Dois textos, dois autores, duas gerações, mesmo assunto, mesmo reconhecimento, mesma emoção. Foi impossível ler um e não me remeter ao outro.
“Goffredo: da morte à vida” ( Tendências/Debates - Folha de São Paulo, 27/06/2010 ). O autor é o advogado Tercio Sampaio Ferraz Junior, 68 anos, professor titular da Faculdade de Direito da USP. Nesse texto, Tercio Sampaio não só retrata seu pesar por um ano de falecimento do professor Goffredo da Silva Telles, mas, principalmente, expressa seus sinceros agradecimentos ao grande mestre e manifesta sua profunda admiração pelo exímio profissional o qual teve como professor e, certamente, como modelo de vida.
Marcou-me as passagens que transcrevo: “ ‘É da natureza do cérebro humano sentir dentro de estruturas, e perceber a parte dentro do todo e o todo dentro de um todo maior’, dizia ele. Essa preocupação primária com o todo sempre conformou o raciocínio vivo, didaticamente forte de Goffredo. Talvez daí derivasse o encanto reconhecido de suas aulas, aquela sensação envolvente de um espetáculo sem falhas, onde tudo se fechava e se completava, e que arrebatava o aluno que o ouvia, inspirando certeza, segurança e paz... Daí a razão de sua iniciação à ciência do direito(de conteúdo conhecido de gerações de alunos) ocupar-se inicialmente com uma teoria do ser para depois ali inserir o direito e este dentro da ética etc... Pois, se direito tem a ver com liberdade e esta, com o mistério de ser humano, talvez se entenda por que Goffredo, ao término de seus cursos, nunca se cansou de repetir que o direito tem suas raízes enterradas no coração humano.”
O professor, o mestre, ficou na memória do autor, do aluno, por ter sido uma referência marcante e clarificadora de como ser. Pelas palavras desse artigo, se respira, transpira, pelos poros atravessam saudades e admiração por um ser especial que, com certeza, foi o inspirador de uma escolha feita, de um caminho encontrado.
O segundo artigo, também escrito no mês de junho, para ser publicado no próximo número do GNovidade , é de autoria de Pedro Reno Gama, 13 anos, aluno da F81 do Curso G9. Pedro fala, com encanto reconhecido, sobre uma proposta de trabalho a partir da leitura de um livro. Registro aqui excertos significativos do texto desse adolescente, os quais manifestam o resultado de um trabalho envolvente que lhe inspira certeza, segurança e paz. : “ Um livro...do que é capaz um simples livro? E um trabalho de escola, será que a sua importância vai além de qualquer expectativa?...É, mas tudo mudou depois de uma proposta de trabalho sobre um livro, ou melhor, o livro...Junto com o livro, veio a proposta de trabalho, que propunha a criação de textos subjetivos relacionados a vários temas que nos rodeiam no dia a dia...Admito, foi a parte mais emocionante, foi algo realmente que guardarei para o resto da vida. Enquanto fazia o trabalho, refletia coisas que nunca refletiria na vida, coisas que só quando paramos para pensar, sentimos o quanto é grande o dom de viver. Família, amizade, escola, professores e vários outros valores que só sentimos como são preciosos, quando temos esse momento especial do refletir, esse momento que só um conjunto de mestres extremamente inteligentes poderiam proporcionar, que só professores como os meus conseguiriam proporcionar.”
Os trabalhos mencionados nos dois textos mostram professores transformadores do mundo, responsáveis por encaminhamentos significativos, por revelações, por descobertas decisivas, por paradigmas, por momentos iluminadores. Marcas provocantes e instigantes deixadas para repensar o papel do professor na vida de cada um. Marcas fundamentais na formação e transformação de seres humanos.
Profª Maria Aparecida Fernandes
sexta-feira, 23 de julho de 2010
segunda-feira, 19 de julho de 2010
AS GERAÇÕES “Y”, “Z” E AS PROFISSÕES
Muito se tem discutido atualmente sobre o comportamento das gerações “Y”, aqueles que completaram 21 anos a partir do ano 2000, e “Z”, nome dado aos nascidos a partir de meados dos anos 90.
Seus integrantes são classificados como consumidores vorazes de tecnologia, senhores de todo e qualquer aparelho eletrônico, altamente egocêntricos e insatisfeitos com o trabalho, mudando de emprego como quem muda de roupa.
Se essas observações são corretas, há dúvidas sobre o futuro de algumas profissões tradicionais e necessárias, como médicos, engenheiros, advogados e... professores.
Avanços tecnológicos sempre provocaram mudanças profundas no comportamento das pessoas. Após a popularização da televisão, acabaram as conversas na calçada; depois dos celulares com música, pouca gente é vista nas ruas sem estar com os fones ligados aos ouvidos. Eventualmente vejo alguém aparentemente falando sozinho e só depois percebo que está usando um “bluetooth” numa ligação telefônica.
Trabalhando com adolescentes e ajudando a prepará-los para os principais vestibulares do país há vários anos (acho que minha geração seria rotulada como “W”, se mantida a sequência), percebo que os alunos realmente vão se diferenciando ao longo do tempo, com dificuldades crescentes de concentração e expressão, notadamente quando têm de interpretar textos ou mesmo quando fazem perguntas em aula. Essas dificuldades talvez possam ser atribuídas à grande quantidade de informação à disposição nos computadores e na própria televisão, além da maneira pela qual essas informações são consumidas e produzidas. No “twitter” podem ser usados, no máximo, 140 caracteres para expressar um pensamento (normalmente fútil) e na tevê não há programa que não seja interrompido a cada 10 ou 15 minutos por intervalos comerciais (exceção feita ao futebol, que, convenhamos, não é a melhor fonte de cultura).
Dessa forma, parece justa a preocupação quanto ao futuro de determinadas profissões. Já imaginou um médico incapaz de se concentrar numa cirurgia por mais do que quinze minutos, um advogado que tenha que defender uma causa usando no máximo 140 caracteres ou, pior, um professor alienado que vive com fones no ouvido o tempo todo?
Não creio num futuro sem médicos, engenheiros e advogados.
Em vez de assumir uma postura pessimista com relação ao futuro desses jovens e temer por essas profissões (me incomoda o nome geração “Z”, pois parece que será a última), penso se não seria o nosso distanciamento em relação a eles que causa essa impressão, pois a cada ano que passa estamos mais velhos, mais resistentes às novas tecnologias, enquanto o adolescente tem sempre a “mesma idade”.
É fato que algumas pessoas dão bons médicos, engenheiros, advogados e professores, mas também é certo que nem todos nascem para a filosofia ou a arte. Não é demais lembrar que entre todos que se formam, alguns são excelentes no que fazem, a maioria não.
Mesmo tendo momentos de desânimo com o comportamento geral, continuo observando adolescentes com grande potencial, que certamente darão bons profissionais em quaisquer áreas. Gostam de ler, escrevem bem, são sensíveis e receptivos aos conhecimentos que transmitimos, especialmente quando conseguimos “tocá-los”. Será que o porcentual desses alunos não é o mesmo de sempre?
Devemos, como professores, procurar mostrar não as desvantagens do mundo moderno, mas as vantagens de manter um pensamento crítico com relação às coisas, de tal forma que usar poucas palavras para se expressar seja uma opção (alguém se lembra de telegrama?) e não a única forma possível de comunicação, que se as informações se sucedem como numa avalanche, a alguém interessa que não exista tempo para muita reflexão sobre o que é divulgado, que a internet é extremamente útil mas que também traz um amontoado de besteiras, que música feita por computador pode ser ótima para dançar, mas nada supera uma sinfonia em riqueza de sons, que a beleza de um texto só pode ser percebida se nos dispusermos a lê-lo com a atenção devida.
Li num artigo que o torcedor fanático por futebol cobra de seu time tudo aquilo que não consegue ser: organizado, disciplinado, ter grande capacidade de improvisação quando necessário e, acima de tudo, possuir garra e amor à camisa. Não estaríamos nós projetando nas gerações atuais nossas próprias deficiências? Afinal, quem é responsável pelo comportamento dos adolescentes?
“Se educarmos as crianças, não precisaremos punir os adultos” – Pitágoras.
Italo Mammini Filho, professor de química do ensino médio e pré-vestibulares.
Seus integrantes são classificados como consumidores vorazes de tecnologia, senhores de todo e qualquer aparelho eletrônico, altamente egocêntricos e insatisfeitos com o trabalho, mudando de emprego como quem muda de roupa.
Se essas observações são corretas, há dúvidas sobre o futuro de algumas profissões tradicionais e necessárias, como médicos, engenheiros, advogados e... professores.
Avanços tecnológicos sempre provocaram mudanças profundas no comportamento das pessoas. Após a popularização da televisão, acabaram as conversas na calçada; depois dos celulares com música, pouca gente é vista nas ruas sem estar com os fones ligados aos ouvidos. Eventualmente vejo alguém aparentemente falando sozinho e só depois percebo que está usando um “bluetooth” numa ligação telefônica.
Trabalhando com adolescentes e ajudando a prepará-los para os principais vestibulares do país há vários anos (acho que minha geração seria rotulada como “W”, se mantida a sequência), percebo que os alunos realmente vão se diferenciando ao longo do tempo, com dificuldades crescentes de concentração e expressão, notadamente quando têm de interpretar textos ou mesmo quando fazem perguntas em aula. Essas dificuldades talvez possam ser atribuídas à grande quantidade de informação à disposição nos computadores e na própria televisão, além da maneira pela qual essas informações são consumidas e produzidas. No “twitter” podem ser usados, no máximo, 140 caracteres para expressar um pensamento (normalmente fútil) e na tevê não há programa que não seja interrompido a cada 10 ou 15 minutos por intervalos comerciais (exceção feita ao futebol, que, convenhamos, não é a melhor fonte de cultura).
Dessa forma, parece justa a preocupação quanto ao futuro de determinadas profissões. Já imaginou um médico incapaz de se concentrar numa cirurgia por mais do que quinze minutos, um advogado que tenha que defender uma causa usando no máximo 140 caracteres ou, pior, um professor alienado que vive com fones no ouvido o tempo todo?
Não creio num futuro sem médicos, engenheiros e advogados.
Em vez de assumir uma postura pessimista com relação ao futuro desses jovens e temer por essas profissões (me incomoda o nome geração “Z”, pois parece que será a última), penso se não seria o nosso distanciamento em relação a eles que causa essa impressão, pois a cada ano que passa estamos mais velhos, mais resistentes às novas tecnologias, enquanto o adolescente tem sempre a “mesma idade”.
É fato que algumas pessoas dão bons médicos, engenheiros, advogados e professores, mas também é certo que nem todos nascem para a filosofia ou a arte. Não é demais lembrar que entre todos que se formam, alguns são excelentes no que fazem, a maioria não.
Mesmo tendo momentos de desânimo com o comportamento geral, continuo observando adolescentes com grande potencial, que certamente darão bons profissionais em quaisquer áreas. Gostam de ler, escrevem bem, são sensíveis e receptivos aos conhecimentos que transmitimos, especialmente quando conseguimos “tocá-los”. Será que o porcentual desses alunos não é o mesmo de sempre?
Devemos, como professores, procurar mostrar não as desvantagens do mundo moderno, mas as vantagens de manter um pensamento crítico com relação às coisas, de tal forma que usar poucas palavras para se expressar seja uma opção (alguém se lembra de telegrama?) e não a única forma possível de comunicação, que se as informações se sucedem como numa avalanche, a alguém interessa que não exista tempo para muita reflexão sobre o que é divulgado, que a internet é extremamente útil mas que também traz um amontoado de besteiras, que música feita por computador pode ser ótima para dançar, mas nada supera uma sinfonia em riqueza de sons, que a beleza de um texto só pode ser percebida se nos dispusermos a lê-lo com a atenção devida.
Li num artigo que o torcedor fanático por futebol cobra de seu time tudo aquilo que não consegue ser: organizado, disciplinado, ter grande capacidade de improvisação quando necessário e, acima de tudo, possuir garra e amor à camisa. Não estaríamos nós projetando nas gerações atuais nossas próprias deficiências? Afinal, quem é responsável pelo comportamento dos adolescentes?
“Se educarmos as crianças, não precisaremos punir os adultos” – Pitágoras.
Italo Mammini Filho, professor de química do ensino médio e pré-vestibulares.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Diretrizes Curriculares Nacionais e a interdisciplinaridade
Professores, coordenadores e diretores,
Existe, hoje, uma preocupação grande, por parte de todos os educadores, em promover a interdisciplinaridade nas escolas.
O CNE, composto por novos conselheiros eleitos recentemente, estabeleceu as diretrizes curriculares nacionais contemplando 20% dos 200 dias letivos para trabalho com projetos interdisciplinares. Penso que é uma boa reflexão para nós. Deixo abaixo a notícia a respeito.
Portal G1, 14/07/2010
Educação básica deve ser conjunto orgânico e articulado, afirma CNE
Ciclo engloba desde a educação infantil até o ensino médio. Diretrizes curriculares foram publicadas no Diário Oficial da União - Do G1, em São Paulo
O Conselho Nacional de Educação (CNE) estabeleceu, em resolução publicada nesta quarta-feira (14) no Diário Oficial da União, as diretrizes curriculares nacionais gerais para a educação básica, que servem como uma referência para os governos federal, estaduais e municipais. De acordo com a relatora do texto, Clélia Brandão, que é membro da Câmara da Educação Básica do conselho, e professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Goiás, a grande orientação do texto é que a educação básica, que engloba a educação infantil, o ensino fundamental e o médio, seja vista como um conjunto. “Não dá mais para pensar o ensino por etapas, mas de forma articulada, orgânica”, disse. O texto das diretrizes fala em "conjunto orgânico, sequencial e articulado das etapas e modalidades da Educação Básica".
O texto destaca também a importância da “qualidade social” da educação, que, segundo Clélia, é a capacidade de universalizar o acesso e promover a permanência do estudante e a conclusão dos estudos com um aprendizado real. “Esse é o grande desafio atual da educação”, afirmou. De acordo com as diretrizes, as escolas devem destinar 20% do total de 200 dias letivos com 800 horas de aula ao desenvolvimento de projetos interdisciplinares com os alunos. “É uma possibilidade de trazer novos temas às aulas, de inserir novas discussões”, disse Clélia.
Profª Marcia Gil
Existe, hoje, uma preocupação grande, por parte de todos os educadores, em promover a interdisciplinaridade nas escolas.
O CNE, composto por novos conselheiros eleitos recentemente, estabeleceu as diretrizes curriculares nacionais contemplando 20% dos 200 dias letivos para trabalho com projetos interdisciplinares. Penso que é uma boa reflexão para nós. Deixo abaixo a notícia a respeito.
Portal G1, 14/07/2010
Educação básica deve ser conjunto orgânico e articulado, afirma CNE
Ciclo engloba desde a educação infantil até o ensino médio. Diretrizes curriculares foram publicadas no Diário Oficial da União - Do G1, em São Paulo
O Conselho Nacional de Educação (CNE) estabeleceu, em resolução publicada nesta quarta-feira (14) no Diário Oficial da União, as diretrizes curriculares nacionais gerais para a educação básica, que servem como uma referência para os governos federal, estaduais e municipais. De acordo com a relatora do texto, Clélia Brandão, que é membro da Câmara da Educação Básica do conselho, e professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Goiás, a grande orientação do texto é que a educação básica, que engloba a educação infantil, o ensino fundamental e o médio, seja vista como um conjunto. “Não dá mais para pensar o ensino por etapas, mas de forma articulada, orgânica”, disse. O texto das diretrizes fala em "conjunto orgânico, sequencial e articulado das etapas e modalidades da Educação Básica".
O texto destaca também a importância da “qualidade social” da educação, que, segundo Clélia, é a capacidade de universalizar o acesso e promover a permanência do estudante e a conclusão dos estudos com um aprendizado real. “Esse é o grande desafio atual da educação”, afirmou. De acordo com as diretrizes, as escolas devem destinar 20% do total de 200 dias letivos com 800 horas de aula ao desenvolvimento de projetos interdisciplinares com os alunos. “É uma possibilidade de trazer novos temas às aulas, de inserir novas discussões”, disse Clélia.
Profª Marcia Gil
Marcadores:
Interdisciplinaridade na educação básica
Arte na educação básica - Lei 9394/96
Colegas, no jornal Estado de São Paulo saiu uma notícia que interessa a todos. Repasso abaixo.
Estadão.edu, 14/07/2010 - São Paulo SP
Ensino de Artes será obrigatório na educação básica
Objetivo é 'promover o desenvolvimento cultural dos alunos'; lei foi publicada na edição desta quarta-feira do DOU
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou lei que obriga o ensino de Artes em todos os níveis da educação básica. A decisão foi publicada na edição desta quarta-feira do Diário Oficial da União. A Lei 12.287, de 13 de julho de 2010, altera o segundo parágrafo do artigo 26 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Pela nova redação, os currículos do ensino fundamental e médio devem conter o "ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais". O objetivo, diz o texto, é "promover o desenvolvimento cultural dos alunos".
Para quem quiser acessar a LDB 9394/96, com as devidas alteraçoes, feitas no Art26 & 2º, deixo o link : Lei 9394/96
Profª Marcia Gil
Estadão.edu, 14/07/2010 - São Paulo SP
Ensino de Artes será obrigatório na educação básica
Objetivo é 'promover o desenvolvimento cultural dos alunos'; lei foi publicada na edição desta quarta-feira do DOU
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou lei que obriga o ensino de Artes em todos os níveis da educação básica. A decisão foi publicada na edição desta quarta-feira do Diário Oficial da União. A Lei 12.287, de 13 de julho de 2010, altera o segundo parágrafo do artigo 26 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Pela nova redação, os currículos do ensino fundamental e médio devem conter o "ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais". O objetivo, diz o texto, é "promover o desenvolvimento cultural dos alunos".
Para quem quiser acessar a LDB 9394/96, com as devidas alteraçoes, feitas no Art26 & 2º, deixo o link : Lei 9394/96
Profª Marcia Gil
Marcadores:
Alteração curricular na LDB 9394/96
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Agrotóxicos presentes no dia-a-dia aumentam o risco de déficit de atenção e hiperatividade nas crianças
A exposição a agrotóxicos organofosforados tem sido associada a uma série de efeitos adversos no desenvolvimento cerebral das crianças, como é o caso de problemas na capacidade cognitiva e no comportamento. As crianças realmente são mais vulneráveis aos efeitos desses pesticidas, primeiro por apresentarem um cérebro ainda em formação e também porque, por apresentarem menor peso, é maior a concentração relativa dessas substâncias no corpo quando comparado aos adultos. Além disso, as crianças têm um menor contingente de enzimas desintoxicantes.
Entre as crianças, a dieta é uma das principais fontes de contato com os agrotóxicos e as evidências dos seus riscos neurotóxicos têm origem em estudos que avaliaram populações com altos níveis de exposição aos pesticidas. Uma nova pesquisa publicada na última edição do jornal oficial da Academia Americana de Pediatria demonstrou que mesmo níveis habituais de agrotóxicos presentes no cotidiano da maioria das pessoas podem exercer mudanças no cérebro das crianças, aumentando a chance delas apresentarem o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Mais de 1100 crianças americanas com idades entre 8 e 15 anos foram estudadas. Os pais responderam a um questionário para diagnóstico de TDAH que revelou que cerca de 10% das crianças preenchiam os critérios diagnósticos necessários. As crianças foram submetidas a uma análise da concentração de traços de agrotóxicos na urina e os resultados apontaram que quanto maior essa concentração maior a chance das crianças serem classificadas como portadoras de TDAH. Aquelas que tinham a concentração desses elementos acima da média dos participantes tinham duas vezes mais chances de apresentar o diagnóstico quando comparadas às que não tinham sinais dos pesticidas na urina.
É importante ressaltar que as crianças incluídas no estudo representavam uma amostra aleatória e representativa da população americana, diferente dos estudos que o precederam, que avaliaram o efeito da superexposição aos agrotóxicos como, por exemplo, inalação de pesticidas por mulheres grávidas. A maior contribuição dessa pesquisa foi ter demonstrado que não só doses altas de organofosforados têm associação com a chance de uma criança apresentar TDAH, mas mesmo a exposição “inocente” a essas substâncias no cotidiano pode contribuir para o desenvolvimento do problema.
E quando se pensa na dieta das crianças, não são apenas os agrotóxicos que podem ter impacto no cérebro das crianças. Alguns estudos têm chamado a atenção de que alimentos com aditivos artificiais podem piorar os sintomas entre crianças com o diagnóstico de TDAH e também podem aumentar a chance de sintomas de hiperatividade, impulsividade e desatenção entre aquelas não portadoras de TDAH.
Fonte: consciencianodiaadia.com, em 02/06/2010
Glauber Luz – Professor do Ensino Fundamental II do Curso G9.
Entre as crianças, a dieta é uma das principais fontes de contato com os agrotóxicos e as evidências dos seus riscos neurotóxicos têm origem em estudos que avaliaram populações com altos níveis de exposição aos pesticidas. Uma nova pesquisa publicada na última edição do jornal oficial da Academia Americana de Pediatria demonstrou que mesmo níveis habituais de agrotóxicos presentes no cotidiano da maioria das pessoas podem exercer mudanças no cérebro das crianças, aumentando a chance delas apresentarem o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Mais de 1100 crianças americanas com idades entre 8 e 15 anos foram estudadas. Os pais responderam a um questionário para diagnóstico de TDAH que revelou que cerca de 10% das crianças preenchiam os critérios diagnósticos necessários. As crianças foram submetidas a uma análise da concentração de traços de agrotóxicos na urina e os resultados apontaram que quanto maior essa concentração maior a chance das crianças serem classificadas como portadoras de TDAH. Aquelas que tinham a concentração desses elementos acima da média dos participantes tinham duas vezes mais chances de apresentar o diagnóstico quando comparadas às que não tinham sinais dos pesticidas na urina.
É importante ressaltar que as crianças incluídas no estudo representavam uma amostra aleatória e representativa da população americana, diferente dos estudos que o precederam, que avaliaram o efeito da superexposição aos agrotóxicos como, por exemplo, inalação de pesticidas por mulheres grávidas. A maior contribuição dessa pesquisa foi ter demonstrado que não só doses altas de organofosforados têm associação com a chance de uma criança apresentar TDAH, mas mesmo a exposição “inocente” a essas substâncias no cotidiano pode contribuir para o desenvolvimento do problema.
E quando se pensa na dieta das crianças, não são apenas os agrotóxicos que podem ter impacto no cérebro das crianças. Alguns estudos têm chamado a atenção de que alimentos com aditivos artificiais podem piorar os sintomas entre crianças com o diagnóstico de TDAH e também podem aumentar a chance de sintomas de hiperatividade, impulsividade e desatenção entre aquelas não portadoras de TDAH.
Fonte: consciencianodiaadia.com, em 02/06/2010
Glauber Luz – Professor do Ensino Fundamental II do Curso G9.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Dia Mundial do Meio Ambiente 2010
Você sabia que você é um em um milhão? Ou, mais precisamente, uma espécie entre milhões que habitam o nosso planeta? Mesmo assim, humanos fazem parte de um número reduzido de espécies que apresentam crescimento em sua população. Enquanto isso, muitas outras estão se extinguindo.
Sabe-se que um total de 17.291 espécies estão ameaçadas de extinção - desde plantas e insetos pouco conhecidos até as mais carismáticas aves e mamíferos. E isso mal reflete a dimensão do problema; muitas espécies desaparecem antes mesmo de serem descobertas.
A razão? A atividade humana. Em busca do desenvolvimento, nós causamos o desaparecimento de grandes partes das florestas originais, drenamos metade dos pantanais do mundo, acabamos com três quartos das unidades populacionais de peixes e emitimos a quantidade suficiente de gases de efeito estufa para manter o nosso planeta aquecendo pelos próximos séculos. Nós pisamos no acelerador e provocamos um ritmo de extinção de espécies mil vezes maior do que o ritmo natural.
Consequentemente, nós estamos arriscando, de maneira progressiva, perder algo que é fundamental para a nossa sobrevivência. A variedade de vidas do nosso planeta - conhecida como "biodiversidade" - nos fornece alimentos, vestuário, combustível, remédios e muito, muito mais. Você pode até achar que aquele besouro do seu quintal ou a grama que cresce na rua não tem nenhuma conexão importante com a sua vida - mas tem. Mesmo quando uma única espécie é retirada dessa complexa teia da vida, o resultado pode ser catastrófico.
Por isso, a Organização das Nações Unidas declarou o ano de 2010 o Ano Internacional da Biodiversidade. Essa é uma oportunidade para enfatizar a importância da biodiversidade para o bem-estar humano; reflete nas nossas conquistas para proteger e estimular a multiplicação dos nossos esforços para reduzir a taxa de perdas da biodiversidade.
O tema do Dia Mundial do Meio Ambiente 2010 (WED 2010, na sigla em inglês) é "Muitas espécies. Um planeta. Um futuro". Este tema reflete o apelo em prol da conservação da diversidade de vida no nosso planeta. Milhões de pessoas e milhões de espécies dividem o mesmo planeta e se agirmos juntos poderemos todos desfrutar de um futuro mais próspero e seguro.
Ao comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente, nos permitimos considerar mais cuidadosamente as atitudes que devemos tomar pelo nosso objetivo comum de preservar a vida no planeta.
Para celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente e o Ano Internacional da Biodiversidade, podemos empregar o nosso poder individual e coletivo para deter a extinção das espécies. Atividades de conservação já preveniram o desaparecimento de espécies e restauraram habitats naturais vitais do mundo. Não só neste ano, mas que se torne uma prática costumeira de todos, vamos nos determinar a fazer muito mais pela biodiversidade, para assim vencermos a corrida contra a extinção!
PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
Clóvis José Fernandes
Professor de Geografia do Ensino Fundamental II do Curso G9.
Sabe-se que um total de 17.291 espécies estão ameaçadas de extinção - desde plantas e insetos pouco conhecidos até as mais carismáticas aves e mamíferos. E isso mal reflete a dimensão do problema; muitas espécies desaparecem antes mesmo de serem descobertas.
A razão? A atividade humana. Em busca do desenvolvimento, nós causamos o desaparecimento de grandes partes das florestas originais, drenamos metade dos pantanais do mundo, acabamos com três quartos das unidades populacionais de peixes e emitimos a quantidade suficiente de gases de efeito estufa para manter o nosso planeta aquecendo pelos próximos séculos. Nós pisamos no acelerador e provocamos um ritmo de extinção de espécies mil vezes maior do que o ritmo natural.
Consequentemente, nós estamos arriscando, de maneira progressiva, perder algo que é fundamental para a nossa sobrevivência. A variedade de vidas do nosso planeta - conhecida como "biodiversidade" - nos fornece alimentos, vestuário, combustível, remédios e muito, muito mais. Você pode até achar que aquele besouro do seu quintal ou a grama que cresce na rua não tem nenhuma conexão importante com a sua vida - mas tem. Mesmo quando uma única espécie é retirada dessa complexa teia da vida, o resultado pode ser catastrófico.
Por isso, a Organização das Nações Unidas declarou o ano de 2010 o Ano Internacional da Biodiversidade. Essa é uma oportunidade para enfatizar a importância da biodiversidade para o bem-estar humano; reflete nas nossas conquistas para proteger e estimular a multiplicação dos nossos esforços para reduzir a taxa de perdas da biodiversidade.
O tema do Dia Mundial do Meio Ambiente 2010 (WED 2010, na sigla em inglês) é "Muitas espécies. Um planeta. Um futuro". Este tema reflete o apelo em prol da conservação da diversidade de vida no nosso planeta. Milhões de pessoas e milhões de espécies dividem o mesmo planeta e se agirmos juntos poderemos todos desfrutar de um futuro mais próspero e seguro.
Ao comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente, nos permitimos considerar mais cuidadosamente as atitudes que devemos tomar pelo nosso objetivo comum de preservar a vida no planeta.
Para celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente e o Ano Internacional da Biodiversidade, podemos empregar o nosso poder individual e coletivo para deter a extinção das espécies. Atividades de conservação já preveniram o desaparecimento de espécies e restauraram habitats naturais vitais do mundo. Não só neste ano, mas que se torne uma prática costumeira de todos, vamos nos determinar a fazer muito mais pela biodiversidade, para assim vencermos a corrida contra a extinção!
PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
Clóvis José Fernandes
Professor de Geografia do Ensino Fundamental II do Curso G9.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Popularização da ciência e Nova Sociedade do Conhecimento
“Ninguém pode orgulhar-se de haver dito a última palavra sobre uma teoria, enquanto não a puder explicar em termos simples a qualquer um que encontre pelo caminho” Gorgonne (matemático do século XIX)
Popularização da ciência e Nova Sociedade do Conhecimento
Assistimos um avanço extraordinário, patrocinado pela ciência e tecnologia, que impactou profundamente a sociedade no século XX e continuará a impactar neste e certamente nos próximos séculos,o que conduzirá ao que muitos autores já prenunciam chamar de “Nova Sociedade do Conhecimento”. Sendo assim, a proposta deste post é discutir, ainda que brevemente, sobre uma possível e necessária popularização da ciência, que vem ganhando força e novos aliados nas diversas instâncias envolvidas com a produção e disseminação do conhecimento, que buscam elaborar e por em prática diversas iniciativas que tentam como objetivo minimizar o crescente afastamento entre ciência e povo.
Quando falamos sobre a necessidade da popularização da ciência, assumimos que a ciência (em especial a ciência clássica desenvolvida entre séculos XVI e XVIII) não é popular e por motivos diversos afastou-se de uma forma um tanto quanto perigosa do domínio público. Ao falarmos de popularização da ciência, também assumimos a premissa que é possível e necessário trabalhar no sentido de vencer o abismo crescente que se instalou entre o conhecimento científico e o povo, em especial entre as classes populares.
Várias questões nos vem a mente quando pensamos neste tema, como por exemplo como se iniciou o processo de afastamento entre o discurso científico e a linguagem popular, ou ainda como podemos chegar a Nova sociedade do conhecimento quando na verdade a maioria das pessoas encontra-se a margem do que se produz e se discuti nas academias e outros lugares de produção de conhecimento. Vem ainda a mente a real necessidade de se popularizar o conhecimento científico e como realmente fazer isso de uma forma eficaz.
Este século tem se glorificado dos inúmeros avanços científico-tecnológicos sem precedentes. As novas tecnologias que tem sido desenvolvidas afim de se aprimorar e criar novos meios e métodos de comunicação têm suscitado oportunidades inimagináveis para a comunidade científica e uma pequena parcela da população. No entanto, por terem sido produzidos sob as bases de uma sociedade capitalista e dividida em classes, a maior parte desses benefícios estão distribuídos de forma extremamente desigual, e certamente continuará assim e se agravará até atingir limites que não conseguimos imaginar.
Em sua dissertação de mestrado, Luisa Massarani afirma que “é possível para o público geral entender os fundamentos básicos da ciência, entender os métodos científicos de pensar, entender a abordagem prática para a investigação científica, entender as relações entre ciência e sociedade, entender as limitações dos cientistas...”.
Esse entendimento não apenas é possível como urgentemente necessário, sobretudo para garantir o mínimo controle social da ciência pela população. Principalmente, considerando que vários encaminhamentos de natureza científica envolvem riscos e custos, além de aspectos simbólico-culturais que deveriam necessariamente passar pelo crivo da maioria do povo. Questões como, produção de alimentos transgênicos, clonagem humana, eutanásia, utilização de células troncos e muitas outras, são exemplos de como um conhecimento mínimo de assuntos pertinentes a ciência e suas aplicações é fundamental para a garantia de uma democracia, pelo menos, representativa e de qualidade razoável. Nesse sentido, é importante fazer as mesmas perguntas de Ennio Candotti, professor da Universidade Federal de Campina Grande e ex-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC): “Tudo que está ao nosso alcance em termos de desenvolvimento e aplicações do conhecimento científico, deve ser realizado? Tudo o que é possível fazer, deve ser feito? Quem deve decidir isso”?
Conforme o professor Candotti, um dos mais sérios problemas enfrentados pela SBPC tem sido a permanente cobrança dos governos em busca de pareceres da comunidade científica sobre questões polêmicas, como o conhecido caso dos transgênicos e da clonagem de seres humanos. Questões que segundo ele deveriam levar em consideração o parecer da maioria da população. No entanto, para poder opinar o povo precisaria dominar um conhecimento mínimo dos assuntos em pauta, o que não é o caso.
A população precisa ver o desenvolvimento científico como sendo um meio de manifestação cultural , e como qualquer outro destes meios, também é patrimônio da humanidade. Seus prejuízos sempre serão divididos igualmente com todos, mas os benefícios estão restritos a apenas alguns. O conhecimento científico é a forma mais eficaz de poder que conseguimos inventar. Não é justo, nem seguro que fique aos cuidados de algumas poucas minorias. Por isso, nós educadores científicos e/ou sociais temos que assumir o compromisso com a popularização da ciência e, unidos, procurar meios de vencer o abismo que há entre o povo e a ciência para então conseguirmos caminhar numa direção na qual tenhamos um novo mundo onde as desigualdades poderão ser minimizadas e a democracia realmente seja uma realidade entre os indivíduos que compõe os diferentes grupos e nações, construindo então uma verdadeira “Nova Sociedade do Conhecimento”.
Para saber mais vale ler:
ALVES, Ruben. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. 6 ed. São Paulo: Brasiliense, 1985.
CANDOTTI, Ennio, BARROS, Henrique, GERMANO, Marcelo. Mesa Redonda: Os desafios da Popularização da Ciência. Reunião Regional da SBPC, UFCG, novembro de 2003.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.
MASSARANI, Luisa. A divulgação científica no Rio de Janeiro: Algumas reflexões sobre a década de 20, Dissertação de Mestrado, Escola de Comunicação, UFRJ, 1998.
Glauber Luz – Professor do Ensino Fundamental II do Curso G9.
Popularização da ciência e Nova Sociedade do Conhecimento
Assistimos um avanço extraordinário, patrocinado pela ciência e tecnologia, que impactou profundamente a sociedade no século XX e continuará a impactar neste e certamente nos próximos séculos,o que conduzirá ao que muitos autores já prenunciam chamar de “Nova Sociedade do Conhecimento”. Sendo assim, a proposta deste post é discutir, ainda que brevemente, sobre uma possível e necessária popularização da ciência, que vem ganhando força e novos aliados nas diversas instâncias envolvidas com a produção e disseminação do conhecimento, que buscam elaborar e por em prática diversas iniciativas que tentam como objetivo minimizar o crescente afastamento entre ciência e povo.
Quando falamos sobre a necessidade da popularização da ciência, assumimos que a ciência (em especial a ciência clássica desenvolvida entre séculos XVI e XVIII) não é popular e por motivos diversos afastou-se de uma forma um tanto quanto perigosa do domínio público. Ao falarmos de popularização da ciência, também assumimos a premissa que é possível e necessário trabalhar no sentido de vencer o abismo crescente que se instalou entre o conhecimento científico e o povo, em especial entre as classes populares.
Várias questões nos vem a mente quando pensamos neste tema, como por exemplo como se iniciou o processo de afastamento entre o discurso científico e a linguagem popular, ou ainda como podemos chegar a Nova sociedade do conhecimento quando na verdade a maioria das pessoas encontra-se a margem do que se produz e se discuti nas academias e outros lugares de produção de conhecimento. Vem ainda a mente a real necessidade de se popularizar o conhecimento científico e como realmente fazer isso de uma forma eficaz.
Este século tem se glorificado dos inúmeros avanços científico-tecnológicos sem precedentes. As novas tecnologias que tem sido desenvolvidas afim de se aprimorar e criar novos meios e métodos de comunicação têm suscitado oportunidades inimagináveis para a comunidade científica e uma pequena parcela da população. No entanto, por terem sido produzidos sob as bases de uma sociedade capitalista e dividida em classes, a maior parte desses benefícios estão distribuídos de forma extremamente desigual, e certamente continuará assim e se agravará até atingir limites que não conseguimos imaginar.
Em sua dissertação de mestrado, Luisa Massarani afirma que “é possível para o público geral entender os fundamentos básicos da ciência, entender os métodos científicos de pensar, entender a abordagem prática para a investigação científica, entender as relações entre ciência e sociedade, entender as limitações dos cientistas...”.
Esse entendimento não apenas é possível como urgentemente necessário, sobretudo para garantir o mínimo controle social da ciência pela população. Principalmente, considerando que vários encaminhamentos de natureza científica envolvem riscos e custos, além de aspectos simbólico-culturais que deveriam necessariamente passar pelo crivo da maioria do povo. Questões como, produção de alimentos transgênicos, clonagem humana, eutanásia, utilização de células troncos e muitas outras, são exemplos de como um conhecimento mínimo de assuntos pertinentes a ciência e suas aplicações é fundamental para a garantia de uma democracia, pelo menos, representativa e de qualidade razoável. Nesse sentido, é importante fazer as mesmas perguntas de Ennio Candotti, professor da Universidade Federal de Campina Grande e ex-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC): “Tudo que está ao nosso alcance em termos de desenvolvimento e aplicações do conhecimento científico, deve ser realizado? Tudo o que é possível fazer, deve ser feito? Quem deve decidir isso”?
Conforme o professor Candotti, um dos mais sérios problemas enfrentados pela SBPC tem sido a permanente cobrança dos governos em busca de pareceres da comunidade científica sobre questões polêmicas, como o conhecido caso dos transgênicos e da clonagem de seres humanos. Questões que segundo ele deveriam levar em consideração o parecer da maioria da população. No entanto, para poder opinar o povo precisaria dominar um conhecimento mínimo dos assuntos em pauta, o que não é o caso.
A população precisa ver o desenvolvimento científico como sendo um meio de manifestação cultural , e como qualquer outro destes meios, também é patrimônio da humanidade. Seus prejuízos sempre serão divididos igualmente com todos, mas os benefícios estão restritos a apenas alguns. O conhecimento científico é a forma mais eficaz de poder que conseguimos inventar. Não é justo, nem seguro que fique aos cuidados de algumas poucas minorias. Por isso, nós educadores científicos e/ou sociais temos que assumir o compromisso com a popularização da ciência e, unidos, procurar meios de vencer o abismo que há entre o povo e a ciência para então conseguirmos caminhar numa direção na qual tenhamos um novo mundo onde as desigualdades poderão ser minimizadas e a democracia realmente seja uma realidade entre os indivíduos que compõe os diferentes grupos e nações, construindo então uma verdadeira “Nova Sociedade do Conhecimento”.
Para saber mais vale ler:
ALVES, Ruben. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. 6 ed. São Paulo: Brasiliense, 1985.
CANDOTTI, Ennio, BARROS, Henrique, GERMANO, Marcelo. Mesa Redonda: Os desafios da Popularização da Ciência. Reunião Regional da SBPC, UFCG, novembro de 2003.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.
MASSARANI, Luisa. A divulgação científica no Rio de Janeiro: Algumas reflexões sobre a década de 20, Dissertação de Mestrado, Escola de Comunicação, UFRJ, 1998.
Glauber Luz – Professor do Ensino Fundamental II do Curso G9.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
A Biologia é o estudo da vida
A Biologia é o estudo da vida e nada melhor que observar fatos ao nosso redor aos quais não damos importância e buscar neles a sabedoria para encararmos nossos problemas no cotidiano.
As coisas devem ser levadas de forma a serem o mais simples possível, sem essa de tentar achar que o melhor é o mais caro ou o mais pomposo........
Precisamos entender que o consumo exagerado de coisas que depois de algumas horas não nos é mais importante ou necessário tem causado muitas destruições em massa aos recursos ambientais e também nas relações biológicas existentes entre o animal humano e os outros animais, animal humano e vegetal e principalmente animal humano e o próprio animal humano.
Alguns perceberam que toda essa sociedade criada pelos tão inteligentes humanos (??) irá consumir tudo aquilo que nós nem percebemos a falta..Mas depois de por fim a tudo iremos todos perceber a bobagem que fizemos..
Quando o Bicho Homem irá entender que seu nome cientifico é Homo sapiens e que sapiens significa sábio no latim. E ser sábio é saber usar o que tem e não abusar do que não se tem.
É o caso da fábula do porco espinho. O porco espinho é um mamífero roedor de pequeno porte e seu nome é uma referência ao seu inusitado mecanismo de defesa, os espinhos se desprendem de seu corpo com a maior facilidade quando ele se movimenta sacudindo-se e dessa forma seus espinhos atingem seu agressor. Mas não pense que este animal tem a intenção de ferir, de modo algum, ao contrário disso ele é tão seguro de si que não teme outros animais por maiores que sejam como o lobo, as onças, etc.
Ele costuma andar de forma tranquila, calma e despreocupada nas florestas onde vive como se dissesse aos demais "Seja mais cuidadoso, afaste-se". Sua toca é construída de forma bastante cuidadosa sendo que ela contém mais de uma galeria, ou seja, é como se fossem os diversos ambientes de uma casa, como a nossa própria casa.
A Fábula do Porco-espinho
Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhava e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor. Por isso decidiram se afastar uns dos outros e voltaram a morrer congelados, então precisavam fazer uma escolha: ou desapareceriam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros. Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos. Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.
E assim sobreviveram.
Moral da História
O melhor do relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos e diferenças do outro, e admirar suas qualidades.
Axel Conti – Professor de Biologia do Ensino Médio do Curso G9.
As coisas devem ser levadas de forma a serem o mais simples possível, sem essa de tentar achar que o melhor é o mais caro ou o mais pomposo........
Precisamos entender que o consumo exagerado de coisas que depois de algumas horas não nos é mais importante ou necessário tem causado muitas destruições em massa aos recursos ambientais e também nas relações biológicas existentes entre o animal humano e os outros animais, animal humano e vegetal e principalmente animal humano e o próprio animal humano.
Alguns perceberam que toda essa sociedade criada pelos tão inteligentes humanos (??) irá consumir tudo aquilo que nós nem percebemos a falta..Mas depois de por fim a tudo iremos todos perceber a bobagem que fizemos..
Quando o Bicho Homem irá entender que seu nome cientifico é Homo sapiens e que sapiens significa sábio no latim. E ser sábio é saber usar o que tem e não abusar do que não se tem.
É o caso da fábula do porco espinho. O porco espinho é um mamífero roedor de pequeno porte e seu nome é uma referência ao seu inusitado mecanismo de defesa, os espinhos se desprendem de seu corpo com a maior facilidade quando ele se movimenta sacudindo-se e dessa forma seus espinhos atingem seu agressor. Mas não pense que este animal tem a intenção de ferir, de modo algum, ao contrário disso ele é tão seguro de si que não teme outros animais por maiores que sejam como o lobo, as onças, etc.
Ele costuma andar de forma tranquila, calma e despreocupada nas florestas onde vive como se dissesse aos demais "Seja mais cuidadoso, afaste-se". Sua toca é construída de forma bastante cuidadosa sendo que ela contém mais de uma galeria, ou seja, é como se fossem os diversos ambientes de uma casa, como a nossa própria casa.
A Fábula do Porco-espinho
Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhava e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor. Por isso decidiram se afastar uns dos outros e voltaram a morrer congelados, então precisavam fazer uma escolha: ou desapareceriam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros. Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos. Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.
E assim sobreviveram.
Moral da História
O melhor do relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos e diferenças do outro, e admirar suas qualidades.
Axel Conti – Professor de Biologia do Ensino Médio do Curso G9.
terça-feira, 25 de maio de 2010
Quem tem medo de feedback?
Talvez seja mais fácil identificar quem não tem medo de feedback , porque a simples menção a esta palavra já assusta. Quem já não se sentiu intimidado diante de uma avaliação de desempenho?
Por ser essa prática tão importante para o sucesso e o desenvolvimento das pessoas é que escolhi falarmos dela, neste momento e neste meio de comunicação.
Para refletir sobre esse assunto, quero partilhar a leitura do livro “Coach: um parceiro para o seu sucesso”, de Ane Araújo, São Paulo, Editora Gente, 1999.
Coach,o que é isso?
O termo, proveniente do inglês, tem origem no mundo dos esportes e define o papel de professor, treinador, preparador.
Coach é o papel que você assume quando se compromete a apoiar alguém a atingir determinado resultado. Portanto, o processo começa quando uma pessoa procura o seu apoio para resolver um problema ou realizar um projeto e você se interessa, acompanha, incentiva o desenvolvimento de profissionais que o cercam e aceita comprometer-se com o papel. O processo também pode começar por iniciativa sua: você oferece apoio a alguém, que pode aceitar ou não.
Coaching significa comprometer-se com os resultados, mas principalmente com a pessoa como um todo, com a sua realização e o seu desenvolvimento. É dar poder para que o outro adquira competências, produza mudanças específicas em qualquer área da vida ou até, e principalmente, transforme a si mesmo.
Esse compromisso com a pessoa, acompanhando sua evolução, dando suporte nos momentos difíceis e estimulando-a a avançar, vai produzindo no coach uma transformação sutil: ele está sendo útil para alguém. A prática de servir ao desenvolvimento do outro cria um vínculo tão poderoso que, quando a pessoa atinge seus objetivos, é como se o próprio coach estivesse no “pódio”. E de verdade está, pois o objetivo do coach é assegurar que seu “cliente” produza os resultados esperados.
O coaching não é um processo novo. É tradicional nas relações entre pais e filhos, entre professores e alunos, entre colegas de escola - e tão natural que nem percebemos quando desempenhamos. Coaching também é aprender a desaprender. Se não pudermos desaprender, dificilmente seremos bons coaches junto aos nossos pares, pois a maior contribuição desse processo é possibilitar um novo nível de consciência e desempenho aos envolvidos.
Ao iniciar um processo de coaching é imprescindível ter clareza sobre o que o outro quer produzir. Não é possível assessorar alguém sem saber qual é seu objetivo. A visão do futuro e a agenda de realizações pertencem , única e exclusivamente , ao seu par. É necessário conhecê-lo como pessoa, o que pensa, sua competência, seus limites, suas necessidades e compromisso com a sua formação e projeto.
O processo de coaching não está, necessariamente, relacionado a um cargo ou posição, embora exista uma expectativa de que o chefe imediato exerça a função, por ter as condições mais favoráveis em razão de sua responsabilidade pelos mesmos resultados.
É necessário que as etapas do trabalho sejam planejadas, baseadas numa parceria sólida, com clareza da trajetória a ser cumprida, com disciplina e a possibilidade de redirecionar sempre que necessário.
Se a relação entre os parceiros for de confiabilidade, se sentirão seguros e à vontade para apontarem os ajustes que devem ser feitos no decorrer do projeto. Diante dos erros, não haverá acusação, mas análise. Verão as falhas como chances de aprender.
Portanto, o medo à crítica, ao feedback, não terá mais sentido. Ambos crescerão juntos!
Estela Maria de Oliveira – Coordenadora do Ensino Fundamental II do Curso G9
Por ser essa prática tão importante para o sucesso e o desenvolvimento das pessoas é que escolhi falarmos dela, neste momento e neste meio de comunicação.
Para refletir sobre esse assunto, quero partilhar a leitura do livro “Coach: um parceiro para o seu sucesso”, de Ane Araújo, São Paulo, Editora Gente, 1999.
Coach,o que é isso?
O termo, proveniente do inglês, tem origem no mundo dos esportes e define o papel de professor, treinador, preparador.
Coach é o papel que você assume quando se compromete a apoiar alguém a atingir determinado resultado. Portanto, o processo começa quando uma pessoa procura o seu apoio para resolver um problema ou realizar um projeto e você se interessa, acompanha, incentiva o desenvolvimento de profissionais que o cercam e aceita comprometer-se com o papel. O processo também pode começar por iniciativa sua: você oferece apoio a alguém, que pode aceitar ou não.
Coaching significa comprometer-se com os resultados, mas principalmente com a pessoa como um todo, com a sua realização e o seu desenvolvimento. É dar poder para que o outro adquira competências, produza mudanças específicas em qualquer área da vida ou até, e principalmente, transforme a si mesmo.
Esse compromisso com a pessoa, acompanhando sua evolução, dando suporte nos momentos difíceis e estimulando-a a avançar, vai produzindo no coach uma transformação sutil: ele está sendo útil para alguém. A prática de servir ao desenvolvimento do outro cria um vínculo tão poderoso que, quando a pessoa atinge seus objetivos, é como se o próprio coach estivesse no “pódio”. E de verdade está, pois o objetivo do coach é assegurar que seu “cliente” produza os resultados esperados.
O coaching não é um processo novo. É tradicional nas relações entre pais e filhos, entre professores e alunos, entre colegas de escola - e tão natural que nem percebemos quando desempenhamos. Coaching também é aprender a desaprender. Se não pudermos desaprender, dificilmente seremos bons coaches junto aos nossos pares, pois a maior contribuição desse processo é possibilitar um novo nível de consciência e desempenho aos envolvidos.
Ao iniciar um processo de coaching é imprescindível ter clareza sobre o que o outro quer produzir. Não é possível assessorar alguém sem saber qual é seu objetivo. A visão do futuro e a agenda de realizações pertencem , única e exclusivamente , ao seu par. É necessário conhecê-lo como pessoa, o que pensa, sua competência, seus limites, suas necessidades e compromisso com a sua formação e projeto.
O processo de coaching não está, necessariamente, relacionado a um cargo ou posição, embora exista uma expectativa de que o chefe imediato exerça a função, por ter as condições mais favoráveis em razão de sua responsabilidade pelos mesmos resultados.
É necessário que as etapas do trabalho sejam planejadas, baseadas numa parceria sólida, com clareza da trajetória a ser cumprida, com disciplina e a possibilidade de redirecionar sempre que necessário.
Se a relação entre os parceiros for de confiabilidade, se sentirão seguros e à vontade para apontarem os ajustes que devem ser feitos no decorrer do projeto. Diante dos erros, não haverá acusação, mas análise. Verão as falhas como chances de aprender.
Portanto, o medo à crítica, ao feedback, não terá mais sentido. Ambos crescerão juntos!
Estela Maria de Oliveira – Coordenadora do Ensino Fundamental II do Curso G9
terça-feira, 18 de maio de 2010
Marco Civil é lei a favor da internet
Está em curso a segunda fase do debate que está construindo um Marco Civil para a internet no Brasil. Trata-se de um processo inovador, aberto a toda sociedade.
A iniciativa é do Ministerio da Justiça, em parceria com o Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getulio Vargas (CTS-FGV).
Seu objetivo é estabelecer as regras fundamentais para a rede no país. Não através da criminalização, nem da restrição a direitos, mas, sim, pela concretização na rede dos direitos fundamentais estabelecidos pela Constituição. Seus pilares são a defesa da privacidade, da liberdade de expressão, a criação de salvaguardas para sites e blogs, a garantia de direitos básicos de acesso à rede e ampliação do acesso a dados governamentais.
Em síntese, ele propõe que o acesso à internet é requisito para o exercício da cidadania no mundo de hoje.
Contrapõe-se a uma tendência brasileira e global de criminalização e restrição a direitos na rede e é produto da intensa mobilização da sociedade civil contra projetos de lei que radicalizam a regulamentação da rede.
Dentre eles, o polemico projeto de lei nº 84/89, que, na redação atual, estabelece crimes excessivamente amplos, que levam à restrição de direitos dos usuários. È equivocado estabelecer que os conflitos na rede devam ser decididos essencialmente pela esfera criminal, como quer esse projeto.
O Marco Civil é necessário porque hoje, depois de mais de 15 anos de acesso público à internet no país, ainda convivemos com a ausência de regras. Apesar disso, o Judiciário é chamado constantemente para decidir conflitos. Mas, como não há legislação específica, as decisões acabam sendo contraditórias.
Um exemplo é a ordem judicial que mandou bloquear o acesso ao Youtube em todo o Brasil por conta de vídeo da modelo Daniella Cicarelli em situação íntima em praia da Espanha.
Filtrar um site na raiz da conexão de um país é medida extrema, adotada em geral só por regimes autoritários, como China ou Coreia do Norte.
Com a ausência de regras, são comuns também os casos de blogueiros, sites e provedores condenados automaticamente por conteúdos de terceiros. Um exemplo é o autor de um blog no Ceará que foi condenado em R$16 mil por conta de um comentário postado no site.
O objetivo do Marco Civil é reduzir essa atual situação de imprevisibilidade e desenhar os limites da responsabilidade na internet, de forma que blogs, sites e provedores não sejam responsabilizados automaticamente por qualquer conteúdo de terceiros.
Com isso, estimula-se o amadurecimento da “websfera”, criando melhores condições para quem quer inovar e empreender na rede brasileira.
A proposta do marco é de ponderação, de equilíbrio entre interesse diversos. Nesse sentido, seu texto inicial apresentou uma solução intermediaria para a questão, baseada nas contribuições recebidas e nos modelos adotados na Europa e nos EUA.
Por ele, sites e blogs somente seriam responsáveis por conteúdos de terceiros se, notificandos pelo ofendido, não agissem para removê-lo.
No entanto, o autor seria informado da notificação e teria a chance de contranotificar, mantendo o conteúdo no ar e assumindo a responsabilidade por ele. Qualquer terceiro poderia fazer o mesmo, protegendo conteúdos na rede. Esse sistema privilegia as próprias partes, que se tornam protagonistas da solução de conflito, sendo o judiciário chamado apenas quando necessário.
Após três semanas de amplo debate, essa solução não pareceu ser a mais adequada. As contribuições enviadas individualmente e por instituições apontaram em outro sentido: o de que provedores, sites e blogs só devem remover conteúdos de terceiros a partir de uma ordem judicial, e não quando notificados pelo ofendido.
Com isso, a nova proposta foi incorporada e passa a ser o objeto do debate. Qual deles é o melhor caminho? Não cabe nem ao Ministério da Justiça nem ao CTS-FGV decidir. A solução final será construída através da participação ampla de indivíduos, organizações e entidades de classe, que podem contribuir pelo site www.culturadigital.br/marcocivil até o dia 23 de maio. O texto do Maco Civil é o ponto de partida.
O compromisso de todo o processo é com o debate. E já existe um consenso importante: qualquer regulação da internet no Brasil deve ser necessariamente percebida de ampla discussão, valendo-se para isso das possibilidades de participação do nosso tempo.Folha de São Paulo – 12-05-2010
por Stela - funcionária da biblioteca do Curso G9
A iniciativa é do Ministerio da Justiça, em parceria com o Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getulio Vargas (CTS-FGV).
Seu objetivo é estabelecer as regras fundamentais para a rede no país. Não através da criminalização, nem da restrição a direitos, mas, sim, pela concretização na rede dos direitos fundamentais estabelecidos pela Constituição. Seus pilares são a defesa da privacidade, da liberdade de expressão, a criação de salvaguardas para sites e blogs, a garantia de direitos básicos de acesso à rede e ampliação do acesso a dados governamentais.
Em síntese, ele propõe que o acesso à internet é requisito para o exercício da cidadania no mundo de hoje.
Contrapõe-se a uma tendência brasileira e global de criminalização e restrição a direitos na rede e é produto da intensa mobilização da sociedade civil contra projetos de lei que radicalizam a regulamentação da rede.
Dentre eles, o polemico projeto de lei nº 84/89, que, na redação atual, estabelece crimes excessivamente amplos, que levam à restrição de direitos dos usuários. È equivocado estabelecer que os conflitos na rede devam ser decididos essencialmente pela esfera criminal, como quer esse projeto.
O Marco Civil é necessário porque hoje, depois de mais de 15 anos de acesso público à internet no país, ainda convivemos com a ausência de regras. Apesar disso, o Judiciário é chamado constantemente para decidir conflitos. Mas, como não há legislação específica, as decisões acabam sendo contraditórias.
Um exemplo é a ordem judicial que mandou bloquear o acesso ao Youtube em todo o Brasil por conta de vídeo da modelo Daniella Cicarelli em situação íntima em praia da Espanha.
Filtrar um site na raiz da conexão de um país é medida extrema, adotada em geral só por regimes autoritários, como China ou Coreia do Norte.
Com a ausência de regras, são comuns também os casos de blogueiros, sites e provedores condenados automaticamente por conteúdos de terceiros. Um exemplo é o autor de um blog no Ceará que foi condenado em R$16 mil por conta de um comentário postado no site.
O objetivo do Marco Civil é reduzir essa atual situação de imprevisibilidade e desenhar os limites da responsabilidade na internet, de forma que blogs, sites e provedores não sejam responsabilizados automaticamente por qualquer conteúdo de terceiros.
Com isso, estimula-se o amadurecimento da “websfera”, criando melhores condições para quem quer inovar e empreender na rede brasileira.
A proposta do marco é de ponderação, de equilíbrio entre interesse diversos. Nesse sentido, seu texto inicial apresentou uma solução intermediaria para a questão, baseada nas contribuições recebidas e nos modelos adotados na Europa e nos EUA.
Por ele, sites e blogs somente seriam responsáveis por conteúdos de terceiros se, notificandos pelo ofendido, não agissem para removê-lo.
No entanto, o autor seria informado da notificação e teria a chance de contranotificar, mantendo o conteúdo no ar e assumindo a responsabilidade por ele. Qualquer terceiro poderia fazer o mesmo, protegendo conteúdos na rede. Esse sistema privilegia as próprias partes, que se tornam protagonistas da solução de conflito, sendo o judiciário chamado apenas quando necessário.
Após três semanas de amplo debate, essa solução não pareceu ser a mais adequada. As contribuições enviadas individualmente e por instituições apontaram em outro sentido: o de que provedores, sites e blogs só devem remover conteúdos de terceiros a partir de uma ordem judicial, e não quando notificados pelo ofendido.
Com isso, a nova proposta foi incorporada e passa a ser o objeto do debate. Qual deles é o melhor caminho? Não cabe nem ao Ministério da Justiça nem ao CTS-FGV decidir. A solução final será construída através da participação ampla de indivíduos, organizações e entidades de classe, que podem contribuir pelo site www.culturadigital.br/marcocivil até o dia 23 de maio. O texto do Maco Civil é o ponto de partida.
O compromisso de todo o processo é com o debate. E já existe um consenso importante: qualquer regulação da internet no Brasil deve ser necessariamente percebida de ampla discussão, valendo-se para isso das possibilidades de participação do nosso tempo.Folha de São Paulo – 12-05-2010
por Stela - funcionária da biblioteca do Curso G9
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Empresas terão de pagar por poluição acima das metas
Os gases poluentes têm sido causa de uma série de problemas ambientais e, consequentemente, de saúde. Por isso, penso que vale a pena conhecermos um pouco mais sobre o que se tem feito a respeito.
Repasso, abaixo, uma reportagem muito interessante que trata das medidas governamentais sobre gases poluentes. Aguardo comentários e trocas.
Empresas terão de pagar por poluição acima das metas
O novo mercado de carbono, que o governo vai criar, também permite ganhar dinheiro com "títulos de redução de emissões"
Empresas que lançarem na atmosfera quantidade de carbono acima de um limite a ser fixado pelo governo, terão de comprar "títulos" no mercado brasileiro de redução de emissões, prevê estudo do Ministério da Fazenda. Esse novo mercado funcionará com certificados de redução de emissões de gases do aquecimento global, e os papéis também poderão ser comprados por investidores comuns.
O estudo, ao qual o Estado teve acesso, dá início à regulamentação das metas do clima. No final do ano passado, o governo anunciou corte entre 36,1% e 38,9% das emissões de carbono previstas para 2020, mas as metas ainda não saíram do papel.
O modelo em discussão no Ministério da Fazenda parte da ideia de que haverá "tetos" de emissão de carbono para os diferentes setores da economia. Estão sujeitos a esse tipo de limite os setores de geração de energia, transportes, a indústria em geral e o agronegócio.
Por ora, as metas brasileiras de redução das emissões de gases de efeito estufa são genéricas. O maior nível de detalhe fica restrito à redução do desmatamento, de 80% na Amazônia e 40% no Cerrado.
A partir do estabelecimento de tetos de emissão, as empresas que emitirem menos do que o limite ou atuarem na captura de carbono poderão vender "títulos de redução de emissões". Os papéis atestariam uma determinada economia de emissão de gases de efeito estufa, medida em toneladas de CO2 equivalente. Já as empresas que ultrapassarem o teto de emissões terão de recorrer à compra de créditos no mercado.
O modelo prevê a criação de uma agência de controle das emissões, no molde das agências reguladoras. Ela ficaria responsável por estabelecer os tetos mais detalhados de emissão e fiscalizar seu cumprimento.
O primeiro alvo da regulamentação são as usinas térmicas que usam carvão e óleo diesel, fontes mais poluentes de geração de energia.
Há pouco mais de um ano, o setor resiste à exigência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para compensar parte das emissões por meio de reflorestamento e investimentos em energias renováveis.
O governo Lula anunciou metas "voluntárias" de corte de emissões de gases-estufa em novembro, pouco antes da conferência do clima em Copenhague. Para que as metas sejam postas em prática, um decreto presidencial terá de definir tetos de emissões por setores econômicos. A lei da Política Nacional sobre Mudança do Clima, sancionada em dezembro, prevê "estímulo" ao mercado brasileiro de redução de emissões.
Referência: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=70655
Comentário: Os gases poluentes têm gerado diversos problemas nos grandes centros urbanos. A saúde do ser humano, por exemplo, é a mais afetada com a poluição. A poluição também tem prejudicado os ecossistemas e o patrimônio histórico e cultural em geral. O clima também é afetado pela poluição do ar. O fenômeno do efeito estufa está aumentando a temperatura em nosso planeta. Deveríamos nos preocupar com fontes de energia que não liberem, entre outros, o CO2, energias limpas e renováveis, tais como eólica, biomassa, energia das marés e solar, cessando assim a emissão de CO2. Como não conseguimos cessar essa emissão do gás de uma hora para outra, penso que a solução, portanto, deve se focalizar em reduzirmos ao máximo as emissões de CO2, enquanto não conseguirmos mudar a forma de obtermos energia.
Edson Gonçalves
Professor de Química do Curso G9
Repasso, abaixo, uma reportagem muito interessante que trata das medidas governamentais sobre gases poluentes. Aguardo comentários e trocas.
Empresas terão de pagar por poluição acima das metas
O novo mercado de carbono, que o governo vai criar, também permite ganhar dinheiro com "títulos de redução de emissões"
Empresas que lançarem na atmosfera quantidade de carbono acima de um limite a ser fixado pelo governo, terão de comprar "títulos" no mercado brasileiro de redução de emissões, prevê estudo do Ministério da Fazenda. Esse novo mercado funcionará com certificados de redução de emissões de gases do aquecimento global, e os papéis também poderão ser comprados por investidores comuns.
O estudo, ao qual o Estado teve acesso, dá início à regulamentação das metas do clima. No final do ano passado, o governo anunciou corte entre 36,1% e 38,9% das emissões de carbono previstas para 2020, mas as metas ainda não saíram do papel.
O modelo em discussão no Ministério da Fazenda parte da ideia de que haverá "tetos" de emissão de carbono para os diferentes setores da economia. Estão sujeitos a esse tipo de limite os setores de geração de energia, transportes, a indústria em geral e o agronegócio.
Por ora, as metas brasileiras de redução das emissões de gases de efeito estufa são genéricas. O maior nível de detalhe fica restrito à redução do desmatamento, de 80% na Amazônia e 40% no Cerrado.
A partir do estabelecimento de tetos de emissão, as empresas que emitirem menos do que o limite ou atuarem na captura de carbono poderão vender "títulos de redução de emissões". Os papéis atestariam uma determinada economia de emissão de gases de efeito estufa, medida em toneladas de CO2 equivalente. Já as empresas que ultrapassarem o teto de emissões terão de recorrer à compra de créditos no mercado.
O modelo prevê a criação de uma agência de controle das emissões, no molde das agências reguladoras. Ela ficaria responsável por estabelecer os tetos mais detalhados de emissão e fiscalizar seu cumprimento.
O primeiro alvo da regulamentação são as usinas térmicas que usam carvão e óleo diesel, fontes mais poluentes de geração de energia.
Há pouco mais de um ano, o setor resiste à exigência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para compensar parte das emissões por meio de reflorestamento e investimentos em energias renováveis.
O governo Lula anunciou metas "voluntárias" de corte de emissões de gases-estufa em novembro, pouco antes da conferência do clima em Copenhague. Para que as metas sejam postas em prática, um decreto presidencial terá de definir tetos de emissões por setores econômicos. A lei da Política Nacional sobre Mudança do Clima, sancionada em dezembro, prevê "estímulo" ao mercado brasileiro de redução de emissões.
Referência: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=70655
Comentário: Os gases poluentes têm gerado diversos problemas nos grandes centros urbanos. A saúde do ser humano, por exemplo, é a mais afetada com a poluição. A poluição também tem prejudicado os ecossistemas e o patrimônio histórico e cultural em geral. O clima também é afetado pela poluição do ar. O fenômeno do efeito estufa está aumentando a temperatura em nosso planeta. Deveríamos nos preocupar com fontes de energia que não liberem, entre outros, o CO2, energias limpas e renováveis, tais como eólica, biomassa, energia das marés e solar, cessando assim a emissão de CO2. Como não conseguimos cessar essa emissão do gás de uma hora para outra, penso que a solução, portanto, deve se focalizar em reduzirmos ao máximo as emissões de CO2, enquanto não conseguirmos mudar a forma de obtermos energia.
Edson Gonçalves
Professor de Química do Curso G9
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Bullying - agressão na escola - Artigo 2
Meninos: maiores vítimas de bullying
http://www.youtube.com/watch?v=hPvuluKacT4&feature=player_embedded
Uma pesquisa inédita realizada pela ONG Plan Brasil, com mais de cinco mil alunos, permitiu conhecer as situações de maus tratos nas relações entre estudantes dentro da escola, em todas as regiões do Brasil. Os dados revelam que o bullying é mais comum nas regiões Sudeste e Centro-Oeste e que a incidência maior está entre os adolescentes na faixa de 11 a 15 anos de idade, especialmente os estudantes da sexta série do Ensino Fundamental.
A pesquisa avaliou a incidência, as causas, os modos de manifestação, o perfil dos agressores e das vítimas, e as estratégias de combate aos maus tratos e ao bullying no ambiente escolar. Também foram realizados quatorze grupos focais com 55 alunos, 14 pais/responsáveis e 64 técnicos, professores ou gestores de escolas localizadas nas capitais pesquisadas.
O levantamento mostra que é maior o número de vítimas do sexo masculino: mais de 34,5% dos meninos pesquisados foram vítimas de maus tratos ao menos uma vez no ano letivo de 2009, sendo 12,5% vítimas de bullying, caracterizado por agressões com frequência superior a três vezes.
Segundo a maioria dos entrevistados, a principal consequência recai sobre o processo de aprendizagem. Os dados indicam que tanto vítimas quanto agressores perdem o interesse pelo ensino e não se sentem motivados a frequentar as aulas. Embora gestores e professores admitam a existência de uma cultura de violência pautando as relações dos estudantes entre si, as escolas não demonstraram estar preparadas para eliminar ou reduzir a ocorrência do bullying.
Os alunos não conseguem diferenciar os limites entre brincadeiras, agressões verbais relativamente inócuas e maus tratos violentos. Tampouco percebem que pode existir uma escala de crescimento exponencial dessas situações. Por outro lado, o levantamento deixa claro que as escolas não estão preparadas para evitar essa progressão em seu início, muito menos para estabelecer os limites entre brincadeira e agressão ou as formas de convivência que garantam a socialização e o respeito mútuo.
Os resultados do estudo servirão de insumos para as ações da campanha “Aprender sem Medo”, lançada internacionalmente pela Plan há pouco mais de um ano, e que tem como propósito orientar estudantes, pais, gestores, docentes, e toda a sociedade civil, sobre a ocorrência de bullying, as formas de reduzir sua frequência e as graves consequências para a vida de todos envolvidos, as instituições de ensino e o próprio processo de formação e de consolidação da cidadania.
Referência: http://www.revistapontocom.org.br/ponto-central/meninos-maiores-vitimas-de-bullying
Comentário:Achei interessante essa campanha que a Plan lançou, pois o bullying está cada vez mais presente em nossa sociedade, principalmente através do cyberbullying. Essa campanha irá ajudar na orientação aos estudantes, pais, educadores.
Por: Alessandra Lino - coordenadora do laboratório de informática - Curso G9
http://www.youtube.com/watch?v=hPvuluKacT4&feature=player_embedded
Uma pesquisa inédita realizada pela ONG Plan Brasil, com mais de cinco mil alunos, permitiu conhecer as situações de maus tratos nas relações entre estudantes dentro da escola, em todas as regiões do Brasil. Os dados revelam que o bullying é mais comum nas regiões Sudeste e Centro-Oeste e que a incidência maior está entre os adolescentes na faixa de 11 a 15 anos de idade, especialmente os estudantes da sexta série do Ensino Fundamental.
A pesquisa avaliou a incidência, as causas, os modos de manifestação, o perfil dos agressores e das vítimas, e as estratégias de combate aos maus tratos e ao bullying no ambiente escolar. Também foram realizados quatorze grupos focais com 55 alunos, 14 pais/responsáveis e 64 técnicos, professores ou gestores de escolas localizadas nas capitais pesquisadas.
O levantamento mostra que é maior o número de vítimas do sexo masculino: mais de 34,5% dos meninos pesquisados foram vítimas de maus tratos ao menos uma vez no ano letivo de 2009, sendo 12,5% vítimas de bullying, caracterizado por agressões com frequência superior a três vezes.
Segundo a maioria dos entrevistados, a principal consequência recai sobre o processo de aprendizagem. Os dados indicam que tanto vítimas quanto agressores perdem o interesse pelo ensino e não se sentem motivados a frequentar as aulas. Embora gestores e professores admitam a existência de uma cultura de violência pautando as relações dos estudantes entre si, as escolas não demonstraram estar preparadas para eliminar ou reduzir a ocorrência do bullying.
Os alunos não conseguem diferenciar os limites entre brincadeiras, agressões verbais relativamente inócuas e maus tratos violentos. Tampouco percebem que pode existir uma escala de crescimento exponencial dessas situações. Por outro lado, o levantamento deixa claro que as escolas não estão preparadas para evitar essa progressão em seu início, muito menos para estabelecer os limites entre brincadeira e agressão ou as formas de convivência que garantam a socialização e o respeito mútuo.
Os resultados do estudo servirão de insumos para as ações da campanha “Aprender sem Medo”, lançada internacionalmente pela Plan há pouco mais de um ano, e que tem como propósito orientar estudantes, pais, gestores, docentes, e toda a sociedade civil, sobre a ocorrência de bullying, as formas de reduzir sua frequência e as graves consequências para a vida de todos envolvidos, as instituições de ensino e o próprio processo de formação e de consolidação da cidadania.
Referência: http://www.revistapontocom.org.br/ponto-central/meninos-maiores-vitimas-de-bullying
Comentário:Achei interessante essa campanha que a Plan lançou, pois o bullying está cada vez mais presente em nossa sociedade, principalmente através do cyberbullying. Essa campanha irá ajudar na orientação aos estudantes, pais, educadores.
Por: Alessandra Lino - coordenadora do laboratório de informática - Curso G9
Cyberbullying - agressão virtual - Artigo 1
Cyberbullying: a agressão entre os nativos digitais
Por Marcus Tavares
Cyberbullying: agressão verbal e escrita por meio das tecnologias digitais. Pesquisadores da Universidade de Navarra (Espanha) apresentaram, em maio deste ano, um trabalho sobre o assunto no V Congresso sobre Comunicação e Realidade, organizado pela Faculdade de Comunicação de Blanquerna, em Barcelona.
O levantamento Cyberbullying: uma análise comparativa com estudantes de países da América Latina: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela mostra de que forma a agressão faz parte da vida dos alunos. Os números podem ser baixos ou, de acordo com a literatura internacional, inexpressivos. Mas o fato é que estamos apenas no início do século XXI, na democratização das tecnologias digitais e nas primeiras gerações de nativos digitais.
Segundo os autores, o cyberbulllying é “o envio e a postagem de textos ou imagens maldosas ou cruéis na internet ou outros meios digitais de comunicação”. A agressão, que cresce devido ao rápido avanço das novas tecnologias, pode ser realizada por um indivíduo ou um grupo de modo deliberado e repetitivo.
Confira o artigo publicado pelos pesquisadores
“Através do computador, a vítima recebe mensagens ameaçadoras no e-mail e no MSN. Enviam-lhe imagens obscenas, insultos em chats. O agressor(es) pode(m), até mesmo, criar blogs ou websites para promover conteúdos difamatórios. A natureza móvel das novas tecnologias tira o sossego das vítimas, o que faz do cyberbullying uma forma de violência invasiva que ameaça os estudantes até fora da escola. Portanto, e como não acontecia no bullying tradicional, o lar já não é um lugar de refúgio para a vítima, que continua recebendo SMS ou e-mails”, destaca trecho do artigo.
O trabalho dos pesquisadores – que se baseou na pesquisa A Geração Interativa na Ibero-América - mostra que 2.542 estudantes dos sete países investigados reconheceram que foram prejudicados por meio do celular e do MSN. Do total, 12,1% experimentaram alguma forma de cyberbullying. Entre as duas ferramentas, o celular foi o mais usado para efetivar a agressão.
O levantamento destaca que 22,4% dos meninos e 13,4% das meninas usaram o celular ou o MSN para prejudicar alguém. Por outro lado, 19,25% dos meninos pesquisados e 13,8% das meninas afirmaram já terem sido vítimas de cyberbullying.
- Cyberbullying no celular
13,3% reconheceram o uso do celular para ofender alguém. Entre os países com maior porcentagem de agressão destacam-se a Venezuela e o México. Por outro lado, a porcentagem de alunos que se sentiram prejudicados foi de 6,4 %.
No Brasil…
8,4 % usaram o celular para ofender alguém
4,3% foram prejudicados por meio do celular
- Cyberbullying no MSN
4,4% reconheceram ter usado o Messenger para prejudicar alguém. De todos os países, o Chile sobressai com 7,2%. A porcentagem de alunos que se sentiram prejudicados foi de 5,6 % e o país com maior porcentagem de vítimas foi o Brasil, com 8,2%.
No Brasil…
4,7% usaram o MSN para ofender alguém
8,2% foram prejudicados por meio do MSN
Tipos de violência verbal e escrita através das novas tecnologias
Flaming: envio de mensagens vulgares ou hostis
Agressão on-line: envio repetido de mensagens ofensivas
Cyberstalking: ameaças de dano ou intimidação excessiva
Difamação: mensagens cruéis sobre uma pessoa a outras ou comentários em lugares on-line
Substituição ilegal da pessoa: fazer-se passar pela vítima, difamando-a
Outing: mensagens sobre uma pessoa contendo informação sensível, privada ou constrangedora
Exclusão: cruel expulsão de alguém de um grupo on-line.
Amigos e Professores em geral,
De acordo com a pesquisa realizada pela Universidade de Navarra, com países da América Latina, ficou evidenciado que as agressões pelo cyberbullying entre os jovens do século XXI são baixas, porém podemos perceber que 22,4% são de meninos e 13,41% são de meninas.
Pergunto: Por que isso acontece mais entre os meninos ?
Acredito que na adolescência os meninos querem se destacar entre os colegas, e com o avanço das tecnologias eles utilizam as novas ferramentas para praticar o cyberbullying. Como educadora, procuro orientar os alunos que esste tipo de agressão gera transtornos psicológicos, baixa autoestima, depressão, ansiedade, sentimento de solidão, peço que se coloquem no lugar do outro e como se sentiriam, solicito para não aceitarem estranhos no Orkut, MSN, não disponibilizarem muitas fotos na internet, removerem comentários em blogs e fotologs. É uma maneira de tentar "resgatá-los" dessa armadilha que a internet criou.
Referência: http://www.revistapontocom.org.br/edicoes-anteriores-ponto-central/cyberbullying-a-agressao-entre-os-nativos-digitais
Por: Alessandra Lino, coordenadora do laboratório de informática do Curso G9.
Por Marcus Tavares
Cyberbullying: agressão verbal e escrita por meio das tecnologias digitais. Pesquisadores da Universidade de Navarra (Espanha) apresentaram, em maio deste ano, um trabalho sobre o assunto no V Congresso sobre Comunicação e Realidade, organizado pela Faculdade de Comunicação de Blanquerna, em Barcelona.
O levantamento Cyberbullying: uma análise comparativa com estudantes de países da América Latina: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela mostra de que forma a agressão faz parte da vida dos alunos. Os números podem ser baixos ou, de acordo com a literatura internacional, inexpressivos. Mas o fato é que estamos apenas no início do século XXI, na democratização das tecnologias digitais e nas primeiras gerações de nativos digitais.
Segundo os autores, o cyberbulllying é “o envio e a postagem de textos ou imagens maldosas ou cruéis na internet ou outros meios digitais de comunicação”. A agressão, que cresce devido ao rápido avanço das novas tecnologias, pode ser realizada por um indivíduo ou um grupo de modo deliberado e repetitivo.
Confira o artigo publicado pelos pesquisadores
“Através do computador, a vítima recebe mensagens ameaçadoras no e-mail e no MSN. Enviam-lhe imagens obscenas, insultos em chats. O agressor(es) pode(m), até mesmo, criar blogs ou websites para promover conteúdos difamatórios. A natureza móvel das novas tecnologias tira o sossego das vítimas, o que faz do cyberbullying uma forma de violência invasiva que ameaça os estudantes até fora da escola. Portanto, e como não acontecia no bullying tradicional, o lar já não é um lugar de refúgio para a vítima, que continua recebendo SMS ou e-mails”, destaca trecho do artigo.
O trabalho dos pesquisadores – que se baseou na pesquisa A Geração Interativa na Ibero-América - mostra que 2.542 estudantes dos sete países investigados reconheceram que foram prejudicados por meio do celular e do MSN. Do total, 12,1% experimentaram alguma forma de cyberbullying. Entre as duas ferramentas, o celular foi o mais usado para efetivar a agressão.
O levantamento destaca que 22,4% dos meninos e 13,4% das meninas usaram o celular ou o MSN para prejudicar alguém. Por outro lado, 19,25% dos meninos pesquisados e 13,8% das meninas afirmaram já terem sido vítimas de cyberbullying.
- Cyberbullying no celular
13,3% reconheceram o uso do celular para ofender alguém. Entre os países com maior porcentagem de agressão destacam-se a Venezuela e o México. Por outro lado, a porcentagem de alunos que se sentiram prejudicados foi de 6,4 %.
No Brasil…
8,4 % usaram o celular para ofender alguém
4,3% foram prejudicados por meio do celular
- Cyberbullying no MSN
4,4% reconheceram ter usado o Messenger para prejudicar alguém. De todos os países, o Chile sobressai com 7,2%. A porcentagem de alunos que se sentiram prejudicados foi de 5,6 % e o país com maior porcentagem de vítimas foi o Brasil, com 8,2%.
No Brasil…
4,7% usaram o MSN para ofender alguém
8,2% foram prejudicados por meio do MSN
Tipos de violência verbal e escrita através das novas tecnologias
Flaming: envio de mensagens vulgares ou hostis
Agressão on-line: envio repetido de mensagens ofensivas
Cyberstalking: ameaças de dano ou intimidação excessiva
Difamação: mensagens cruéis sobre uma pessoa a outras ou comentários em lugares on-line
Substituição ilegal da pessoa: fazer-se passar pela vítima, difamando-a
Outing: mensagens sobre uma pessoa contendo informação sensível, privada ou constrangedora
Exclusão: cruel expulsão de alguém de um grupo on-line.
Amigos e Professores em geral,
De acordo com a pesquisa realizada pela Universidade de Navarra, com países da América Latina, ficou evidenciado que as agressões pelo cyberbullying entre os jovens do século XXI são baixas, porém podemos perceber que 22,4% são de meninos e 13,41% são de meninas.
Pergunto: Por que isso acontece mais entre os meninos ?
Acredito que na adolescência os meninos querem se destacar entre os colegas, e com o avanço das tecnologias eles utilizam as novas ferramentas para praticar o cyberbullying. Como educadora, procuro orientar os alunos que esste tipo de agressão gera transtornos psicológicos, baixa autoestima, depressão, ansiedade, sentimento de solidão, peço que se coloquem no lugar do outro e como se sentiriam, solicito para não aceitarem estranhos no Orkut, MSN, não disponibilizarem muitas fotos na internet, removerem comentários em blogs e fotologs. É uma maneira de tentar "resgatá-los" dessa armadilha que a internet criou.
Referência: http://www.revistapontocom.org.br/edicoes-anteriores-ponto-central/cyberbullying-a-agressao-entre-os-nativos-digitais
Por: Alessandra Lino, coordenadora do laboratório de informática do Curso G9.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Orientações para o estudo em casa
Aos pais dos alunos do Curso G9,
Grande parte do sucesso escolar de um estudante é decorrente da existência de hábitos de estudo definidos. Para a formação desses hábitos é necessário que se implemente gradualmente comportamentos saudáveis, que pela repetição sistemática, passam a fazer parte do dia a dia do estudante. Visualize as vantagens de orientar seus filhos desde cedo, para uma formação de bons hábitos e atitudes e colherá bons frutos, observando um crescimento intelectual e maior facilidade na sua aprendizagem.
Veja abaixo algumas orientações básicas dadas pela Profª. Maria Rodrigues da Equipe do Brasil Escola:
• Estabeleça um horário de estudo, crie uma rotina semanal, em que seu filho realizará as suas tarefas. Considere também as atividades extracurriculares, como natação, inglês, etc. Monte um calendário em que ele tenha tempo para tudo, principalmente para o estudo. Ajude seu filho a cumprir os horários. Estudar sempre na mesma hora determinará a criação do hábito. Sua atitude firme e serena o levará a perceber sua determinação e a importância desse momento. Lembre-se: nada de exacerbações, não transforme essa situação em um campo de batalha, a hora de estudar não deve se transformar em hora de sofrimento.
• Estabeleça um local de estudo tranquilo, onde não circulem pessoas, onde haja silêncio (sem TV ou rádio), que tenha uma escrivaninha que permita uma posição correta e que conte com uma iluminação adequada.
• É importante que ele arrume o seu próprio local de estudo, deixando por perto tudo o que vai usar: régua, lápis… A sua mesa deverá ter o mínimo de coisas em cima, só o estritamente necessário (sem brinquedos, roupas…).
• As lições devem ser feitas, preferencialmente, no mesmo dia em que foram passadas, assim evita-se o acúmulo de tarefas e, com a memória fresca, as explicações da professora ainda podem ser lembradas e o que foi passado no quadro ainda está visível na sua mente.
• Se houver dúvidas na resolução, explique com suas próprias palavras. Faça com que repita em voz alta para demonstrar que entendeu. Se a dúvida persistir, comunique à professora através da agenda no dia seguinte.
• Não permaneça a seu lado no momento em que estiver fazendo suas lições. Na sala de aula isso não acontece e ele precisa aprender a trabalhar de forma mais independente possível.
• Elogie sempre seu progresso!
• Faça-o dormir cedo. Estando bem descansado, ele estará mais propenso a receber e assimilar os novos conhecimentos do dia seguinte.
• Procure sempre que necessário a Coordenadora Pedagógica de sua escola. Não cultive dúvidas.
Lembrem-se que os pais e o colégio são os maiores interessados em que os alunos estejam bem em todas as áreas.
Como começar
Primeiramente, coloque como meta o ato de não estudar só na véspera da prova e jamais utilizar o período da madrugada para estudar. Além de não haver concentração suficiente nessa hora, o aluno fica com sono e não presta atenção na aula do dia seguinte. O ideal é criar um programa de estudos que acompanhe as suas aulas no colégio. Por exemplo, se durante a manhã você tem aula de Português, História, Geografia e Física então reserve quatro horas do seu dia para revisar o conteúdo dado em sala de aula e resolver exercícios
Mas, atenção! Quatro horas é um tempo suficiente para se dedicar ao estudo em casa (sem contar o tempo que fica na escola), mas se você precisar ficar um pouco mais de tempo para estudar para uma prova, por exemplo, não se esqueça de jamais ultrapassar cinco horas, sob pena de o seu esforço ser em vão. Afinal, o seu cérebro também precisa descansar e depois de certo tempo entra em sobrecarga e o conteúdo literalmente “se esparrama” da sua cabeça, não fica nada. Portanto, sem exageros!
O estudo diário ajuda a prevenir os desesperos de véspera de prova, já que estudando só no último dia você vai adquirir dúvidas que não poderão ser sanadas pelo professor..
E lembre-se que além de estudar é preciso reservar um tempo para o lazer e para praticar exercícios, que ajuda a eliminar a tensão do cotidiano e prepara o corpo para aguentar mais uma maratona de estudo.
Adriano José Gomes- Prof. de Matemática do Ensino Médio e Pré-Vestibular do Curso G9.
Grande parte do sucesso escolar de um estudante é decorrente da existência de hábitos de estudo definidos. Para a formação desses hábitos é necessário que se implemente gradualmente comportamentos saudáveis, que pela repetição sistemática, passam a fazer parte do dia a dia do estudante. Visualize as vantagens de orientar seus filhos desde cedo, para uma formação de bons hábitos e atitudes e colherá bons frutos, observando um crescimento intelectual e maior facilidade na sua aprendizagem.
Veja abaixo algumas orientações básicas dadas pela Profª. Maria Rodrigues da Equipe do Brasil Escola:
• Estabeleça um horário de estudo, crie uma rotina semanal, em que seu filho realizará as suas tarefas. Considere também as atividades extracurriculares, como natação, inglês, etc. Monte um calendário em que ele tenha tempo para tudo, principalmente para o estudo. Ajude seu filho a cumprir os horários. Estudar sempre na mesma hora determinará a criação do hábito. Sua atitude firme e serena o levará a perceber sua determinação e a importância desse momento. Lembre-se: nada de exacerbações, não transforme essa situação em um campo de batalha, a hora de estudar não deve se transformar em hora de sofrimento.
• Estabeleça um local de estudo tranquilo, onde não circulem pessoas, onde haja silêncio (sem TV ou rádio), que tenha uma escrivaninha que permita uma posição correta e que conte com uma iluminação adequada.
• É importante que ele arrume o seu próprio local de estudo, deixando por perto tudo o que vai usar: régua, lápis… A sua mesa deverá ter o mínimo de coisas em cima, só o estritamente necessário (sem brinquedos, roupas…).
• As lições devem ser feitas, preferencialmente, no mesmo dia em que foram passadas, assim evita-se o acúmulo de tarefas e, com a memória fresca, as explicações da professora ainda podem ser lembradas e o que foi passado no quadro ainda está visível na sua mente.
• Se houver dúvidas na resolução, explique com suas próprias palavras. Faça com que repita em voz alta para demonstrar que entendeu. Se a dúvida persistir, comunique à professora através da agenda no dia seguinte.
• Não permaneça a seu lado no momento em que estiver fazendo suas lições. Na sala de aula isso não acontece e ele precisa aprender a trabalhar de forma mais independente possível.
• Elogie sempre seu progresso!
• Faça-o dormir cedo. Estando bem descansado, ele estará mais propenso a receber e assimilar os novos conhecimentos do dia seguinte.
• Procure sempre que necessário a Coordenadora Pedagógica de sua escola. Não cultive dúvidas.
Lembrem-se que os pais e o colégio são os maiores interessados em que os alunos estejam bem em todas as áreas.
Como começar
Primeiramente, coloque como meta o ato de não estudar só na véspera da prova e jamais utilizar o período da madrugada para estudar. Além de não haver concentração suficiente nessa hora, o aluno fica com sono e não presta atenção na aula do dia seguinte. O ideal é criar um programa de estudos que acompanhe as suas aulas no colégio. Por exemplo, se durante a manhã você tem aula de Português, História, Geografia e Física então reserve quatro horas do seu dia para revisar o conteúdo dado em sala de aula e resolver exercícios
Mas, atenção! Quatro horas é um tempo suficiente para se dedicar ao estudo em casa (sem contar o tempo que fica na escola), mas se você precisar ficar um pouco mais de tempo para estudar para uma prova, por exemplo, não se esqueça de jamais ultrapassar cinco horas, sob pena de o seu esforço ser em vão. Afinal, o seu cérebro também precisa descansar e depois de certo tempo entra em sobrecarga e o conteúdo literalmente “se esparrama” da sua cabeça, não fica nada. Portanto, sem exageros!
O estudo diário ajuda a prevenir os desesperos de véspera de prova, já que estudando só no último dia você vai adquirir dúvidas que não poderão ser sanadas pelo professor..
E lembre-se que além de estudar é preciso reservar um tempo para o lazer e para praticar exercícios, que ajuda a eliminar a tensão do cotidiano e prepara o corpo para aguentar mais uma maratona de estudo.
Adriano José Gomes- Prof. de Matemática do Ensino Médio e Pré-Vestibular do Curso G9.
terça-feira, 20 de abril de 2010
Ócio educativo
Folha de São Paulo, 19/04/2010 - São Paulo SP
Antes sem regras, recreio passa a ter brincadeiras e atividades organizadas pelos professores, como aulas de música e jogos de tabuleiro
TALITA BEDINELLI DA REPORTAGEM LOCAL Escolas particulares de São Paulo começaram a organizar a brincadeira das crianças no recreio. Para substituir a correria habitual do intervalo, elas estão oferecendo espaços onde os professores ensinam a brincar com jogos de tabuleiro ou com brinquedos antigos. Há as que oferecem até cantos de leitura. O objetivo é transformar o recreio em um momento de aprendizagem. "Quando a criança aprende a brincar, ela aprende a respeitar regras, a saber esperar, a respeitar limites. A gente quer trabalhar a convivência", diz Regina Di Giuseppe, coordenadora do colégio Santo Américo (zona oeste), que oferece atividades no recreio desde o ano passado.
Para a educadora Marisa Elias, do curso de pedagogia da PUC-SP, a ação das escolas é positiva, mas os alunos não podem ser obrigados a participar. "Não pode impor, recreio é liberdade. A criança não pode sair de uma sala de aula e ter que sentar na cadeira para jogar xadrez durante o intervalo." As escolas dizem que as atividades não são obrigatórias, mas a maioria dos alunos participa. O Pentágono do Morumbi (zona oeste) há cerca de um ano passou a oferecer seis estações de brincadeiras: jogos de tabuleiro, jogos de mesa (como xadrez), música e coreografia, jogos de quadra, brincadeiras folclóricas e leitura. Os alunos vão para a que preferem. O cantinho de que Arnaldo Rosim, 6, mais gosta é o de jogos de tabuleiro. A mãe diz que ele levou o gosto para casa. "Hoje ele chama a gente para brincar e passa menos tempo no computador, brincando sozinho", afirma Luciana Rosim.
A iniciativa das escolas é justamente uma espécie de contra-ataque ao vício das crianças pelo computador. "A gente percebe que hoje eles passam a maior parte do tempo entretidos com jogos eletrônicos e têm dificuldade de iniciar uma brincadeira. Eles estão sempre à espera de alguém propor", diz Mitzi Moniz, coordenadora pedagógica do Pentágono. Maria Angela Carneiro, do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar da PUC-SP, conta que há pouco tempo fez um experimento em uma escola que coordenava: pediu que as crianças propusessem uma brincadeira. Ela se assustou quando viu os alunos colocarem o pé na parede e dizerem que estavam brincando de tomar sol. "Isso demonstra que há uma falta de repertório de brincadeiras." No "Cantinho do Brincar" do Santo Américo, professores propõem desafios de grupo, brincadeiras com massinhas, concurso de karaokê e até assembleias -para ajudar as crianças a expor as preferências com mais clareza. Brincadeiras antigas estão entre as mais procuradas. "Cabra-cega é muito popular", conta a aluna Isadora Monteiro, 10.
Vigilância - Nas atividades oferecidas pelas escolas, os professores ensinam as regras dos jogos e também supervisionam as brincadeiras. Com isso, o número de brigas diminuiu, contam. Maria Angela, professora da PUC-SP, afirma, no entanto, que as crianças deveriam ter mais liberdade. "Elas acabam esperando que o professor dirija tudo e perdem a oportunidade de ter autonomia. Podem virar adultos inseguros, que não sabem tomar decisão", alerta.
Antes sem regras, recreio passa a ter brincadeiras e atividades organizadas pelos professores, como aulas de música e jogos de tabuleiro
TALITA BEDINELLI DA REPORTAGEM LOCAL Escolas particulares de São Paulo começaram a organizar a brincadeira das crianças no recreio. Para substituir a correria habitual do intervalo, elas estão oferecendo espaços onde os professores ensinam a brincar com jogos de tabuleiro ou com brinquedos antigos. Há as que oferecem até cantos de leitura. O objetivo é transformar o recreio em um momento de aprendizagem. "Quando a criança aprende a brincar, ela aprende a respeitar regras, a saber esperar, a respeitar limites. A gente quer trabalhar a convivência", diz Regina Di Giuseppe, coordenadora do colégio Santo Américo (zona oeste), que oferece atividades no recreio desde o ano passado.
Para a educadora Marisa Elias, do curso de pedagogia da PUC-SP, a ação das escolas é positiva, mas os alunos não podem ser obrigados a participar. "Não pode impor, recreio é liberdade. A criança não pode sair de uma sala de aula e ter que sentar na cadeira para jogar xadrez durante o intervalo." As escolas dizem que as atividades não são obrigatórias, mas a maioria dos alunos participa. O Pentágono do Morumbi (zona oeste) há cerca de um ano passou a oferecer seis estações de brincadeiras: jogos de tabuleiro, jogos de mesa (como xadrez), música e coreografia, jogos de quadra, brincadeiras folclóricas e leitura. Os alunos vão para a que preferem. O cantinho de que Arnaldo Rosim, 6, mais gosta é o de jogos de tabuleiro. A mãe diz que ele levou o gosto para casa. "Hoje ele chama a gente para brincar e passa menos tempo no computador, brincando sozinho", afirma Luciana Rosim.
A iniciativa das escolas é justamente uma espécie de contra-ataque ao vício das crianças pelo computador. "A gente percebe que hoje eles passam a maior parte do tempo entretidos com jogos eletrônicos e têm dificuldade de iniciar uma brincadeira. Eles estão sempre à espera de alguém propor", diz Mitzi Moniz, coordenadora pedagógica do Pentágono. Maria Angela Carneiro, do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar da PUC-SP, conta que há pouco tempo fez um experimento em uma escola que coordenava: pediu que as crianças propusessem uma brincadeira. Ela se assustou quando viu os alunos colocarem o pé na parede e dizerem que estavam brincando de tomar sol. "Isso demonstra que há uma falta de repertório de brincadeiras." No "Cantinho do Brincar" do Santo Américo, professores propõem desafios de grupo, brincadeiras com massinhas, concurso de karaokê e até assembleias -para ajudar as crianças a expor as preferências com mais clareza. Brincadeiras antigas estão entre as mais procuradas. "Cabra-cega é muito popular", conta a aluna Isadora Monteiro, 10.
Vigilância - Nas atividades oferecidas pelas escolas, os professores ensinam as regras dos jogos e também supervisionam as brincadeiras. Com isso, o número de brigas diminuiu, contam. Maria Angela, professora da PUC-SP, afirma, no entanto, que as crianças deveriam ter mais liberdade. "Elas acabam esperando que o professor dirija tudo e perdem a oportunidade de ter autonomia. Podem virar adultos inseguros, que não sabem tomar decisão", alerta.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Big Brother Brasil = Sociedade do espetáculo?
Como esse ano a proposta para a Feira do Conhecimento é a discussão sobre o que é identidade e, se realmente existe uma identidade brasileira, acho oportuno o pensamento de Guy Debord (Paris, 28 de dezembro de 1931 - 30 de novembro de 1994).
Em termos gerais, as teorias de Debord atribuem a debilidade espiritual, tanto das esferas públicas quanto da privada, às forças econômicas que dominaram a Europa após a modernização decorrente do final da segunda grande guerra. A Sociedade do Espetáculo é o trabalho mais conhecido de Guy Debord. Lançado na França em 1967, A Sociedade do Espetáculo tornou-se inicialmente livro de culto da ala mais extremista do Maio de 68, em Paris; hoje é um clássico em muitos países.
O “espetáculo” de que fala Debord vai muito além da onipresença dos meios de comunicação de massa, que representam somente o seu aspecto mais visível e mais superficial. Debord explica “que o espetáculo é uma forma de sociedade em que a vida real é pobre e fragmentária, e os indivíduos são obrigados a contemplar e a consumir passivamente as imagens de tudo o que lhes falta em sua existência real”.
Passamos recentemente por um fenômeno de audiência da televisão brasileira que foi o Big Brother Brasil 2010. Mesmo não assistindo aos programas diários era impossível não tomar conhecimento do que acontecia dentro da “casa”. A discussão estava instalada no dia-a-dia das pessoas e nas diferentes esferas da sociedade. Milhares de brasileiros acompanharam o cotidiano de pessoas que nunca tinham visto antes e passaram a seus “parentes, amigos, admiradores ou até inimigos”. Como isso é possível?
Se a existência real é pobre, como afirmou Debord, as pessoas precisam de outras motivações e passam a olhar para os outros (artistas, políticos e celebridades instantâneas como as criadas pelo Big Brother) e essas pessoas desconhecidas tornam-se uma imagem, e as imagens tornam-se realidade. Essa “nova realidade” passa a fazer parte de suas vidas porque o glamour que falta à vida real recupera-se no plano da imagem.
Como professora de Arte, reconheço a importância das imagens: “Uma imagem vale mais que mil palavras” já dizia Kunf Fu Tsé (Confúcio), conhecido sábio chinês. Mas, atualmente, há uma super valorização da imagem. Ainda segundo Debord, “Enquanto a primeira fase do domínio da economia sobre a vida caracterizava-se pela notória degradação do ser em ter, no espetáculo chegou-se ao reinado soberano do aparecer. As relações entre os homens já não são mediadas pelas coisas, como no fetichismo da mercadoria de que Marx falou, mas diretamente pelas imagens.” Fica fácil entender o que disse Debord porque vivenciamos a preocupação da sociedade atual com a aparência: compra-se um determinado bem não pela sua necessidade, mas pelo que ele representa, o status que ele proporciona. Não basta ter um celular e sim o último que foi lançado; ter um carro novo já não é suficiente, mas ter o “último tipo” é que vai criar uma imagem de poder.
As conseqüências dessa super valorização ou mesmo exploração da imagem têm sido graves: o consumismo desenfreado e mais grave ainda a desvalorização do ser e do ser humano.
Como os meios de comunicação de massa e a indústria cultural utilizam-se desses recursos, eles podem ser responsabilizados pela transformação das identidades na contemporaneidade? Com as mudanças estruturais ocorridas nas sociedades nas últimas décadas, estaríamos vivendo uma crise de identidade nos planos individual e coletivo?
Anabel Faria Floriano Ribeiro
Em termos gerais, as teorias de Debord atribuem a debilidade espiritual, tanto das esferas públicas quanto da privada, às forças econômicas que dominaram a Europa após a modernização decorrente do final da segunda grande guerra. A Sociedade do Espetáculo é o trabalho mais conhecido de Guy Debord. Lançado na França em 1967, A Sociedade do Espetáculo tornou-se inicialmente livro de culto da ala mais extremista do Maio de 68, em Paris; hoje é um clássico em muitos países.
O “espetáculo” de que fala Debord vai muito além da onipresença dos meios de comunicação de massa, que representam somente o seu aspecto mais visível e mais superficial. Debord explica “que o espetáculo é uma forma de sociedade em que a vida real é pobre e fragmentária, e os indivíduos são obrigados a contemplar e a consumir passivamente as imagens de tudo o que lhes falta em sua existência real”.
Passamos recentemente por um fenômeno de audiência da televisão brasileira que foi o Big Brother Brasil 2010. Mesmo não assistindo aos programas diários era impossível não tomar conhecimento do que acontecia dentro da “casa”. A discussão estava instalada no dia-a-dia das pessoas e nas diferentes esferas da sociedade. Milhares de brasileiros acompanharam o cotidiano de pessoas que nunca tinham visto antes e passaram a seus “parentes, amigos, admiradores ou até inimigos”. Como isso é possível?
Se a existência real é pobre, como afirmou Debord, as pessoas precisam de outras motivações e passam a olhar para os outros (artistas, políticos e celebridades instantâneas como as criadas pelo Big Brother) e essas pessoas desconhecidas tornam-se uma imagem, e as imagens tornam-se realidade. Essa “nova realidade” passa a fazer parte de suas vidas porque o glamour que falta à vida real recupera-se no plano da imagem.
Como professora de Arte, reconheço a importância das imagens: “Uma imagem vale mais que mil palavras” já dizia Kunf Fu Tsé (Confúcio), conhecido sábio chinês. Mas, atualmente, há uma super valorização da imagem. Ainda segundo Debord, “Enquanto a primeira fase do domínio da economia sobre a vida caracterizava-se pela notória degradação do ser em ter, no espetáculo chegou-se ao reinado soberano do aparecer. As relações entre os homens já não são mediadas pelas coisas, como no fetichismo da mercadoria de que Marx falou, mas diretamente pelas imagens.” Fica fácil entender o que disse Debord porque vivenciamos a preocupação da sociedade atual com a aparência: compra-se um determinado bem não pela sua necessidade, mas pelo que ele representa, o status que ele proporciona. Não basta ter um celular e sim o último que foi lançado; ter um carro novo já não é suficiente, mas ter o “último tipo” é que vai criar uma imagem de poder.
As conseqüências dessa super valorização ou mesmo exploração da imagem têm sido graves: o consumismo desenfreado e mais grave ainda a desvalorização do ser e do ser humano.
Como os meios de comunicação de massa e a indústria cultural utilizam-se desses recursos, eles podem ser responsabilizados pela transformação das identidades na contemporaneidade? Com as mudanças estruturais ocorridas nas sociedades nas últimas décadas, estaríamos vivendo uma crise de identidade nos planos individual e coletivo?
Anabel Faria Floriano Ribeiro
quarta-feira, 31 de março de 2010
A Inclusão da Filosofia e da Sociologia no Ensino Médio
Caros colegas,
É com alegria e orgulho que uso do privilégio de participar de uma rede social que, tenho certeza, será de alto nível. Espero inaugurá-la com a competência necessária a quem faz parte de um grupo tão seleto como o dos profissionais do G9.Vai abaixo um artigo assinado por mim. Aguardo comentários e trocas.
A revista VEJA(1), editada na última semana de março, trouxe um artigo intitulado "Ideologia na Cartilha", de autoria de Marcelo Bortoloti.
Nele, percebemos a condenação de ideologias aplicadas por alguns professores de Filosofia e Sociologia (condenações com as quais concordo), porém, incoerentemente, a defesa de outra ideologia, clamando por uma carga maior de Matemática (ideologia positivista), utilizando a seguinte manchete em seu artigo: "Agora obrigatórias no ensino médio brasileiro, as aulas de Sociologia e Filosofia abusam de conceitos rasos e tom panfletário. Matemática que é bom..." (grifo meu).
Nada contra a Matemática, evidentemente, pois ela filosofa bastante, como diz o nosso prof. Giovanni. Mas tomo aqui a defesa da presença dessas disciplinas no ensino médio das escolas.
Como professora universitária de Sociologia e Filosofia, pude constatar o que já se tornou lugar comum nas universidades: o baixo nível dos alunos. Há a tendência de se responsabilizar as deficiências do curso médio pela má formação dos estudantes, seja em decorrência do estilo da aprendizagem com questões elaboradas somente com múltipla escolha, seja como consequência da pobreza e imprecisão do conteúdo das informações que recebem, seja pelo desconhecimento da língua portuguesa, seja, enfim, pela ausência de uma visão mais abrangente da natureza do trabalho teórico, ausência que decorre de uma outra, isto é, do vazio deixado pela eliminação de Filosofia e Sociologia no ensino médio, desde os anos 70, quando da lei de diretrizes e bases da educação - LDB 5692/71, imposta pelo regime militar da época.
Os alunos do ensino superior sempre me fizeram queixas. Queixam-se da dificuldade de compreender o que lhes é transmitido e da dificuldade de acompanhar os cursos com a bibliografia que lhes é indicada. Os estudantes têm ainda outra queixa, e se a compreendermos teremos avançado na questão que me proponho a refletir. Queixam-se de não acompanhar o que o professor lhes diz, de não perceber o que tal discurso tem a ver com o mundo de suas experiências e como poderão escrever acerca daquilo que não conseguiram sequer ouvir. Essa queixa nos conduz ao efeito do ensino médio sem Filosofia e Sociologia. Sistematicamente cortados de uma relação significativa com a linguagem e com todas as vias expressivas, os estudantes não sabem ouvir, ler e escrever. Num ensino médio que supervaloriza as ciências exatas, a linguagem é reduzida à dimensão meramente denotativa ou indicativa. Completando o pensamento com CHAUI(2)"... de modo que a relação entre as palavras e as coisas nunca passe pela mediação das significações. Reduzida ao esquema binário da relação signo-coisa, a linguagem é exilada da esfera do sentido e da região que lhe é própria, da expressão". Não nos deve, pois, espantar que os estudantes recém-saídos de um ensino médio assim sejam incapazes de perceber e de formular as relações mais simples, de apreender as articulações mais elementares entre o que ouvem ou leem e o mundo em que vivem. Impedidos de um acesso verdadeiro à linguagem, estão impedidos de um acesso verdadeiro ao pensamento e, consequentemente, da possibilidade de alcançarem o real, sempre confundido com os dados imediatos da experiência. Ora, qual é o instrumento da Filosofia e da Sociologia? De onde partem as reflexões e as críticas? Da linguagem. Esfera privilegiadamente discursiva do saber, a Filosofia e a Sociologia se realizam através da compreensão da origem das significações constituídas pela linguagem e, assim sendo, compreende-se que as queixas dos estudantes são mais do que lamúria ou incompetência: é a queixa daquele a quem foi roubado o direito à palavra.
O que se costuma solicitar à Filosofia e à Sociologia é que iluminem o sentido teórico e prático daquilo que pensamos e fazemos, que nos levem a compreender a origem das ideias e valores que respeitamos ou que odiamos, que nos esclareçam quanto à origem da obediência a certas imposições e quanto ao desejo de transgredi-las, enfim, que nos digam alguma coisa acerca de nós mesmos, que nos ajudem a compreender como, por quê, para quem, por quem, contra quem ou contra o que as ideias e valores foram elaborados e o que fazer deles.
Evidentemente, pede-se muito à Filosofia e à Sociologia e elas, que em geral têm mais questões a colocar do que respostas a dar, não podem permanecer em silêncio. E, aqui, retomo a crítica à posição do repórter da revista VEJA ao supervalorizar as ciências exatas, pois, na "escola defendida" por ele, os alunos estão destinados ao silêncio. Na escola defendida por mim, a Filosofia e a Sociologia, que são discurso, devem estar presentes e vale a pena insistir na necessidade de interrogar.
Itajubá, 31/03/10
Profª Msc Marcia Gil de Souza
Coordenadora pedagógica do Curso G9
1 BORTOLOTI, Marcelo, Ideologia na Cartilha. REVISTA VEJA. São Paulo: Ed. Abril, ed. 2158 – ano 43 – nº 13, p. 116-117, 2010.
2 CHAUI, Marilena. A Supressão da Filosofia. São Paulo: Moderna,2006,p 405 in ARANHA, MªLúcia de Arruda. História da Educação Brasileira.
É com alegria e orgulho que uso do privilégio de participar de uma rede social que, tenho certeza, será de alto nível. Espero inaugurá-la com a competência necessária a quem faz parte de um grupo tão seleto como o dos profissionais do G9.Vai abaixo um artigo assinado por mim. Aguardo comentários e trocas.
A revista VEJA(1), editada na última semana de março, trouxe um artigo intitulado "Ideologia na Cartilha", de autoria de Marcelo Bortoloti.
Nele, percebemos a condenação de ideologias aplicadas por alguns professores de Filosofia e Sociologia (condenações com as quais concordo), porém, incoerentemente, a defesa de outra ideologia, clamando por uma carga maior de Matemática (ideologia positivista), utilizando a seguinte manchete em seu artigo: "Agora obrigatórias no ensino médio brasileiro, as aulas de Sociologia e Filosofia abusam de conceitos rasos e tom panfletário. Matemática que é bom..." (grifo meu).
Nada contra a Matemática, evidentemente, pois ela filosofa bastante, como diz o nosso prof. Giovanni. Mas tomo aqui a defesa da presença dessas disciplinas no ensino médio das escolas.
Como professora universitária de Sociologia e Filosofia, pude constatar o que já se tornou lugar comum nas universidades: o baixo nível dos alunos. Há a tendência de se responsabilizar as deficiências do curso médio pela má formação dos estudantes, seja em decorrência do estilo da aprendizagem com questões elaboradas somente com múltipla escolha, seja como consequência da pobreza e imprecisão do conteúdo das informações que recebem, seja pelo desconhecimento da língua portuguesa, seja, enfim, pela ausência de uma visão mais abrangente da natureza do trabalho teórico, ausência que decorre de uma outra, isto é, do vazio deixado pela eliminação de Filosofia e Sociologia no ensino médio, desde os anos 70, quando da lei de diretrizes e bases da educação - LDB 5692/71, imposta pelo regime militar da época.
Os alunos do ensino superior sempre me fizeram queixas. Queixam-se da dificuldade de compreender o que lhes é transmitido e da dificuldade de acompanhar os cursos com a bibliografia que lhes é indicada. Os estudantes têm ainda outra queixa, e se a compreendermos teremos avançado na questão que me proponho a refletir. Queixam-se de não acompanhar o que o professor lhes diz, de não perceber o que tal discurso tem a ver com o mundo de suas experiências e como poderão escrever acerca daquilo que não conseguiram sequer ouvir. Essa queixa nos conduz ao efeito do ensino médio sem Filosofia e Sociologia. Sistematicamente cortados de uma relação significativa com a linguagem e com todas as vias expressivas, os estudantes não sabem ouvir, ler e escrever. Num ensino médio que supervaloriza as ciências exatas, a linguagem é reduzida à dimensão meramente denotativa ou indicativa. Completando o pensamento com CHAUI(2)"... de modo que a relação entre as palavras e as coisas nunca passe pela mediação das significações. Reduzida ao esquema binário da relação signo-coisa, a linguagem é exilada da esfera do sentido e da região que lhe é própria, da expressão". Não nos deve, pois, espantar que os estudantes recém-saídos de um ensino médio assim sejam incapazes de perceber e de formular as relações mais simples, de apreender as articulações mais elementares entre o que ouvem ou leem e o mundo em que vivem. Impedidos de um acesso verdadeiro à linguagem, estão impedidos de um acesso verdadeiro ao pensamento e, consequentemente, da possibilidade de alcançarem o real, sempre confundido com os dados imediatos da experiência. Ora, qual é o instrumento da Filosofia e da Sociologia? De onde partem as reflexões e as críticas? Da linguagem. Esfera privilegiadamente discursiva do saber, a Filosofia e a Sociologia se realizam através da compreensão da origem das significações constituídas pela linguagem e, assim sendo, compreende-se que as queixas dos estudantes são mais do que lamúria ou incompetência: é a queixa daquele a quem foi roubado o direito à palavra.
O que se costuma solicitar à Filosofia e à Sociologia é que iluminem o sentido teórico e prático daquilo que pensamos e fazemos, que nos levem a compreender a origem das ideias e valores que respeitamos ou que odiamos, que nos esclareçam quanto à origem da obediência a certas imposições e quanto ao desejo de transgredi-las, enfim, que nos digam alguma coisa acerca de nós mesmos, que nos ajudem a compreender como, por quê, para quem, por quem, contra quem ou contra o que as ideias e valores foram elaborados e o que fazer deles.
Evidentemente, pede-se muito à Filosofia e à Sociologia e elas, que em geral têm mais questões a colocar do que respostas a dar, não podem permanecer em silêncio. E, aqui, retomo a crítica à posição do repórter da revista VEJA ao supervalorizar as ciências exatas, pois, na "escola defendida" por ele, os alunos estão destinados ao silêncio. Na escola defendida por mim, a Filosofia e a Sociologia, que são discurso, devem estar presentes e vale a pena insistir na necessidade de interrogar.
Itajubá, 31/03/10
Profª Msc Marcia Gil de Souza
Coordenadora pedagógica do Curso G9
1 BORTOLOTI, Marcelo, Ideologia na Cartilha. REVISTA VEJA. São Paulo: Ed. Abril, ed. 2158 – ano 43 – nº 13, p. 116-117, 2010.
2 CHAUI, Marilena. A Supressão da Filosofia. São Paulo: Moderna,2006,p 405 in ARANHA, MªLúcia de Arruda. História da Educação Brasileira.
sábado, 13 de março de 2010
Hino Nacional SEBRAE
A pedido, posto novamente o hino nacional SEBRAE.
Vale a pena usá-lo, pois a mensagem e o formato são excepcionais.
Beijos a todos
Marcia
Vale a pena usá-lo, pois a mensagem e o formato são excepcionais.
Beijos a todos
Marcia
domingo, 31 de janeiro de 2010
Propostas pedagógicas para 2010
Professores e colegas,
Deixo, para quem quiser acessar, o arquivo usado na reunião de professores do dia 30/01, do Curso G9. Ele contem as indicações para o trabalho com alunos com necessidades especiais de aprendizagem, item da reunião que não pode ser bem discutido devido ao adiantado da hora.
Desejo que seja de bom proveito a todos.
Abraços,
Profª Marcia Gil
Deixo, para quem quiser acessar, o arquivo usado na reunião de professores do dia 30/01, do Curso G9. Ele contem as indicações para o trabalho com alunos com necessidades especiais de aprendizagem, item da reunião que não pode ser bem discutido devido ao adiantado da hora.
Desejo que seja de bom proveito a todos.
Abraços,
Profª Marcia Gil
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Reunião de Professores do Curso G9
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Atendimento de 0 a 3 anos
Colegas, esta notícia é bastante animadora, pois aponta ações concretas que levam a ações articuladas entre os diferentes setores sociais. É a busca pela intersetorialidade, grande desafio desta década.
Jornal do Commercio, 27/12/2009 - Recife PE
MEC promete ações integradas com a saúde
RIO – O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que apresentará, no ano que vem, proposta de ação interministerial para atendimento de crianças na faixa de 0 a 3 anos. A ideia é coordenar programas de educação, saúde e assistência social para suprir deficiências familiares e garantir que todas as crianças cheguem à escola aptas a aprender. Haddad quer que a proposta seja incluída no próximo Plano Nacional de Educação, a ser votado pelo Congresso, com diretrizes para a década de 2011 a 2020. A tarefa envolveria também Estados e municípios. “Estamos trabalhando há algum tempo num desenho interministerial para a faixa etária de 0 a 3 anos. Vai exigir um esforço tão grande quanto foi universalizar o ensino fundamental”, afirmou no mesmo seminário do qual participou Heckman.
Ele lembrou que o SUS já oferece uma série de serviços para recém-nascidos, crianças e gestantes, especialmente por meio do Programa Saúde da Família. No dia 16, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, instalou um comitê para articular ações para a primeira infância, num projeto chamado Brasileirinhos e Brasileirinhas Saudáveis. Na mesma linha, o Bolsa Família dá dinheiro à população pobre, exigindo contrapartidas educacionais e de saúde, enquanto o Ministério da Educação financia a construção de creches e ajuda prefeituras a manter pré-escolas e creches com repasses ao Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). “Essas políticas podem ser mais bem organizadas, no sentido de dar atendimento prioritário para a primeira infância. Não estamos falando só de educação”, afirmou Haddad. Segundo ele, um maior investimento na primeira infância teria impacto na melhoria de renda, na redução da violência, na saúde e na longevidade. Um grupo de trabalho começou a formular a proposta este ano, analisando experiências no País e exterior. No Rio Grande do Sul, o governo estadual buscou ajuda de especialistas cubanos e adotou um programa de visitação semanal de famílias com filhos de até 6 anos. O Programa Infância Melhor ou PIM, como foi batizado, atende 80 mil crianças, conforme o secretário da Saúde, Osmar Terra, que expôs o projeto a Haddad recentemente. De acordo com ele, 90% das conexões do cérebro se formam até os 3 anos. “O PIM cuida do desenvolvimento neuropsíquico, educando a família a atender melhor o bebê. É nessa fase que as crianças aprendem a aprender”, destacou Terra. O ministro citou dados do IBGE que mostram aumento da cobertura de creches no Brasil. Em 2002, segundo ele, 11% das crianças eram atendidas. Em 2008, o percentual chegou a 18%. A projeção de Haddad é que o índice tenha atingido 20% em 2009 e alcance 22% no ano que vem, dobrando o patamar de 2002.
Jornal do Commercio, 27/12/2009 - Recife PE
MEC promete ações integradas com a saúde
RIO – O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que apresentará, no ano que vem, proposta de ação interministerial para atendimento de crianças na faixa de 0 a 3 anos. A ideia é coordenar programas de educação, saúde e assistência social para suprir deficiências familiares e garantir que todas as crianças cheguem à escola aptas a aprender. Haddad quer que a proposta seja incluída no próximo Plano Nacional de Educação, a ser votado pelo Congresso, com diretrizes para a década de 2011 a 2020. A tarefa envolveria também Estados e municípios. “Estamos trabalhando há algum tempo num desenho interministerial para a faixa etária de 0 a 3 anos. Vai exigir um esforço tão grande quanto foi universalizar o ensino fundamental”, afirmou no mesmo seminário do qual participou Heckman.
Ele lembrou que o SUS já oferece uma série de serviços para recém-nascidos, crianças e gestantes, especialmente por meio do Programa Saúde da Família. No dia 16, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, instalou um comitê para articular ações para a primeira infância, num projeto chamado Brasileirinhos e Brasileirinhas Saudáveis. Na mesma linha, o Bolsa Família dá dinheiro à população pobre, exigindo contrapartidas educacionais e de saúde, enquanto o Ministério da Educação financia a construção de creches e ajuda prefeituras a manter pré-escolas e creches com repasses ao Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). “Essas políticas podem ser mais bem organizadas, no sentido de dar atendimento prioritário para a primeira infância. Não estamos falando só de educação”, afirmou Haddad. Segundo ele, um maior investimento na primeira infância teria impacto na melhoria de renda, na redução da violência, na saúde e na longevidade. Um grupo de trabalho começou a formular a proposta este ano, analisando experiências no País e exterior. No Rio Grande do Sul, o governo estadual buscou ajuda de especialistas cubanos e adotou um programa de visitação semanal de famílias com filhos de até 6 anos. O Programa Infância Melhor ou PIM, como foi batizado, atende 80 mil crianças, conforme o secretário da Saúde, Osmar Terra, que expôs o projeto a Haddad recentemente. De acordo com ele, 90% das conexões do cérebro se formam até os 3 anos. “O PIM cuida do desenvolvimento neuropsíquico, educando a família a atender melhor o bebê. É nessa fase que as crianças aprendem a aprender”, destacou Terra. O ministro citou dados do IBGE que mostram aumento da cobertura de creches no Brasil. Em 2002, segundo ele, 11% das crianças eram atendidas. Em 2008, o percentual chegou a 18%. A projeção de Haddad é que o índice tenha atingido 20% em 2009 e alcance 22% no ano que vem, dobrando o patamar de 2002.
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