Olimpíada. Nas Olimpíadas de ciências exatas existe uma exclusão natural. O menino que é muito ruim em matemática não gosta, e ele não passa da primeira fase. O menino que não é o maioral em história, se ele lê a nossa prova com atenção, perguntar para o professor e estudar, ele passa de fase. E na hora que ele sente que passou de fase, ele começa a estudar mais ainda. Ela [a prova] tem um caráter inclusivo que não é para gênios historiadores. Já tivemos equipe medalhista na Olimpíada de História que também havia sido medalhista na Olimpíada de Química. As mesmas meninas eram medalha de ouro na Olimpíada de Química e foram medalha de prata na Olimpíada de História. O que isso mostra para nós? Que não é preciso fechar o conhecimento enquanto eles são tão jovens. Eles podem gostar e se apaixonar por várias coisas ao mesmo tempo. As duas iam prestar vestibular para engenharia, e não estavam muito a fim de fazer a Olimpíada de História, mas a escola insistiu, porque elas eram muito estudiosas. Quando acabou a Olimpíada de História, uma falou: "acho que não quero mais ser engenheira, meu pai vai ficar muito bravo com a senhora." Eu falei: "não, vai ser engenheira" [rindo].
Há alguma atividade para os professores?
Quando chamamos o finalista, nós sabemos qual é a equipe de cada Estado do país que teve a maior nota. Nós chamamos de "o melhor de cada Estado". Cada uma dessas equipes tem um professor. São 27 e mais cinco professores de escola pública. Para esses 32 professores nós fazemos um curso de formação na Unicamp. Acaba a Olimpíada e eles ficam aqui uma semana. Eles chamam o curso de "tendo aula com a bibliografia", porque eles vão ter aulas com professores que eles estudaram quando fizeram faculdade.
Profa Marcia Gil de Souza
Coordenadora Ensino Médio
domingo, 21 de agosto de 2011
ENEM - Novas Decisões do INEP para impedir uso mercadológico dos resultados
MEC muda critérios para divulgar resultados do Enem para impedir uso mercadológico de ranking pelas escolas
Jornal O Globo - Publicada em 18/08/2011 às 20h13m
Adauri Antunes Barbosa (adauri@sp.oglobo.com.br)
SÃO PAULO - A presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Malvina Tuttman, anunciou nesta quinta-feira em São Paulo que as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) serão divulgadas a partir de 2012 levando-se em consideração o número de alunos inscritos por escola, para evitar que sejam feitos os rankings que, invariavelmente, são utilizados como propaganda, principalmente de instituições privadas.
- Vão ser divulgadas por escola, classificando pelo número de alunos que são inscritos na prova. Vamos apresentar por categoria, e o básico dessas categorias é o número de alunos inscritos. Acho que isso já dá uma outra distribuição. Queremos que cada escola tenha acesso à sua nota e saiba qual foi o seu perfil no exame. O Enem não foi criado para a formação de ranking e não deve ser usado como propaganda - disse Malvina, observando que o detalhamento das novas regras deve ser divulgado em setembro.
Ao participar de um debate sobre o exame, no lançamento do programa "Nota 10 - Série Enem", produzido pelo Canal Futura e pela Editora Moderna, a presidente do Inep voltou a defender a prova como um instrumento para induzir novas formas de se construir conhecimento. Mas, admitiu, o resultado pode ser usado "tanto para o bem quanto para o mal", como instrumento de avaliação ou como propaganda de instituições privadas de ensino.
- O Enem deve medir o esforço que cada um fez no desenvolvimento do aluno e da escola. Não é para comparar a nota com a de outras escolas, mas que cada instituição veja onde pode melhorar. Não tem o menor sentido se fazer propagandas do tipo curso preparatório para o Enem.
Segundo ela, a partir da primeira edição do Enem de 2012 todos os alunos que quiserem ter acesso ao boletim de desempenho na prova, incluindo a correção da redação, poderão solicitar as notas pela internet.
- O Inep divulga as notas e, em um prazo que for possível, (o desempenho). Vocês imaginam quase 6 milhões (de inscritos)... É muita coisa. Essa será a nossa primeira experiência em relação a esse aspecto. É um passo importante e temos que fazer com total segurança, inclusive a questão dos acessos. Estamos nos preparando para isso, mas eu não posso dizer nesse momento quantos dias depois do resultado. Mas eu posso dizer que todos que desejarem terão acesso via internet tanto do espelho de sua prova objetiva quanto da redação, separadamente - afirmou.
Prática comum faltando dois meses para o Enem, escolas e cursinhos que querem ficar bem posicionados no ranking nacional promovem simulados do exame para preparar os alunos. Como o exame não é obrigatório para todos os estudantes, a escola pode escolher os seus melhores alunos para fazer a prova e, consequentemente, obter uma boa colocação no ranking. Conforme a concepção do Inep, o desempenho separado pelo número de estudantes inscritos poderia reduzir este artifício.
Malvina não quis comentar, por outro lado, uma possível influência política do Tribunal de Contas da União (TCU), que aprovou na quarta-feira uma medida cautelar para suspender o pagamento do Inep à Fundação Universidade de Brasília, ligada ao Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe-UnB), contratado sem licitação para a realização do Enem.
O ministro José Jorge, do TCU, que participou do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) questionou o fato do Inep ter publicado no Diário Oficial da União no último dia 10 o extrato da dispensa de licitação no valor de R$ 372,4 milhões para fazer as edições do Enem nos próximos 12 meses.
- Não tenho nenhuma posição sobre esse assunto. Acredito que o TCU está fazendo o papel dele de acompanhar, de controlar. E o Inep vai fazer, como sempre, o seu papel de prestar todas as informações devidas - disse Malvina Tuttman.
De acordo com o Inep, os R$ 372,4 milhões são considerados como "teto estimado" e devem custear pelo menos duas edições da prova: a próxima, marcada para os dias 22 e 23 de outubro, e a do primeiro semestre de 2012, prevista para os dias 28 e 29 de abril. O total para as duas provas é 190% maior em relação ao contrato anterior, também firmado com o Cespe, de R$ 128,5 milhões.
As provas do Enem que serão aplicadas para 5,4 milhões de inscritos nos dias 22 e 23 de outubro, conforme Malvina Tuttman, já estão sendo impressas na gráfica RR Donneley, que tem sedes em Osasco e Barueri (SP) e em Blumenau (SC) e, segundo ela, o trabalho obedece a um criterioso cronograma de produção. Este ano o processo gráfico do Enem terá pela primeira vez a certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), para evitar erros de impressão como os ocorridos na edição de 2010. De acordo com o Inep, as provas depois de impressas serão armazenadas em unidades do Exército sob intensa vigilância, para evitar que se repita o vazamento de provas ocorrido em 2009.
Nesta quinta, em São Paulo, a presidente do Inep participou de um debate sobre o Enem com os professores Carlos Artexes Simões, do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-Rio), e César Callegari, membro do Conselho Nacional de Educação e diretor de Operações do Serviço Social da Indústria (Sesi) de São Paulo, no lançamento do programa "Nota 10 - Série Enem" do Canal Futura. O programa, que estreia no próximo dia 30, às 15h, no Canal Futura, foi feito em parceria com a Editora Moderna e vai revelar as mudanças que o Enem vem promovendo na relação ensino-aprendizagem e no sistema educacional do Brasil.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora Ensino Médio/PV
Jornal O Globo - Publicada em 18/08/2011 às 20h13m
Adauri Antunes Barbosa (adauri@sp.oglobo.com.br)
SÃO PAULO - A presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Malvina Tuttman, anunciou nesta quinta-feira em São Paulo que as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) serão divulgadas a partir de 2012 levando-se em consideração o número de alunos inscritos por escola, para evitar que sejam feitos os rankings que, invariavelmente, são utilizados como propaganda, principalmente de instituições privadas.
- Vão ser divulgadas por escola, classificando pelo número de alunos que são inscritos na prova. Vamos apresentar por categoria, e o básico dessas categorias é o número de alunos inscritos. Acho que isso já dá uma outra distribuição. Queremos que cada escola tenha acesso à sua nota e saiba qual foi o seu perfil no exame. O Enem não foi criado para a formação de ranking e não deve ser usado como propaganda - disse Malvina, observando que o detalhamento das novas regras deve ser divulgado em setembro.
Ao participar de um debate sobre o exame, no lançamento do programa "Nota 10 - Série Enem", produzido pelo Canal Futura e pela Editora Moderna, a presidente do Inep voltou a defender a prova como um instrumento para induzir novas formas de se construir conhecimento. Mas, admitiu, o resultado pode ser usado "tanto para o bem quanto para o mal", como instrumento de avaliação ou como propaganda de instituições privadas de ensino.
- O Enem deve medir o esforço que cada um fez no desenvolvimento do aluno e da escola. Não é para comparar a nota com a de outras escolas, mas que cada instituição veja onde pode melhorar. Não tem o menor sentido se fazer propagandas do tipo curso preparatório para o Enem.
Segundo ela, a partir da primeira edição do Enem de 2012 todos os alunos que quiserem ter acesso ao boletim de desempenho na prova, incluindo a correção da redação, poderão solicitar as notas pela internet.
- O Inep divulga as notas e, em um prazo que for possível, (o desempenho). Vocês imaginam quase 6 milhões (de inscritos)... É muita coisa. Essa será a nossa primeira experiência em relação a esse aspecto. É um passo importante e temos que fazer com total segurança, inclusive a questão dos acessos. Estamos nos preparando para isso, mas eu não posso dizer nesse momento quantos dias depois do resultado. Mas eu posso dizer que todos que desejarem terão acesso via internet tanto do espelho de sua prova objetiva quanto da redação, separadamente - afirmou.
Prática comum faltando dois meses para o Enem, escolas e cursinhos que querem ficar bem posicionados no ranking nacional promovem simulados do exame para preparar os alunos. Como o exame não é obrigatório para todos os estudantes, a escola pode escolher os seus melhores alunos para fazer a prova e, consequentemente, obter uma boa colocação no ranking. Conforme a concepção do Inep, o desempenho separado pelo número de estudantes inscritos poderia reduzir este artifício.
Malvina não quis comentar, por outro lado, uma possível influência política do Tribunal de Contas da União (TCU), que aprovou na quarta-feira uma medida cautelar para suspender o pagamento do Inep à Fundação Universidade de Brasília, ligada ao Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe-UnB), contratado sem licitação para a realização do Enem.
O ministro José Jorge, do TCU, que participou do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) questionou o fato do Inep ter publicado no Diário Oficial da União no último dia 10 o extrato da dispensa de licitação no valor de R$ 372,4 milhões para fazer as edições do Enem nos próximos 12 meses.
- Não tenho nenhuma posição sobre esse assunto. Acredito que o TCU está fazendo o papel dele de acompanhar, de controlar. E o Inep vai fazer, como sempre, o seu papel de prestar todas as informações devidas - disse Malvina Tuttman.
De acordo com o Inep, os R$ 372,4 milhões são considerados como "teto estimado" e devem custear pelo menos duas edições da prova: a próxima, marcada para os dias 22 e 23 de outubro, e a do primeiro semestre de 2012, prevista para os dias 28 e 29 de abril. O total para as duas provas é 190% maior em relação ao contrato anterior, também firmado com o Cespe, de R$ 128,5 milhões.
As provas do Enem que serão aplicadas para 5,4 milhões de inscritos nos dias 22 e 23 de outubro, conforme Malvina Tuttman, já estão sendo impressas na gráfica RR Donneley, que tem sedes em Osasco e Barueri (SP) e em Blumenau (SC) e, segundo ela, o trabalho obedece a um criterioso cronograma de produção. Este ano o processo gráfico do Enem terá pela primeira vez a certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), para evitar erros de impressão como os ocorridos na edição de 2010. De acordo com o Inep, as provas depois de impressas serão armazenadas em unidades do Exército sob intensa vigilância, para evitar que se repita o vazamento de provas ocorrido em 2009.
Nesta quinta, em São Paulo, a presidente do Inep participou de um debate sobre o Enem com os professores Carlos Artexes Simões, do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-Rio), e César Callegari, membro do Conselho Nacional de Educação e diretor de Operações do Serviço Social da Indústria (Sesi) de São Paulo, no lançamento do programa "Nota 10 - Série Enem" do Canal Futura. O programa, que estreia no próximo dia 30, às 15h, no Canal Futura, foi feito em parceria com a Editora Moderna e vai revelar as mudanças que o Enem vem promovendo na relação ensino-aprendizagem e no sistema educacional do Brasil.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora Ensino Médio/PV
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Novos critérios do MEC para o ENEM
ENEM 2012
Deixo, abaixo, informações sobre o ENEM 2012, divulgadas pelo INEP, devido à importância que elas têm na vida escolar dos alunos do ensino médio. Vamos nos atualizar em relação ao ENEM, a fim de sermos fonte de informação aos alunos, levando a eles tranquilidade e esperança de aprovação no vestibular via ENEM.
O Enem 2012 será realizado em duas edições anuais pela primeira vez. Haverá então o Enem do Primeiro Semestre e o Enem do Segundo Semestre, a exemplo do que acontece com o Prouni 2012. O período de inscrições para o Enem 2012 terão início logo após a divulgação do resultado do Enem 2011. Segundo o INEP, as provas do Enem 2012 serão aplicadas nos dias 28 e 29 de abril de 2012.
Já o Gabarito Enem 2012 será divulgado três dias depois das provas e o Resultado Enem 2012 tem divulgação prevista para o mês de Junho 2012. Segundo o MEC (Ministério da Educação), o valor da taxa de inscrição deverá permanecer R$ 35,00 reais com isenção para alunos egressos do ensino médio em escola pública e para os participantes que firmarem declaração de carência.
O Enem 2012 continuará sendo a porta de entrada dos estudantes para Universidades Públicas Federais e demais instituições que utilizam o Exame como forma de seleção através do SiSU – Sistema de Seleção Unificada. Também será através do Enem que o MEC selecionará candidatos às bolsas de estudos do Prouni e aos financiamentos do FIES.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora Ensino Médio/PV
O Enem 2012 será realizado em duas edições anuais pela primeira vez. Haverá então o Enem do Primeiro Semestre e o Enem do Segundo Semestre, a exemplo do que acontece com o Prouni 2012. O período de inscrições para o Enem 2012 terão início logo após a divulgação do resultado do Enem 2011. Segundo o INEP, as provas do Enem 2012 serão aplicadas nos dias 28 e 29 de abril de 2012.
Já o Gabarito Enem 2012 será divulgado três dias depois das provas e o Resultado Enem 2012 tem divulgação prevista para o mês de Junho 2012. Segundo o MEC (Ministério da Educação), o valor da taxa de inscrição deverá permanecer R$ 35,00 reais com isenção para alunos egressos do ensino médio em escola pública e para os participantes que firmarem declaração de carência.
O Enem 2012 continuará sendo a porta de entrada dos estudantes para Universidades Públicas Federais e demais instituições que utilizam o Exame como forma de seleção através do SiSU – Sistema de Seleção Unificada. Também será através do Enem que o MEC selecionará candidatos às bolsas de estudos do Prouni e aos financiamentos do FIES.
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora Ensino Médio/PV
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Debate sobre o ensino médio
Transcrevo parte de uma entrevista do ministro Fernando Hadadd,referente a ENEM, vestibular e outras abordagens do nosso interesse.
O Estado de São Paulo, 08/08/2011 - São Paulo SP
'O fim do vestibular não é o fim do mérito'
O ministro Fernando Haddad (Educação) diz que o Enem ajuda a 'enxugar' o currículo do ensino médio
Lisandra Paraguassu e Rui Nogueira
Admitindo que o ensino médio foi o que menos reagiu às políticas públicas, o ministro da Educação, Fernando Haddad, espera que o Enem promova a racionalização do currículo e os governo estaduais invistam com prioridade. "Sem ufanismo", ele avalia que há uma reação na qualidade do ensino, que deve ser alavancada pelo Plano Nacional de Educação (PNE). O ministro não teme a profusão de emendas feitas pelos deputados, muitas delas preocupadas apenas com reivindicações trabalhistas dos professores. A seguir a íntegra da entrevista ao Estado:
O senhor diz que alguns temas da sua área precisam ser mais explorados e mais bem discutidos. Quais são eles?
FERNANDO HADDAD - O debate sobre educação não tem sido pautado pelas coisas relevantes. Temos três projetos importantes no Congresso sobre os quais eu tive pouco espaço para falar. Primeiro, o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), que é pouco noticiado e é um programa da maior importância para o País porque completa as reformas que foram iniciadas. Segundo, a reorganização dos hospitais universitários, cujo projeto de lei foi reenviado com regime de urgência. E, terceiro, o PNE (Plano Nacional de Educação). São três programas da maior importância e eu entendo que temos que falar mais disso. Porque, na nossa opinião, é o mais relevante para o País, sem prejuízo de outras questões que despertam interesse do leitor.
E a profusão de emendas ao PNE?
HADDAD - Esse número de emendas na verdade não assusta, em função de várias razões. Primeiro, o mesmo assunto foi tratado em várias emendas. No caso do financiamento, em mais de 100, por exemplo. Então, se você depurar vai ver que se está tratando de poucos temas e que as emendas não alteram substancialmente as metas, não elevam o número de metas para os patamares dos planos anteriores e trabalham mais com a estratégia, aperfeiçoando as estratégias que o Plano prevê. O Plano está sendo discutido em um momento muito feliz. A OCDE (Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) acaba de lançar um vídeo institucional sobre o Pisa (em português, Programa Internacional de Avaliação de Alunos) em que o Brasil é destaque. É a primeira vez na história que o País se destaca positivamente. Todos os destaques eram negativos. Foi o terceiro país que mais evoluiu no Pisa, o que nos valeu um documentário de 20 minutos que está sendo divulgado no mundo todo.
A aprovação do Pronatec, para ampliação do acesso ao ensino médio, não está demorando? O governo da presidente Dilma já está entrando no oitavo mês?
HADDAD - Está trancando a pauta (na Câmara). E nós não retiramos a urgência justamente porque entendemos que é um projeto prioritário. Porque eu estou convencido que o ensino médio brasileiro, que é o que menos reagiu aos estímulos do Ministério da Educação, depende de medidas que estão sendo tomadas - como, por exemplo, o fim do vestibular, a inclusão do no Fundeb, a extensão dos programas de apoio que eram restritos ao fundamental (alimentação, transporte, livro didático) - mas também de ampliarmos o horizonte do jovem. Precisamos ter um segundo turno que permita ao jovem diferenciar seu currículo. Primeiro, ter um currículo mais inteligente no primeiro turno, menos sobrecarregado de conteúdos que ele jamais vai utilizar. É um enxugamento que o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) pretende promover e já está promovendo. O segundo movimento é um segundo turno que é direcionado para a cultura, o esporte e o trabalho. Se promovermos esse movimento a partir do Pronatec, com as medidas que já estão implantadas, vamos ressignificar essa etapa de ensino e permitir ao jovem que não deseja ou não está vocacionado para educação superior concluir a educação básica com condições de pleno exercício da cidadania.
Por que o ensino médio foi o que menos reagiu a essas políticas públicas?
HADDAD - Primeiro porque ele recebe menos atenção dos governos estaduais. Segundo, porque o Ensino Fundamental precisava reagir primeiro. Não havia como melhorar o Médio sem melhorar antes o Fundamental. Terceiro, por falta de um equivalente da Prova Brasil no Ensino Médio, que é um papel que o Enem vai cumprir. E quarto, porque precisamos, a partir do Ensino Médio, promover uma reforma que faça com que a escola responda às expectativas dos estudantes, e não só o estudante às expectativas da escola. Por isso essa diferenciação do currículo com um primeiro turno mais inteligente e um segundo turno mais abrangente do ponto de vista das possibilidades de desenvolvimento intelectual. Essa mudança é que vai completar a reforma dessa etapa.
Inicialmente, uma das fontes pensadas pelo MEC para o Pronatec era o dinheiro do "Sistema S". Como ficou o resultado dessa discussão?
HADDAD - Está prevista em lei a bolsa formação para estudantes do Ensino Médio que vão poder ou fazer o segundo turno em uma escola pública ou nas escolas do Senai e Senac. São duas questões. A do acordo, que vai até 2014, que prevê que 2/3 das verbas de contribuição compulsória sobre a folha de pagamentos seja destinada à gratuidade. Esse acordo vem sendo monitorado e está sendo cumprido. Paralelamente, há uma espécie de duplicação do "Sistema S", que tem outro foco, não exclusivo no trabalhador, mas nos estudantes de Ensino Médio, que nós pretendemos integrar ao Pronatec.
Mas, além disso, havia a questão de uma dívida do "Sistema S" com o governo federal por conta do recolhimento de recursos do salário-educação que foram repassados indevidamente ao Sistema. O MEC falava em usar esses recursos para o Pronatec, transformados em bolsas além do que já deveria ser gratuito por lei.
HADDAD - Isso não está dentro do Pronatec porque está sendo cuidado pelo Tesouro Nacional e pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Isso não é da nossa alçada.
Um dos pontos que o sr. destaca para a melhoria do ensino médio é o fim do vestibular. O que há de meritório no fim ao vestibular?
HADDAD - As pessoas às vezes misturam dois debates diferentes. O fim do vestibular não significa o fim do processo seletivo ou o fim da meritocracia para o acesso à educação superior. Ao contrário, reforça a meritocracia. Segundo, nós estamos sintonizando o Brasil com os melhores sistemas do mundo. Os sistemas universitários chinês, americano, francês, alemão, não têm esse expediente de cada instituição fazer o seu processo seletivo, porque isso causa disfuncionalidades de toda ordem no sistema, com a sobreposição de conteúdos cobrados que acabam se transformando num mega currículo intransponível para a escola em três anos. É uma questão de racionalização e reorganização curricular. Se formos considerar um modelo que me parece o mais adequado eu penso que é o do SAT americano, porque permite que o estudante faça o teste mais de uma vez por ano e se valha da melhor nota em um período de tempo para oferecer à instituição na aplicação para uma vaga. Eu entendo que estamos, com essa reforma, dando uma chance real para o Ensino Médio se reorganizar em bases racionais e lógicas. E, na verdade, haverá um reforço da questão do mérito. Porque você morando em qualquer estado americano, se obtém um bom resultado no SAT, disputa uma vaga em Harvard. E ninguém lembra de Harvard como uma instituição do estado onde ela se encontra. É uma instituição, aliás, aberta para o mundo. Boa parte dos seus estudantes não são americanos.Então, na perspectiva de dar mais robustez para o nosso sistema universitário, eu penso que a seleção em bases nacionais é o que vai promover a convergência de talentos, inclusive por área. Determinadas universidades vão se desenvolver e atrair alunos para determinadas áreas, outras vão se desenvolver em outras. No fim, vai consolidar um sistema que está em expansão, mas precisa se qualificar.
O novo Enem já teve duas edições. O ministério já conseguiu verificar alguma diferença no currículo do ensino médio? Já houve alguma mudança significativa nesse enxugamento que o senhor diz ser necessário?
HADDAD - Eu tenho conversado com professores do ensino médio. A última conversa que tive foi com um professor de Cocal dos Alves (PI), que foi destaque este ano e é recordista de premiação na olimpíada de matemática. Nas palavras dele, o Enem mudou a escola. Eu tenho ouvido muito isso, especialmente daqueles professores muito comprometidos. Os cursinhos estão mudando, está todo mundo se mexendo. É sempre uma questão de ritmo. Em um universo de quase 200 mil escolas a adaptação a um novo regime não é simples.
O Programa Universidade para Todos (ProUni) cresceu muito nos últimos anos, mas nem todos os cursos podem ser considerados de boa qualidade ou mesmo de qualidade razoável. Não há aí um risco de financiamento da mediocridade?
HADDAD - A faculdade ruim não serve nem para o bolsista muito menos ainda para o pagante, que faz um esforço enorme para se formar. Então nós estamos procurando suspender processos seletivos, diminuir vagas de ingresso. Começamos por áreas muito estratégicas - medicina, direito e pedagogia - e já fechamos muitos cursos. Só de medicina já cortamos 800 vagas, mais de 8% das disponíveis. Isso em um País que precisa de mais médicos. A questão da qualidade precisa ser enfrentada. Mas não há como negar que, a partir do momento que se contempla 1 milhão de jovens - vamos fechar esse ano com 1 milhão de beneficiários no ProUni -, na média a vantagem para o jovem de escola pública de baixa renda é inquestionável. Nós estamos mudando a vida de muitas pessoas que não teriam outra oportunidade. É uma rede mais capilarizada que as universidades públicas e até por essa razão...
O MEC tem enfrentado problemas recorrentes de administração. Foi o furto das provas do Enem, os problemas do cabeçalho nas provas seguintes. Agora, recentemente, a cartilha em que o resultado de 10 menos 7 é igual a 4. Como esses erros passam?
HADDAD - É sempre lamentável quando acontece um erro de revisão. Mas o MEC trabalha com quase dois mil títulos. Então, do mesmo jeito que no governo Fernando Henrique Cardoso o Ceará sumiu do mapa, no governo Serra, em São Paulo, outro Paraguai apareceu no mapa. Acontece. Não estou com isso querendo justificar o erro. Tanto é que talvez essa tenha sido a primeira vez que um ministro tenha pedido apoio da CGU (Controladoria-Geral da União) para avaliar o que aconteceu exatamente nesse processo. Nós tomamos as providências cabíveis, reunimos as pessoas que estão usando o livro para fazer as correções devidas. É uma coisa que, infelizmente, acontece, e nós temos que tomar providências para aperfeiçoar o processo. Veja que estamos com o triplo de orçamento com a mesma estrutura. É um ministério que hoje responde pelo quarto ou quinto orçamento do País com a mesma estrutura. O volume de trabalho é muito grande. Isso não justifica, tem que ser apurado, mas em um grande volume de livros e títulos isso pode acontecer. Não deve, mas pode. E eu poderia citar aqui dezenas de falhas de revisão que, infelizmente, às vezes passam. O importante de responsabilizar e apurar é passar uma mensagem para o serviço público em geral que estamos lidando com coisas muito importantes e que esses descuidos não são aceitáveis. Não tive notícia de ninguém ter tomado providências tão duras quanto eu tomei nesses outros episódios que eu citei. As coisas não foram apuradas até fim.
O Enem era um exame de avaliação e passou a ser, na prática, um vestibular nacional. Isso não explica os erros (na impressão e logística) que tumultuaram os últimos exames?
HADDAD - Em relação ao Enem, ele se tornou o que é com o ProUni. Não foi com a reformulação da prova. Com o advento do ProUni nós tínhamos 1 milhão de inscritos e passamos a 3 milhões de inscritos. O grande salto aconteceu em 2005. O que entendemos naquela ocasião: o Enem está preparado para vir a ser o que é o SAT (prova americana). Desde 2005 esse debate vem sendo feito no Brasil. Ocorre que o Enem - e com isso não vai nenhum demérito da proposta original, que teve a melhor das intenções - simplesmente não era aceito pelas universidades de ponta. Porque era considerada uma prova muito fraca. Uma prova completamente insuficiente para o propósito de substituir o vestibular. Em segundo lugar, ele não estava ajustado à Teoria da Resposta ao Item (TRI, que permite comparar provas de anos diferentes). Então, quando o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) traz a proposta de reformular o exame para que ele atenda a esses propósitos a questão da logística já estava equacionada desde 2005, aos olhos do Inep. O Inep não colocou essa questão logística como um ponto importante na hora da tomada de decisão. Colocou a questão pedagógica.
E essa eu penso que o tempo provou que estava correta a mudança. É óbvio que o abalo que o Inep sofreu com a questão do furto teve repercussão no tempo. A logística já vinha sendo tratada desde 2005. O Enem já tinha 3 milhões de inscritos naquela ocasião. Fomos para 4 milhões. De 1 milhão para 3 milhões é uma mudança de patamar. De 3 para quatro milhões é uma evolução quase que natural. Agora, na minha opinião, o equívoco foram as ameaças constantes que o Inep sofria, e sofreu mesmo depois desse episódio, de ser obrigado a licitar o exame. Nenhum vestibular que é uma fração diminuta do Enem faz isso. O maior vestibular do Brasil, que é a Fuvest, representa 2 a 3% do tamanho do Enem. E o grande ponto ali é que, a cada momento que o Inep dizia que não tinha condições de contratar por menor preço por tudo que a operação envolvia, o Inep era ameaçado, inclusive através dos jornais. Esse nó que foi desatado. Naquela ocasião, como nunca apareceu um novo player na licitação, o Inep preferiu não enfrentar o debate com os órgãos de controle e, antes da edição de 2009, promover a mesma licitação que havia sido realizada nos anteriores 13 anos, na confiança de que aconteceria o mesmo que aconteceu. Então, se houve um erro, foi o de não ter, às vésperas daquele exame, ido ao encontro dos tribunais e órgãos de controle e ter explicitado: "Olha, não é possível fazer dessa maneira, nós estamos fazendo dessa maneira porque só tem um concorrente". Mas já é um faz de conta essa licitação porque não há pessoas habilitadas a promover um exame dessa escala. Então nós estamos aqui correndo um risco desnecessário. Vamos dar toda transparência à contratação, mas vamos fazer o que a USP faz. Tem uma fundação que cuida do seu vestibular e ela acumula conhecimento. Eu entendo que é esse ponto. E é óbvio o impacto que o furto teve. Não foi contratada nenhuma gráfica de fundo de quintal. Foi contratado o maior parque gráfico do País. Que no dia do roubo soltou uma nota dizendo que não havia sido ali, porque eles tinham todas as condições de segurança. Então a própria gráfica tinha segurança de que as suas condições de segurança estavam observadas. E isso foi o que o Inep viu.
O Enem só era usado por algumas universidades particulares, para 300 e poucas mil vagas do ProUni. De repente, ele passa a ser usado pelas universidades federais, que sempre tiveram a maior concorrência, o maior interesse. A importância do Enem passou a ser maior. Tanto que houve um furto. Ninguém tinha se interessado em furtar a prova do Enem antes.
HADDAD - Até hoje está um pouco mal explicado esse episódio do ponto de vista do que pretendia de fato aquele cidadão (que furtou a prova). Porque não era ganhar dinheiro, aparentemente. Alguém que se expõe tanto...
Profª Marcia Gil de Souza
Coordenadora do Ensino Médio
O Estado de São Paulo, 08/08/2011 - São Paulo SP
'O fim do vestibular não é o fim do mérito'
O ministro Fernando Haddad (Educação) diz que o Enem ajuda a 'enxugar' o currículo do ensino médio
Lisandra Paraguassu e Rui Nogueira
Admitindo que o ensino médio foi o que menos reagiu às políticas públicas, o ministro da Educação, Fernando Haddad, espera que o Enem promova a racionalização do currículo e os governo estaduais invistam com prioridade. "Sem ufanismo", ele avalia que há uma reação na qualidade do ensino, que deve ser alavancada pelo Plano Nacional de Educação (PNE). O ministro não teme a profusão de emendas feitas pelos deputados, muitas delas preocupadas apenas com reivindicações trabalhistas dos professores. A seguir a íntegra da entrevista ao Estado:
O senhor diz que alguns temas da sua área precisam ser mais explorados e mais bem discutidos. Quais são eles?
FERNANDO HADDAD - O debate sobre educação não tem sido pautado pelas coisas relevantes. Temos três projetos importantes no Congresso sobre os quais eu tive pouco espaço para falar. Primeiro, o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), que é pouco noticiado e é um programa da maior importância para o País porque completa as reformas que foram iniciadas. Segundo, a reorganização dos hospitais universitários, cujo projeto de lei foi reenviado com regime de urgência. E, terceiro, o PNE (Plano Nacional de Educação). São três programas da maior importância e eu entendo que temos que falar mais disso. Porque, na nossa opinião, é o mais relevante para o País, sem prejuízo de outras questões que despertam interesse do leitor.
E a profusão de emendas ao PNE?
HADDAD - Esse número de emendas na verdade não assusta, em função de várias razões. Primeiro, o mesmo assunto foi tratado em várias emendas. No caso do financiamento, em mais de 100, por exemplo. Então, se você depurar vai ver que se está tratando de poucos temas e que as emendas não alteram substancialmente as metas, não elevam o número de metas para os patamares dos planos anteriores e trabalham mais com a estratégia, aperfeiçoando as estratégias que o Plano prevê. O Plano está sendo discutido em um momento muito feliz. A OCDE (Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) acaba de lançar um vídeo institucional sobre o Pisa (em português, Programa Internacional de Avaliação de Alunos) em que o Brasil é destaque. É a primeira vez na história que o País se destaca positivamente. Todos os destaques eram negativos. Foi o terceiro país que mais evoluiu no Pisa, o que nos valeu um documentário de 20 minutos que está sendo divulgado no mundo todo.
A aprovação do Pronatec, para ampliação do acesso ao ensino médio, não está demorando? O governo da presidente Dilma já está entrando no oitavo mês?
HADDAD - Está trancando a pauta (na Câmara). E nós não retiramos a urgência justamente porque entendemos que é um projeto prioritário. Porque eu estou convencido que o ensino médio brasileiro, que é o que menos reagiu aos estímulos do Ministério da Educação, depende de medidas que estão sendo tomadas - como, por exemplo, o fim do vestibular, a inclusão do no Fundeb, a extensão dos programas de apoio que eram restritos ao fundamental (alimentação, transporte, livro didático) - mas também de ampliarmos o horizonte do jovem. Precisamos ter um segundo turno que permita ao jovem diferenciar seu currículo. Primeiro, ter um currículo mais inteligente no primeiro turno, menos sobrecarregado de conteúdos que ele jamais vai utilizar. É um enxugamento que o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) pretende promover e já está promovendo. O segundo movimento é um segundo turno que é direcionado para a cultura, o esporte e o trabalho. Se promovermos esse movimento a partir do Pronatec, com as medidas que já estão implantadas, vamos ressignificar essa etapa de ensino e permitir ao jovem que não deseja ou não está vocacionado para educação superior concluir a educação básica com condições de pleno exercício da cidadania.
Por que o ensino médio foi o que menos reagiu a essas políticas públicas?
HADDAD - Primeiro porque ele recebe menos atenção dos governos estaduais. Segundo, porque o Ensino Fundamental precisava reagir primeiro. Não havia como melhorar o Médio sem melhorar antes o Fundamental. Terceiro, por falta de um equivalente da Prova Brasil no Ensino Médio, que é um papel que o Enem vai cumprir. E quarto, porque precisamos, a partir do Ensino Médio, promover uma reforma que faça com que a escola responda às expectativas dos estudantes, e não só o estudante às expectativas da escola. Por isso essa diferenciação do currículo com um primeiro turno mais inteligente e um segundo turno mais abrangente do ponto de vista das possibilidades de desenvolvimento intelectual. Essa mudança é que vai completar a reforma dessa etapa.
Inicialmente, uma das fontes pensadas pelo MEC para o Pronatec era o dinheiro do "Sistema S". Como ficou o resultado dessa discussão?
HADDAD - Está prevista em lei a bolsa formação para estudantes do Ensino Médio que vão poder ou fazer o segundo turno em uma escola pública ou nas escolas do Senai e Senac. São duas questões. A do acordo, que vai até 2014, que prevê que 2/3 das verbas de contribuição compulsória sobre a folha de pagamentos seja destinada à gratuidade. Esse acordo vem sendo monitorado e está sendo cumprido. Paralelamente, há uma espécie de duplicação do "Sistema S", que tem outro foco, não exclusivo no trabalhador, mas nos estudantes de Ensino Médio, que nós pretendemos integrar ao Pronatec.
Mas, além disso, havia a questão de uma dívida do "Sistema S" com o governo federal por conta do recolhimento de recursos do salário-educação que foram repassados indevidamente ao Sistema. O MEC falava em usar esses recursos para o Pronatec, transformados em bolsas além do que já deveria ser gratuito por lei.
HADDAD - Isso não está dentro do Pronatec porque está sendo cuidado pelo Tesouro Nacional e pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Isso não é da nossa alçada.
Um dos pontos que o sr. destaca para a melhoria do ensino médio é o fim do vestibular. O que há de meritório no fim ao vestibular?
HADDAD - As pessoas às vezes misturam dois debates diferentes. O fim do vestibular não significa o fim do processo seletivo ou o fim da meritocracia para o acesso à educação superior. Ao contrário, reforça a meritocracia. Segundo, nós estamos sintonizando o Brasil com os melhores sistemas do mundo. Os sistemas universitários chinês, americano, francês, alemão, não têm esse expediente de cada instituição fazer o seu processo seletivo, porque isso causa disfuncionalidades de toda ordem no sistema, com a sobreposição de conteúdos cobrados que acabam se transformando num mega currículo intransponível para a escola em três anos. É uma questão de racionalização e reorganização curricular. Se formos considerar um modelo que me parece o mais adequado eu penso que é o do SAT americano, porque permite que o estudante faça o teste mais de uma vez por ano e se valha da melhor nota em um período de tempo para oferecer à instituição na aplicação para uma vaga. Eu entendo que estamos, com essa reforma, dando uma chance real para o Ensino Médio se reorganizar em bases racionais e lógicas. E, na verdade, haverá um reforço da questão do mérito. Porque você morando em qualquer estado americano, se obtém um bom resultado no SAT, disputa uma vaga em Harvard. E ninguém lembra de Harvard como uma instituição do estado onde ela se encontra. É uma instituição, aliás, aberta para o mundo. Boa parte dos seus estudantes não são americanos.Então, na perspectiva de dar mais robustez para o nosso sistema universitário, eu penso que a seleção em bases nacionais é o que vai promover a convergência de talentos, inclusive por área. Determinadas universidades vão se desenvolver e atrair alunos para determinadas áreas, outras vão se desenvolver em outras. No fim, vai consolidar um sistema que está em expansão, mas precisa se qualificar.
O novo Enem já teve duas edições. O ministério já conseguiu verificar alguma diferença no currículo do ensino médio? Já houve alguma mudança significativa nesse enxugamento que o senhor diz ser necessário?
HADDAD - Eu tenho conversado com professores do ensino médio. A última conversa que tive foi com um professor de Cocal dos Alves (PI), que foi destaque este ano e é recordista de premiação na olimpíada de matemática. Nas palavras dele, o Enem mudou a escola. Eu tenho ouvido muito isso, especialmente daqueles professores muito comprometidos. Os cursinhos estão mudando, está todo mundo se mexendo. É sempre uma questão de ritmo. Em um universo de quase 200 mil escolas a adaptação a um novo regime não é simples.
O Programa Universidade para Todos (ProUni) cresceu muito nos últimos anos, mas nem todos os cursos podem ser considerados de boa qualidade ou mesmo de qualidade razoável. Não há aí um risco de financiamento da mediocridade?
HADDAD - A faculdade ruim não serve nem para o bolsista muito menos ainda para o pagante, que faz um esforço enorme para se formar. Então nós estamos procurando suspender processos seletivos, diminuir vagas de ingresso. Começamos por áreas muito estratégicas - medicina, direito e pedagogia - e já fechamos muitos cursos. Só de medicina já cortamos 800 vagas, mais de 8% das disponíveis. Isso em um País que precisa de mais médicos. A questão da qualidade precisa ser enfrentada. Mas não há como negar que, a partir do momento que se contempla 1 milhão de jovens - vamos fechar esse ano com 1 milhão de beneficiários no ProUni -, na média a vantagem para o jovem de escola pública de baixa renda é inquestionável. Nós estamos mudando a vida de muitas pessoas que não teriam outra oportunidade. É uma rede mais capilarizada que as universidades públicas e até por essa razão...
O MEC tem enfrentado problemas recorrentes de administração. Foi o furto das provas do Enem, os problemas do cabeçalho nas provas seguintes. Agora, recentemente, a cartilha em que o resultado de 10 menos 7 é igual a 4. Como esses erros passam?
HADDAD - É sempre lamentável quando acontece um erro de revisão. Mas o MEC trabalha com quase dois mil títulos. Então, do mesmo jeito que no governo Fernando Henrique Cardoso o Ceará sumiu do mapa, no governo Serra, em São Paulo, outro Paraguai apareceu no mapa. Acontece. Não estou com isso querendo justificar o erro. Tanto é que talvez essa tenha sido a primeira vez que um ministro tenha pedido apoio da CGU (Controladoria-Geral da União) para avaliar o que aconteceu exatamente nesse processo. Nós tomamos as providências cabíveis, reunimos as pessoas que estão usando o livro para fazer as correções devidas. É uma coisa que, infelizmente, acontece, e nós temos que tomar providências para aperfeiçoar o processo. Veja que estamos com o triplo de orçamento com a mesma estrutura. É um ministério que hoje responde pelo quarto ou quinto orçamento do País com a mesma estrutura. O volume de trabalho é muito grande. Isso não justifica, tem que ser apurado, mas em um grande volume de livros e títulos isso pode acontecer. Não deve, mas pode. E eu poderia citar aqui dezenas de falhas de revisão que, infelizmente, às vezes passam. O importante de responsabilizar e apurar é passar uma mensagem para o serviço público em geral que estamos lidando com coisas muito importantes e que esses descuidos não são aceitáveis. Não tive notícia de ninguém ter tomado providências tão duras quanto eu tomei nesses outros episódios que eu citei. As coisas não foram apuradas até fim.
O Enem era um exame de avaliação e passou a ser, na prática, um vestibular nacional. Isso não explica os erros (na impressão e logística) que tumultuaram os últimos exames?
HADDAD - Em relação ao Enem, ele se tornou o que é com o ProUni. Não foi com a reformulação da prova. Com o advento do ProUni nós tínhamos 1 milhão de inscritos e passamos a 3 milhões de inscritos. O grande salto aconteceu em 2005. O que entendemos naquela ocasião: o Enem está preparado para vir a ser o que é o SAT (prova americana). Desde 2005 esse debate vem sendo feito no Brasil. Ocorre que o Enem - e com isso não vai nenhum demérito da proposta original, que teve a melhor das intenções - simplesmente não era aceito pelas universidades de ponta. Porque era considerada uma prova muito fraca. Uma prova completamente insuficiente para o propósito de substituir o vestibular. Em segundo lugar, ele não estava ajustado à Teoria da Resposta ao Item (TRI, que permite comparar provas de anos diferentes). Então, quando o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) traz a proposta de reformular o exame para que ele atenda a esses propósitos a questão da logística já estava equacionada desde 2005, aos olhos do Inep. O Inep não colocou essa questão logística como um ponto importante na hora da tomada de decisão. Colocou a questão pedagógica.
E essa eu penso que o tempo provou que estava correta a mudança. É óbvio que o abalo que o Inep sofreu com a questão do furto teve repercussão no tempo. A logística já vinha sendo tratada desde 2005. O Enem já tinha 3 milhões de inscritos naquela ocasião. Fomos para 4 milhões. De 1 milhão para 3 milhões é uma mudança de patamar. De 3 para quatro milhões é uma evolução quase que natural. Agora, na minha opinião, o equívoco foram as ameaças constantes que o Inep sofria, e sofreu mesmo depois desse episódio, de ser obrigado a licitar o exame. Nenhum vestibular que é uma fração diminuta do Enem faz isso. O maior vestibular do Brasil, que é a Fuvest, representa 2 a 3% do tamanho do Enem. E o grande ponto ali é que, a cada momento que o Inep dizia que não tinha condições de contratar por menor preço por tudo que a operação envolvia, o Inep era ameaçado, inclusive através dos jornais. Esse nó que foi desatado. Naquela ocasião, como nunca apareceu um novo player na licitação, o Inep preferiu não enfrentar o debate com os órgãos de controle e, antes da edição de 2009, promover a mesma licitação que havia sido realizada nos anteriores 13 anos, na confiança de que aconteceria o mesmo que aconteceu. Então, se houve um erro, foi o de não ter, às vésperas daquele exame, ido ao encontro dos tribunais e órgãos de controle e ter explicitado: "Olha, não é possível fazer dessa maneira, nós estamos fazendo dessa maneira porque só tem um concorrente". Mas já é um faz de conta essa licitação porque não há pessoas habilitadas a promover um exame dessa escala. Então nós estamos aqui correndo um risco desnecessário. Vamos dar toda transparência à contratação, mas vamos fazer o que a USP faz. Tem uma fundação que cuida do seu vestibular e ela acumula conhecimento. Eu entendo que é esse ponto. E é óbvio o impacto que o furto teve. Não foi contratada nenhuma gráfica de fundo de quintal. Foi contratado o maior parque gráfico do País. Que no dia do roubo soltou uma nota dizendo que não havia sido ali, porque eles tinham todas as condições de segurança. Então a própria gráfica tinha segurança de que as suas condições de segurança estavam observadas. E isso foi o que o Inep viu.
O Enem só era usado por algumas universidades particulares, para 300 e poucas mil vagas do ProUni. De repente, ele passa a ser usado pelas universidades federais, que sempre tiveram a maior concorrência, o maior interesse. A importância do Enem passou a ser maior. Tanto que houve um furto. Ninguém tinha se interessado em furtar a prova do Enem antes.
HADDAD - Até hoje está um pouco mal explicado esse episódio do ponto de vista do que pretendia de fato aquele cidadão (que furtou a prova). Porque não era ganhar dinheiro, aparentemente. Alguém que se expõe tanto...
Profª Marcia Gil de Souza
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